Boletim Mensal * Ano V * Janeiro de 2007 * Número 46

           

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Permita-me, contudo, uma perplexidade: porquê essa sua insistência e obcecação em visitar um país que tanto lhe desagrada? Pela quinta vez, num espaço de quatro anos? Terá que reconhecer que parece haver algo de inexoravelmente masoquista nessa sua insistente peregrinação pela terra de um "parente malquisto, invejoso e mal educado". Ainda pensei que pudesse ser a Fé em Nossa Senhora de Fátima o motivo sentimental dessa rotina, como sabe comum a muitos cidadãos brasileiros, mas o final do seu texto, ao referir-se à "herança maldita católica", afasta tal hipótese e remete-o para outras eventuais devoções alternativas.
Gostava que soubesse que reconheço e aceito, em absoluto, o seu pleníssimo direito de pensar tão mal de nós, de rejeitar a "herança maldita portuguesa" (na qual, por acaso, se inscreve a língua que utiliza). Com isso, pode crer, ajuda muito um pais que, aliás, concede ser "bonito por fora" (valha-nos isso ), a ter a oportunidade de olhar severamente para dentro de si próprio, através da arguta perspectiva critica de um
visitante crônico, quiçá relutante.
E porque razão lhe reconheço esse direito? Porque, de forma egoísta, eu também quero usufruir da possibilidade de viajar, cada vez mais, pelo maravilhoso pais que é o Brasil, de admirar esta terra, as suas gentes, na sua diversidade e na riqueza da sua cultura (de múltiplas origens, eu sei). Só que, ao contrário de si, eu tenho a sorte de gostar de andar por onde ando e você tem o lamentável azar de se passear com insistência (vá-se lá saber porquê!), pela triste terra dessa "gente que descobriu e colonizou o Brasil” Em má hora, claro!
Da próxima vez que se deslocar a Portugal (porque já vi que é um vicio de que não se liberta) espero que possa usufruir de um tempo melhor, sem chuvas e sem um "dilúvio" como o que agora tanto o afetou. E, se acaso se constipou ou engripou com o clima, uma coisa quero desejar-lhe, com a maior sinceridade: cure-se!?.
Com a retribuída cordialidade do
                   

Francisco Seixas da Costa

Foto do Dr. Francisco Seixas da Costa de nossos arquivos ............. Embaixador de Portugal no Brasil
Fonte: Nosso Amigo e Leitor José I. A. Novais
Foto do “jornalista”??? Políbio Braga, em seu blog

 

As chuvas matam em Minas e no Rio
Já chegam a 50 os mortos pelas chuvas no Sudoeste Brasileiro

A temporada de chuvas no Sudoeste do País já matou 50 pessoas, informou no dia 7 de Janeiro a Defesa Civil do Rio de Janeiro e continua a chover torrencialmente em grande parte da zona afetada. Só em Minas já morreram 20 pessoas desde que começou em Outubro a época das chuvas.
Este Boletim lamenta os mortos e as dezenas de casas destruídas que provocaram milhares de desabrigados.
 

  NASSAU
Mini série da TV Globo para Janeiro de 2008

Ao que noticiava o “Diário de Pernambuco”, a rede Globo de Televisão contratou o historiador Evaldo Cabral de Mello para dar acessória à escritora Maria Adelaide Amaral na mini série “Nassau” que irá ao ar em Janeiro de 2008.
Evaldo Cabral de Mello não é só o mais destacado historiador brasileiro em atividade como também aquele que mais estudou e publicou sobre o Nordeste, com exceção de seu primo, e acho que incentivador, José António Cabral de Mello.
E, muito trabalho irá ter Cabral de Mello com a escritora da mini serie dado que, no Diário do mesmo dia, se publicava “A História será concentrada no período de Nassau na Bahia e no Recife”.
Dra. Maria Adelaide Amaral, Nassau só foi à Bahia uma vez durante os sete anos que por aqui exerceu a sua função “saquear o que pudesse e receber a sua mercenária comissão de 2% sobre os saques efetuados.
Nassau (o heróico) saiu de Recife no dia 8 de Abril de 1638 à frente de uma frota naval de 36 navios que transportavam um exercito com 3.600 mercenários europeus, como ele, e cerca de mil índios (ver a história completa da derrota de Nassau na Bahia paginas 75 a 77 do “Livro Nassau”, por Evaldo Cabral de Mello, Companhia de Letra, São Paulo 2006. A foto da capa ilustra este comentário).
No dia 16 começou os ataques que durariam até 25 de Maio quando, depois de perder mais de 1.200 de seus mercenários, fugiu na calada de una noite de chuva e de forma tão subtil que só no dia seguinte os luso brasileiros deram conta de sua fuga.
Foi depois desta fragorosa derrota que começaram os desentendimentos entre Nassau e os 19 diretores da Companhia das Índias Ocidentais.

 

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