- Hotohoriiiiiiii!!! Hotohoriiiii!! - Mulder e Jack vinham correndo de encontro a eles e de longe gritavam pelo nome de Hotohori.
- O que deu naqueles dois? - Hotohori coloca uma das mãos sobre a vista para proteger-se do Sol e tentar olhar na direção que eles vinham.
- Nós achamos a Miakaaaaaa!!! - grita Mulder ainda de longe.
- O quê? - Hotohori mostra-se completamente surpreso. - A Miaka está aqui? A minha Miaka?
Os dois enfim os alcançaram.
- Onde está ela, Mulder? Fale! Onde vocês a encontraram?
- Ah, ela estava perdida por aí... Acho que estava procurando por você.
- A Miaka veio me procurar! Ela estava preocupada comigo! Mas por que vocês não a trouxeram até aqui?
- Claro que nós trouxemos! Jack, mostre a ele!
Jack tinha algo dentro da camisa. Ele enfia a mão e traz uma pequena gatinha.
- E aí, Miaka? - Jack brinca com ela. - A gente achou ela do outro lado da ilha, Hotohori. E aí? Tá feliz?
- Isso por acaso é alguma brincadeira? - grita Hotohori.
- Ué... mas por quê? - diz Mulder. - Essa aqui não é a Miaka?
- Lógico que esse animal não é a Miaka!
Todos começam a gargalhar das caras de Mulder e Hotohori se fitando.
- Como não? Ontem você disse que a Miaka era a sua gatinha que tinha ficado no escuro... - conclui Mulder.
- Correção... - intromete-se Vegeta. - Você disse isso, Mulder.
- Mas ele não negou, então era verdade. - Mulder defende-se. - E ela é tão bonitinha, não é Miaka? - Mulder pega a gatinha das mãos de Jack.
- Não ouse chamar esse animal pelo nome da Miaka! - grita Hotohori.
- Tá legal, tá legal... Não vou mais chamar!
- Que brincadeira sem graça, hein, Mulder? - Shiryu diz aproximando-se dele e pegando a gatinha nos braços.
- Mas Shiryu... Eu não fiz por mal. Achei que era a Miaka!
- É uma gatinha bem bonita... - Lex se aproxima de Shiryu e é sua vez de pegar a gatinha. - Será da dona dessa casa?
- Provavelmente... - conclui Jack. - Já que não é a Miaka... Eu proponho que o nome dela seja... Gatinha... Quem discorda?
- É brincadeira! - diz Vegeta irritado, afastando-se do grupo em seguida.
- Não Vegeta! É sério! Não é um bom nome? - Jack diz levantando Gatinha para o alto, fazendo todos rirem. - Ninguém discorda?
- Por mim tanto faz... - Shiryu dá sua opinião. - Chamem-na do que quiserem...
Jack olha para os outros e todos permanecem calados.
- Ok! Pessoal, essa é a "Gatinha"!
- E qual é a novidade? - Mulder cochicha com Lex que apenas ri balançando a cabeça.
- E eu volto a perguntar. - Lex insiste após decidirem o nome da Gatinha. - Como será a estratégia?
- Estratégia? - Mulder franze a testa.
- Estamos tentando criar uma estratégia para conseguirmos pegar a carta da tia. - esclarece Shiryu.
- Hum... Sei... Eu tenho uma idéia... - Mulder diz.
- Que idéia? - Lex pergunta.
- Alguém aqui assistiu ao filme "Ghost, do outro lado da vida"?
- Eu vi! - Jack é o primeiro a se manifestar.
- Eu também. - responde Lex. - Mas o que isso tem a ver com a nossa situação?
- Eu não vi. Não sou ligado em filmes. - diz Shiryu.
- Ei! Hotohori! E você? - Mulder olha para Hotohori que estava um pouco mais afastado de todos.
- Não fale comigo, seu insensato! - Hotohori grita com Mulder.
- Ah Hotohori! Não faz isso não, cara! - Mulder se aproxima dele. - Foi sem querer! Eu juro!
- Não quero saber! Você não devia ter me iludido daquela forma.
- Mas Hotohori... - Mulder começa a brincar com ele por causa do termo "iludido". - Eu prometo que nunca mais voltarei a te iludir! Meu amor por você é sincero!
- Pára com isso, Mulder. - Hotohori diz baixinho olhando de lado. Ele vê os outros já se preparando para a zombaria.
- É maior que eu, Hotohori... Você é irresistível! Eu quero te beijar! Eu estou louco para te beijar! Eu vou te beijar agora! Vem cá! - e partiu pra cima de Hotohori com os braços abertos.
- Nãooooo!!! - Hotohori grita colocando as mãos na frente do corpo na tentativa de se proteger. - Tá legal... Vamos esquecer aquele mal-entendido da Miaka, ok? - ele estende a mão para Mulder.
- Ok! - Mulder aperta a mão dele.
- E nada de beijos!
- Hahahaha!!! Nada de beijos! - Mulder concorda. - E aí? Pronto para a execução da estratégia?
- Sim! Eu vou fazer parte! - Hotohori fala seguramente. - Mas, como é isso? Não entendi nada do que estava falando.
- Não se preocupe! Eu vou explicar. - diz Mulder enquanto os outros se aproximam dos dois para poderem ouvir. - Mas vamos agir só depois do almoço, ok? Vai que a tia fica com muita raiva e decide deixar a gente com fome!
- Nós não devemos fazer nada contra a tia Nastácia, Mulder. - Shiryu se manifesta.
- Não se preocupem! Não vamos fazer nada de mau... Ou nada de muito mau, hehe...
E eles ficam lá conversando até a hora do almoço.
Tia Nastácia bate à porta e escuta alguém permitindo-lhe a entrada. Ela entra.
- Menino Aoshi... Eu trouxe o seu almoço... Você não foi almoçar com o pessoal.
- Ainda não tenho fome. - ele estava sentado no parapeito da janela olhando para o tempo lá fora.
- Acho que você gostou desse lugar. - ela diz colocando a bandeja sobre uma mesinha próxima à cama.
- É um belo lugar e transmite muita paz à alma. Pena que seja uma ilusão.
- Não é ilusão, menino Aoshi. É tudo real...
- Real pra quem?
- Pra todos vocês... - ela diz com um sorriso.
- Me diga... Como eu pude permitir que me capturassem daquela forma e me trouxessem pra cá contra a minha vontade? Me responda!
- Essa é a sua dor? Só isso?
- A senhora acha que isso é pouco? A senhora não faz idéia...
- É você que não faz idéia, menino Aoshi. Tem gente aqui muito forte. Forte em muitos sentidos... força física, força financeira, força espiritual também... E isso não ajudou nenhum deles a se livrar dessa viagem.
- Qual é o intuito? - ele pergunta semicerrando os olhos.
- Existe um sim, mas não é possível explicar com palavras. O menino entende?
- Não... Eu não entendo.
- Eu já sabia que essa seria a resposta, mas com o tempo todos vão entender.
- Por que a senhora não me explica?
- Por que não dá... Não ia fazer sentido agora. E eu também não ia saber como fazer isso, menino. É coisa de sentir... Não de dizer.
- Essa mulher... O que ela pretende fazer comigo?
- Ela não vai fazer nada...
- Seja o que for, eu não vou permitir...
- Eu já disse que ela não vai fazer nada... Ela é uma pessoa muito boa, que admira você.... Que se importa com você....
- Isso é ridículo! Ninguém pode se importar com uma pessoa sem nem ao menos conhecê-la.
- Mas ela conhece você menino. Conhece muito bem pelo que eu pude perceber.
- Impossível... Nem eu me conheço muito bem.
- Você pensa assim... E ninguém vai mudar isso por enquanto.
- Eu considero-lhe cúmplice dessa pessoa!
Tia Nastácia já estava se preparando para deixar o quarto quando Aoshi disse isso. Ela se virou para ele e sorriu.
- Obrigada filho... Foi bom ouvir isso. - e sai encostando a porta devagar.
"Considerou um elogio?? Mas por quê?? O que há por trás disso tudo?", ele pensava enquanto descobria a bandeja com seu almoço. Aoshi observava agora o cuidado com que tinha sido preparado. "Por quê?", essa interrogação não saia de sua cabeça.
Quando tia Nastácia chegou na cozinha, encontrou cinco dos sete sequest... quer dizer, convidados a sua espera. Foi Mulder quem falou.
- Tia... A gente está aqui para pedir uma coisa.
- Pois peçam...
- A carta que a senhora tem pra entregar a gente. A gente quer ela.