Sete Gatos e uma Louca!

Capítulo 27: Fim de um Segredo. E talvez de uma Vida...


Sabem o que eu estava pensando enquanto escrevia este capítulo? Que quando a fic começou (há muito tempo mesmo ^^'), o Jack era muito pouco conhecido ainda. Tipo, ainda estava passando a primeira temporada de 24 Horas e apenas na Fox (TV por assinatura), então muita gente nem sabia de quem se tratava. Eu então mudei muito a personagem, fiz ele ficar mais brincalhão, mais divertido, sei lá... Era como se eu estivesse trabalhando com um outro Jack Bauer... O Jack Bauer longe da UCT, dos presidentes dos EUA, das torturas, das mortes, das traições, das bombas nucleares, dos vírus mortais, dos terroristas, da dor, do sofrimento... A série do Jack Bauer tomou assim, ao meu ver, proporções arrasadoras - em que só os fortes de sangue gelado (não apenas "frio") suportam -, tanto que hoje eu não consigo acompanhar mais...

Aos que acham um absurdo o "meu Jack", peço desculpas; aos que gostam dele, digo-lhes "obrigada!". O fato é que ele começou da forma como eu precisava dele... E agora que é mundialmente conhecido (hauhuaha!), ele não vai mudar...

 

- Na volta, converso com você, Vegeta - ela falou seriamente.

Vegeta só franziu a testa, mas não disse nada.

“Falar comigo? Será que vai confessar?” - pensou em seguida, observando o casal se afastar dali.

Lex também ficou curioso. O que Lenore poderia querer conversar com Vegeta? Contudo, preferiu guardar para si a curiosidade e nada perguntou sobre aquela afirmação.

O casal entrou no helicóptero. Lenore começou a preparar a decolagem, que aconteceu poucos instantes depois. Por causa do barulho característico da aeronave, todos os outros rapazes saíram de dentro da casa e seguiram para onde Vegeta estava.

- O que está havendo? - Aoshi perguntou ao saiyajin assim que o alcançou.

- Lex e a piloto foram dar uma volta - respondeu ele, demonstrando total desinteresse pelo fato.

- O quê!!! - Aoshi gritou, alternando o olhar entre o helicóptero já no ar e o homem a sua frente.

Vegeta gostou da reação do espadachim. Isso significava que suas deduções sobre Lenore estavam corretas, apesar de que ele já sabia disso. Gostou mais ainda quando Shiryu passou o braço pelos ombros de Aoshi e o levou para longe do grupo. “Aoshi e Shiryu sabem...”, pensou ele, satisfeito por não ter precisado de ninguém para descobrir.

- Aoshi... Eu falei com ela hoje cedo. Dei-lhe o prazo de até meia-noite para esclarecer tudo e revelar sua identidade - Shiryu disse ao amigo assim que considerou a distância entre eles e o grupo segura.

- Então acabou... - ele afirmou. Parecia triste.

- Não era para ser para sempre! Você sabe disso...

- Claro que eu sei disso. Não estou lamentando! Eu só... só...

Shiryu esperou, mas Aoshi não conseguiu completar a frase. Em vez disso, quis fugir daquela conversa: - Ora, esqueça! - disse ele, sentindo o olhar silencioso e perturbador de Shiryu sobre si.

- Aoshi... - Shiryu disse ao segurar o amigo pelo braço quando este tentou se afastar. - Perdoe-me pelo que vou perguntar, mas você também está gostando dela?

- Não seja ridículo, cavaleiro de Dragão! Aoshi Shinomori jamais se deixaria envolver por uma pessoa tão desequilibrada! - e, com essa resposta, se desvencilhou de Shiryu e saiu.

- Será? - Shiryu perguntou a si mesmo. - Isso tudo está ficando muito complicado... Essa menina teve a idéia maluca de juntar sete homens desconhecidos numa ilha... Para que esses homens ficassem amigos - ele sorriu e voltou seu olhar para o helicóptero no céu. - O mais estranho é que a admiro por isso. Afinal, a amizade é o maior tesouro que alguém pode ter... Mas será que ela contava que alguns desses homens iriam se apaixonar por ela?

E no helicóptero...

- Quando começou sua paixão por voar, Lenore?

- Bem, começou bem antes de eu poder tirar um brevê - ela o olhou com um sorriso. - Acho que já nasci assim... Uma apaixonada pelas nuvens. E você?

- Bom, eu não tenho tanta paixão assim por voar, mas confesso que gosto muito. Tenho a impressão de que é o mais próximo que vou conseguir chegar do céu...

Lenore só sorriu com aquela afirmação.

- Você é uma pessoa muito especial, Lex... - ela disse, ficando séria.

- Acha?

- Sim, eu acho...

- Interessante você dizer isso sobre mim quando me conhece há tão pouco tempo.

-Não é tão pouco tempo assim - ela demonstrou uma certa hesitação ao dizer isso.

- Não? - ele lançou-lhe um olhar indagativo.

- Lex... Eu não gostaria de perder essa amizade que começou a nascer entre nós de uma maneira tão espontânea... Por isso, justamente com você é tão difícil... - ela engoliu em seco. - Há algo que você precisa saber sobre mim..

- Lenore, eu não... - ele ia dizer “eu não entendo”, mas parou assim que pronunciou o nome dela. Já o havia feito tantas vezes, mas, de repente, a primeira letra do nome da mulher ao seu lado e as suas estranhas afirmações daquele momento se tornaram uma combinação muito perigosa. Lenore, era verdade, começava com L. Ele não disse mais nada. Seus olhos assustados assustaram os dela.

- Eu... - Lenore quis falar, percebendo que ele havia compreendido a situação mais rápido do que ela esperava.

- Não diga nada! - ele a interrompeu no mesmo instante, cerrando os olhos com força. Algo em sua mente começou a queimar intensamente.

- Lex, por favor!

- Não acredito nisso! - Lex começou a gritar. - Não acredito nisso! Manipulado duas vezes pela mesma mulher!

- Por que não me escuta? - ela perguntou baixinho. - O Shiryu, ele me entendeu... Se você ao menos me deixasse falar...

- Aos diabos, o Shiryu! Aquele traidor que já sabia de tudo! Desde quando ele sabia?

- Não seja injusto! Acabamos de conversar e ele me deu o prazo até meia-noite para contar a vocês! E você é o primeiro a quem estou contando!

- E ainda confessa que se não fosse o Shiryu continuaria me enganando! Você fez tudo errado! Entendeu, senhorita Éli?! Fez tudo, tudo errado! - bradou Lex com fúria incrível enquanto apontava acusadoramente o dedo indicador para ela.

- Por que precisa ser tão inflexível? Eu só quero falar o que eu sinto, o porquê de ter feito tudo isso, mas você não deixa! - Lenore disse com os olhos em súplica, presos a ele.

- Sei exatamente o que vai dizer! Um bando de tolices sem sentido para tentar me enganar novamente, mas não pense que... - ele, num relance, olhou para frente. Seus olhos ficaram estáticos. - Lenore... - chamou num tom de voz repentinamente preocupado. - O mar... - disse ainda olhando para frente. Ela então desviou o olhar para fixá-lo no mesmo ponto que Lex.

- Oh meu Deus! Estamos voando muito baixo! Vamos, Lex! Precisamos levantar esse negócio! - gritou ela, assustada.

Se fosse em uma outra situação - e com uma outra pessoa -, Lex até teria deixado um discreto sorriso surgir ante a exclamação tão ambígua da garota, mas a verdade era que ambos estavam emocionalmente abalados e nem perceberam que o helicóptero se inclinara para baixo e já estava quase se chocando com o mar.

Na ilha, eles tentavam acompanhar o trajeto do helicóptero, que muito se afastara da praia.

- Não consigo ver direito, mas acho que há algo errado! - disse Mulder aos outros, preocupado. - É impressão minha ou o helicóptero está muito inclinado?

- Também estou com essa impressão, mas, pela distância, não dá para ter certeza. O que acha que pode estar havendo lá, Mulder?

- Não faço idéia, Jack!

- Ela contou a ele... - Shiryu disse com certa aflição. Só pode ter sido isso!

- O quê?! - Vegeta olhou incrédulo para Shiryu. - Aquela doida varrida fez o quê? Contou pra ele?!

- Vegeta... - Shiryu o encarou. - Você também já sabia?

- Claro que eu já sabia! Não sou nenhum idiota! Droga! - ele fixou os olhos no helicóptero. - Aquela grande idiota! Por causa de sua estupidez eles vão cair!

- Eu não estou entendendo nada... - disse Hotohori, cheio de interrogações.

- Então somos dois... - Mulder complementou.

- Três... - disse Jack.

No helicóptero...

- Vamos, Lenore, vamos! A gente consegue!

- Não vai dar, Lex! Os comandos não respondem! Vamos cair! Cuidadoooooo!

E o helicóptero se chocou com a água. Automaticamente a aeronave submergiu e inverteu sua posição, ficando com as hélices para baixo e pés para o alto.

Na ilha, tensão total. O helicóptero havia sumido de repente das vistas de todos.

- Eles caíram! - Hotohori gritou em pânico.

- Meu Deus! Eles caíram mesmo! - Jack também gritou. - E agora? O que vamos fazer? Estão muito longe!

- Temos que fazer algo, mas o quê? O quê, Vegeta?! - Mulder perguntou ao saiyajin, como se este fosse o único a poder fazer alguma coisa naquela situação. E talvez fosse mesmo.

- Eu vou buscá-los! - Vegeta gritou.

- Você vai o quê?! - Jack também gritou totalmente tomado pela tensão do momento.

- Ele vai buscar nossos amigos! - foi Mulder quem respondeu, também gritando e com menos temor no olhar. - O Vegeta vai buscá-los! Vai salvá-los!

- Mas como? Ele não pode! - Jack exclamou. - Ou pode?

Vegeta apenas sorriu desdenhosamente.

- Vê se não desmaia, loirinha! - e dizendo isso, Vegeta levantou vôo e saiu em altíssima velocidade.

O queixo de Jack e de alguns outros foram parar no chão.

- Ele está vo... vo... - o agente gaguejou completamente pasmo, não conseguindo acreditar no que seus olhos viam.

- É... - Mulder sorriu deslumbrado com a visão única de ver um homem voar. - Ele está voando! Nosso amigo está voando! Vai lá, Vegeta!

Lex, ainda atordoado, soltou seu cinto e o de Lenore, mas não conseguiu tirá-la de lá, pois algo, além do cinto, parecia prendê-la. E o pior, a garota estava desacordada. Lex não sabia o que fazer e também não conseguia mais prender a respiração, então ele tentou emergir. Sem entender o que estava acontecendo, sentiu que estava sendo retirado da água. Ao tomar consciência de que fora Vegeta quem o ajudara a chegar à superfície, ficou mais perplexo ainda.

- Vegeta? - disse ofegante. - Como chegou aqui?

- Isso não importa! Cadê a louca?

- Lá embaixo... Eu não consegui salvá-la... Ela parece morta...

- Ok! Vou buscá-la! Fique na superfície até eu voltar!

- Isso é uma ordem?

- É! E não ouse se afogar só para me desobedecer!

Vegeta soltou Lex na água e mergulhou a procura do helicóptero. Quando o encontrou, arrancou metade dele, tendo assim fácil acesso ao ponto em que Lenore se encontrava. O saiyajin também notou que a cabeça da garota sangrava, apesar da água dispersar com facilidade o sangue. Depois de arrancar também a parte que prendia as pernas dela, ele a retirou e saiu de lá com toda a rapidez. Quando emergiu de uma vez pegou Lex com o outro braço e saiu voando com os dois em direção à ilha.

- Eu estou voando... Voando com um saiyajin! - Lex falou maravilhado com a nova experiência, mas muito preocupado com Lenore, que não acordava.

Quando Vegeta pousou na ilha, os outros cinco e as garotas vieram ao seu encontro. Lex tomou Lenore de seus braços assim que chegaram na beira da praia.

- Deixa, Vegeta! Eu cuido dela!

- À vontade... - respondeu ele, cruzando os braços enquanto observava o medo nos olhos de todos que ali estavam. - “Ela não vai morrer só por isso...” - pensou ele. Os olhos contrariados com a situação. “Mas ela é só mais uma humana. Mais uma maldita e frágil humana que me faz ficar preocupado!”.

Assim que Lex viu os outros, ele sentiu um grande aperto em seu peito. Estava naquele lugar por causa dela. Havia conhecido todas aquelas pessoas por causa dela. E tinha vivido uma das melhores aventuras de sua vida por causa dela. Só agora ele entendia isso. Entendia enquanto olhava alternadamente para seus amigos, que chegavam todos preocupados, e para ela ali inerte em seus braços...

- Ela é a Éli! - ele gritou para os outros.


Capítulo 28

Capítulo 26

Index

Hosted by www.Geocities.ws

1