- Bom dia! - Mulder chega e cumprimenta.
- Bom dia..... - Aoshi responde. - Mulder, não é?
- É isso mesmo, Aoshi... que bom que está bem...
- Senta e toma café, Mulder. - é o próprio Aoshi quem convida, surpreendendo tanto Mulder quanto tia Nastácia.
- Sim, é claro.... Obrigado. - Mulder senta-se.
- Dormiu bem, menino Mulder?
- Ah sim, tia.... Muito bem... A noite daqui é perfeita... Calma e com um clima agradável... E o que é mais surpreendente, não tem nenhum mosquito.... Incrível! O que você acha, Aoshi?
- Eu dormi a noite inteira... Se tinha ou não mosquitos, eu não vi.
- Ah, tudo bem... Você devia estar muito cansado ainda. Não teve nenhum tipo de recaída?
- Não....
- E como é que ele haveria de ter isso depois de tomar a beberagem da tia, hein? - tia Nastácia se intromete na conversa passando a mão pelo cabelo de Aoshi.
- Tia, alguém mais já acordou? - Mulder pergunta enquanto toma seu café.
- Só o menino Jack... ele tá na piscina...
- Ah é? Então eu vou lá... - Mulder termina de tomar seu café com leite e sai com uma maçã na mão.
Aoshi também se levanta.
- Eu vou voltar para o quarto. - ele diz.
- Mas vê se não passa o dia inteiro trancafiado lá, viu...
Aoshi não responde... Apenas sai em silêncio.
No caminho para seu quarto, ele passa em frente ao quarto de Hotohori. Aoshi pára e fica avaliando se deveria ou não bater. Resolveu que não, mas foi justamente na hora em que Hotohori abriu a porta dando de cara com Aoshi.
- Aoshi! - Hotohori exclama surpreso. - Você está bem?
- Todo mundo vai me perguntar isso hoje?
- Já perguntaram? - Hotohori pergunta sem jeito pelas palavras abruptas de Aoshi. - Não quis irritar você, mas acho que é uma preocupação normal de nossa parte.
- Eu estou bem, Hotohori. Será que eu posso entrar?
- Claro.... - Hotohori consente ainda mais surpreso.
Aoshi entra no quarto de Hotohori notando que apesar da semelhança dos quartos havia detalhes que os diferenciava consideravelmente como as cores das paredes, estilos dos quadros e peças de decoração em geral.
- Você pode não acreditar, mas nós ficamos muito preocupados com você. - Hotohori foi dizendo de imediato.
- Eu acredito.... - Aoshi procura uma poltrona para sentar-se. - Mas não vim aqui para falar disto.
- E para que veio?
- É que fiquei sabendo que você também tem uma espada...
- É verdade.
- E sabe usá-la?
- Mas é claro, Aoshi! Onde quer chegar?
- Será que nós poderíamos medir nossas forças, Hotohori?
- Medir... nossas forças? - Hotohori repete surpreso.
- Sim... Numa luta... Uma luta de cavalheiros. O que acha?
- E por que não? - Hotohori desembainha sua espada e se coloca em posição de combate.
- Fique calmo, aí.... - Aoshi quase se permite um sorriso com a cena. - Não aqui e também não agora. Você está em desvantagem nesse momento.
- Eu estou em desvantagem? E por quê? Vamos, Aoshi! Diga por que eu estou em desvantagem!
- Por que eu já tomei o café da manhã e você não.
- Ora... - uma gotinha surge na testa de Hotohori e mais uma vez Aoshi sentiu vontade de rir da cara que o outro fizera com a resposta, mas conseguiu sustentar sua imparcialidade com sucesso.
- Será esta tarde. Em algum lugar do lado de fora da casa. Algum problema?
- Claro que não. Vai ser bom me exercitar um pouco.
- É... Eu digo o mesmo.
Hotohori surge na cozinha aquela manhã com um imenso sorriso. Estavam lá Lex, Shiryu e Vegeta.
- Bom dia a todos! - Hotohori cumprimenta.
- Bom dia. - eles respondem.
- Que cara de felicidade é essa, Hotohori? - Shiryu pergunta.
- Hã? Ah.... Pois é.... Vocês precisam saber!
- Alguma descoberta nova sobre nossa condição? - Lex indaga interessado.
- Não, mas eu e o Aoshi..... Nós vamos lutar esta tarde! - Hotohori explica entusiasmado.
- O quê?!!! - Vegeta cospe o café que estava prestes a engolir.
- Legal... - Shiryu gosta da idéia. - Uma luta de espadas, estou certo?
- Isso mesmo! - Hotohori confirma.
- Como ousam, seus insetos?!
- O que foi, Vegeta? Por que essa raiva? - é Shiryu quem indaga.
- Como eles vão lutar? Eu deveria lutar com alguém primeiro! Eu sou o mais forte! Bando de inúteis!
- Lutar? - Lex pergunta assustado com a notícia de Hotohori e mais ainda com a reação dos outros.
- Não se preocupe, Lex... Não lutaremos até a morte. - Hotohori explica.
- Ah! - Lex fica mais pasmo ainda com a naturalidade como Hotohori falou. - Que bom que me avisou que ninguém vai morrer! Agora me sinto sossegado! - disse com ironia.
- Não fique assim, Lex. - Shiryu tenta acalma-lo. - Eles sabem o que estão fazendo. Acha que um imperador com todo um país para governar ia se dar ao luxo de se arriscar assim? E Vegeta, talvez eu não esteja a altura, mas se quiser, eu luto com você.
Vegeta o olhou com um sorriso de satisfação.
- Isso é sério, Shiryu? - Vegeta pergunta ainda duvidoso da oferta.
- Sim, mas só amanhã. Não vamos tirar o brilho da luta entre Hotohori e Aoshi. - e Shiryu pisca para Hotohori sem que Vegeta veja.
- Tem razão! - Vegeta concorda feito uma criança contente. - Se a gente lutasse hoje, a luta deles ia se apagar completamente! - Vegeta olha para Shiryu com um sorriso confiante. - Não vou te matar, Shiryu, não se preocupe...
- É bom ouvir isso, Vegeta. Eu tenho pessoas para quem voltar.
- Estão todos loucos!! - Lex falou enquanto olhava para as caras de felicidade de todos. Até tia Nastácia estava sorrindo.
- Que se passa? - Jack chega na cozinha só de calção de banho.
- Aproveitando as mordomias da casa, Jack? - Lex fala ironicamente ao levantar-se da mesa.
- É isso aí! E eu acho que vocês deviam fazer o mesmo. Vamos gente! Vamos pra piscina! O Mulder está lá! Mas antes.... Tia, tou morrendo de fome. Ainda tem café?
- Mas é claro! - ela responde. - Se senta, filho, que a tia vai servir.
Jack senta-se enquanto Lex deixa o recinto totalmente contrariado.
Ao passar pela sala, Lex pára em frente à TV. Ele olha para os lados. Mulder na piscina, Shiryu, Vegeta, Jack e Hotohori conversando alto na cozinha, Aoshi no quarto. Lex decide liga-la.
Lex digita: "Lex Luthor".
Na tela "Bom dia, Alexander Luthor".
Éli digita: "Bom dia, Lex!"
Lex toma um susto com a saudação. Seu coração chega a dar um salto. Tratava-se do primeiro contato da "seqüestradora" em tempo real. Ficou sem saber se deveria chamar os outros ou não. Sem pensar muito ele resolveu responder.
Lex digita: "Quem é você? Onde você está? Quero uma explicação sobre tudo isso!".
Éli digita: "Calma... Uma pergunta por vez!".
Lex digita: "O que eu estou fazendo aqui, afinal?".
Éli digita: "Teclando comigo, não?".
Lex digita: "Que engraçado! Você entendeu o que eu quis dizer. Exijo uma resposta!".
Éli digita: "Você vai ter suas respostas. Tenha paciência!".
Lex digita: "Escuta aqui! Quero saber os verdadeiros motivos pelos quais estou aqui e quando você vai nos libertar!! E quero agora!"
Éli digita: "Ok... Ok... Acha que já pode me compreender, Lex?".
Lex digita: "Tente".
Éli digita: "Vocês sete estão juntos nessa casa por três motivos básicos... Amor, admiração e carinho...".
Lex digita: "Conversa fiada! Quero a verdade! Não pode sentir amor por nenhum de nós, pois nenhum de nós conhece você! Quero saber que tipo de golpe é esse!".
Éli digita: "Não se trata de nenhum golpe e eu avisei que você não entenderia...".
Lex digita: "É... Eu não entendo e quero saber quando vou embora.".
Éli digita: "Não sei. Não me parece a hora ainda.".
Lex digita: "Me deixe ir agora e eu não presto queixa contra você na polícia pelo seqüestro.".
Éli digita: "Quer ir agora, mesmo se eu te disser que não vai demorar até que todos voltem para suas casas?".
Lex digita: "Sim".
Éli digita: "Você já conheceu um pouco do que significa tudo isso, mesmo sem se dar conta. Já conheceu um pouco dos que estão contigo aí.... Não vou negar o seu pedido, por isso preciso que tenha certeza.... quer realmente deixar o lugar nesse momento, mesmo sabendo que por isso não saberá os reais motivos pelos quais você e os outros seis foram levados até aí?".
Lex digita: "Por favor....".
Éli digita: "Ok.... Vou enviar um helicóptero hoje às 14 horas para te buscar. Esteja pronto.".
Lex pisca assustado ao ler essa mensagem. "Então era assim tão fácil ir embora?", ele pensava surpreso.
Lex digita: "Se alguém mais quiser ir embora, é possível?".
Éli digita: "O helicóptero pode transportar até duas pessoas além do piloto e co-piloto. Se mais um de vocês quiser ir embora, esteja à vontade para convida-lo".
Lex digita: "Acho que devo agradecer no final das contas".
Éli digita: "Se você acha, então não o faça. Eu posso esperar até que tenha certeza. Afinal não foi uma experiência tão ruim assim... ou será que foi?".
Lex digita: "Não... Não foi. Foi algo inédito em minha vida".
Éli digita: "Então por que quer tanto ir embora? Por que quer tanto deixar o lugar que preparei com tanto carinho pra você?".
Lex digita: "Não foi para MIM".
Éli digita: "Esse é o problema? Não ter sido só para você?".
Lex digita: "Não seja ridícula! Claro que não é isso! Sou indiferente a esse fato e se quero ir embora é por que não admito que pessoas que não faço idéia de quem sejam tenham qualquer poder sobre mim! Bem que eu desconfiei que não seria tão fácil assim ir embora como deu a entender".
Éli digita: "Engana-se. O helicóptero estará aí às 14 horas como eu já disse, mas você não será obrigado a ir se não quiser..... Olá Shiryu, Jack, Vegeta e Hotohori!".
Lex se vira de repente e dá de cara com os quatro atrás de si. Eles se aproximaram devagarzinho sem que Lex notasse.