Smallville - Reunião

Capítulo 8 - Reunião.


– Vim correndo assim que você ligou, Clark! - exclamou Peter, entrando rapidamente no galpão. - A polícia estará aqui em poucos minutos!

Parker assustou-se ao ver todos aqueles criminosos desmaiados. Atônito, perguntou a Kent, que tinha Wayne ao seu lado:

– Cara, o que houve com eles?

– Eu e o Bruce os botamos pra dormir... - respondeu o vizinho do fotógrafo num sorriso. - E aí, como foi seu encontro com a Chloe?

– Não muito bem... - respondeu Peter desanimado, sentando-se sobre uma caixa.

E permaneceram ali por vários instantes, calados, olhares distantes e pensamentos dispersos. Três jovens com diferentes sentimentos e incertezas, três indivíduos de nobres corações e princípios, três futuros super-heróis... Ali, unidos e silenciosos, sentados em perfeita reunião.

– Sabe, Bruce, nós temos algo em comum... - suspirou Clark. - Também sou órfão, vivo com pais adotivos...

– Puxa, eu não sabia, Clark! - exclamou Peter em tom de surpresa. - Meus pais morreram quando eu era criança, e desde então vivo com meus tios... Sou órfão também...

– Temos mais coisas em comum do que pensávamos... - afirmou Bruce.

Seguiram-se mais alguns segundos de silêncio, até que Kent indagou:

– E agora, o que fará de sua vida, Bruce?

– Não desistirei de minha meta... - respondeu Wayne. - Fiz um juramento diante do túmulo de meus pais, tenho que vingá-los... Mas não farei isso matando criminosos, tornando-me dessa maneira um assassino como aquele que tirou de mim as duas pessoas que eu mais amava no mundo... Você abriu meus olhos esta noite, Clark. Não sei como pude chegar a este ponto. Eu combaterei sim aqueles que infringirem a lei, porém os entregarei às autoridades, para que paguem na cadeia pelo que fizeram. Esse é meu dever. Serei um vigilante.

– E para onde seguirá após deixar Pequenópolis? - perguntou Peter. - Voltará para Gotham City?

– Não, ainda não é a hora... Preciso achar alguém que me treine, ensinando-me a lutar... Rumarei para o oriente. Talvez lá eu encontre as respostas que procuro...

Dizendo isso, Bruce se levantou, fitado com atenção pelos dois outros jovens. Já era possível ouvir as sirenes da polícia ao longe. Caminhando lentamente, Wayne foi aos poucos sendo engolido pelas sombras dos fundos do galpão, mas antes que pudesse desaparecer por completo, Clark exclamou:

– Bruce, espere!

O rapaz voltou-se para Kent, que disse:

– Boa sorte! Algo me diz que ainda nos encontraremos por aí!

Wayne sorriu assentindo com a cabeça, sendo tragado de vez pela escuridão. Olhando para cima, Peter percebeu que alguns morcegos antes pendurados nas vigas do teto haviam voado na mesma direção tomada por Bruce, ao mesmo tempo em que as viaturas policiais chegavam ao local.

 

Manhã seguinte.

Como de costume, Ben Parker caminha sorridente por sua propriedade, chapéu de cow-boy na cabeça, feliz por estar vivendo num lugar não bonito e saudável. De repente, vê que a esposa caminha apressada em sua direção, face preocupada. Assim que ela se aproxima o suficiente, o tio de Peter pergunta:

– O que aconteceu, May?

– Um promotor de Nova York acabou de chegar, e disse que precisa falar urgentemente com você! - explica a mulher. - Venha, ele o está esperando em casa!

– Um promotor? - indaga Ben, surpreso. - Mas do que pode se tratar?

Tomado por incômodo receio, o casal se dirigiu até a casa da fazenda, na frente da qual estava estacionado um carro preto. Entrando na residência, o marido de Tia May encontrou dois homens de terno sentados sobre o sofá da sala, um deles usando óculos escuros. Ambos se levantaram para cumprimentar Ben, saudando-o com um aperto de mão.

– Bom dia, senhor Parker! - disse aquele que tinha os olhos cobertos. - Meu nome é Matt Murdock, sou promotor público, e este é meu assistente, Gary Richards!

– Muito prazer! - sorriu o proprietário do rancho. - Mas que ventos os trazem?

– Senhor Parker, pelo que sei, seu tio, Martin Parker, deixou-lhe esta fazenda como herança, certo?

– Sim, era o que constava no testamento!

Nesse momento Matt retirou os óculos escuros, e Ben se surpreendeu ao ver que ele era cego. Após um suspiro, o promotor explicou:

– Sinto lhe informar, mas ocorreu um engano. Na verdade seu tio Martin deixou esta fazenda para sua prima, Celina Parker. O senhor, sua mulher e seu sobrinho terão que voltar a Nova York!

O tio de Peter foi tomado por uma cruel sensação de espanto e tristeza. Fitando o assoalho, não sabia ao certo o que responder. Os olhos de Tia May se encheram d’água. O sonho de uma vida tranqüila no interior havia terminado.

 

Clark e Peter entraram na redação do “A Tocha”, onde se encontravam Chloe e sua prima Lois.

– Bom dia! - saudou Kent.

– Fiquei sabendo que vocês dois botaram alguns bandidos para correr ontem à noite, é verdade? - perguntou Lane.

– O Clark cuidou deles sozinho, eu cheguei depois! - respondeu Parker.

– E o Bruce Wayne?

Houve breve hesitação por parte dos rapazes, até que Clark disse:

– Ele não estava lá, deve ter fugido antes de eu chegar!

Os dois jovens haviam concordado em guardar o segredo de Bruce. Nesse instante Peter fitou Chloe. Esta, constrangida devido ao que ocorrera na noite anterior, desviou rapidamente o olhar, exclamando em seguida:

– O importante é que Pequenópolis está livre daquela quadrilha, não é mesmo?

– E o show de comédia ontem, estava bom? - perguntou Clark. - Por causa de tudo que aconteceu, eu acabei não indo!

– Acho que só a Lois gostaria daquelas piadas! - respondeu Sullivan num sorriso.

– Por quê? - perguntou a prima de Chloe sem entender. - Ele contou alguma piada de caipira, é?

Todos caíram na risada.

 

Lex Luthor se encontrava sentado atrás da mesa na sala de estudos de sua mansão, quando alguém entrou rapidamente no recinto, carregando uma maleta preta. Era Norman Osborn, que parou diante do jovem milionário, perguntando num sorriso:

– Já se decidiu sobre me vender ou não ao menos alguns daqueles experimentos, Lex? Creio que já teve tempo suficiente para pensar no assunto!

O pai de Harry colocou a maleta sobre a mesa e, abrindo-a, revelou haver dentro dela enorme quantidade de dinheiro. O proprietário da Oscorp empurrou discretamente a quantia na direção de Luthor, murmurando:

– Dez milhões, é pegar ou largar...

O filho de Lionel olhou fixamente para todos aqueles dólares. Realmente era uma ótima oferta, mais do que o jovem esperava. Fechando a maleta, Lex finalmente respondeu:

– Negócio fechado. Eu lhe cederei algumas pedras e dados de pesquisa. A proposta de divisão de lucros ainda está de pé?

– Certamente! Fico feliz por termos entrado num acordo!

E selaram o trato com um aperto de mão.


Epílogo

Capítulo 7

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