Resident Evil: Experimento X

Capítulo 13 - Las Vegas, Nevada, EUA.


É fim de tarde na “Cidade do Jogo”.

Um misterioso comboio de caminhões militares segue em alta velocidade pelas ruas do centro, despertando a curiosidade dos turistas. São dezenas, e todos possuem o mesmo símbolo na traseira: um crânio alado. A terrível organização Shadow Law mobilizava suas forças em território norte-americano...

Entre os misteriosos veículos havia também uma luxuosa limusine. Dentro, quatro dos homens mais procurados do mundo. O mais perigoso deles, Bison, encontrava-se sentado de frente para seus três principais capangas, os quais estavam acomodados à sua frente, separados por alguns metros de distância. Tal trio de asseclas era composto por Sagat, Vega e Balrog.

– Muito bem, senhores... - murmurou o comandante da Shadow Law, voz sempre sinistra. - Espero que estejam preparados para defender os interesses de nossa organização esta noite! Las Vegas é o nosso centro de operações nos EUA, e se perdermos nossa influência aqui, nossos negócios em toda a América do Norte serão prejudicados! Por isso um fracasso como o ocorrido na Amazônia está totalmente fora de cogitação!

– Mas e aquela tal gangue que surgiu recentemente, senhor? - indagou Balrog. - Creio que o nome dela seja “Mad Gear”. Eles estavam agindo em Metro City, na costa leste, porém agora também iniciaram atividades criminosas aqui em Las Vegas e...

– Eu não quero nem ouvir falar nesses amadores! - exclamou Bison, enfurecendo-se repentinamente. - Se algum deles ousar entrar em nosso caminho, exijo que seja morto imediatamente, entenderam?

– Sim, senhor! - responderam todos ao mesmo tempo.

Seguiram-se alguns instantes de silêncio. Bison olhou através de uma das janelas do automóvel, admirando as construções amplamente iluminadas da cidade, marca registrada de Las Vegas. Segundos depois, Sagat, ainda com curativos pelo corpo devido à desastrosa luta contra Carlos Blanka no Brasil, indagou ao superior:

– Chefe, eu poderia lhe fazer uma pergunta?

– Diga logo! - rosnou Bison.

– O que pretende fazer com aquela jovem que o senhor capturou no complexo da Umbrella na Amazônia? Ela é integrante da temida Fox-Hound, não?

– Tenho algo muito especial reservado para minha linda... - foi a resposta do cruel terrorista.

 

Numa academia de artes marciais localizada no centro da cidade, dois jovens lutadores treinam arduamente. Um chama-se Ryu Hoshi, nacionalidade japonesa, possuindo curtos cabelos castanhos e uma faixa rubra na cabeça. Veste quimono branco. Já o outro, de compridos cabelos loiros, é Ken Masters, filho de um milionário norte-americano, que por sua vez usa quimono vermelho.

– Foi muito maneiro por parte dos seus pais lhe terem dado de presente de aniversário uma viagem para Las Vegas com tudo pago, não é, Ken? - exclamou Ryu circulando pela grande sala da academia, onde naquele momento apenas ele e o amigo se encontravam.

– Bem, agora tenho vinte e um anos e portanto sou definitivamente dono do meu próprio nariz! - sorriu Masters. - Temos mesmo é que comemorar!

– Enquanto todos vêm até esta cidade para jogar nos cassinos e assistir aos shows, nós somos os únicos a optar por passar o dia inteiro numa academia!

– Você está certo, mas existe coisa melhor do que isso?

– Com certeza não!

Concluindo tal afirmação, Ryu se aproximou de um saco de areia pendurado ao teto. Após passar alguns instantes se concentrando, o japonês atacou o objeto com uma fenomenal seqüência de socos e chutes. Ken se aproximou, dizendo em tom maroto:

– Impressionante! Você acha que seria capaz de derrotar o Sagat?

– Dizem que ele é o maior lutador do mundo, não é? - indagou Ryu passando uma das mãos por seus cabelos. - Antes de enfrentar alguém como ele, eu preciso aprimorar meu Hadouken...

– Ora, seu Hadouken não é nada perto do meu ágil e poderoso Shoryuken! - desafiou Masters.

– Quer lutar de novo, é?

Os dois amigos se colocaram um diante do outro em posição de combate, mas ao invés de partirem para a briga, começaram a rir de forma intensamente descontraída. Esses eram Ryu e Ken, dois inseparáveis e praticamente imbatíveis lutadores de rua...

 

Num modesto, porém espaçoso, carro de aluguel, uma família residente em Nova York que passava as férias em Las Vegas voltava de uma base aérea nos arredores da cidade, onde há pouco terminara um incrível show de acrobacias com aviões. Os pais encontravam-se acomodados nos assentos da frente, enquanto os dois filhos, mais precisamente um casal, estavam na parte traseira do veículo.

– E então, crianças? - perguntou o chefe da família. - Gostaram do espetáculo?

– Hei, não me chame de criança! - reclamou o garoto. - Já tenho treze anos de idade, sou um adolescente!

– Adolescente ou “aborrescente”? - riu a irmã caçula, que recentemente completara sete anos.

Em resposta, o jovem puxou os cabelos da menina, que gritou em protesto:

– Mãe, o Chris está me incomodando de novo!

– Filho, deixe a Claire em paz! - repreendeu a mãe.

– Vocês vivem protegendo-a só por ser a caçula! - argumentou Chris. - Não viram que ela me chamou de “aborrescente”?

– Ora, ela estava apenas brincando! - respondeu o pai.

Claire mostrou a língua para o irmão, que cruzou os braços, irritado. Para acabar com aquele clima de conflito fraternal, a mãe dos dois repetiu a indagação feita antes pelo marido:

– Voltando ao assunto, gostaram do show?

– Eu adorei! - exclamou o garoto, entusiasmado. - Aqueles pilotos são incríveis! O que eles fazem no comando daqueles caças é simplesmente inacreditável! Vou entrar para a Força Aérea assim que atingir idade suficiente!

– Pois saiba que eu nunca voarei em qualquer avião que você pilotar! - zombou Claire.

– Pelo menos eu não quero andar sem rumo numa moto por aí que nem você, sua imbecil! - contra-atacou o “aborrescente”.

– Parem já vocês dois! - ordenou o pai.

E assim o carro prosseguiu na direção do hotel no qual a família Redfield estava hospedada...

 

Na mesma base aérea onde ocorrera o show, um jato chegava naquele exato momento, vindo da América do Sul. Enquanto a aeronave taxiava pela pista, o comandante das instalações, coronel Robert Court, se dirigia até ela num jipe para receber os recém-chegados.

Assim que o avião parou, saíram dele o major Campbell, Guile, Nash, Barry, Vulcan Raven e Decoy Octopus. Eles caminharam até o chefe da base, o qual saudou-os:

– Olá, sejam bem-vindos a Las Vegas, senhores!

– Infelizmente não estamos aqui a passeio, coronel! - murmurou Campbell. - Existem fortes indícios de que a Shadow Law está agindo por aqui, passamos maus bocados ontem no Brasil por causa das ações dela!

– Vocês têm dois jipes e um helicóptero à disposição! O Departamento de Polícia nos informou que alguns caminhões suspeitos foram vistos no centro da cidade há alguns minutos! Parece que Bison já deu as caras...

– Isso significa civis em risco! - afirmou Nash em tom preocupado. - Coronel, se for possível, contate a polícia e peça que coloquem as equipes da SWAT em estado de alerta. Também gostaria que o senhor deixasse alguns caças disponíveis, em caso de emergência!

– Caças? - surpreendeu-se Court. - Vocês querem iniciar a Terceira Guerra Mundial no meio de Nevada?

– Quando se trata de Bison, sempre é uma guerra! - respondeu Guile mordendo os lábios. - Quanto mais preparados, melhor!

– OK, verei o que posso fazer... Aqueles soldados os levarão até os jipes! Boa sorte na operação!

Nisso, dois oficiais se aproximaram, seguindo na direção dos veículos mencionados pelo coronel. A equipe de Campbell os acompanhou, enquanto Barry, pensativo, olhava para o céu azulado daquele início de noite. Percebendo a atitude do colega, Decoy perguntou:

– O que há, Burton?

– Minha mulher sempre quis que nossa lua-de-mel fosse aqui em Las Vegas, porém nunca pudemos bancar uma viagem para cá... Agora, quem diria, eu estou na “Cidade do Jogo”, mas para caçar uma organização terrorista ao invés de me divertir! A vida sempre nos prega peças!

– Não se preocupe, garanto que esta noite será repleta de diversão!

Em seguida os dois subiram num dos jipes, os quais sem demora partiram velozmente na direção da cidade. Seus ocupantes não tinham tempo a perder.


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