Resident Evil: Experimento X

Capítulo 11 - Fuga Generalizada


Atordoado, Deller colocava rapidamente o máximo de documentos possível dentro da maleta aberta sobre a mesa em sua sala. Relatórios para a sede na Europa, estudos de vírus, análises técnicas... O chefe de pesquisas não poderia deixar que aqueles papéis se perdessem com a autodestruição do complexo.

Emanuel não tivera outra opção. Temendo que as experiências ilegais da Umbrella viessem a público, acionara a contagem que em mais alguns minutos faria o centro de pesquisas ser consumido por uma grande explosão. Sem dúvida alguma seria um grande prejuízo para a empresa, porém bem menor do que aquele provocado se a opinião pública tomasse conhecimento dos experimentos realizados naquele laboratório.

Após esvaziar a última gaveta de arquivo, Deller fechou a maleta, apanhou-a e dirigiu-se apressadamente até a porta da sala, mas quando estava prestes a tocar a maçaneta, alguém a abriu.

Assustado, Emanuel recuou, vendo-se de frente para um soldado da Umbrella usando máscara de gás, o qual lhe apontava uma pistola calibre 45. Trêmulo, o chefe de pesquisas leu o nome presente nos ombros do uniforme do combatente: “Hunk”.

– Aonde pensa que vai, Deller? - perguntou o recém-chegado, mirando na cabeça de seu superior.

– Ora, preciso correr até o heliporto! Este lugar vai explodir em poucos instantes!

– Deller, Deller, Deller... Assim como todos os outros, disposto a limpar a sujeira da Umbrella quando a situação não está boa...

– Do que está falando? E por que está me apontando essa arma, Hunk?

– Seu hipócrita! Já senti os efeitos daquela substância que você injetou em mim ontem à noite! E pensar que sempre segui suas ordens sem qualquer tipo de questionamento... Meu Deus, como fui tolo!

– Hunk, creio que você esteja enganado e...

Furioso, o soldado golpeou o rosto de Deller com a arma, fazendo-o gemer de dor. Cobrindo com uma das mãos o ferimento, Emanuel indagou, arregalando os olhos:

– Você enlouqueceu?

– Não, foi você quem enlouqueceu, Deller! Ousou usar seu melhor soldado como cobaia, transformando-me num mutante como aquele monstro verde! Mas agora você vai pagar!

Hunk encostou o cano da pistola na testa de Deller.

– Acalme-se, Hunk! - sorriu o chefe de pesquisas. - Não vá fazer uma besteira!

– Não se preocupe, Deller... Sei exatamente o que estou fazendo!

– Pare um pouco para pensar, Hunk! Agora que esse vírus corre em suas veias, você se tornou um ser superior! Fiz isso para que pudesse capturar Blanka com maior facilidade! Tornou-se o mais poderoso soldado da Umbrella!

– Você é doente...

Dizendo isso, Hunk abaixou a arma, virou-se de costas para Deller e caminhou até a porta. Porém, antes de sair, voltou-se rapidamente para o atônito superior, disparando com a pistola. A bala atingiu o braço direito do chefe de pesquisas, que gritou de dor e espanto. Em seguida, sorrindo por baixo da máscara, o combatente da Umbrella correu para salvar sua vida.

 

Turner recobrou a consciência ao ouvir um tiro. Zonzo, levantou-se lentamente, tendo uma das mãos na testa, e percebeu que era o único que ainda se encontrava no corredor. Teriam os intrusos sido detidos? A voz que anunciava a autodestruição das instalações fez o combatente concluir que não.

Com a visão embaçada, Turner viu um vulto se distanciar rapidamente pelo corredor. Precisava sair dali ou seria morto pela explosão. Caminhando com certa dificuldade, o comandante da Operação Ômega logo se deparou com Emanuel Deller, ferido num dos braços, que saía de sua sala com uma maleta cinza em mãos.

– Rápido, Turner! - exclamou o chefe de pesquisas, avançando pelo corredor. - Não quer ser sepultado junto com este complexo, quer?

Atordoado e com a cabeça doendo, Turner começou a seguir Deller até o heliporto.

 

Nesse exato momento, Guile, Nash, Barry, Raven e Octopus voltavam à pequena praia onde anteriormente haviam desembarcado. Já anoitecia. Os cinco homens, correndo pela areia, logo ouviram um grito que colocou seus reflexos em alerta máximo:

– São eles, peguem-nos!

Três soldados da Shadow Law começaram a disparar contra os intrusos. Num movimento rápido, Guile sacou sua pistola e derrubou um deles com um tiro certeiro na testa. Barry rolou para trás da guarita de concreto e, usando-a como cobertura, eliminou os outros dois terroristas com apenas três balas.

– Está limpo, vamos em frente! - exclamou Burton.

O grupo avançou rapidamente, mas o que viram em seguida praticamente eliminou todas as suas esperanças de fuga: a embarcação que haviam usado para chegar até ali ardia em chamas.

– Droga, eles destruíram nosso barco! - rosnou Nash.

– Acalmem-se, para tudo existe solução... - disse Raven em tom tranqüilo, olhando para o céu.

Mal Vulcan terminou de falar, os cinco fugitivos ouviram o som de hélices girando. Logo um helicóptero surgiu diante deles, lançando uma escada para que subissem. Rindo aliviados, os membros do grupo ganharam o interior da aeronave, onde viram quem a pilotava: o major Roy Campbell.

– Onde está a senhorita White? - perguntou ele.

– Ela foi provavelmente capturada - respondeu Nash. - Todo o complexo está sendo evacuado!

– Já tenho uma pista do próximo local onde Bison agirá. Contarei-lhes tudo no caminho até Manaus!

E o helicóptero desapareceu no céu daquele início de noite.

 

Quando Deller e Turner chegaram ao heliporto, uma aeronave da Umbrella já os aguardava. Nela se encontravam, entre outros indivíduos, Vincent, Wesker e Sagat. Assim que os dois recém-chegados entraram no helicóptero, Goldman informou:

– Todos os funcionários e combatentes foram evacuados com sucesso, senhor, mas não há sinal de Hunk e Bison!

– Deixem o Hunk pra lá... - murmurou Deller, acomodando-se num assento enquanto um médico examinava o ferimento em seu braço. - Quanto ao Bison, algo me diz que ele já está bem longe daqui...

A aeronave decolou, e poucos segundos depois o centro de pesquisas da Umbrella na Amazônia foi engolido por uma gigantesca explosão, que iniciou incêndio de grandes proporções no coração da mata equatorial...


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