Last Land

Quarto Dia - Em Prol do Núcleo

Capítulo 16 - Estádio Lakatack


Os céus da nova Autozan finalmente chamam a atenção daquele povo, pois é normal verem naves espaciais, mas não naves espaciais cercadas pela frota de robôs da defesa do planeta.

Dentro da nave espacial, a imagem do homem na telinha de comunicação diz aos invasores:

- Desligando comunicação e adeus.

A tela se apaga, enquanto Marine se aproxima correndo e berrando com as mãos no painel:

- Peraí!! Nós somos de Zefir! - vira-se para Kurama - Ele desligou! Como faço para entrar em contato com eles?!

Kurama:

- Deixa! Eu vou tentar.

Lá fora, os canhões de energia enchem-se cada vez mais de brilho, indicando que o momento de atirar está próximo.

Yusuke, nervoso, corre para o painel de comando e começa a mexer em tudo.

- Droga! Vamos sair daqui, Kurama!

- Sai daqui, Yusuke! - reclama Kurama aflito - Você vai fazer uma besteira!

- Então faz alguma coisa! - retruca Urameshi.

Kurama afasta o amigo e volta a mexer nos comandos.

Em volta da nave, aquela elipse de robôs enfim dispara raios laser de seus braços-canhões.

Dentro da nave, os tripulantes olham pela janela os raios serem disparados e vêem uma luz intensa formar-se ao redor da nave.

- Droga!! - berra Hyoga.

Marine vira o rosto e o tapa com medo.

A luz ofuscante continua por uns segundos, porem os tripulantes não sentem nenhum impacto, e somente quando a luz se apaga, eles olham pela janela e vêem que o mundo todo lá fora parece estar azulado ou algo azulado cobre a nave como uma capa.

Kurama com um semblante de alívio e com gotas de suor escorrendo-lhe pela testa, fala:

- Consegui ativar os escudos de energia.

Yusuke fica eufórico, dando um sinal de positivo para o outro:

- Valeu, Kurama! Essa foi beleza!!

Em volta da nave, contudo, cada robô junta seus dois braços que parecem se desmontarem como tiras de metal e se remontarem, unindo-se, como um quebra cabeça, formando os dois braços um só canhão grande que não tarda a começar a brilhar.

Kurama:

- Eles devem ter aumentado a potência do canhão para superar os escudos da nave.

- Então aumente a força! - sugere Marine.

- Já estava no máximo! - responde o outro.

- Droga! A gente tá num sufoco!! - exclama Yusuke.

Kurama novamente tenta uma nova saída e procura fugir com a nave na vertical, fazendo com que turbinas surjam abaixo da estrutura da nave e liguem com toda força.

Eles parecem fugir do círculo de robôs, porém os robôs da defesa de Autozan também movem-se com grande velocidade e logo voltam a interditar o caminho por cima e dessa vez eles se espalham mais e entram numa formação de esfera, mantendo a nave dentro, a qual não tem como escapar por lado algum.

Xarigan com raiva:

- Por que não ataca?! Essa nave não dispara?!

Kurama nervoso:

- Não, essa nave não dispara, entendeu? Não há armas aqui.

Todos ficam apreensivos, inclusive porque mesmo com toda a movimentação, os canhões laser dos robôs estiveram carregando-se de energia para um novo ataque.

- Mas eu disparo! Abre a porta! - grita Urameshi que com toda força, tentando abrir a porta da nave.

Xarigan, olhando para os robôs do lado de fora, já quase disparando, diz:

- Tarde demais.

Finalmente os robôs atingem o ápice da carga energética do canhão, todos ao mesmo tempo; a nave será esmigalhada por ataques de todas as direções. Este é o momento do disparo, os olhos dos tripulantes fecham-se por temor, todavia como por milagre, todos aqueles canhões desligam-se e os robôs deixam a posição ofensiva, voltando a separar seus dois braços.

- Mas... - inicia Kurama, intrigado.

Hyoga:

- Como conseguiu isto?

Kurama:

- Não fui eu!

Os robôs também começam a deixar a formação esférica e se alinham numa grande fila no ar, enquanto de longe vem se aproximando um robô bem maior, de metal esverdeado e de formato diferente, que parece carregar algo semelhante a uma bazuca:

- Que é isso? Uma lata mais perigosa ainda? - indaga Yusuke.

- Não... é... o GTO. - diz Marine.

Na telinha de comunicação da nave surge a face de um rapaz de roupas verdes, que fala:

- Olá, vocês vieram de Zefir? Aqui é o sargento Zaz, de Autozan.

Marine fica contente e se aproxima do visor:

- Zaz! Que sorte que apareceu! Tirou a gente de uma baita encrenca! - diz Marine.

Zaz:

- Desculpem pelo susto que a defesa da Nova Autozan causou, mas o que traz vocês aqui, Marine...? A Lucy não veio aí com você?

Marine:

- Aí é que tá o problema, Zaz. A Lucy já está aqui em Autozan. Lantis a raptou para que ela não assumisse como núcleo de Zefir.

Zaz:

- O que?! Zefir voltou a precisar de núcleo? Mas se ela não assumir, Zefir vai ser destruída.

Marine:

- Só que não temos idéia para onde Lantis possa ter levado ela.

Zaz coloca a mão no queixo, pensa um pouco e afirma:

- Talvez eu saiba onde ele está. Sigam o GTO.

- Está bem. - diz Kurama.

 

Enquanto isso, em Zefir, a situação continua tensa em frente ao castelo. Os hóspedes e os castelões fazem de tudo para impedir a invasão e não machucar ninguém do povo da aldeia.

Anne está sobrecarregada, com dúzias de aldeões presos às suas ventanias que os envolvem como uma corda forte.

- Está cada vez mais difícil segurar estas pessoas. - diz ela cansada.

A melhor proteção no momento está sendo a barreira de criaturas criadas por Askot, mas Suzako interfere, atirando bolas de energia elétrica, derrubando bandos de criaturas de uma só vez, pois ao tocar em um monstro a energia se espalha para a criatura seguinte que nela estiver tendo contato físico.

Suzako levanta a mão para o alto, a fim de captar mais energia, quando alguém acerta algo em sua mão, a qual ele abaixa e vê uma pena cravada na sua palma.

Logo o responsável pelo ataque surge à sua frente. É Leiga, que diz:

- Pensava que todo mundo ia te deixar à vontade?

Suzako, retirando a pena da mão, diz:

- Vai me deixar, quando eu acabar com você!

Suzako, apesar da mão ferida, traz mais um raio do céu para sua palma, fazendo com que a bola de energia envolva sua mão, como uma luva e avança contra Leiga.

O Rei Karla usa suas argolas e consegue prender a mão do inimigo na interseção entre elas e pergunta:

- Você não é da aldeia, não é verdade? De onde veio? O que quer?

Suzako:

- Basta saber que não sou da aldeia. O que quero é apenas destruir vocês todos.

Leiga:

- Acho que você sozinho não é tão bom para isso.

Suzako:

- Eu também acho. Mas isto não é problema. - responde ele ironicamente sabendo que o oponente desconhece seu poder mais intrigante.

Todavia ele não usa este poder, apenas faz com que a esfera elétrica desprenda-se de sua mão e sem força de impulso ela cai no pé de Leiga, mas é o suficiente pra eletrocuta-lo.

Leiga porém não cai e não perde mais tempo, invocando logo seu Somma:

- Naumak Sanmandah Bodanan Makhakarla Sowaka!- e ataca - Tempestade de pena Karla!

A magia em forma de pássaro atinge Suzako em cheio, cobrindo-lhe da energia brilhante.

Após o golpe Suzako olha seu oponente com outros olhos, com mais respeito, criado pela dor que sentira.

Seu corpo e roupas tem várias penas presas, e pensa:

- Terrível engano pensar que só Yusuke era poderoso entre eles. Melhor não levar esta luta adiante e fazer algo mais importante.

Leiga em posição de combate, com as argolas, fica esperando a reação de Suzako, o que o inimigo fará a seguir.

Porém Suzako vira as costa e sai correndo em direção ao meio do povo, fugindo.

Leiga fica surpreso com a ação e tenta segui-lo sobrevoando com suas asas do Shakiti.

Suzako porém chega a beira da ilha voadora olha pra arvores em baixo, para o veiculo de madeira em que trouxeram a nave, para as criaturas que puxaram o veiculo e salta aproveitando a magia do ar que amortece a queda, e num pulo muito bem direcionado o demônio cai sentado no dorso de uma das criaturas de carga.

O animal começa a mexer-se assustado, porém Suzako coloca as mãos em sua cabeça e como por mágica o animal pára de se exaltar e seus olhos se tornam brilhantes.

Os aldeões que estavam cuidando do veiculo tentam impedir.

- Ei desce do animal! - diz um aldeão.

Suzako não liga e ordena:

- Vamos!

A criatura obedece e arrebenta as amarras que a prendem no veiculo.

Leiga chega por cima com intenção de agarrar Suzako e leva-lo, contudo o animal com cara de foca vira a cabeça para o Rei Karla e da boca lhe dispara uma onda de choque até bem maior que a do próprio Suzako, desta vez levando Leiga a cair derrotado.

Suzako vê aquilo feliz e parte com a criatura entrando floresta adentro deixando os aldeões boquiabertos e comentam.

- Você viu? A criatura tornou-se perigosa!

- Deve ser a instabilidade de Zefir!

A outra criatura do veículo sem exaltar-se olha tudo aquilo sem entender.

Nos corredores do gigantesco castelo de cristal, Abner caminha calmamente, afinal encontrou o que procurava. Ele baixa o olhar para sua trabalhada armadura dourada e pensa:

- De volta a minha terra natal, lembrando de tudo o que aconteceu comigo... quem eu fui... agora entendo muitas coisas que até hoje eu não entendia.

Ele lembra-se de ter atacado pessoas nas ruas para roubar, quando adolescente e lembra muitas vezes ter até esfaqueado algumas vítimas.

- Não entendia que, quando larguei as ruas para tentar ser um Cavaleiro, não tive problemas em conseguir vestir as minhas armaduras. Desde que lá cheguei, ouvi dizer que alguém essencialmente mau não podia vestir a armadura dourada. Mas a armadura de ouro de Câncer não hesitou em se juntar a mim... eu achava que a estava enganando tolamente... hoje sei... a armadura dourada sabia pelo meu subconsciente o meu passado, sabia que eu não nasci mau, talvez para me dar uma oportunidade de mudar... eu a agradeço o poder e a hierarquia que ela me permitiu alcançar, mas duvido que eu consiga ser como ela deseja.

Ele olha sua armadura com admiração.

 

Em Nova Autozan, Hawk está em pé no corredor daquele imenso lugar. Sua mente, porém vagueia por antigas lembranças.

- Você me deixou tão sozinha, Águia! Nada mais foi como antes, nada mais se tornou interessante na minha vida e até hoje não compreendo porque você me deixou, para ir para esta invasão a Zefir...! Por que você? O que eu fiz?

A mulher começa a permitir que lágrimas escorram pelos seus olhos.

Junto dali, Hiei a olha com olhar frio e comenta entediado e aborrecido:

- Tem muita gente chorando neste lugar. E isso é muito chato! Já está enchendo!

Hawk, com um lenço limpa suas lágrimas, sem dar atenção ao insensível comentário, quando, repentinamente, ela parece surpreender-se com alguma coisa por alguns segundos. Olha para o vazio e logo volta-se para o demônio e fala:

- É melhor voltar a sala.

Hiei a olha de soslaio.

- Você irá para a Terra. Gaea é um planeta bem próximo à Terra, dizem até que se pode ver a Terra de lá. O comunicador no meu ouvido me trouxe informações de que uma nave invadiu o espaço aéreo daqui. – afirma a comandante.Hiei já entende e volta para a sala.

Hawk porém vai andando pelo corredor na direção oposta.

 

Nos escurecidos corredores do castelo de cristal, pela ausência do sol lá fora, Primera e Mokona passam aflitos por ali, ela voando com suas pequenas asas e Mokona aos pulos, quando, de repente, a fadinha dá um grito estridente de susto. É que ela havia visto Shiryu todo ensangüentado caído no corredor do castelo.

- Ele tá morto!! - grita, então.

Mokona sacode a cabeça, dizendo não e pula sobre a perna estirada do Cavaleiro:

- Pu pu pu pu!!

Shiryu volta a acordar lentamente e comenta:

- Ah... é você, bichinho? Vocês estão bem, não é?

Primera:

- Que bom que você está vivo, mas está muito ferido! Acho que posso te ajudar.

Shiryu:

- Pode?

Primera:

- Claro. - a Fadinha aproxima-se do tórax do Cavaleiro. Gesticulando, faz com que estrelinhas desprendam-se do seu corpo e tocando a ferida do amigo, faz com que a pele e carne se recomponham. Não, porém, a quebrada armadura do Dragão.

Shiryu sente-se bem melhor. Seu sangue some do chão e de suas roupas e sem problema algum ele levanta-se.

Shiryu:

- Muito obrigado. A mágica que você tem é incrível!

Mokona com pavor:

- PUUUUUUUUUUUUU!!

Criaturinha observa que, voltando por ali está Máscara da Morte, fazendo com que Shiryu fique logo em alerta.

O Cavaleiro Dourado vem andando com calma, sem parecer notar os outros ali.

Shiryu:

- O que você fez lá dentro?!

Máscara da Morte resolve parar e responde:

- Nada que seja de seu interesse.

Shiryu:

- Venha! Vamos lutar!!

Máscara da Morte:

- Eu já disse, Shiryu. Meu interesse era te vencer e já fiz isso. A fada ter te curado não vai lhe dar vantagens. Por isso se quiser que eu te mate tudo bem, você será o primeiro que mato em Zefir.

Shiryu fica surpreso:

- Primeiro?! O que você foi fazer, então?

Primera:

- Como sabe que eu podia curá-lo?

Porém ele parece não estar interessado em responder e volta a caminhar.

Shiryu:

- Responda, Máscara da Morte!

Máscara da Morte volta-se só para falar:

- Me chamo Abner; não Máscara da Morte.

Primera e Mokona ficam chocados com a notícia.

A Fadinha até perde seu equilíbrio e cai sobre a cabeça fofa do amiguinho.

O Cavaleiro de Dragão logicamente não entende a surpresa dos dois.

Máscara da Morte volta a caminhar, afastando-se do local.

 

Na lua de Zefir, a nave consertada do grupo continua seguindo o robô gigante. Voam agora baixo pela cidade.

Quase toda metálica, o que não deixa de chamar a atenção dos tripulantes.

Agora, com cada um num espaço das escotilhas, sem brigas, observam ao redor.

Seguindo o robô e a nave está o grande número de robôs da defesa, servindo agora como ajuda para Zaz.

Pelo visor de comunicação da nave, a imagem de Zaz pergunta:

- Queria saber uma coisa: vocês viram quem ajudou Lantis? Provavelmente ele não fez isso tudo só.

Kurama:

- Infelizmente não sabemos.

Zaz:

- Tudo bem. Olhem à sua direita, lá embaixo.

A imagem do monitor agora revela uma grande estrutura circular que se assemelha a um estádio coberto.

- Este é o Estádio Lakatack. Acredito que se Lantis veio para Autozan, deve estar por aqui.

Marine:

- Este é o Estádio de torneio de robôs onde Lantis conheceu Águia?

Zaz:

- Exatamente.

De repente em meio a chuviscos a imagem do garoto some da telinha, surpreendendo a todos.

- Olha lá! - diz Marine apontando a pequena janela onde pode-se ver o GTO perdendo altitude e fumaçando no braço.

- Cuidado! Eu fui atingido! Os robôs da defesa estão sob o comando de outra pessoa! - alerta Zaz, fazendo com que sua imagem retorne ao monitor dos amigos.

Kurama faz o máximo para mover a nave o mais rápido possível, porém os ataques já estão intensos contra a nave e pedaços dela são arrancados aos disparos dos robôs. A nave treme de forma a desequilibrar todos os tripulantes.

Aproveitando a chance Yusuke pende seu corpo para cair nos braços de Marine, mas ela esquiva-se permitindo que ele se bata com o rosto no piso de metal.

Marine reclama:

- Truque velho esse!

Kurama alerta:

- Agora a nave quebrou mesmo vou ter que pousar!

Zaz fica preocupado com a nave e, com a imensa bazuca do GTO efetua disparos contra as máquinas que o atacam. Pensa:

- Como alguém tomou os controles de mim sobre os robôs? Só se for um superior.

Os robôs voltam a atirar, mas GTO consegue pela habilidade do piloto desviar-se de todos os disparos.

Aproveitando uma bobeada na posição dos robôs, ele prepara para destruir um grupo de três juntos.

- Se fizer isso sua pena será maior. - diz uma voz num comunicador do ouvido dele.

Ele vira seu robô gigante e vê a distância um robô ainda maior que o dele, extremamente aparamentado, assim como o GTO tem o formato humano, porém sendo bem mais alto e esguio, o visor que fica no lugar dos olhos é de um vidro tão transparente que vê-se claramente o piloto ali dentro. Nas mãos do robô sobre os nós dos dedos há um pequenino orifício onde algo bem fino sairia, e sobre toda a armadura metálica há círculos pequenos riscados a baixo relevo no metal.

- C... Comandante Hawk!! - exclama o assustado Zaz - Foi você que ajudou Lantis?!

Hawk:

- Sim, fui eu. E como sua superior, ordeno que me ajude a capturar os visitantes de Zefir.

Zaz espantado e indignado:

- Mas comandante...! Eles têm que falar com Lucy! Ela é núcleo de Zefir e se Zefir não tiver o núcleo, vai ...

Hawk interrompendo:

- Sei disso tudo, Zaz! Por mim, tanto faz! Você sabe que assim como o Mundo Celestial, a Lua de Zefir, ou lua do Mundo Celestial, não vive às custas do núcleo! Me obedeça, Zaz! Eu te dei uma ordem!

Zaz hesita por um instante, mas fala:

- Tenho muitos amigos em Zefir e por isso eu não vou lhe obedecer. Não quero que a terra deles seja destruída, mesmo que pra Lantis isso não importe.

Dentro do seu robô, Hawk olha austera e diz:

- Já que estamos aqui, eu lhe dou oportunidade de resolver isso num duelo no Estádio.

Zaz:

- No Estádio?! Meu GTO contra o BTO?! - hesita, mas fala - Tá. Eu aceito.

 

A imagem de Fênix está ampla e imponente diante da imagem acuada e defensiva do cavalo alado, nos cosmos dos Cavaleiros.

Ikki coloca Seiya num estado deplorável, com o corpo chamuscado e ferido; o Cavaleiro nem levanta a cabeça do chão. Porém, em vez de poupar ataques a um moribundo, ele, de dez em dez segundos desfere um chute na lateral do corpo do caído.

- Isto é a única coisa que preenche minha alma. Violência! Mais nada me inspira tanto! – diz Fenix.Os olhos de Seiya apenas expressam sua dor naquela momento.

Ikki, com ar sanguinário:

- Por respeito a amizade que tivemos, vou acabar com você agora Seiya. Chutar seu pescoço e quebrá-lo de vez.

Fênix coloca sua perna para trás e pega impulso, chutando com toda força, mirando o pescoço de Pégaso. Todavia sua canela esbarra numa energia amarela. Que o queima.

É Kuwabara, de pé outra vez, com sua espada espiritual e afirma com veemência:

- Tá pensando que vou deixar você acabar com o meu amigo Seiya? Tá muito enganado!

- Kuwabara, não perca tempo lutando com ele. Deixe que eu faça isso! Mas eu preciso que me ajude agora!- fala Seiya.

- Ajudar como, então?!

- Me soca! - pede o Cavaleiro.

- Como é que é?! - não compreende Kazuma.

- Soca o meu ombro com toda sua força, para que eu volte ao normal.

- Aah, entendi!

Kazuma aproxima-se de Seiya, que esforça-se para levantar-se de novo, e arma um soco.

- Cuidado que eu posso atingir você e vai doer muito. Por essa minha grande força.

- Vai logo! - apressa Seiya, para que o outro pare de gabar-se.

Kazuma avança e direciona seu punho para o ombro do novo amigo; porém o golpe além de errar e passar do lado, Kuwabara acaba indo parar longe, pois Fênix havia lhe lançado um jato de cosmo nas costas, empurrando-o

Kuwabara fica de cabeça para baixo, encostado nas paredes arenosas das laterais do buraco, completamente tonto.

Seiya olha Ikki com uma expressão de reprovação e raiva, dizendo:

- Você está louco! Completamente!

Ikki:

- Eu já falei, Seiya; após a traição da pessoa que eu mais gostei na minha vida, o que me resta de interessante neste mundo é mostrar que eu sou o mais forte ser que já existiu.

- Meteoro de Pégaso! - sem mais falar ataca Seiya.

Ikki, porém, avança na sua direção, aparando cada golpe sem problemas e fala:

- Com um só braço seus ataques são com muito menos golpes. Você está inutilizado pra mim. E como está sua defesa?

Mal termina de falar, o Cavaleiro de Fênix ataca o outro com inúmeros golpes manuais, os quais, no início Pegaso até defende alguns, mas os restantes lhe atingem diretamente, fazendo com que os ataques finais de Ikki terminem com um forte chute que derruba Seiya novamente, e prepara sua mão com os dedos retos e firmes semelhantes a lâminas e anuncia:

- Está na hora de me livrar de você!

- Tomara que seu irmão nunca saiba o que está fazendo em Zefir, Ikki.

- Shun? - hesita Ikki por um instante.

- Será muito mais decepcionante para ele saber que você voltou a ser um louco egoísta do que foi pra mim. - acrescenta Pégaso.

Ikki preocupado:

- Não irá saber.

Seiya:

- Se você acredita nisso! Vamos! Acaba comigo de uma vez!

Ikki lembra-se do irmão e pensa:

- Shun?! Ele é a única coisa que me resta! Antes de conhecer Esmeralda, era a lembrança de meu irmão a única coisa que me dava forças na Ilha da Rainha da Morte.

- Ikki, - fala Seiya num tom suplicante - será que Shun não vale um momento de lucidez?

Ikki está ainda mais hesitante.

- O seu irmão tem a vida dele! E sua vida é somente sua! Se você quer destruir Seiya, então faça! - diz uma áspera voz feminina.

Seiya sente arrepios. Aquela voz é reconhecida. Ele procura com sua visão e vê perto de si aquela mulher de negro, novamente.

- V... você! - exclama Seiya!

A mulher sorri e desaparece e reaparece junto a Ikki e fala:

- Eu sei que você é forte! Então acabe com ele, vamos! - diz, puxando o braço de Ikki.

Fênix espanta-se, ao ver a tal figura feminina e comenta:

- É a Anne! É igual a Anne!

A mulher de negro, irritada:

- Isso não interessa! A única coisa que tem que fazer é matar Seiya! Só isso! Eu vou ter que mostrar como é que se faz?!

Ikki ainda está surpreso.

A mulher dá um salto e pára junto a Seiya, invoca suas espadas de energia e crava em ambos os braços de Pégaso, dizendo:

- Vem logo! Eu estou segurando, para que ele não reaja! Basta um golpe certeiro! Rápido!

Ikki continua hesitante, mas ao ver a chance, expressa um sorriso maligno e emana seu cosmo.

Neste ínterim Leiga voltava voando quando impressiona-se ao ver aquela mulher e olha para Anne, vendo a semelhança das duas.

Só então, quando vários ficam comparando as duas com o olhar, Anne localiza a sua sósia. A visão lhe choca de tal forma que, sem querer, larga os aldeões que prendia, mas por sorte eles ainda estão meio zonzos.

Ikki pretende realmente matar Seiya com a ajuda da mulher, só que um grito lhes interrompe:

- Parem! Não o matem! - grita Anne nervosamente.

A mulher de negro, ao ouvir este apelo, retira suas espadas de Seiya e, com expressão aborrecida, desaparece e reaparece à frente de Anne, que leva um susto, mas timidamente fala:

- Quem é você?! Por que se parece tanto comigo?!

A mulher sorri:

- Porque eu sou você, Anne.

Anne:

- O que?! Como?!

Mulher de negro:

- Eu só existo para satisfazer seu desejo. Então por que você me atrapalhou matar o Seiya?

Anne impressionada:

- Mas eu não quero isso!

- Mentira! - berra com veemência a mulher - Você quer vê-lo apodrecer na terra, repleto de vermes, assim como fez com Ferio!

Depois da nova revelação, todos olham surpresos para Seiya, que apenas fecha os olhos, por vergonha.

A mulher segura o rosto de Anne e fala:

- Não minta pra si mesma, Anne! É isto que seu coração deseja! Anne, você jamais vai perdoa-lo pela crueldade que fez!

Anne começa a lacrimejar.

A mulher, com ar de aborrecimento, afasta-se e desaparece.

Ikki:

- Já sei quem é Ferio, agora.

Um dos aldeões mais afoito, instiga os demais:

- Vamos, aproveitem a chance e invadam o castelo!

Aquele imenso número de aldeões finalmente começa a entrar no local.

Anne, frustrada, para Askot e Caldina:

- Me desculpem.

O bando de homens armados invadem num só bloco o corredor principal do castelo. Seus passos produzem um som que se espalha pelo ambiente. Não sabem bem o que fazer, talvez destruir o que encontrarem.

Vindo em direção a eles surge seu chefe temporário na direção da saída do castelo, mas eles vão passando por ele a fim de cumprir a sua ordem de vandalismo.

Máscara da Morte levanta a mão, chamando a atenção de todos eles e fala:

- Por enquanto, o ataque acabou.

Nenhum dos homens o questiona e param, retornando para junto ao seu chefe. Abner faz um gesto para que o sigam e todos aqueles aldeões saem castelo afora, junto com Máscara da Morte.

Shurato agora se recompondo do ataque o havia nocauteado, estranha a visão do retorno de todos eles.

Ikki com sorriso irônico, fala para o ex-amigo:

- Seiya, acho que por enquanto não preciso acabar com você. Com esta revelação acho que seus novos amigos o farão por mim.

Seiya:

- Agora, eu quero que você acabe comigo! - diz Pégaso, obviamente num impulso, pois acabara de meter-se numa situação no mínimo constrangedora.

Ikki apenas afasta-se, deixando Seiya lá.

 

Um pouco de tempo se passa e logo todos já estão dentro do imenso estádio coberto.

Marine, Yusuke, Hyoga e Xarigan entram passando num tipo de corredor que parece levar a uma arquibancada. Todos já vestem suas roupas originais.

Yusuke:

- Assistir uma luta de robô lá dentro, vai ser beleza! Pena que não tem pipoca! - não resiste em comentar Uramesh.- Pelo menos trocamos aquelas roupas idiotas!

Marine:

- Como você pode falar tanta bobagem em um momento como este?! - irrita-se a Guerreira.

Yusuke:

- Vai te catar!! Matraca!!

Xarigan perde a paciência:

- Um de vocês podia ter ficado para ajudar Kurama a consertar a nave lá fora!

Marine:

- E porque você não ficou?!

Hyoga:

- Este lugar está muito silencioso, provavelmente ela está realizando este torneio às escondidas.

Xarigan apenas acompanha e entra na frente de todos na arquibancada e sendo assim é o primeiro a arregalar os olhos, pois o menos impressionante é a imensidão do lugar, o que o choca na verdade é ver o estádio simplesmente lotado do povo de Autozan.

Hyoga:

- Não acredito!

Eles percebem que o local reservado para eles ali é mínimo, como uma fatia de regime de uma pizza entre aquelas dezenas de milhares de pessoas que provavelmente estão torcendo para sua oponente.

Ao ver a entrada do grupo os torcedores de Hawk que estavam mudos, vaiam em conjunto num som muito alto e com certeza muito irritante principalmente para Urameshi e Marine. Xarigan e Hyoga se portam com mais calma.

Zaz já está com seu robô dentro da imensa arena e Hawk idem.

Neste instante, para surpresa de todos, surge mais um robô, saindo por uma imensa porta automática na parede da arena.

Coloca-se ao lado de Hawk.

Ele é um robô também humanóide, porém mais baixo e atarracado que o GTO, com pés grandes e chatos e pernas largas. O peitoral metálico tem algo semelhante a um retângulo horizontal, cujo vê-se que no interior brilha energia.

Zaz:

- É o ZTO!

Dentro do robô que chegara naquele estádio, está um garoto mais novo que Hawk e diz:

- Estou aqui, comandante Hawk e prometo usar todos os recursos de minha máquina para me tornar o mais digno subordinado de alguém tão inteligente e talentosa como a senhorita.

Hawk:

- Agradeço, meu caro subordinado Owl.

Yusuke e Hyoga logo levantam-se na arquibancada, ao ver a chegada do outro robô.

Yusuke:

- Ei!! Dois contra o moleque! Ele não sou eu pra ser tão bom assim!

Marine também observa aquilo com desaprovação e diz aos amigos:

- Nós temos mais um participante. Eu!

Logo ela levanta sua espada e grita:

- CERES!

Logo o corpo dela parece suspender-se no ar e sumir, dando lugar ao seu grande gênio azulado, cujos pés rompem um pedaço da arquibancada junto aos amigos, mas rapidamente pula dali, caindo de pé, junto ao robô de Zaz.

Zaz a olha com admiração:

- Ahn, o gênio de Zefir!

Marine desafiando:

- Estamos iguais agora!

Hawk pensa por um instante e avisa:

- Então, vou lhes dizer as regras, que são bem simples. Primeira: jamais cruze a faixa ao redor da arena; este é o limite, caso toquem nela, vão levar uma carga de raios paralisantes, inutilizando seu robô. Segunda: não dispare contra a arquibancada. Terceira: Vença, se for capaz... vocês estão prontos?

Marine:

- A qualquer hora!

Zaz:

- Isso mesmo!

Hawk da cabine confirma com um meneio de cabeça e ativa seu robô, que acende todas as lâmpadas e diz em tom calmo:

- BTO. Ação!

Porém quem acaba por iniciar é Owl, que adianta seu robô à frente e diz:

- Deixa comigo, comandante Hawk, vou vence-los sem que você nem tenha que arranhar o BTO.

Então o ZTO estende os braços e de suas mãos, nas palmas onde há um orifício, ele dispara um raio em formato da letra U, que pode alcançar os dois ao mesmo tempo com sua largura.

Ceres e GTO aparam o ataque, que, contudo, não cessa o lançamento. O robô e o gênio vão sendo arrastados em direção à faixa limite do Estádio.

- Droga! Assim vão perder logo de cara! - berra Urameshi.

Xarigan irritado:

- Por que temos que nos submeter a essa perda de tempo?!

Enquanto são arrastados, Zaz consegue fazer com que seu robô mire e atire com a grande bazuca, contra o ZTO, que tem seu ataque interrompido.

Marine aproveita e ataca:

- DRAGÃO MARINHOOOOOO, vai!!

O poder em forma de dragão vai contra o ZTO, que recebe o poder tão tolamente, que vai ao chão e ainda é arrastado, chegando a parar com a cabeça do robô a poucos centímetros da faixa limite.

Hawk olha aquilo com frustração, mas mantém a calma:

- Está certo. Sou eu, agora.

Do moderno robô da comandante abrem-se orifícios por toda parte da armadura e de cada um deles sai um míssil, e vão para todas as direções ao seu redor.

Todos se apavoram com a cena. Principalmente os espectadores, com medo que os misseis os atinjam.

Hawk:

- Não temam, povo de Autozan! Eu não sou tola!

Alguns espectadores da arquibancada vêem alguns daqueles pequenos mísseis chegarem a quase um metro de seus rostos, deixando-os abarrotados de medo, mas os mísseis dão meia volta e todos agora parecem tomar dois rumos: atingir Ceres e GTO.

Não há escapatória e, de fato, ambos são atingidos por aquela chuva de explosivos.

Enquanto isso, numa sala contínua, Lucy, Lantis e Hiei num canto os observando.

Lucy:

- Lantis, onde foi Hawk?

Lantis:

- Ela se despediu, Lucy. Nós vamos partir agora para Gaea.

Lucy fica receosa:

- Mas...

Lantis aproxima-se do painel de controle:

- Não posso mais esperar, Lucy.

Hiei instiga:

- Vamos logo! - diz, sentado sobre um painel distante.

Enquanto isso Zaz está nervoso com o que houve com seu robô, porém lembra-se da situação de Marine e olha para ela, vendo o gênio parecendo bastante ferido e caído ao chão.

- Ei Marine! Levanta, garota! Que moleza é essa?! Só o gênio foi atingido! - grita Yusuke.

Xarigan:

- Você não sabe nada de Zefir. Se o gênio é ferido a Guerreira Mágica sente a mesma dor que ele.

Yusuke estupefato:

- Que?! Que tá dizendo?!

Hyoga preocupado:

- Ela está correndo risco de vida real!

Na arena Zaz, para vingar-se da amiga, começa a disparar com sua bazuca sem parar, vários tiros, porém Hawk defende-se com seu robô, disparando mísseis que explodem ao chocarem-se com o raio do GTO.

Nesse ínterim, ZTO retorna a ação e ataca com seu raio largo contra o GTO, que é atingido na cabeça e, desta vez, não consegue evitar de ser arremessado contra a linha limite e uma energia envolve toda a máquina.

Zaz mexe desesperadamente nos controles e reclama:

- Nada responde! E agora??

O público que torcia para Hawk exalta-se.

Marine mesmo ferida levanta-se para o combate:

- Não se preocupe, Zaz. Eu vou vencer.

Zaz:

- Desista, Marine! Você vai morrer! - avisa.

Marine:

- Não vou não!

ZTO nem a espera e atira seu raio largo, mas Ceres consegue voar, evitando o ataque.

Owl:

- Voa também, né?

O rapaz decola com seu robô em direção ao de Marine, mas ela invoca a espada do Gênio.

Surpreso, Owl afasta-se, porém volta a atirar seu raio, que a espada do gênio detém parcialmente, mas não o suficiente para evitar que Ceres fosse jogado contra o teto, arrebentando várias lâmpadas e caindo de cara no chão.

Owl:

- Gostou, Comandante? - orgulha-se o rapaz.

Yusuke:

- Peraí!! Dois contra ela! Não vou ficar aqui parado que nem vocês aí, não! - reclama Urameshi se referindo a Hyoga e Xarigan, e corre, pulando e saltando o muro da arquibancada, caindo de pé na arena, ainda correndo e passando sem problemas pela linha limite.

Hawk:

- O que esse rapaz pretende fazer? - indaga-se a mulher.

Owl:

- Comandante, deixa que eu vou dar uma lição nele.

Yusuke olha para Ceres caído e berra:

- Como é, Marine? Vai cair só com uns misseiszinhos desses?

Marine caída:

- Não vem encher meus ouvidos não, seu pivete!!

Ceres começa a levantar-se.

Yusuke:

- Isso, como eu mandei!

Marine:

- Cala a boca!!

Owl, para todos ouvirem:

- Ei! É proibido invadir a arena, sabia?

Yusuke:

- Pois eu não ouvi isso nas regras! - rebate.

Owl:

- E daí, né? Sem robô você não pode fazer nada...! O que?! - berra assustado, quando vê aquela bola de energia azul do Rei Gun atingir o peito do seu robô, rachando-o

Owl irrita-se e avança contra o garoto, fazendo com que ZTO pise em Yusuke com toda força.

Owl:

- Esmagando insetos!!

A sola do pé do robô toca o chão sem nenhum empecilho, apesar do corpo do detetive sobrenatural ali embaixo.

Hyoga e Xarigan ficam chocados:

- Yusuke!!

Marine vê a cena abismada:

- Y...Yusuke!! O que você fez?!

Owl também surpreso levanta o pé e não vê Yusuke e nem marcas de sangue no chão.

- Acho que fugiu! - exclama o jovem.

Hawk:

- Vou derrotar a garota, para que eles se rendam logo.

E do BTO volta a ser disparado aquele imenso número de mísseis.

Agora Ceres irá receber todos aqueles mísseis sozinho.

Marine entra em desespero e revida:

- FARPAS DE GELOOO!!

Aquelas inúmeras peças de gelo conseguem atingir os mísseis disparados pelo moderno robô. Ainda após a destruição dos mísseis, continuam a serem lançadas, atingindo o BTO em cheio.

Contudo, o robô de Hawk sofre apenas arranhões.

Hawk faz com que seu robô aponte para Ceres e da mão dispare um tipo de raio bem fino, que, ao alcançar o gênio, enrola-se nele, tornando-se algo tipo uma linha.

BTO puxa essa linha, puxando Ceres para baixo contra o chão.

ZTO ainda está no ar e Owl grita:

- Deixa! Eu vou joga-la na faixa limite!

O jovem, com entusiasmo, prepara-se para teclar o painel e lançar o raio largo novamente, levanta suas mãos como um pianista, estala os dedos espremendo uns contra os outros, quando desce as mãos para teclar, um punho cerrado surge, rasgando e saindo do painel como se esse fosse de isopor, acertando Owl no rosto diretamente e fazendo-o cair para trás.

Como se saísse de dentro de um embrulho, Yusuke sai pelo painel, deixando boa parte dele em curto.

- Entrei aqui como um bicho de pé! - fala Urameshi.

Owl:

- Como?! Incrível!!

Yusuke:

- Logo que você tentou me esmagar, notei que o metal deste treco é vagabundo. Abri um buraco na sola do pé dele com um soco e vim subindo. Agora fala: como dirijo este negócio aqui?

Owl:

- Não tem como! Você destruiu o painel.

Yusuke:

- Eu só estraguei o painel, não arrebentei nenhum fio! - pega ele pela gola - Agora me explica ou arrebento você!

Hawk não compreende porque o robô do subordinado parou no ar:

- Owl, o que houve?

Yusuke no comunicador:

- Aí, perua!! Owl teve que ir ao banheiro e eu tive que substitui-lo, valeu? Só que eu tô do lado da gatinha ali e vou acabar com você!

Marine:

- Yusuke?! Mas que louco! - diz surpresa, porém feliz.

Urameshi, no painel todo deformado, aperta botões e puxa as alavancas de forma avulsa.

O ZTO começa a mexer-se de forma desordenada, contudo logo começa a fazer gestos ofensivos e obscenos com as mãos para o BTO.

Yusuke:

- É... acho que tô pegando o jeito.

Marine irrita-se com o que vê.

- Mas que grosseiro!!

Hawk também perde a paciência, porém sua única reação é um austero olhar, e reage apenas com um ataque do BTO, que desmancha o fio que agarrava Ceres, pra agarrar o braço do outro robô, numa investida clara de pura raiva impensada.

Aproveitando a situação, Ceres, com sua espada, avança, porém é parada pelo raio da outra mão de BTO, que também torna-se uma linha, prendendo-a.

Hawk, com irritação, pouco aparente em suas feições, puxa o braço do ZTO, que acaba por ser arrancado e jogado longe, arrastado pelo chão, provocando um ensurdecedor som de metal arranhando e esbarrando num portão de entrada de pessoas dentro da arena, abrindo-o.

Xarigan vê, então, aquela passagem, interessado.

Hyoga:

- Também vê? É nossa chance para entrar.

Xarigan e Hyoga pulam o muro e entram na arena para correrem em direção à tal porta. Todavia Xarigan vira-se de repente para Hyoga e, com sua mão, dispara uma poderosa energia em seu rosto, levando-o a cair sem sentidos.

Xarigan:

- O núcleo de Zefir é meu!

O chefe da aldeia, após o ataque traiçoeiro, corre em volta da arena. Quase acaba esmagado pela perna que acaba de ser arrancada do ZTO, que é lançada ao chão, bem à frente dele, assustando-o, mas no segundo seguinte ele já voltara a correr, chegando enfim à porta e entrando, pulando por cima dos dedos do braço arrancado do robô, que ainda dá curtos elétricos.

Zaz fora de seu robô, corre para ajudar Hyoga.

Neste ínterim, Xarigan vê que o corredor onde entrara depois de andar bastante, leva a uma espécie de plataforma e lá vê uma nave ativada com as turbinas ligadas, pronta para partir. Ela tem o formato de dois foguetes com um cilindro preso ao meio.

Xarigan corre até a nave:

- O núcleo! Não levarão o núcleo!!

Ele retira sua espada e com um certeiro golpe, parte a porta de entrada da nave, e consegue invadi-la, encontrando outro corredor.

Lantis dentro da nave, surpreso, olha no painel uma luz de alerta piscando, e pensa:

- Com este rombo, a nave não vai ser pressurizada. Tenho que procurar o comando da porta substituta.

Xarigan ansioso, corre pelo corredor, dando com uma nova porta no fundo, quando sente dores. Olha para suas canelas e as vê sangrando, ficando estupefato.

Surge então Hiei à sua frente afirmando:

- Você não tem um olhar rápido!

Xarigan:

- Com que me feriu?

Hiei mostra-lhe o aparelho estranho em forma de tubo, que recebera de Lantis. E faz com que de uma de suas extremidades surja uma lâmina de luz.

Xarigan se surpreende, mas arma-se e diz:

- Gosta da arte da espada, então venha!

Xarigan não teme aquela arma tecnológica e ataca.

Porém a luta mantém-se equilibrada por pouco tempo, já que a cada toque das duas lâminas, Xarigan sente como se levasse um choque, o que o impede de lutar tranqüilo.

Logo o demônio aproveita-se da situação e lhe dá um talho no abdome.

Xarigan se afasta mas não desiste e tirando de suas vestes as suas esferas espinhentas, coloca-as ao redor de sua lâmina e avança novamente.

Contudo, ao medir forças a golpes de espadas com Hiei novamente, a energia liberada pela lâmina de luz do demônio, faz com que as esferas sejam repelidas quando a orbitam uma delas é repelida tão violentamente, que volta contra o rosto de Xarigan, prendendo-se em sua bochecha, o que faz com que ele se afaste novamente e arranque aquilo de sua face, com raiva.

Hiei:

- Como é inútil!- zomba ele.

Xarigan irrita-se e grita:

- Inútil?! Vou mostrar o que é a arte da espada!

O chefe da aldeia, desta vez ataca bem mais confiante e sua velocidade é bem maior, e logo consegue ferir Hiei no abdome, igualmente, como ele havia feito.

Agora Hiei afasta-se e vira sua espada na horizontal e surpreendendo o outro, do tubo que serve de cabo da espada, do outro lado também surge uma lâmina de luz. Agora o demônio está com duas lâminas num só cabo.

Na arena Zaz olha o computador do seu GTO, que ainda funciona e vê-se algo que o faz comentar:

- As centrais de recepção estão sendo avisadas de uma saída desta área do planeta, então...

O garoto então sai de seu inutilizado robô e corre até próximo de onde estão Yusuke e Marine.

- Ei pessoal! Esse torneio de Hawk é uma maneira de fazer vocês perderem tempo. Uma nave vai sair da Nova Autozan. Daqui a uns minutos a Lucy e Lantis devem estar lá. - O... o que?! - diz Marine já bem ferida.

Ceres, neste ínterim, tem o braço sendo puxado pela linha energética do BTO.

O ZTO, tendo somente uma perna, tenta interromper:

- Sua mulher doida! Se você arrancar o braço do gênio vai arrancar o da garota também!

Hawk fica surpresa:

- Que?! - e desfaz o raio.

Dentro da nave prestes a decolar, Lucy pergunta, desconfiada, a Lantis:

- Por que você desligou todos os monitores? O que está havendo lá fora?

Lantis:

- Nada.

Lucy:

- Eles estão aqui? É isso?

Ele nada responde. Apenas continua operando o computador.

Na grande Arena, Hawk, tendo sua estratégia descoberta, olha a saída da arena e estirando o braço do seu robô, faz um disparo de alguns mísseis contra o braço do ZTO ainda caído ali, esfacelando-o e dessa maneira tornando-o um entulho que tampa a passagem.

Marine fica preocupada:

- Preciso falar com Lucy! Ceres, me ajuda!

Ceres responde:

- Sempre, minha Guerreira Mágica.

ZTO ataca com o raio largo o BTO, que não tem problemas em bloqueá-la com seu escudo invisível e reage com mais alguns mísseis.

Yusuke, vendo aquilo, puxa Owl pela camisa, dizendo:

- Bora cair fora, agora!

Owl choroso:

- Ah, comandante! Meu adorado ZTO!

Yusuke:

- Vê se o seguro tá vencido depois! Agora pula!!

Urameshi e o jovem saltam do imenso robô, que é de uma considerável altura.

Owl apavorado:

- Vamos cair no chão!

Yusuke irônico, mas temeroso:

- De lá a gente não passa!

Owl:

- Drogaaaaa!

Porém os dois sentem cair em algo semelhante a uma cama elástica e logo se dão conta de estar sobre um emaranhado de vegetais criados por Kurama, que os observa de baixo.

Yusuke feliz:

- Valeu, Kurama! Compensou os seus vacilos.

Kurama considera isso um elogio, pois sabe como é Urameshi. E fala:

- Desculpem, tentei, mas desta vez não deu para consertar a nave.

Yusuke:

- Hein?! ...Tamos presos aqui então?!

Enquanto isso, Ceres avança na direção do BTO.

Hawk não se preocupa nem um pouco.

O Gênio aponta sua espada para a frente.

Sem dificuldade o BTO desvia, porém Marine continua a correr e crava a espada na parede da entrada da arena, e, com um forte movimento, rompe outro buraco na parede, revelando assim uma passagem.

Hawk vira seu robô e atira seus mísseis, os quais atravessam Ceres como um fantasma, pois ele está desaparecendo, deixando com que Marine caia levemente de joelhos em frente a nova passagem por ela aberta.

A Guerreira Mágica olha com seus olhos azuis aquela passagem por tempo suficiente para tomar fôlego e corre pra dentro dela.

Yusuke e Kurama vinham bem atrás, porém o BTO pousa à frente dos dois, parando-os.

Marine durante sua corrida, tem um imenso susto.

Vê Xarigan muito ferido, porém de pé e Hiei caído bastante ferido também, mas parecendo inconsciente.

Um brilho acaba de extinguir-se da mão do chefe da aldeia, que olha a recém chegada muito austero.

- Xarigan, vou procurar a Lucy. – ela avisa e volta a caminhar.Xarigan, porém, coloca sua espada na sua frente e diz:

- Eu encontrarei o núcleo antes! Se quiser passar antes eu serei obrigado a derruba-la.

Marine ansiosa:

- Xarigan, não há tempo pra isso!!

Xarigan continua irredutível e põe-se à frente da garota em posição de luta.

Marine não tem opção, senão fazer o mesmo, porém ela se espanta com algo e tenta alertar:

- Ah, Xarigan, cuidado!!

Xarigan tenta virar-se mas antes vê uma ponta de lâmina luminosa saindo pelo seu peito.

É Hiei que levanta-se e ataca-o de surpresa pelas costas.

Os olhos do chefe da aldeia esbugalham-se e, sua boca baba sangue, arriando o corpo para a frente, logo a seguir.

- HUMPF! Até que essa arma corta muito melhor que uma espada comum!- retira a lâmina do corpo do outro e continua- pena que não suja de sangue.

Marine fica pasma com a cena brutal, mas mesmo assim tenta retornar o seu destino.

Contudo o demônio coloca-se à sua frente e fala:

- Quer provar também? Basta tentar passar.

Marine:

- Por que?! O que você ganha com isso tudo?

Hiei sorri sarcástico:

- Diversão.

Marine se irrita bastante com isso e invoca sua espada e ataca sem hesitar. Ambos começam a medir forças.

- Você matou Xarigan!- grita ela.

Hiei:

- É uma pena! Ele poderia ter durado mais tempo.

Marine:

- Não acredito que Yusuke e Kurama sejam seus amigos.

Hiei:

- Negócios à parte. Nunca ouviu esta frase?

Os dois começam a duelar.

Suas espadas se chocam algumas vezes, a velocidade de Hiei começa a prejudicar a Guerreira Mágica, que defende o ataque dele pela frente e ele parece ressurgir pelas costas, fazendo com que ela tenha que se movimentar muito mais rápido que de costume.

Hiei, apesar de não atingi-la, começa a se divertir com a situação. Ele tenta ser mais rápido ainda e a moça de cabelos azuis tenta a todo custo acompanhar seu oponente com seus olhos cor do mar.

Porém, finalmente, ele consegue surpreende-la, pondo a ponta da espada na testa da garota e fala:

- Você não vai passar, garota. Simplesmente porque eu não estou com a mínima vontade de ficar em Zefir para ajudar esta terra idiota! Não tenho nenhuma obrigação!

Marine irrita-se:

- É?! Eu tô pensando agora um monte de lugares pra onde eu gostaria que você fosse! - fala em tom ofensivo.

Hiei não gosta da resposta e corta o rosto da garota, que afasta-se, colocando a mão, surpresa.

Hiei:

- Acha que eu ia te poupar pela carinha bonita?! Você não me conhece!

Marine continua irritada e desta vez usa sua magia:

- FARPAS DE GELOOO!

Esse ataque inesperado realmente surpreende o demônio, que, com sua espada, barra vários espetos de gelo, girando-a como uma hélice, e seu corpo pequeno o ajuda a desviar-se e acaba por fim evitando todos os espetos, porem não evita que Marine, num avanço com sua espada lhe crave a ponta no rosto.

Desta vez ele afasta-se, sentindo seu rosto doer. A fúria começa a tomá-lo de forma incrível.

- Agora você vai morrer! Maldita!

Hiei retira as ataduras do seu braço e um terceiro olho aparece em sua testa, enquanto um fogo de cor negra incendeia em seu braço tatuado.

A Guerreira Mágica assusta-se, mas põe-se a se preparar para o ataque, o qual acredita que será terrível.

- CHAMAS NEGRAS MORTAIS!! - grita Hiei, enquanto um dragão negro surge de seu braço.

Marine fica pasma. Tenta usar sua espada para proteger-se.

- Marine, minha Guerreira Mágica...! - diz uma voz na mente da garota. - Ceres!! - responde ela em pensamento.

- Você pode não sobreviver a esse ataque. Zefir precisa de você! - responde o gênio. - Mas o que eu faço?! - pensa ela.

Não tarda o dragão negro jogar-se contra o corpo adolescente da garota e logo nos primeiros segundos, ela vê que não vai conter essa magia.

Porém a garota sente-se fortalecida repentinamente e, usando sua espada, consegue conter a magia, partindo o dragão ao meio, apesar da energia que se espalha por ali.

Hiei fica abismado que ela esteja resistindo e, mais ainda, ao ver uma imagem transparente do gênio Ceres em forma de robô sobreposta e com a mesma posição da Guerreira Mágica, percebendo que ele a está ajudando.

Sentindo-se poderosa, a garota faz com que águas surjam ao seu redor como se ela fosse o centro de um chafariz, e estas águas levantam-se e acumulam-se em sua mão, tornando-se:

- DRAGÃO MARINHOOOO! VAAAI!

A magia aquática da Guerreira torna-se tão densa naquele estreito corredor, que não há direção para que Hiei escape e ele acaba sendo levado por aquela verdadeira inundação.

Na cabina da nave, Lucy está à porta trancada, querendo abri-la, quando vê que das suas frestas começa a vazar água e logo afasta-se dela.

A porta arrebenta-se e aquela água toda espalha-se pelo chão, trazendo Hiei como uma bóia sobre as ondas e derrubando-o inerte e encharcado no piso. Logo após isso entra a esgotada Marine.

Lucy:

- Marine!

Lantis fica irritado.

Na arena, o Rei Gun de Yusuke é diluído na sola do pé do grande BTO, que tenta pisá-lo, mas ele foge, sabendo que com isto não dá para repetir o truque do ZTO.

Hawk:

- Faltam segundos pra nave partir!! Eu ganhei!! Eu nunca os deixarei passar!!

Porém o Cavaleiro de Cisne atira seu poder congelante contra o pé do robô, tentando colá-lo no chão, mas sem dificuldade o BTO ergue a perna, libertando-se.

Kurama:

- Parece que não existe nada mais forte que este robô.

Zaz:

- Existe! E está chegando agora! Que sorte!

Repentinamente, na entrada de robôs da arena surge um outro grande robô. Extremamente estilizado, com várias formas em relevo no exterior da armadura, com uma altura intermediária entre o ZTO e o GTO.

A torcida fica empolgada.

Zaz fica mais ainda:

- É o ATO!! É o meu amigo GEL!!- berra Zaz.

Hawk fica estupefata com aquela presença:

- Mas... você tinha ido à antiga Autozan! Ia demorar meses!

Gel:

- É... eu disse. Mas o meu amigo Zaz descobriu o plano de Lantis, quando eu estava a caminho e resolvi voltar.

Com uma risada de contentamento, Zaz faz sinal de positivo com o polegar, dizendo:

- Isso aí, marechal Gel! Devia ter confiado que o senhor chegaria a tempo!

Gel:

- Senhor?! Ora, o que é isso, Zaz?! Me chame de você. Se fui condecorado o maior cargo militar de Autozan, isso não me subiu à cabeça!

Hawk:

- Você não devia se intrometer nisso! É uma vingança pessoal minha!

Gel:

- Você se esquece que Águia também era meu amigo? Você não podia guardar tanto rancor dele.

Hawk, deixando uma outra lágrima fugir:

- Ele me deixou sem razão e morreu.

Gel baixa a cabeça e fecha os olhos por um instante, dizendo:

- Hawk, Águia me pediu que nunca lhe contasse, mas não vejo outra maneira: Águia ia morrer de qualquer jeito. Ele estava doente e tinha o tempo de vida contado.

Ela fica impressionada.

Gel:

- É isso mesmo. E ele preferiu morrer como um guerreiro, do que um moribundo, principalmente para que você não o lembrasse definhando com uma doença.

Hawk sente-se comovida e murmura:

- Águia...!

Gel:

- Você abusou de sua autoridade na nova Autozan, Sabia que as leis estavam a sua mercê na minha ausência e fez isso tudo. Hawk, devo puni-la, mesmo sendo tão importante para meu amigo. Você perderá seu cargo, seu robô e será exilada.

No interior da nave à partir, a Guerreira Mágica de Ceres, bastante cansada e machucada com o que houve até ali, fala para a amiga raptada:

- Lucy, nós só viemos não pra buscar você, mas pra saber se você já decidiu; vai ficar com Lantis ou vai voltar para Zefir? Amiga, quero que você escolha com todo coração.

Porém Lucy não presta muita atenção no que ela diz; apenas olha assustada o estado em que a amiga se encontra.

- Marine!! Te atacaram!! Foi Hawk? - vira-se para Lantis surpresa e ele não demonstra expressão alguma - Lantis, não posso acreditar que você tentou matar meus amigos!

Ele nada responde.

O coração de Lucy sente uma grande mágoa, que parece embaralhar sua alma e sua idéia da dignidade do seu amado. Ela se entristece bastante pela situação e toma uma difícil decisão, a qual fala, com a franja cobrindo-lhe os olhos:

- Lantis, eu vou voltar para Zefir. Não posso aceitar que você tenha tentado destruir os meus amigos. Você sabe o quanto são importantes pra mim. Por causa disso, eu, por mais que seja doloroso, vou voltar para Zefir e assumir como núcleo.

O homenzarrão apenas arregala os olhos.

Marine:

- Lucy, você tem certeza?

Lucy triste:

- Tenho. Vamos Marine. - e dá a mão para a amiga, dirigindo-se à saída.

Lantis:

- Marine!

A Guerreira olha para ele.

- Não vai leva-la sem uma luta! - exclama ele, que pega sua espada e avança contra ela tão repentinamente e rápido, que a garota craque em esgrima tira sua espada e não vê outra alternativa, se não defender-se, investindo contra Lantis.

As duas lâminas vão com grande velocidade uma contra a outra, porém ambas são paradas pelas frágeis mãos de Lucy, que as segura, sem se importar em ver suas palmas sendo feridas e sangrarem, gotejando no piso cinzento.

Lucy:

- Parem! Por favor não me façam ver isso! Eu peço!! Eu imploro!!

Ninguém fala nada. Ficam praticamente paralisadas, sem saber o que fazer.

Neste momento, novas passadas são ouvidas e um homem entra. Trata-se de Hyoga.

Marine:

- Hyoga!?

O Cavaleiro aproxima-se dos três e fala:

- Lucy, sei a situação difícil que está passando e que para você é quase impossível tomar uma decisão. Eu compreendo, por isso quis vir para cá, para lhe dar apenas uma escolha.

Lantis irritado:

- O que quer dizer?

Hyoga:

- Prepare-se, Lantis!

As palavras de Cisne foram suficientes e o castelão posiciona-se numa parte livre da sala, preparando-se, enquanto o Cavaleiro chega até ali também.

Porém ao contrário do que de costume o cavaleiro não demonstra seu cosmo, apenas aguarda o oponente.

Interrompendo a atenção de todos ali, chegam no local Yusuke e Kurama.

Subitamente, todos sentem a aeronave sacudir e começar a tremer.

Yusuke:

- O que tá havendo:

Lantis:

- Agora é tarde. Eu já consegui. Estamos nos dirigindo para Gaea! A nave decolou!

Todos ficam surpresos.

A nave deixa o estádio esportivo e imerge no céu da Nova Autozan.

Lucy olha seu amado com surpresa e pensa:

- Ele nem parece a mesma pessoa.

Hyoga adverte:

- Não interrompam! Sei como vou cuidar da situação.

Lantis se aborrece com a imponência de Hyoga, contudo sabe que ele planeja algo, apesar de não saber como o oponente luta, e para evitar que a idéia se cumpra, o castelão empunha sua espada firmemente e avança numa rápida corrida para golpear.

Cisne vê o adversário aproximar-se velozmente, e com a velocidade que lhe é característica, num décimo de segundo aflora seu gelado cosmo, estira seu braço na horizontal, socando o ar e lançando nele inúmeros flocos de neve e gelo.

- PÓ DE DIAMANTE!! - grita ele.

Lantis sente aquele ar gelado lhe banhar totalmente, mas não dá atenção; confiando em sua própria força, dirige o fio da espada contra o pescoço de Hyoga, e com ela tocando a pele da garganta do Cavaleiro, Lantis pára, não porque deseja e sim porque todos os movimentos de seu corpo param, petrificados por congelamento.

Ele encontra-se agora como uma estátua azulada e até seus cabelos parados na mesmo posição.

- L..Lantis...!! - exclama Lucy.

Hyoga:

- Lucy, há muito tempo atrás eu passei por uma situação não igual, mas que lembra esta que passamos aqui neste instante e infelizmente não há outra maneira de não deixar sua mente dividida. Zefir não pode tê-la como núcleo, se mantiver outros sentimentos dentro de si.

Lucy:

- Espera! O que você vai fazer?

Hyoga levanta o braço, emitindo das pontas dos dedos uma espécie de feixe luminoso, que envolve o corpo de Lantis, tornando a camada de gelo mais espessa ainda e logo ele está num imenso bloco gelado.

Hyoga:

- Lantis está congelado para sempre num bloco que nunca irá derreter.

Lucy fica incrivelmente abalada e vendo Lantis naquela situação, atira no bloco de gelo:

- RAIO DE FOGO!!

Porém o poder incendiário bate no bloco e ele continua intacto.

Dos olhos escarlates da garota começam a jorrar lágrimas:

- Não precisava fazer isso! Eu ia voltar!

Hyoga:

- Não havia alternativa. Você não conseguiria tira-lo do seu pensamento se continuasse vivo, já que mesmo morto ainda será difícil; eu sei o que é isso.

Lucy sente uma raiva muito grande crescer no interior de seu peito, que parece não conseguir respirar direito e, sem resistir aos seus impulsos, invoca sua espada contra Cisne.

Hyoga, contudo continua a falar:

- Numa ocasião, eu tive que enfrentar os Cavaleiros de Ouro nas doze casas do Santuário e acabei tendo que enfrentar o mestre do meu mestre. Eu hesitei no início, mas ele usou o seu poder para enviar o navio afundado onde está o corpo de minha mãe para o local mais profundo do oceano, onde eu não podia alcança-la, nas águas geladas. Primeiro imaginei isso como uma afronta, mas depois entendi que o mestre Kamus queria apenas que eu abandonasse sentimentos e lembranças, para que elas não fossem usadas contra mim mais tarde. Eu, por não conseguir o que ele me havia pedido, paguei caro, mas não importa como. Mas o mesmo faço eu com você agora e por isso peço que me perdoe algum dia.

Após isto, a garota acalma-se; todavia não resiste a ir chorar, abraçando sua amiga Marine.

Yusuke para o Cavaleiro:

- Cara, acho que você pegou pesado!

O outro, porém, apenas abaixa a cabeça, fecha os olhos.

Lucy chorosa diz:

- Mas o que adianta isso agora...ter feito isso com Lantis...? Estamos indo para Gaea e não podemos fazer nada!

Kurama porém está mexendo nos painéis e diz:

- Não iremos mais. Consegui mudar a rota para Zefir.

- Zefir?! Kurama!! Você sabe que eu não estou com vontade de perder tempo lá! - diz o nervoso Hiei, que, todo ainda umedecido, acorda reclamando.

Kurama:

- Pena, Hiei! Desta vez somos maioria e todos queremos voltar. Então paciência!

Hiei irado:

- Droga!! - e joga-se sobre uma beirada metálica da nave, uma espécie de mureta e senta-se nela, cruzando os braços, aborrecido.

Yusuke:

- Olha só, parece um garotinho chorão! Deixa de frescura, Hiei! Cê acha que eu tô gostando de ficar na roça?!

Após isso, o silêncio torna-se quase absoluto ali dentro. Apenas com o baixo som do motor da nave, mas uma voz corta aquele silêncio.

- Vamos! Mostrem-me quem é? - diz a cansada voz de Xarigan, que entra quase se arrastando ali.

Kurama:

- Xarigan! Eu pensei que tivesse morrido!

Xarigan:

- Para o azar de vocês, eu tenho um compromisso com Zefir, que vai muito além da morte. Digam-me, onde está o núcleo de Zefir?

Hyoga:

- Não venha com isso, agora Xarigan! Você está ferido demais! Precisa de ajuda.

Xarigan:

- Quem é o núcleo?? - insiste.

Lucy então se aproxima; dando um passo em direção a ele diz:

- Sou eu o núcleo.

Xarigan sem compreender:

- Mas... cadê a tiara, o símbolo do núcleo?

Lucy:

- Eu ainda não assumi!

Xarigan ouve isto como uma ducha em todas essas últimas horas que passara:

- O que?! Você não tem a tiara?! Então me fizeram vir até aqui à toa?! Seus malditos enroladores!!

A fúria do homem se extravasa a ponto de fazer com que ele sinta uma dor em sua cabeça, levando a mão à testa, perdendo os sentidos, logo caindo.

Os outros aproximam-se para ajuda-lo com exceção de Hiei, é lógico.

O veículo navega no espaço apontando sua dianteira para o planeta que deveria ser muito semelhante a Terra, todavia enxergam metade do globo azul e marrom, devido ao mar e terra do Mundo Celestial numa beleza estonteante e a outra metade do planeta coberta por uma densa camada de nuvens escuras que transformam todo o hemisfério em trevas, este sem dúvida é o lado de Zefir.

Da arena do estádio encoberto, Zaz e Gel, com Hawk algemada por algo como pulseiras de luz, comentam.

Gel:

- A visita foi tão rápida que não deu pra se despedirem.

Zaz decepcionado:

- E não deu nem pra falar com a Lucy.

Gel:

- Ora, Zaz, ela já tem dono, você sabe.

Zaz:

- Será que ela ainda vai ficar com Lantis depois disso?

Gel bate de leve na cabeça do amigo baixinho:

- Esquece ela Zaz; tem muitas garotinhas de Autozan que gostariam de namorar um sargento tão precoce como você.

Zaz:

- É o jeito... Mas ela é especial. Eu a trataria bem melhor do que o Lantis.

Gel diz simpático:

- Eu sei.

Hawk interrompe o diálogo.

- Por favor, se serei exilada, eu poderia escolher para onde?

Gel:

- Para onde seria?

Hawk:

- Gaea. Quero ir para lá, para a terra onde parte da minha família vive.

Gel:

- Está bem. Você irá para Gaea, mas aos cuidados de Zaibach.

Hawk:

- Mas quem é Zaibach? Não me lembro.

Gel:

- Na verdade não sei direito, mas eles são governantes em Gaea.

Owl está cabeça baixa ao lado da comandante presa que lhe é uma musa inspiradora e fala a Gel:

- Eu posso ser mandado para Gaea também?

Hawk discretamente mexe a cabeça pedindo ao Marechal que não.

Gel:

- Claro, irão para o mesmo lugar.

Owl sente-se feliz e Hawk decepcionada.

 

Na Terra, sob o sol que se põe lentamente, Sandhye olha pela sua janela, com seus olhos castanhos perdidos no céu e com os braços deitados sobre o parapeito da janela da sala, apoiando o seu queixo.

Ela põe-se a pensar na conversa que tivera à tarde com os pais de Marine.

A mãe da Guerreira de Ceres estava assustada e irritada com a menina e dizia:

- Mas que absurdo é esse?! Um lugar chamado Zefir? Guerreira Mágica?!

O pai ficou também bem aborrecido:

- Ela está fazendo hora conosco. Isto é um absurdo! Pensa que acreditamos em qualquer estória que nos contam e vamos dar dinheiro por isso. Vamos embora agora mesmo! Não vamos deixar que nos explorem!

A mocinha agora lembrando essas cenas, pensa:

- Boba que eu fui em contar essas coisas! Ai! E não pude mostrar a foto porque eu guardei tão bem pra ninguém achar que eu também não tô encontrando!

Neste momento ela vê um homem atravessando o quintal aproximando-se de sua residência e sai da janela para a porta, abrindo-a e dizendo:

- Pai!!

O homem de terno escuro, com olhar cansado aproxima-se da filha e passa a mão em seu cabelo.

- Como foi hoje, pai? - pergunta ela.

- Tudo na mesma, filha. - ele responde com um ar triste, fingindo um sorriso - Mas é assim mesmo. Para se vencer na vida é necessário sacrifício.

Vendo o seu pai se dirigindo para o quarto no interior da casa, Sandhye pensa:

- Eu acho que já sei o que vou fazer amanhã. É isso!

 

Em Zefir a descida da nave na ilha voadora do castelo acontece sem problemas com a pilotagem, mas a situação dos tripulantes causa um grande reboliço no local.

O primeiro choque ao desembarque dos tripulantes, o chefe dos aldeões sai carregado por não poder caminhar, visivelmente ferido, ajudado por Cisne.

Abner e o povo ficam surpresos:

- Vocês feriram ele! Seus malditos! - grita o Máscara da Morte.

Xarigan fala ao ser posto de pé:

- Os malditos me enganaram, meu povo! Eles estavam com a tiara do núcleo no castelo todo o tempo!

Um aldeão exaltado:

- Vamos entrar novamente e pegá-la para Xarigan!

Xarigan:

- Não!! Eu não estou com condições para invadir! - diz, aproximando-se de Máscara da Morte, que o auxilia. - Vamos embora daqui, por enquanto. - ordena Xarigan.

Abner, Xarigan e o povo começam a afastar-se do castelo, descendo com a magia do ar, lentamente como plumas, sobre as galhadas da floresta e sumindo na vegetação.

O segundo e maior choque ainda é quando Marine e a chorosa Lucy descem da nave.

- Lucy!! Você voltou!! - exclama Caldina - Mas então cadê o Lantis? Ficou lá em Autozan?

Elas acabam por não responder a essa pergunta. O bloco gelado quando aparece sendo empurrado por Yusuke, responde à questão.

- Será que aqui tem uma geladeira para isto? - zomba Yusuke num momento totalmente impróprio.

Todos os espectadores que agora tratam-se apenas dos castelões e visitantes, ficam abismados.

A fama de Hyoga já capengava com o ataque ao castelo e agora havia conseguido adquirir a antipatia de praticamente todos ali, assim como Seiya, quando revelaram que ele havia matado Ferio.

Os dois Cavaleiros e até Shiryu passam a ser claramente evitados por muitos dos castelões.

Não muito depois do desembarque, as Guerreiras Mágicas encontram-se numa sala há tanto tempo fechada do castelo, a qual fora aberta nesse dia para colocar Lantis na pedra de gelo, sobre um tipo de rocha, onde ali algo será escrito.

Estão num tipo de sala de armas, onde em volta delas pode-se observar equipamentos como espadas, escudos e arcos etc muito antigos. Alguns em bom estado de conservação, outros com quebraduras, provavelmente da época em que eram usadas.

Todos aqueles objetos parecem ser tão velhos que, possivelmente, muitos deles são anteriores a Guru Clef.

Apesar de tudo para olhar, Lucy, com uma tristeza imensurável, vê apenas o seu amado naquele bloco gelado.

Suas delicadas mãos tocam o gelo e nele deslizam, como se quisesse acariciar Lantis ali dentro. Seus olhos tremem com aquela visão que ainda a aterroriza, enquanto novas lágrimas neles são formadas.

Ao lado dela estão Anne e Marine, ambas também muito tristes por Lucy.

Anne identifica-se com a dor da amiga naquele instante e lhe abraça fortemente.

- Agora eu peço a você, Lucy! Seja forte! Sei que vai doer sempre, mas estaremos aqui para te ajudar a superar tudo. - diz Anne.

Lucy:

- Obrigada, Anne. Eu gosto muito de vocês duas.

Assistindo a estas cenas estão todos bem sérias, pois não deixa de ser um velório em circunstâncias diferentes.

Priscila, como sempre muito emotiva, também lacrimeja.

Rafaga apresenta-se com aborrecimento na face e comenta:

- Primeiro Ferio, agora Lantis. Caldina, eu vou lá para o quarto.

Caldina:

- Ah, tá bem.

Rafaga vai saindo da sala, quando vê no caminho os três Cavaleiros em grupo e não resiste à sua raiva, fazendo um comentário ofensivo:

- Você matou Ferio e você matou Lantis. Qual é o próximo? Shiryu matará Yusuke ou Askot?

Os Cavaleiros surpreendem-se, mas nada falam.

Rafaga:

- E ainda vêem ver as meninas chorando! Está divertido? – diz e logo sai da sala a passos apressados.Os três olham-se e continuam mudos.

Caldina vai passando também, quando Shiryu tenta falar com ela:

- Esperem. Precisamos falar com vocês.

Porém, quando o Cavaleiro toca seu ombro, ela esquiva-se e passa virando o rosto, e saindo a passos aborrecidos, seguindo seu marido.

Hyoga:

- Vamos deixar a sala. Estamos sobrando aqui.

Seiya:

- É... acho que sim.

E eles saem.

Nem todo mundo aceitou a situação de modo complacente.

Sem respeitar a dor de Lucy, Primera surge a frente de seu rosto e esbraveja chorando:

- Foi tudo culpa sua! Você levou Lantis a desgraça! Foi você! Nós vivíamos em paz antes de você aparecer! E agora...ele nem vive mais! tudo por sua culpa!

Lucy concorda triste:

- Eu sei.

Marine aborrecida:

- Dá um tempo, Primera!

Primera:

- Eu só estou falando a verdade! Ela e aquele coração de gelo lá fora, acabaram com o Lantis!

Leiga aproxima-se e envolve a fada com suas mãos, fazendo com que se tornem uma espécie de prisão para o tamanho pequeno de Primera.

- Calma minha fadinha. Não vá perturbar a garota. – diz ele.Primera:

- Me solta Leiga! Tenho muita coisa pra dizer pra essa ruivinha intrometida!

Leiga nega com a cabeça:

- Nada disso, vamos é passear um pouco pelo corredor.

Primera irada:

- Não! Me solta! Eu quero falar com ela! – diz a minúscula garota que segura e sacode os dedos do Rei Karla como se fossem barras de uma cela, enquanto ele vai caminhando para o corredor.Mokona tristemente pula no colo de Lucy, que o segura, mas desta vez nem sorri para ele.

Bem mais tarde.

O Cavaleiro de Pégaso, triste pela situação, decide ir para o quarto onde está hospedado. Chegando lá vê Askot saindo com sua roupa de cama em baixo do braço.

Seiya:

- Espera, você vai sair do seu quarto?

Askot, sem querer conversa, vai andando mas Pégaso o segura, dizendo:

- Não precisa. Eu vou sair. A visita sou eu.

Logo o decepcionado Seiya anda carregando seu travesseiro e o arco dourado pelo o corredor, o qual já está bem escuro, só tendo por iluminação temporária a luz dos relâmpagos, que refletem no céu. Ele chega até uma sala menor e olha para a janela arredondada e seus olhos localizam algo movendo-se lá embaixo, mas percebe ser Hiei, que se negou a ficar no castelo, porém não tem para onde ir em Zefir, acabando por ficar perambulando durante a noite.

Seiya sente uma dor aguda no ombro que agora está no lugar, colocado a força, mas logo passa. Logo deita-se no chão em frente a janela, observando as nuvens escuras.

Seiya fecha os olhos para dormir, até que o sono começa a lhe bater, quando ouve uns sons o seu lado. Abre os olhos e vê que Hyoga também está ali, com seu travesseiro, deitado no chão.

- Hyoga, estamos na mesma situação, não é amigo? - diz Pégaso, sem abrir os olhos.

Cisne responde:

- Ossos do ofício, Seiya. Tenho certeza de que no seu caso também foi inevitável.

- Como vão, amigos? Eu sabia que vocês estariam por aqui.

Seiya:

- Shiryu? Também te fizeram sair?

Shiryu agacha-se ao lado dos amigos:

- Não. Eu estava no quarto do Kuwabara. Resolvi vir procurar vocês aqui fora. Sabia que os ia achar.

Seiya:

- Estamos perdidos em Zefir e não temos mais amigo algum aqui.

Shiryu:

- Não devem pensar assim. Tenho certeza de que alguém aqui está, pelo menos, comparando os fatos.

- Ele tem razão, Cavaleiros. - diz a voz mansa do Guru Clef, que se aproxima dos três - Tenho certeza de que vocês não fizeram por maldade e o que Hyoga fez ainda pode ser desfeito, pois ainda sinto vida em Lantis.

Shiryu e Seiya impressionam-se.

Hyoga:

- Isso mesmo. Ele está congelado, mas poderei mantê-lo vivo ali por muitas horas. Minha intenção é que Lucy assuma como núcleo e depois eu o liberto.

Clef:

- É um método muito drástico, mas creio que funcionará, já que confio no senso de responsabilidade de Lucy.

Seiya:

- Guru Clef, já que está aqui, queria lhe perguntar sobre aquela mulher de negro que se parecia com a Anne. Quem ela é?

Clef:

- Assim como ela mesma disse, ela é mesmo a Anne. Vou ser mais claro: o rancor de Anne pela morte de Ferio criou aquele ser; ela é o lado obscuro da alma de Anne. Como Anne não é capaz de fazer coisas ruins, mesmo que seu coração deseje, a magia de Zefir criou essa outra Anne, à parte, para que ela realize as suas vontades malignas.

Shiryu:

- Mas como Seiya pode livrar-se dessa situação?

Clef:

- Somente com o perdão sincero de Anne. Não há outra forma.

Seiya:

- Eu já pedi.

Clef:

- Acho difícil que palavras bastem para um perdão verdadeiro.

Seiya cerra o punho:

- O que devo fazer então é ajudar Zefir a sair desta crise. É o melhor que posso fazer.

Shiryu:

- O melhor que podemos fazer.


Capítulo 17

Capítulo 15

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