Blood & Iron

Capítulo III: As muralhas vazias


Leon Scott Kennedy ainda não conseguia entender a situação em que se encontrava. Alí estava ele, correndo no meio da selva, seguido pelo Major Augustus Ringold, enquanto os dois tentavam atirar naquelas coisas que os seguiam.

Havia muitos deles. Com corpos humanos. Suas faces pútridas berrando frases ininteligíveis.

- Corra, Kennedy, corra!-gritou Ringold, mirando com seu rifle e atirando certeiramente na cabeça de um deles.

O agente louro já esteve em muitas encrencas antes, mas nada parecido com aquilo. Céus... ele estava no meio do mato fechado, um passo em falso e ele toparia de cara com uma árvore.

- Malditos desgraçados!-gritou Leon, girando ao torno de si mesmo e atirando novamente na direção de dois que saltavam na direção deles-De onde vêm tantos deles?

Voltando á sua corrida infernal, Leon e Ringold apressaram mais ainda o passo, até que de repente...

- Que droga é essa?-Perguntou Ringold, confuso.

Bem na frente deles, havia algum tipo de fortificação metálica. Alguns muros altos, e um portão fechado. No portão havia um símbolo, algum tipo de bandeira vermelha. As paredes de metal estavam muito sujas de sangue.

Leon ouviu uma voz feminina.

- Essa é, ou era, a fortaleza da Guerrilha Dolorat-disse a soldado Catherine Ferreti, surgindo ao lado do Coronel Hawkear por detrás de alguns arbustos-Era um grupo separatista que dominava a região, buscando libertá-la do governo, mas... a fortaleza parece...

- Abandonada-disse Hawkear-É estranho. Deveria haver uma porção de guerrilheiros por aqui mas não parece haver ninguém.

- Deve ser uma emboscada. Não devemos entrar-disse Ringold, com cautela-Coronel, o senhor deve ter visto aquelas coisas lá atrás... faz alguma idéia sobre o que DIABOS ERA AQUILO?

- Nenhuma idéia, major-respondeu secamente Hawkear-Parece que são algum tipo de parasita que controla corpos humanos. È a praga.

Catherine lentamente abriu o portão.

- Deve ser seguro lá dentro, se está abandonado.

Ela espiou do lado de dentro, e espantada com a visão... abriu totalmente o portão...

A visão que tiveram era bem cruenta. Havia corpos de guerrilheiros jogados por todos os lados, sangue e vísceras em todo o chão, as paredes manchadas com o sangue e terríveis marcas de mãos.

- Deve ser obra daqueles bastardos lá fora!-disse Leon, o último a entrar-Cara! Mas que diabos eles são?

- Espalhem-se e vejam se tudo está seguro-disse Hawkear, apontando as direções.

Embora Leon não fosse exatamente um militar, ele seguiu uma direção, com sua arma empunhada em mãos.

Seguindo por uma porta de metal semi-arrancada, Leon entrou em um corredor escuro. Havia um silencio total, exceto pelas gotas de água (ou sangue) que pingavam em algum lugar. Leon passou sua mão enluvada por um interruptor e então com um estralo, as luzes ligaram-se.

Leon começou a caminhar, seus pés pisando em um chão úmido e frio. Imaginando que com o silencio no recinto, não deveria haver nenhum inimigo, e então Leon colocou sua arma no coldre na perna.

O agente louro virou-se, procurando uma saída, quando de repente, encarou-se com mais uma daquelas coisas, os olhos de Leon grudados nos olhos leitosos do outro. A coisa sorriu, mostrando os dentes sujos de sangue, abrindo a boca e deixando sair um bafo de podridão:

- Não!-gritou Leon, jogando-se no chão...

A coisa vinha seguindo para Leon quando de repente, ele ouviu um tiro. Na testa do inimigo, havia uma marca vermelha. Sangue saiu, e um pouco dele pingou na jaqueta de Leon.

Mas quem diabos...

Leon virou-se para o outro lado, e das sombras surgiu uma mulher ruiva. Sensual. Lasciva. Encaixadas em seus braços estava um tipo de espadas gêmeas. Em suas mãos, duas armas estranhas, que Leon jamais vira igual. A ruiva estendeu o braço na direção dele.

- Pode me agradecer depois-disse ela, Leon notou os estranhos caninos que ela tinha.

- Obrigado... eu acho-ele levantou-se, passando suas mãos pela roupa-Qual é o seu nome? E o que você faz aqui?

- Pra que se preocupar com nomes-a ruiva passou sua mão pelo rosto de Leon. O agente sentiu-se desconfortável-Isso só vai durar uma noite...

- Leon Kennedy, agente federal do governo dos Estados Unidos-disse ele-Aos seus serviços. Então pelo menos pode me dizer o que você faz aqui?

- Negócios inacabados. Você pode me chamar de... Rayne.

- Humm... --Leon analisou Rayne dos pés á cabeça, “putz, ela é bem atraente” pensou ele-Rayne. Belo nome.

Rayne estava dando meia volta e seguindo o seu caminho quando Leon disse:

- Hey, aonde você vai?

- Eu tenho que seguir meu próprio caminho.

- Você não vai sobreviver com todas aquelas coisas lá fora...

- São os daemites.

- São o que?

- Daemites. São parasitas demoníacos que vivem dos corpos de seres humanos. Eles enrolam o seu corpo frágil na coluna vertebral do hospedeiro, e então o controlam como um fantoche, até finalmente explodirem a cabeça do hospedeiro e colocarem a sua própria no corpo.

- Como você pode saber disso?

- Eu já os enfrentei antes. Uns anos atrás. Eu achei que tinha selado o templo dos Daemites, mas... alguém reabriu o templo.

- Klaus Wulf.

- Como você pode saber disso?-Rayne repetiu a frase, sorrindo sensualmente.

- Meu objetivo. Pegar uma amostra dos daemites, e eliminar Klaus Wulf.

- Então eu acho que nossos objetivos são... quase os mesmos. Podemos trabalhar juntos, ou eu posso matar você e trabalhar sozinha.

Leon estendeu sua mão para Rayne. A ruiva retribuiu o gesto, sabendo que eles estariam juntos nessa missão. Era estranho... Rayne sempre tinha um sexto sentido para saber quando as pessoas estavam mentindo, mas esse homem que ela havia encontrando... ela sentia uma energia forte vindo dele. Talvez fosse apenas a sua força. Muito atraente, pensou Rayne.

- A fonte dos daemites fica numa fortaleza nas montanhas, não muito longe daqui-disse ela-O templo fica abaixo, nas cavernas. A Fortaleza foi erguida na Segunda Guerra por um alemão nazista maníaco chamado Jurgen Wulf...

- Wulf?

- Klaus Wulf se considera descendente de Jurgen Wulf. Jurgen tentou ressuscitar na Alemanha um antigo demônio, mas foi impedido por... bem... por alguém. Essa fortaleza aqui da Argentina estava abandonada desde a Segunda Guerra, mas Klaus a tomou de volta. Ele pagou os mercenários Dolorat para que aprisionassem habitantes da região para servirem de hospedeiros para os daemites...

- Mas esses “daemites” estão então ajudando Klaus?

- Eu acho que de alguma forma ele os controla. Eu só não entendo o que diabos Klaus deseja com os daemites...

- Solta-los pelo mundo, talvez-Leon fez um gesto com as mãos.

- Venha. Siga-me.

Rayne prosseguiu pelo corredor escuro, até uma porta.

Durante esse meio tempo, Leon ficou bem espantado e admirado com as duas espadas que a ruiva possuía. Eram bem afiadas, o suficiente para arrancar a cabeça de alguém. Ao mesmo tempo em que pensava nisso, Leon imaginava quantos anos Rayne teria, 25 ou 26...


Capítulo 4

Capítulo 2

Index

Hosted by www.Geocities.ws

1