Aratron

Capítulo 1: Grito dos Alucinados


17 de Janeiro de 2001 - Silent Hill

Um homem com cabelo branco caído e uma jaqueta vermelha caminhava em círculos, ele carregava duas pistolas na cintura e uma espada quase de sua altura nas costas, ao mesmo tempo em que falava com alguém pelo celular.

- Agora o negocio é serio mano, preciso da tua ajuda. - Insistia o homem de cabelos caídos.

- Eu sei, mais eu não posso chegar ai em dois dias.

- Mais você precisa, quanto mais melhor.

- Tudo bem, tudo bem... mais olha, eu vou estar ai em quatro dias, não posso chegar antes, façam o que puderem sem mim, eu chego ai em quatro dias contados.

- Beleza!

- Mais Dante... porque um lord planetário está atacando em uma cidade de fim de mundo como Silent Hill?

- Boa pergunta Vergil... mais o Constantine com certeza deve saber, quando você estiver aqui te explicamos tudo.

- Tudo bem, agora deixa eu ir, tenho trabalho a fazer, vou tentar chegar ai antes dos quatro dias, mais se eu não conseguir eu prometo que em quatro dias eu vou estar indo pra ai.

- Valeu... até mais.

 

Em uma lanchonete de beira de estrada, um homem aparentando não mais do que vinte anos, com cabelos escuros e curtos está sentado em uma mesa lendo um jornal fazendo marcações com uma caneta. Não mais do que cinco minutos depois um outro homem com cabelos um pouco menor que o primeiro e da mesma cor, e aparentando ter um pouco mais de idade do que o outro chega com uma bandeja contendo dois “Milk Shakes” e dois “X-Burgers”.

- Alguma coisa no jornal Sam?

- Acho que sim... olha isso aqui.

- Vamos ver... pessoas no hospital de Silent Hill tem alucinações... papapa... não sei o que...

- A Dean, para de faze gracinha, é sério, olha.

- Ta bom... um bando de doentes tendo alucinações.

- O que você acha que pode ser?

- Uma doença que deixa as pessoas alucinadas?

- Olha a ultima parte da reportagem.

- Tudo bem... as pessoas que apresentam os sintomas não contém nenhum tipo de vírus ou bactéria no corpo.

- E então... o que acha?

- Pode ser um colapso mental generalizado...

- Você tem idéia do que significa o que você acabou de dizer?

- Não, mais por que não seria?

- Olha, eu acho que é um.

- Bom... Silent Hill não fica a mais de 200km daqui mesmo... não custa nada dar uma olhada.

- Ei Dean!

- Que foi?

- O meu milk shake era de morango, não de chocolate.

- Atenção, esta manhã anunciamos um caso trágico, Sam Winchester assassina seu irmão Dean Winchester por causa de um milk shake!

- A cala boca vai!

- Ta bom, come ai logo, alguma coisa me diz que esse passeio em Silent Hill vai ser divertido.

 

3 dias antes...

Uma garota de dezessete anos olha pela janela de sua casa, agora morava sozinha já que seu pai estava morto. Ela sabia que era seu pai adotivo, mais ele criou ela, mesmo sete anos antes dela nascer... aquele passado atormentava ela. Perdida em seus pensamentos nem notou quando um homem de sobretudo com um cigarro na mão entrou na casa.

- Heather Mason? - perguntou o homem.

- Quem é você? - a garota se assustou com a forma como o estranho se apresentou, e virou bruscamente mirando uma pistola para ele.

- Ei... acalme-se ... só quero conversar.

- Qual é seu nome?

- Me chamo John Constantine.

- O que quer de mim?

- Fazer um convite...

- Que tipo de convite?

- Bom... poderia abaixar a arma?

- Não até ter certeza de suas intenções.

- Tudo bem, compreendo que depois do que passou há alguns meses deve estar um pouco nervosa.

- Do que está falando?

- De você ter matado o seu pai.

- O que? Eu não o matei!

- Alessa era a metade da sua alma não era? Foi Alessa quem matou seu pai, então...

- Isso não faz nem sentido, eu não tenho mais nada daquela guria, Alessa está morta!

- Mais isso não muda o fato de que você nasceu a partir da alma dela.

- Cheryl nasceu da alma de Alessa, eu não!

- Mais você é Cheryl, uma Cheryl nascida de novo.

- E o que isso tem a ver com a morte de meu pai?

- Se eu me lembro bem... se você não tivesse sido achada por ele na beira daquela estrada ele ainda estaria vivo não é?

- Como assim?

- Se há vinte e quatro anos atrás Harry Mason não tivesse achado Cheryl na beira da estrada, ele não teria passado pelo que passou a dezessete anos atrás, e ainda estaria vivo.

A garota que já aparentava estar nervosa, desta vez despencou em lágrimas, deixando seu corpo cair em uma poltrona, ainda segurava a arma, mais já não apontava mais para John. - Tem razão... é tudo culpa minha... como sabe de tudo isso?

- Tenho meus informantes... Mais como eu disse, vim te fazer um convite, não te julgar...

- Diga...

- Você tem vontade de se vingar do culpado de tudo isso?

- Alessa já está morta, do que você ta falando?

- O culpado de tudo isso é um espírito chamado Samael, o lord desse espírito está em Silent Hill... e precisamos de gente experiente para nos ajudar.

- Quer que eu volte para Silent Hill?

- Não queremos que lute contra Samael ou algum outro espírito, só preciso que nos ajude a procurar por sobreviventes, pistas, ou qualquer outra coisa.

- Você disse “queremos”? Você e mais quem?

- Eu e mais dois amigos que vamos para a cidade... e então, está disposta a por um fim no causador disso tudo?

-... Eu não sei...

- Escute, não moro muito longe daqui, estarei em minha casa por cinco dias, se quiser ir apareça neste endereço até as duas da tarde do dia dezenove. - Disse entregando um papel a Heather.

- Tudo bem... vou pensar.

- Precisamos de gente experiente Heather... e você é a melhor que temos.

O homem saiu da casa da garota, assim que atravessou a porta para sair já estava acendendo outro cigarro, mais alguns passos e foi surpreendido por uma figura familiar.

- Ainda fumando John?

- Raziel?

- Eu mesmo...

- O que faz aqui? Eu te mandei para o inferno!

- Eu voltei John, mais não estou aqui para lutar ou qualquer outra coisa.

- Então porque veio me atormentar?

- Você sabe muito bem por que.

- Já sabe do ataque de Phaleg não é verdade?

- Sim, já sei, e quero ajudar.

- Ajudar? Você quase matou toda uma cidade para absorver as almas deles há três anos atrás, porque você quer ajudar agora?

- Sou um guerreiro John, estou sempre atrás de mais poder, e absorver as almas de um dos mandados de Phaleg me serviria muito.

- E depois vai absorver todas as almas do mundo?

- Escute John, sei que desconfia de mim, mais eu quero ajudar, vou lutar contra Phaleg, estando do seu lado ou não.

- Pois então tudo bem, mais saiba que estou de olho em você.

- Digo o mesmo Constantine.

- Agora se me permite, tenho mais uma pessoa para convencer a ir para Silent Hill.

- Até Silent Hill.

- Até!

 

18 de Janeiro - Entrada de Silent Hill

Um jipe chega a toda velocidade na cidade, dentro dele estão três pessoas, um homem com cabelo caído e loiro, uma garota com o cabelo amarrado e ruivo, no banco de trás á uma de no máximo quinze anos com cabelos parecidos com o do homem que dirige o carro.

- Silent Hill? Nunca ouvi falar desse lugar Leon. - disse a mulher de cabelos ruivos.

- Eu disse que você ia ficar impressionada.

- Por que a gente veio pra cá mesmo? - Foi a vez da garota no banco de trás reclamar.

- Pra gente se diverti um pouco Shery, você não gosta de interior?

- Gosto, mais acho que vocês só vieram pra cá pra fugi do Chris.

- Bom... - Leon tentou arranjar uma desculpa convincente, mais não conseguiu e decidiu ficar quieto.

- Viu, viu! Não tem nem o que dizer! - disse a garota em tom de provocação.

- Há há há, não sei por que vocês brigam tanto. - riu a garota que ia do lado de Leon.

- Ta vendo o problema que você arranjo pra gente Claire, porque tinha que traze ela junto?

- Não é culpa minha se o Leon tem problemas.

- Ta bom gente, parem vocês dois, vamos conviver como pessoas civilizadas pode ser?

- Só se o Leon não ficar de macaquice!

- Eu de macaquice? Olha quem fala, sou bem eu que fico de macaquice não é mesmo? Eu que fico berrando no chuveiro, eu que fico subindo em arvores...

Enquanto Shery e Leon discutiam, Claire abaixou sua cabeça sobre o painel do carro, enquanto ria por dentro, ela sabia que os dois nunca se entenderiam.

 

No hospital de Silent Hill, dois homens chegavam para falar com a atendente, um aparentando não mais do que vinte anos, com cabelos escuros e curtos, o segundo homem com cabelos um pouco menor que o primeiro e da mesma cor, e aparentando ter um pouco mais de idade do que o outro.

- Bom dia, em que posso ajudá-los? - perguntou a atendente.

- Somos da Universidade de medicina em Nova Jersey, e viemos para a cidade fazer uma pesquisa de campo sobre a tal doença que tem dado alucinações nas pessoas. - respondeu o segundo homem.

- A sim, pois não, vou chamar o médico responsável e vocês poderão perguntar o que precisarem para ele.

- Obrigado. - Respondeu o primeiro, quando a mulher se distanciou ele retomou a palavra. - Universidade de Nova Jersey? Não tinha nada melhor não Dean?

- O que você quer? Eu invento um disfarce pra cada lugar que eu vou, não consigo fazer bem feito sempre.

- Ta bom... disfarça, a mulher ta voltando.

- Desculpem a demora. - começou a atendente. - Este é o Dr. Alex, ele está responsável pelos pacientes com alucinações, como vocês são da Universidade podem perguntar o que quiser, mais ele tem que voltar para o setor em vinte minutos, então procurem ser breves.

- Obrigado. - Agradeceu Dean enquanto admirava o belo corpo da atendente se distanciando, depois Sam lhe deu uma leve cotovelada e ele se voltou para o médico. - Bom... é mesmo... então Dr. Alex, podemos começar as perguntas?

- Sim, claro, venham até meu consultório. - Os dois seguiram o médico até o consultório, chegando lá eles se sentaram, Sam abriu um caderno e foi o primeiro a perguntar.

- Então doutor... há quanto tempo vem acontecendo esses casos?

- A mais ou menos três semanas. - Respondeu o médico.

- Alguma coisa estranha aconteceu na cidade antes dos casos começarem? - Foi a vez de Dean perguntar.

- Não, esses casos nos pegaram completamente desprevenidos.

- E existe alguma relação entre as vítimas? - Sam voltou a tomar a palavra.

- Que eu saiba não.

- Tem certeza? - Reforçou Dean.

- Bom... a única coisa em comum é que eles ficam falando sobre uma luz, todos eles sem exceções falam sobre essa tal luz, um deles chegou até a levantar da cama e mostrar a enfermeira como a luz era.

- E podemos falar com essa enfermeira? - novamente foi Sam quem perguntou.

- Sim, claro, venham comigo. - O médico se levantou, foi até a porta e olhou para os dois convidados que já estavam de pé, ele os guiou pelo hospital até um elevador que os levou até um terceiro andar onde entraram no quarto “302” onde uma enfermeira estava sentada ao lado de um paciente contando uma história. - Ali está ela. Enfermeira Halle Russel.

- Olá doutor, vejo que trouxe alguns visitantes, são parentes do Billy? - Disse a enfermeira olhando para o paciente.

- Não, não, somos de uma universidade, estamos fazendo uma pesquisa de campo. - Disse Dean em um tom defensivo.

- Bom, vou deixá-los trabalhar, tenham um bom dia. - Falou o médico que logo em seguida deixou a sala.

- Então, o que precisam saber? - perguntou a enfermeira. Logo em seguida Dean colocou a mão no ombro dela e a levou para o lado do paciente enquanto Sam checava alguns arquivos em um gaveteiro perto da entrada.

- Então enfermeira Russel, precisamos falar sobre o Billy. - Começou Dean.

- Tem algum problema com ele?

- Não, só estamos curiosos, sobre a luz que os pacientes falam, o médico disse que o garotão ai te mostrou como funcionava. - Dean disse olhando para o paciente que aparentava passar dos sessenta anos.

- Sim, foi há três dias atrás, eu fui buscar a comida dele e quando voltei ele estava de pé olhando pela janela, eu deixei a comida na cama e fui até ele perguntar o que houve e ele me disse para olhar para o farol, ele começou a dizer algo sobre uma luz que veio do farol... - ela parou de falar.

- E depois o que houve?

- Ele começou a ter as alucinações que todos eles tem, falando de monstros, bestas aladas, e outras coisas. - Ela ficou com uma face triste, diferente da que estava quando os dois chegaram a sala, Dean colocou a mão sobre o ombro dela como forma de consolo. Alguns minutos depois Sam e Dean estavam entrando no carro que haviam estacionado a menos de meio quarteirão dali.

- E então o que ela disse? - Perguntou Sam já dentro do carro.

- Fora às luzes que a gente já sabia, os alucinados falam sobre monstros. - Respondeu Dean já dando a partida no carro. - O paciente também disse a ela que a luz vinha do farol.

- Então demos sorte, nosso hotel fica próximo ao farol, apesar de ser meio óbvio, luz... farol...

- Não tenho idéia... nem sei se isso é exatamente uma sorte.

- Não me diga que está com medo de ilusões.

- Não... ah... olha, esquece ta bom... e você, encontrou alguma coisa nos arquivos?

- Nada de muito útil a não ser uma coisa.

- E o que seria?

- Nosso bom e velho Billy tem apenas dezessete anos. - Dean que já estava saindo da vaga de estacionamento, parou e olhou fixamente para seu irmão.

- Está dizendo que aquele senhor tem dezessete anos?

- Acho que ele prefere ser chamado de “cara”.

- Ta bom, isso ta ficando estranho.

- E quando começa a ficar estranho, só comprova nossa teoria de que existem forças para-normais atuando nesse lugar.

- E você imagina o que possa ser? - Finalmente Dean começou a guiar o carro pelas ruas.

- Uma luz... alucinações... monstros... nunca lidamos com isso antes... quer dizer... monstros, criaturas, já mais... alucinações eu nunca ouvi falar.

- Ta com o diário do pai?

- To com ele sim, quando chegarmos no hotel você vai até o farol e eu procuro no diário.

- Por que você vai ficar no hotel enquanto eu vou para o farol?

- Porque você estuda tão bem quanto minha primeira cadelinha que se chamava “Dadá”.

- Muito engraçado você Sam, então vamos fazer diferente dessa vez, eu fico com a parte fácil e você com a parte difícil! O que acha?

- Ta dizendo que eu sempre fico com a parte fácil?

- Sim, você sempre fica com a parte mais fácil.

- Ah é assim? Então ta bom, eu vou pro farol e você fica no hotel com o diário.

- Fechado.

- Fechado!

 

A noite já havia caído, o porto estava vazio, a luz do farol era tudo o que se via a quilômetros de distância, no topo do farol, um homem com cabelo branco caído e uma jaqueta vermelha estava sentado no topo olhando o que a lanterna do farol iluminava, era o melhor lugar para se estar naquela cidade, uma calma brisa pairou sobre seu rosto, tudo o que tinha a fazer era admirar a lua e pensar, pensar em tudo, ou em nada, as vezes ele apenas fechava os olhos sem pensar em nada. Ele estava ali desde antes de o por do sol, e ficaria ali sentado na mesma posição por muito mais tempo se a porta que dava acesso as escadas do farol não tivesse sido aberta.

- Desculpe, o senhor trabalha aqui? Eu só estava admirando a paisagem, só isso. - Disse Dante tentando se defender perante o homem que havia chegado ali.

- Ahnnn... sim, eu trabalho aqui, eu só vim checar, mais não tem problemas de você ficar aqui mais eu posso fazer algumas perguntas antes de ir? -perguntou Sam aceitando o disfarce que Dante havia lhe imposto inconsciente do ato.

- Bom, pode perguntar. - respondeu Dante desconfiado da forma que o homem respondeu a sua pergunta.

- Você... vem aqui sempre?

- Sim, mais eu não mexo em nada, só venho aqui pra ver a paisagem.

- Tudo bem, e... você tem visto alguma luz por aqui? - Sam disse tentando manter a calma.

- Cara... nós estamos em um farol, isso daqui é uma lâmpada. - Dante ficava cada vez mais desconfiado.

- Sim... óbvio... os pacientes do hospital dizem que viram uma luz no farol antes de começarem a ter alucinações e delírios.

- Eu não sei nada quanto a isso, só venho aqui à noite.

- Tudo bem, eu... só estava de passagem, eu vo da uma olhada ali na cabine e depois vou te deixar em paz.

- Valeu. - Dito isso Dante voltou a se sentar aonde estava e Sam entrou dentro da cabine do farol para checar os documentos.

 

Dentro do hotel havia um pequeno playground para crianças com alguns bancos, naquela hora só haviam três pessoas no lugar, inicialmente apenas um homem lendo um livro com capa grossa, logo depois um casal chegou no local, e mal foi percebido pelo homem que já estava lá.

- Leon...

- Sim...

- A noite ta linda...

- Ta sim... principalmente porque a gente ta sem o Chris e porque a Shery ta dormindo.

- Há há... seu bobo... não é por isso. Olha pra lua.

- Faz tempo que não vejo a lua tão bonita assim.

- A três anos atrás.. a lua também tava assim.

- Claire!

- Que foi?

- Lembra? A gente prometeu que ia esquece aquele dia em Racoon.

- E verdade... é, você tam razão... mais não consigo apaga aquilo, foi tão...

- Shhh... silêncio, você ta atrapalhando o silêncio, tem gente lendo sabia? - Leon disse apontando com os olhos para o homem que estava sentado em um banco lendo um livro. Claire apenas sorriu e acomodou sua cabeça no tórax de Leon.

 

Dentro da cabine do farol, Sam estava ajoelhado para conseguir examinar as gavetas mais baixas, tudo estava calmo e silencioso até ele começar a ouvir um de metais se chocando, rapidamente ele e pode ver pelo vidro, o homem que antes estava sentado observando a paisagem, agora trocava hábeis golpes de espada com um outro homem que havia chegado, mais este ultimo tinha a pela quase toda clara, e suas roupas eram brancas, com um detalhe bastante perceptível, ele tinha asas. Sem muito o que pensar, o irmão mais novo de Dean foi até um armarinho e pegou um sinalizador que havia ali, o guardou em sua cintura enquanto sacava uma pistola semi automática que carregava. Pela velocidade com que os golpes eram trocados Sam já sabia que nenhum dos dois eram humanos, mais precisava ficar do lado de alguém porque não conseguiria derrotar o vencedor daquela luta sozinho, ele correu para fora da cabine e começou a atirar no homem de branco que aparentemente ficou irritado com os disparos, e se distraiu, e isso lhe custou um corte no rosto por um golpe aplicado por Dante, além dos furos que as balas lhe provocavam em todo o corpo. A ajuda de Sam fez com que a luta ficasse mais favorável ao homem de jaqueta vermelha que conseguiu ferir o inimigo com dois cortes no peito, um na região no abdômen e outro no rosto. Vendo que os tiros do novo inimigo atrapalhavam a sua luta, o homem alado mudou de estratégia, e em vez de atacar Dante frontalmente, ele ergueu vôo tomando certa distância dos dois, o que deu tempo para Sam recarregar sua pistola, a partir daí o inimigo de Dante começou a atacar os dois com rasantes que eles conseguiam desviar por pouco, uma certa hora uma das asas do inimigo acertou o estomago de Sam e quase o jogou do alto do farol, mais Dante foi mais rápido e o segurou antes, o caçula da família Winchester ficou sentado sem conseguir se levantar graças ao golpe no estomago, mais seu aliado ainda sofria em desviar das investidas do homem voador. Aquilo continuou por algum tempo até que Sam conseguiu se levantar, ao mesmo tempo que o inimigo alado parou de dar investidas e ficou pairando no ar a alguns metros de Dante, e começou a reunir algum tipo de energia em sua mão, era um brilho branco e muito forte, Sam guardou sua pistola e sacou o sinalizador, na hora em que o homem com asas ia lançar seu golpe, um disparo veio do sinalizador e desviou o braço do inimigo fazendo o raio de energia ser mandado para bem longe, ao mesmo tempo que a mão usada para reunir o golpe pegava fogo, aproveitando o momento de distração, Dante pulou na direção do inimigo com a espada em punhos e aplicou um golpe que arrancou a cabeça do inimigo, o corpo do mesmo começou a cair, mais antes de se deslocar mais do que dois metros, seu corpo se desfez em várias penas brilhantes que seguiram com a brisa por um tempo, mais logo se desfizeram. Nesse meio tempo, o assassino do “homem-águia” ainda no ar, guardou sua espada, sacou duas pistolas e começou a atirar contra o mar, de modo que ele podia pairar no ar enquanto atirava, como se as balas lhe empurrassem para cima, e com esse impulso ele virou um mortal para trás voltando para o topo do farol, ele guardou as pistolas e olhou para Sam.

- O pessoal que trabalha aqui carrega pistolas pro caso de aparecerem espíritos? - Perguntou Dante de forma sarcástica, mais ao mesmo tempo séria.

- Não normalmente, mais você também não estava aqui só olhando a paisagem.

- Realmente não, mais me surpreendi com você, mesmo vendo aquele homem voando por ai, manteve a calma.

- Estou acostumado com o sobrenatural, e sei que você não é bem humano não estou certo?

- Isso é uma longa história, mais eu estou mais interessado na sua, como assim está acostumado com o sobrenatural?

- Eu luto contra coisas desse tipo a minha vida intera, já me acostumei em vê a maior variedade de aberrações possível.

- Você age sozinho?

- Não, é eu e meu irmão, antes tinha meu pai também, mais ele morreu.

- Entendo... bom, se vocês já lutaram contra coisas assim poderão ser úteis para o que vem adiante.

- E o que seria?

- Acho melhor te explicar no caminho.

- Caminho para onde?

- Você disse que tem um irmão não foi? Ele está aqui na cidade?

- Sim.

- Então vamos até ele, preciso falar sobre isso com vocês dois.

 

No pequeno parque do hotel, o homem com o livro em mãos finalmente se cansa e resolve se levantar, só então percebe que está acompanhado de um casal no banco oposto ao seu. Assim que se levanta o casal olha para ele.

- Ah... olha, me desculpem eu... não vi que. - Dean tentava improvisar uma desculpa ainda sem entender como ele não os percebeu.

- Nem esquente. - Retrucou Leon.

- Bom, eu já ia entrando, boa noite.

- Boa noite! - respondeu o casal em coro. Mais assim que Dean se virou para entrar, viu um raio branco passar por cima de sua cabeça, e pode sentir uma explosão atrás de si, só depois ele se virou para ver o ocorrido, e deu de cara com o banco do casal revirado e os dois no chão. Ele correu até os dois. - Meu Deus, vocês estão bem?

- Cof... cof... acho que sim... o negócio não atingiu a gente mais... Claire! - a garota não respondia, estava inconsciente. Todos os inquilinos do hotel, inclusive Shery vieram ver o motivo do barulho.

- Claire! - Shery havia acabado de ver o estado de sua amiga.

- Cara, me ajuda a leva ela pro meu quarto, é ali o doze. - Pediu Leon a Dean.

- É muito longe, leva ela ali no meu, garota, abra a porta, vamos colocar ela na cama. - disse se referindo a Shery.

- Tá, vamo. - Respondeu Leon preocupado, ele e Dean carregaram Claire até o quarto dele, os vizinhos logo começaram a fazer fofocas e boatos, Shery foi até o telefone e ligou para o médico, Leon tentava falar com Claire de todos os modos, ela não respondia, mais respirava normalmente.

- O que aconteceu? - perguntou Shery.

- Uma luz... ela veio e atingiu o chão, mais a explosão deve ter atingido a Claire. - Leon estava com um tom de voz bastante nervoso. Dean foi o primeiro a perceber quando Claire abriu os olhos.

- Olhem! - pediu ele.

- Claire, tudo bem? - se precipitou Leon.

- Tudo e... - Claire falva forçado, mais algo a impediu de continuar o que ia dizer. - O que são eles?

- Eles quem? - foi a vez de Dean se precipitar.

- Esses monstros. - Ela começava a ficar nervosa, e se encolheu no canto da cama. - Tirem eles de perto de mim! Tirem eles de perto de mim!

- Eles quem? - Leon ficava cada vez mais aflito. Ela não teve tempo de responder pois logo depois ela desmaiou novamente, Leon e Dean tentavam acordá-la, dois minutos depois a ambulância chegou, eles levaram Claire para o hospital e somente Shery pode ir junto. Leon ficou sentado na cama de Dean pensativo sobre o que acabara de acontecer. Depois que a ambulância partiu o proprietário temporário do quarto numero dois entrou no seu quarto dando de cara com Leon.

- Olha eu... sinto muito pela sua namorada.

- Eu não entendo... como uma luz pode vir do nada e fazer aquilo...

- É o que estou pesquisando. - Essa última frase prendeu a atenção de Leon.

- Como assim?

- Todos os alucinados no hospital estão falando de uma luz, e depois falam sobre monstros, eu sei que tem alguma coisa estranha acontecendo, e eu vou descobrir o que é e vou deter seja lá o que for.

- E o que você acha que é?

- Não sei... mais sei que você não acreditaria... Olha, meu irmão deve chegar logo, vamos esperar, ele deve trazer alguma pista.

- Tudo bem... apropósito... meu nome é Leon.

- Me chamo Dean. - Dean voltou a ler o livro atrás de alguma coisa, Leon apenas olhava apreensivo, quinze minutos depois Sam finalmente chegou trazendo um homem com ele. - Sam, porque demorou tanto?

- Tive imprevistos.

- Isso porque você nem imagina o que aconteceu aqui. Vejo que trouxe visitas.

- Esse daqui é o Dante. Bom, você também tem companhia.

- Esse é o Leon, há alguns minutos um raio luminoso atingiu a namorada dele e ela ficou que nem os pacientes do hospital.

- Deve ter sido o raio que você desviou. - Dante disse olhando para Sam que respondeu:

- Sim... escute Dean, ta acontecendo algo muito sério por aqui, eu e Dante acabamos de derrotar um dos nomes do grimório de Turiel.

- O que? Ta dizendo que o grimório mais poderoso do mundo é o culpado por isso? - Dean estava pasmo com o que havia acabado de ouvir, Leon não entendia o que os três estavam falando, por isso ficava apenas ouvindo.

- Apenas Phaleg... é uma longa história, nós acabamos de derrotar Sachieh. - Começou Dante já deixando bem claro emm sua face que seria uma longa história. Sam o interrompeu por uns instantes:

- Vamos ouvir o Dante... a coisa é mais séria do que a gente podia imaginar.


Capítulo 2

Prólogo

Index

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