Sulfonamidas e Trimetoprim
Sulfonamidas

Trimetoprim
Espectro de ação
Usos terapêuticos
Reações Adversas
Contra Indicações
Interação medicamentosa
Preparações
 
Sulfonamidas
Química
Derivados da sulfanilamida (análogos estruturais do PABA).
Classificação
1) Curta e média ação : Sulfissoxazol, Sulfadiazina, Sulfametoxazol.
2) Longa ação : Sulfametoxipiridazina, Sulfadoxina (grande toxicidade).
3) Limitadas ao trato gastointestinal : Sulfassalazina (colite ulcerativa).
4) Tópicas : Acetato de Mafedina, Sulfadiazina tópica e Sulfadiazina de Prata.
Ação
Bacteriostática. Por competição, inibem a incorporação do PABA (ácido para-aminobenzóico) na síntese de ácido dihdrofólico (necessário para síntese das purinas). O homem não necessita do PABA, pois sua fonte de ácido fólico é exógena.
Farmacocinética
  • Administração : No Brasil estão disponíveis as apresentaçãoes por via oral, venosa e tópica.
  • Soluções IV não são compatíveis com o uso concomitante de : cloranfenicol, aminoglicosídeos, tetraciclinas, vancomicina e insulina.
  • O uso concomitante  de colagenase, papaína ou outras enzimas proteolíticas dermatológicas com a Sulfadiazina de prata (tópica) pode causar inativação enzimática devido à presença da prata.
  • Absorção : As de curta e média ação são absorvidas rapidamente na porção superior do trato gastrointestinal após administração oral.
  • Distribuição : Por todo o corpo, atingindo o líquido cefalorraquidiano, sinovial, pleural e peritonial. Os níveis teciduais e sanguíneos dependem dos níveis de proteínas carreadoras e solubilidade lipídica.
  • Metabolização : no fígado, predominantemente por acetilação N4 e, em uma menor extensão, por conjugação de glicuronídeos; os metabólitos são inativos. Meia vida de aproximadamente 11 horas.
  • Excreção : renal

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    Trimetoprim
    Química
    2,4 diamino-5-pirimidina
    Ação
    Bacteriostática. Inibe a dihidrofolato redutase, que reduz o ácido dihdrofólico. O trimetoprim é de 50 a 100 mil vezes mais ativo contra a dihidrofolato redutase bacteriana do que a humana.
    Farmacocinética
  • Administração : Disponível no Brasil somente em associação com sulfonamidas.
  • Absorção :  Tem rápida e completa absorção na porção superior  trato gastrointestinal.
  • Distribuição : Ampla nos tecidos (rins, pulmões) e secreções (altos níveis na brônquica, bile, saliva, leite e fluidos seminais e prostáticos - exceto prostatite crônica) . No fluido líquidocefalorraquidiano atinge níveis 40% maiores do que no soro.
  • Metabolização : Renal. Os principais metabólitos são os derivados óxidos e alguns metabólitos são ativos. . Meia vida de aproximadamente 10 horas.
  • Excreção : Aumentada com a acidificação da urina. 60% a 80%, por secreção tubular renal, dentro de 24 horas. O restante é na forma de derivados pela urina. Também há excreção pela bile. A eliminação pode ser prolongada no idoso e nos pacientes com comprometimento renal grave.

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    Espectro de ação
    A associação entre trimetoprim e sulfametoxazol, é ativa contra a maioria dos cocos gram-positivos (exceto Enterococos ), dos gram-negativos (exceto P.aeruginosa e Bacterioides spp.) , das micobactérias atípicas, de  protozoários como Pneumocystis carinii, Toxoplasma gondii e Isospora belli  A maioria dos anaeróbios é resistente.
    Mecanismo de ação
    Usos terapêuticos
    Sulfas
  • Infecção urinária não complicada
  • Otite média crônica (sulfisoxazol em uso prolongado)
  • Nocardiose
  • Paracoccidioidomicose
  • Toxoplasmose (Toxoplasma gondii), mas não é superior a associação pirimetamina + sulfadiazina
  • Profilaxia de Toxoplasmose (Toxoplasma gondii) em pacientes HIV com anticorpos positivos. Em baixas doses.
  • Malária (Plasmodium falciparum, resistente a cloroquina) associado a pirimetamina.
  • Profilaxia de febre reumática, em pacientes alérgicos à penicilina, mas não é efetiva na terapia de faringite estreptocócica.
  • SMZ + TMP (A soma da ação bacteriostática das sulfonamidas com a do trimetoprim leva a um efeito bacterida)
  • Infecções do trato urinário não complicadas e profilaxia, pielonefrite aguda e cistite, prostatite (exceto a crônica), orquite e epididimite. Uretrites por Chlamydia trachomatis, mas não Ureoplasma urealyticum (pode ser tratado com a combinação, mas a ação é devido à sulfonamida).
  • DST : Cancróide (a resistência vem aumentando), Linfogranuloma venéreo, Gonorréia urogenital não complicada (resistente à penicilina). Inefetivo contra a sífilis.
  • Profilaxia de contatos de paciente com meningite causada por Neisseria meningitidis.
  • Como adjuvante no tratamento do cólera. 
  • Na eliminação da Salmonella typhi em portador crônico. 
  • Na diarréia dos viajantes (tratamento e profilaxia). 
  • Infecções biliares.
  • Infecção periodontal. 
  • Associado a betalactâmicos e/ou aminoglicosídeos na profilaxia de infecções nos pacientes neutropênicos. 
  • Em infecções devido a Mycobacterium kansasii, marinum, scrofulaeum resistentes à rifampicina (deve ser associado a outras drogas antimicobacterianas). 
  • Pneumonia por Pneumocystis carini em pacientes imunocomprometidos com ou sem SIDA (o tratamento deve ser monitorado).
  • Outras : brucelose, nocardiose, paracoccidioidomicose, eumicetoma, melioidose, febre tifóide  (a resistência vem aumentando), tracoma e conjutivite de inclusão, sinusite, otite média, bronquite aguda, exacerbações de DPOC, osteomielite aguda e crônica, doença de Whipple, Granulomatose de Wegner.
  • Tratamento de infecções causadas por Isospora belli , Shigella, E. coli enteropatogênica, Yersinia enterocolítica, Listeria monocytogenes, Xanthomonas maltophilia, Aeromonas, Acinetobacter, Pseudomonas cepacia, Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis.
  • Reações Adversas
  • As sulfas de longa ação apresentam maior toxicidade.
  • Febre, vasculite, anafilaxia.
  • Dermatológicas : 75% dos efeitos adversos.
    • Erupções cutâneas (muito frequentes, principalmente em pacientes com SIDA),
    • Eritema exsudativo multiforme, febre, mal-estar (síndrome de Stevens-Johnson) e Necrólise epidérmica tóxica (síndrome de Lyell)
  • Gastrintestinais: náusea, vômito, estomatite, diarréia, hepatite, insuficiência hepática e enterocolite pseudomembranosa.
  • Hematológicas:
    • A eosinofilia pode acompanhar outras manifestações de hipersensibilidade,
    • As alterações mais comumente observadas são as citopenias por  depressão medular (trimetopim).
    • Pode ocorrer hemólise em pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (principalmente negros e crianças) e
    • Deficiência de ácido fólico principalmente em pacientes idosos ou com história de deficiência de ácido fólico ou insuficiência renal.
  • Renais :
    • Insuficiência renal (p. ex.: nefrite intersticial),
    • Cristalúria ocorre com formulações menos solúveis (Manter hidratação adequada para previnir) e
    • Sulfonamidas podem levar a diurese aumentada, particularmente em pacientes com edema de origem cardíaca.
  • Kernicterus no recém nascido (desloca a bilirrubina da albumina plasmática).
  • Pacientes portadores de Aids em tratamento de pneumonia por Pneumocystis carinii tem incidência elevada de efeitos, particularmente rash, febre, leucopenia e valores elevados de transaminase, quando comparados com a incidência em pacientes não-aidéticos.
  • Sulfadiazina de prata (tópico) : Sensação de ardor na área tratada. Coloração acinzentada ou acastanhada na pele, rash cutâneo, prurido, aumento da sensibilidade epidérmica à luz.
  • TMP e SMZ podem aumentar cerca de 10% os valores da faixa de normalidade da dosagem de creatinina feitos pela reação de picrato alcalino de Jaffé.
  • Contra Indicações
  • Não deve ser administrao durante a gravidez e em prematuros e recém-nascidos durante as primeiras 6 semanas de vida.
  • Insuficiência renal e insuficiência hepática.
  • Doenças hematológicas.
  • História de hipersensibilidade às sulfonamidas e trimetoprim.
  • Interação medicamentosa
  • Intensifica o efeito por interfirir na ligação da albumina com diversos medicamentos, exemplos :
    • Anticoagulantes orais (aumenta o tempo de protrombina de pacientes em uso de anticoagulantes tipo warfarina),
    • Fenitoína (inibe o metabolismo hepático, 39% de aumento da meia-vida e 27% de diminuição no clearance),
    • Digoxina (aumentando os níveis séricos, principalmente em idosos),
    • Metotrexato (deslocamento do metotrexato dos pontos de ligação nas proteínas plasmáticas aumentando sua concentração livre) e
    • Hipoglicemiantes orais.
  • Reduz o efeito de :  Antidepressivos tricíclicos (a eficácia pode diminuir) e Ciclosporina (a sulfadiazina reduz as concentrações sanguíneas).
  • Pirimetamina (profilaxia da malária) em doses acima de 25 mg/semana, concomitante com SMZ + TMP pode desenvolver anemia megaloblástica.
  • Pacientes idosos tratados com diuréticos, principalmente tiazídicos, tem aumento da incidência de trombocitopenia com púrpura.
  • Soluções IV de sulfa não são compatíveis com o uso concomitante de : cloranfenicol, aminoglicosídeos, tetraciclinas, vancomicina e insulina.
  • O uso concomitante  de colagenase, papaína ou outras enzimas proteolíticas dermatológicas com a Sulfadiazina de prata (tópica) pode causar inativação enzimática devido à presença da prata.
  • Preparações
  • Cotrimoxazol (480 mg de cotrimoxazol = 400 mg de sulfametoxazol e 80 mg de trimetoprim).
  • Cotrimazina (500 mg de cotrimazina = 410 mg de sulfadiazina e 90 mg de trimetoprim).
  • Sulfadiazina (via oral : 500 mg , Tópico a 1%)
  • Sulfadoxina (Sulfadoxina 500 mg e pirimetamina 25 mg)

  • 28/02/2002
    Arquivo de Clínica Médica
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