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Karina Braga Gomes Luciana Souto Ferreira Supervisão: Profa. Mariza dos Santos Castro, PharmD. Farmacodinâmica 2-1s/98- Publicado em novembro/98
A giardíase é uma infecção causada por um protozoário do gênero Giardia que se caracteriza pela presença do parasita no intestino delgado do homem.Habitualmente é assintomática, mas ocasionalmente pode produzir diarréia e desconforto abdominal.(1) A amebíase é uma infecção causada por um protozoário parasita do gênero Entamoeba quando este invade as paredes do cólon do intestino grosso,resultante na quebra da relação de equilíbrio entre parasita e hospedeiro em favor do parasita. Normalmente o indivíduo é portador assintomático pois o parasita vive como comensal.(10) Qual a incidência das doenças? A giardíase é encontrada no mundo todo, principalmente entre crianças de 8 meses a 12 anos. Altas prevalências são encontradas em regiões tropicais e subtropicais e entre pessoas de baixo nível econômico. No Brasil a prevalência é de 4 a 30 %. (7;9) A amebíase apresenta distribuição mundial, sendo contudo mais prevalente e severa nas regiões tropicais, mas não devido propriamente ao clima e sim às condições sanitárias e nutricionais mais precárias. No Brasil as taxas de prevalência variam de 2,5 a 19% dependendo da região.(7;9) Quais os microrganismos que causam a doença? O microrganismo causador
da giardíase é o protozoário Giardia lamblia.
Há apenas um tipo
de infecção causada por G. lamblia: a giardíase
intestinal.(10)
O que causa e como pode ser transmitida as doenças? A giardíase e a amebíase são causadas pela ingestão de cistos maduros da Giardia lamblia e Entamoeba histolytica, respectivamente, transmitidos principalmente através da ingestão de águas sem tratamento adequado, alimentos contaminados, por falta de higiene pessoal,locais de aglomeração humana (creches, orfanatos, etc.), através de contatos homossexuais e por contato com animais domésticos infectados.(1) Segundo ROUQUAIROL(9), as medidas preventivas são:
A maioria das infecções por Giardia lamblia é assintomática. Os casos sintomáticos dependem do número de cistos ingeridos, deficiência imunitária e da acidez do suco gástrico do paciente. A A primeira infecção com ingestão de um grande número de cistos caracteriza-se por diarréia do tipo aquosa, explosiva, de odor fétido, acompanhado de gases, com distensão e dores abdominais. Muco e sangue aparecem raramente nas fezes. Em algumas pessoas este período pode ser longo dificultando a absorção dos alimentos, e consequentemente há perda de peso e fraqueza. Após esta fase há um desenvolvimento imunológico com regressão dos sintomas e o indivíduo torna-se um portador assintomático. Os sintomas da doença podem aparecer no período de 10 a 15 dias após o contágio.(1) Quais os sintomas clínicos da amebíase? A grande maioria das
infecções por Entamoeba histolytica (80 a 90
% dos casos) constituem formas
assintomáticas da amebíase cuja infecção é
detectada pelo encontro de cistos no exame de fezes. Os casos sintomáticos
são principalmente colite disentérica e
A giardíase precisa ser tratada? Por quê? A giardíase deve
ser tratada para evitar que os sintomas se agravem levando a maiores
complicações como desidratação,
desnutrição e anemia. Quando não se trata a doença,
o indivíduo entra em uma fase assintomática, podendo ocorrer
a recidiva desta, e esta ser mais grave.(10)
A amebíase deve ser tratada pois a amebíase intestinal pode evoluir para casos mais graves como a amebíase hepática, cutânea dentre outras, algumas vezes fatais para o indivíduo.(10) Qual o medicamento de escolha para o tratamento da giardíase e amebíase? O metronidazol, do grupo dos nitroimidazóis, é o medicamento de primeira escolha para o tratamento de giardíase e amebíase.(3;11)
O metronidazol age seletivamente
nos parasitas levando a uma toxicidade que acaba por provocar
a morte do microrganismo. O metronidazol é uma pró-droga,
isto é, exige ativação quando penetra nas células
dos parasitas sensíveis. Após essa ativação
o metronidazol dá origem
à intermediários muito reativos que se ligarão quimicamente
a estruturas essenciais da
célula do parasito culminando no morte deste.(3;11)
Para tratar giardíase
e ou amebíase a via de administração utilizada é
a oral e as formas farmacêuticas
são suspensão e comprimidos, sendo a última menos
utilizadas para tratar crianças pois estas podem ter dificuldade
para engolir o medicamento. Em casos graves de amebíase
pode-se utilizar via de administração e formas farmacêuticas
injetáveis.(7)
O uso concomitante de metronidazol e anticoagulantes orais deve, se possível, ser evitado. Pois, sabe-se que o metronidazol potencializa o efeito dos anticoagulantes.(4) Pacientes que usam barbitúricos (por exemplo: fenobarbital) ou outros indutores enzimáticos (por exemplo: cimetidina) podem necessitar de doses maiores de metronidazol pois estes medicamentos induzem o metabolismo hepático do metronidazol.(4) Deve-se evitar o uso
de álcool e metronidazol porque o paciente pode apresentar náuseas,
mal-estar, vômitos, tremores (reação
tipo dissulfiram).(3)
Os efeitos colaterais
mais comuns são: cefaléia, náusea, boca seca e gosto
metálico na boca.
O metronidazol deve ser
usado com cautela em pacientes com doença ativa do Sistema
Nervoso Central devido à sua toxicidade
neurológica. A dosagem deve ser reduzida em pacientes
com doença hepática obstrutiva grave, cirrose alcóolica
ou disfunção renal
Giardíase: deve
ser tratada por sete dias tanto para adultos como para crianças.(3)
Giardíase: Na
giardíase é necessária a reposição de
vitamina B12, vitaminas lipossolúveis e de
ferro pois há má absorção desses nutrientes
devido a infecção se localizar no intestino
Amebíase: Na amebíase deve-se repor açúcares, sais minerais e água usando-se soro pois há diarréia freqüente com grande perda de água e nutrientes. No caso de evacuações mucossanguenolentas é necessária a reposição de ferro. Pode-se usar antitérmicos se houver febre.(7) Que tratamentos não medicamentosos são necessários como terapia de apoio? Tanto na giardíase como na amebíase aconselha-se ingerir bastante líquido tais como água, sucos para prevenir uma possível desidratação. Deve-se ter uma alimentação balanceada para suprir as necessidades do organismo no combate à infecção. Em casos mais graves deve-se fazer repouso.(7) Quais os medicamentos devem ser evitados ou usados com controle médico? Nos dois casos, giardíase e amebíase, deve-se evitar o uso de anticoagulantes se houver diarréia sanguinolenta pois estes medicamentos podem agravar o quadro clínico. Também aconselha-se evitar o uso de medicamentos irritantes gastrointestinais tais como antiinflamatórios. Deve-se controlar o uso de medicamentos que aumentem o peristaltismo intestinal, visto que podem aumentar a freqüência de evacuações e também o uso de diuréticos para evitar desidratação.(7) O que fazer se não houver melhora? Se com o tratamento os
sintomas não melhorarem ou piorarem, procurar o médico.
Como saber se o tratamento fez efeito?
Quais
os medicamentos alternativos e seus perfis farmacológicos?
O que um farmacêutico deve fazer em relação a abordagem do problema se chegar um paciente apresentando os sintomas da(s) doenç (s), ou com uma receita para o tratamento da(s) doença(s) já diagnosticada(s)? Caso um paciente chegue
à farmácia apresentando sintomas referentes a giardíase
e ou amebíase, o farmacêutico
não deve indicar um tratamento e sim orientá-lo a procurar
assistência médica
para serem feitos os devidos exames clínico-laboratoriais a fim
de que a infecção
seja diagnosticada com segurança e devidamente tratada.
REFERÊNCIAS:
1.BLAKISTON Dicionário
Médico.2ed.São Paulo:Organização
2.GOODMAN & GILMANN,
et al. As Bases Farmacológicas da
4.HANSTEN,P.D.Interações
Medicamentosas.5 ed.Rio de Janeiro:
5.GOLSE,J.Précis
de Matiére Médicale.6 ed.Paris: G.Doin & Cie,
6.KATZUNG,B.G. Farmacologia Básica e Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan,1984.755p. 7.NEVES, D.P. Parasitologia Humana.9 ed. Belo Horizonte: Atheneu, 1995.524p. 8.OGA,S.,BASILE, A.C.
Medicamentos e suas Interações.São Paulo
9.ROUQUAYROL, M.Z. Epidemiologia
& Saúde. 4 ed. Rio de janeiro
10. SCHROEDER, S.A.,
KRUPP, M.A., TIERNEY, L.M. Diagnóstico e
11. VERONESI, R.,FOCCACIA,R.
Tratado de Infectologia. São Paulo : Atheneu,1996.2v.
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