DISCIPLINA DE FARMACODINÂMICA 2
m1997
  
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    I- INTRODUÇÃO   

    Eventos cronológicos :  

    1870- Sanderson notou algumas cepas de Penicillium notatum com atividade antibacteriana.  
    1929 -Fleming descobre uma substância solúvel antibacteriana a qual denominou penicilina.   
    1939- Florey e Chain purificaram a penicilina.   
    1940- Abraham descobriu penicilinases em E.coli  
    1944 -Kirby descreveu as primeiras falhas clínicas causadas pela produção de beta-lactamases pelas bactérias infectantes.  
    1945 -Abraham e Chain elucidaram a estrutura da penicilina.   
    1954 -Lançada a primeira penicilina semi-sintética, a penicilina V ( a fenoximetil-penicilina).  
    1959- Lançamento da primeira penicilina antiestafilocócica,meticilina.   
    1969- Introdução da primeira penicililna antipseudomonal:carbenecilina.   
    1984-Introdução do primeiro agente bloqueador de beta-lactamases (ácido clavulânico) .  
    Obtençaõ atual do  núcleo penicilâmico: Cultura do fungo Penicillium chrysogenum   

    II- ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO  

    E STRUTURA:        A- Anel beta-lactâmico       B- Anel tiazolidínico   

    CLASSIFICAÇÃO DAS PENICILINAS DISPONÍVEIS NO BRASIL: 
    1. Penicilinas naturais e semi-sintéticas de espectro reduzido   

      a. Benzilpenicilina -Penicilina G cristalina  
       
    2. Penicilinas penicilinase-resistentes  
      a. Oxacilina 
      b. Dicloxacilina 
    3. Penicilinas de espectro ampliado   
      a.Ampicilina   
        1. Metampicilina   
        2. Bacampicilina 
      b. Amoxicilina 
    4. Penicilinas antipseudomonais   
      1. Carbenicilina -  
       
    III- MECANISMO DE AÇÃO  

    IV- RESISTÊNCIA ÀS PENICILINAS  

    1. Inativação enzimática pelas beta-lactamases  

      a-Bactérias gram -negativas:  
      -Proteus, Enterobacter, Escherichia coli , Klebsiella  
      -Transferidas por transdução de plasmídeos . 
      -Algumas são específicas para penicilinas, outras para cefalosporinas, outras são capazes de inativar a ambas . 
      b-Estafilococos:  
      - Enzima secretada para fora da célula . 
      - No brasil 80-100% dos espécimes hospitalares e 60-80% dos espécimes   ambulatoriais são produtores da enzima.   
    2. Redução da permeabilidade da parede celular  
      - Serratia , Enterobacter e Pseudomonas  (Resistência natural). 
    3. Alteração conformacional das proteinas ligantes das penicilinas 
      -Impedindo a ligação das penicilinas . 
      -Algumas cepas de Staphylococcus aureus e S. epidermidis resistentes a  meticilina.   
    4. Tolerância 
      -Staphylococcus aureus e Streptococcus pneumoniae  
      -A concentração bactericida mínima (CBM) = 100  x CIM  
       
       
    V - ESPECTRO DE AÇÃO DAS PENICILINAS 
     Nas infecções  causadas pelos seguintes microrganismos sensíveis são consideradas de  primeira escolha: 
     
     Microrganismos m
    A-Penicilina G  m
    Staphylococcus aureus sensível     
    Streptococcus pyogenes    
    Streptococcus pneumoniae    
    Streptococcus  sp.( espécies anaeróbicas  
    Streptococcus sp. (outros  sensíveis)      
    Clostridium perfringes     
    Clostridium tetani    
     
    Bacillus anthracis  
    Neisseria gonorrhoeae  
    Neisseria meningitidis  
    Treponema pallidum    
    Leptospira sp 
    Corynebacterium diphtheriae  
    B-Ampicilina e amoxicilina m
    Cocos gram-positivos e gram- negativos: Bacilos gram-negativos:
    Streptococcus sp. sensíveis  
    Streptococcus faecalis ( ITU)   
    Neisseria gonorrhoeae  
    Neisseria meningitidis
    Escherichia coli (ITU) 
    Proteus mirabilis (ITU) 
    Haemophilus influenzae (otite média, sinusite, bronquite)    
    Outros gram negativos sensíveis
      C-Oxacilina e dicloxacilina  D-Carbenicilina
    Staphylococcus aureus produtores de penicilinase. 
     
     

     

    Pseudomonas sp.(mais um aminoglicosídeo)  
    Proteus indol (+)  Pneumonia e bacteremia  
    Enterobacter sp 
     

    VI- INDICAÇÕES CLÍNICAS   

    A- PENICILINA G cristalina: 
    Doses elevadas : 3-4 milhões de unidades de 4 em 4 horas ,IV. 
    Ex: meningite, endocardites, infecções graves por clostrídeos.  
    Doses intermediárias : 2-3 milhões de unidades de 4 em 4 horas ,IV. 
    a-efeito sinérgico com aminoglicosídeos ( estreptomicina ou gentamicina) para enterococos e outros estreptococos resistentes em endocardites.  
    b- pneumonia de aspiração, abcesso pulmonar , infecções graves de tecidos moles causadas por estreptococos do grupo A . 
    Doses baixas : pode-se usar a penicilina G-procaína.  
    a- pneumonia pneumocócica ( 2,4 milhões de unidades por dia,IV).  Se usar penicilina G-procaína, usar de 12 em 12h . 
    b- gonorréia, sífilis .  

    B- PENICILINA -G benzatina :  
    -Sífilis ( T.  pallidum  CIM= 0,03 unidades/ml ou 0,02 ug/ml) . 
    -Profilaxia da febre reumática  (dose mensal, IM, 1,2 milhões de unidades) .  

    C-PENICILINA - V , via  oral : faringites, amigdalites, infecções orais brandas, infecções  dos tecidos moles . 

    D-AMPICILINA E AMOXICILINA :  
    Infecções do trato urinário, otite média e sinusite .  
    Outras : microrganismmos sensíveis   
     

    VII-PENICILINAS :PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS -  

    a-Reações de hipersensibilidade   

    1.imediatas : 2-30 m após administração.   

      Sinais e sintomas: eritema ou prurido, urticária, sibilos, rinite, hipotensão ,choque. 
    2.aceleradas: 1-72 h  após administração. 
      Sinais e sintomas: eritema ou prurido , urticária, edema laríngeo , sibilos , rinite 
    3.retardadas : mais de 72 horas  após administração. 
      Sinais e sintomas: erupções morbiliformes , urticária-artralgia, doença do soro , urticária-angioedema .  

      Testes alérgicos no Brasil:  
      Deverão ser realizados em centros de saúde equipados com aparelhagem para suporte cárdio-respiratório. 

                    Realizado em duas etapas.   

        1-Escarificação: 1 gota de Penicilina G cristalina 1:10.000  
        Leitura 15-20 m após  aplicação. 
        Teste positivo: pápula, induração com eritema maior que 2 mm de diâmetro. Se positivo, interromper o teste.  
       
        2-Teste intradérmico: Injetar na face anterior do antebraço 0,02 ml da solução 1:10.000. Fazer controle. Ler. 
        Positivo: Nódulo 1-2 mm maior que o controle.  
         
    b- Outras reações adversas : 
      -Hepatite: oxacilina uso prolongado  
      - Eosinofilia isolada : se continuar suspender a droga  
      - Febre a droga  
      - Nefrite intersticial: meticilina e oxacilina 
      - Toxicidade no SNC ( tremor mioclônico , convulsões) -doses altas  
      - Efeitos gastrintestinais : nausea, vômito, diarréia ( amplo espectro).   
      -Reação de JARISCH- HERXHEIMER :   
        - 70-90 % dos pacientes com sífilis desenvolve   
        - aparece várias horas após primeira injeção  
      - Sintomas e sinais : · calafrios, febre, cefaléia , mialgias, artralgias ·   
      lesões cutâneas sifilíticas : mais proeminentes , edematosas, cor brilhante · erupções desaparecem em 48h,não interromper o tratamento .  
       
    VIII-INTERAÇÕES 
      Farmacodinâmica 
      Aminoglicosídeos , cloranfenicol e tetraciclinas   
      Farmacocinética 
      1. Bloqueio da secreção tubular: probenicida e fenilbutazona  
      2. Competição em sua ligação protéica: Ácido acetilsalicílico   
      Físico-química: 
      Inativação em solução glicosada contendo bicarbonato(pH=8), Penicilina G  
       
       
       
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Revisto em outubro/01
COORDENAÇÃO E EDIÇÃO: 
Profa. Mariza dos Santos Castro, Pharm.D.
Área: Farmacologia e Farmácia Clínica
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