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A Sífilis Congênita tem como agente etiológico
o Treponema palidun uma bactéria capaz de atravessar a barreira placentária e
penetrar na corrente sanguínea do feto. A infecção deste está na dependência da
presença do agente no sangue da mãe que é maior na infecções recentes.
Entre as seqüelas neurológicas da sífilis está o retardo mental, quadros de ataxia, paralisia grave semelhantes a neurosífilis do adulto e/ou demência paralítica que se manifesta entre 6 e 21 anos de idade do paciente não tratado. A gestação é o melhor momento para o tratamento. A incidência da sífilis é alta no Brasil (superior a cinco casos por 1.000 nascidos vivos). A detecção dessa doença é muito difícil, em virtude de a sífilis primária muitas vezes não ser percebida pelo paciente e de a fase latente poder se prolongar por muitos anos. Por isso, é importante que você solicite o teste para o diagnóstico de sífilis, principalmente durante o pré-natal, para evitar a sífilis congênita. A triagem faz parte da rotina do pré-natal, devendo ser realizada no início da gravidez e no início do 3º trimestre. Também se recomenda sua realização durante a internação hospitalar para parto ou para aborto. Se a sífilis não for tratada durante a gravidez, você pode abortar ou ter parto prematuro, e seu bebê pode nascer com problemas graves. Você deve fazer o exame para sífilis duas vezes durante a gravidez. Lembre que a sífilis primária muitas vezes não ser percebida pelo paciente e de a fase latente poder se prolongar por muitos anos De preferência, também faça o exame antes de engravidar. O exame e o tratamento são gratuitos na rede pública de saúde. Exija. É um direito seu. Não se esqueça de que a sífilis congênita é de notificação
compulsória. Informe a vigilância epidemiológicas municipal ou estadual sobre cada caso
diagnosticado, converse com seu médico sobre isso. Consulte também o
site do Ministério da Saúde para informar-se melhor sobre as Lembre-se de que o companheiro da mulher infectada também deve ser tratado para evitar a reinfecção. É importante tratar o seu companheiro. Acima de tudo, tenha consciência de que a sua ação positiva no sentido de detectar e tratar essa doença é o melhor remédio contra a sífilis e a sífilis congênita. |
Definição de Caso de Sífilis Congênita para fins de Vigilância Epidemiológica
Considerando-se a necessidade de padronização e de simplificação da
vigilância epidemiológica, visando à ELIMINAÇÃO DA SÍFILIS CONGÊNITA ATÉ O ANO
2.000, um dos objetivos primordiais da CN DST e AIDS, foi estabelecida a seguinte
Definição de Caso de Sífilis Congênita (* ):
1.toda criança cuja MÃE teve Sífilis NÃO TRATADA ou , TRATADA INADEQUAMENTE(* * ), independentemente da presença de sinais, sintomas ou resultados laboratoriais; 2. toda criança que apresentar um TESTE REAGÍNICO POSITIVO para sífilis e alguma das seguintes condições:
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evidência de sintomatologia sugestiva de
sífilis congênita no exame físico, como: hepatomegalia, erupção cutânea, condiloma
plano, icterícia (hepatite sifilítica), pseudo-paralisias, anemia, trombocitopenia ou
edema (síndrome nefrótica), ceratite intersticial, surdez neurológica, arqueamento
anterior da tíbia, nariz em sela, entre outros; evidência de sífilis congênita no exame radiológico; evidência de alterações no líquido céfalo-raquidiano (LCR): teste para anticorpos, contagem de linfócitos e dosagem de proteínas; título reagínico do recém-nato maior ou igual a 4 vezes o título materno, na ocasião do parto; evidência de elevação do título reagínico em relação a títulos anteriores; positividade para anticorpos IgM contra Treponema pallidum. |
2 .toda criança com evidência laboratorial
do Treponema pallidum em material colhido de lesões, placenta, cordão umbilical ou
necrópsia, em exame realizado ATRAVÉS DE TÉCNICAS DE CAMPO ESCURO, IMUNOFLUORESCÊNCIA
ou outra coloração específica; 3. toda criança com teste reagínico positivo após o sexto mês de idade, exceto em situação de seguimento pós-terapêutico e de sífilis adquirida; e 4.todo caso de MORTE FETAL ocorrida após 20 semanas de gestação ou com peso maior que 500 gramas, cuja mãe, portadora de sífilis, não foi tratada ou foi tratada inadequadamente, é definido como NATIMORTO POR SÍFILIS. Para fins de classificação do caso, considera-se SÍFILIS CONGÊNITA PRECOCE aquela diagnosticada até o segundo ano de vida. Após essa idade/data, será considerada SÍFILIS CONGÊNITA TARDIA, desde que seja descartada a possibilidade de sífilis adquirida. Em uma criança maior de 2 anos de idade e com sorologia positiva para a sífilis, pode ser difícil distinguir entre SÍFILIS CONGÊNITA e SÍFILIS ADQUIRIDA. Nem sempre os sintomas são evidentes; ou ainda sequer foram desenvolvidos, mesmo nesta idade. Valores anormais no LCR em relação ao número de linfócitos e proteínas e presença de anticorpos IgM específicos podem ser encontrados em ambas as situações. Achados nos exames radiológicos de ossos longos podem ajudar, desde que se considere como sinal clássico para sífilis congênita as alterações radiológicas das metáfises e/ou epífises. A decisão final deve ser baseada na história materna e no julgamento clínico. A possibilidade de ABUSO SEXUAL não pode ser afastada. |
Obs:* Esta Definição é uma
adaptação da definição publicada em 1989 pelo Centers for Diseases Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos da América. * * TRATAMENTO INADEQUADO DA GESTANTE -
consiste na aplicação de qualquer |
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Essa página foi construída com informações elaboradas para o Programa de Controle DST - AIDS http://www.aids.gov.br do Ministério da Saúde do Brasil como forma de colaboração com o trabalho de vigilância à saúde realizado por seus profissionais para reduzir as enfermidades, controlar as doenças endêmicas e parasitárias do nosso país. A decisão de reproduzir essas informações específicas compete ao corpo técnico da APAE Camaçari dado a relevância dessa patologia na prevenção de danos neurológicos e retardo mental |
Conheça também o capítulo do Guia de Vigilância Epidemiológica sobre a Sífilis Congênita
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE |
MINISTÉRIO DA SAÚDE |
Última revisão: 05/12/08