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Distúrbios Mentais
Face à necessidade de de definição de caso opta-se por diferentes sistemas de classificação dos denominados: Distúrbios Mentais, Transtornos Mentais, Desvios ou padrões de comportamento que clinicamente representam o paciente e seu sofrimento, nos sistemas de categorias de diagnóstico ou identificação. Observe por exemplo que quando considerarmos o que tradicionalmente tem se definido por "Doenças Psicossomáticas" ou a dimensão comportamental no risco ou no controle das patologias orgânicas, lidaremos com uma categoria bem mais ampla, que o tradicionalmente denominado por doenças mentais. Por outro lado observe-se também que os Distúrbios Psicossomáticos - alterações das funções orgânicas, como disfunções sexuais, úlcera, colite, obesidade, anorexia, asma, e principalmente distúrbios orgânicos agravados por quadros comportamentais, tipo hipertensão arterial, DPOC e outras doenças associadas ao tabagismo, defeitos posturais, etc., apesar de não explicitados podem estar incluídos nos quadros de neurose. |
As deficiências mentais ou oligofrenias são identificadas por se constituírem como desvantagens (defeitos) de inteligência que por sua vez podem ser definidos como problemas de aprendizagem e adaptação. Do ponto de vista comportamental a categoria "Distúrbios de Aprendizagem" teoricamente abrange todas as síndromes e quadros tradicionalmente descritos na nosologia psiquiátrica ou psicopatológica, ou seja todo esse conjunto de padrões comportamentais tradicionalmente descritos, podem ser compreendidos como resultado da aprendizagem e formação de hábitos, mesmo os de determinação genética das síndromes cérebro-orgânicas onde os fatores ambiental e de aprendizagem são menos relevantes, mas, permanecem ainda capazes de determinar variações significativas na qualidade de vida dos afetados. Observe-se também que na categoria Transtornos Orgânico Cerebrais pode-se incluir um número relativamente grande de patologias neurológicas raras juntamente com os quadros mais freqüentes tipo Enxaquecas e Epilepsias as vezes não consideradas como problemas mentais. As deficiências mentais apesar de transtornos cerebrais e orgânicos são consideradas uma categoria distinta por limitar-se a faixa etária em que é detectada (infância) as demências por sua vez não estão incluídas entre as deficiências mentais por manifestarem-se em outra fase da vida (envelhecimento). A questão do dimensionamento da doença mental não se limita portanto ao conhecimento de uma quantidade de casos individuais, mas nos faz refletir sobre sua determinação social, a qualidade e o estilo de vida a que as comunidades humanas são submetidas. Eis algumas freqüências expressas em Prevalência para cada 100 habitantes (adultos > 15 anos) calculadas a partir de inquéritos epidemiológicos, que utilizaram distintos sistemas de classificação dos Distúrbios Psicoemocionais ou Psicossociais como também podem ser denominadas os comportamentos classificáveis como "Doença Mental", aqui expressas a título de exemplo sem coeficientes padronizados para comparação: |
Coeficientes de incidência de Distúrbios mentais por tipo em algumas cidades
Brasil |
New Haven | Baltimore | St. Loouis | ||||||
Bahia | Brasília | São Paulo | Porto Alegre | ||||||
Camaçari | Bairro Salvador | Área Marginal arruinada (Slum) Salvador | |||||||
Dist. Mentais |
33,8 | 20,0 | 49,0 | . | . | . | . | . | . |
Neurose | . | 14,5 | . | . | . | . | . | . | . |
Ansiedade | . | . | . | 17.6 | 10,6 | 9,6 | . | . | . |
Fobias | . | . | . | 16,7 | 7,6 | 14,1 | 4,7 | 11,8 | 4,5 |
Depressão | . | . | . | 2,8 | 1,9 | 5,7 | 3,8 | 2,4 | 3,3 |
Transt. Distímico | . | . | . | . | . | 4,6 | . | . | . |
Psicoses | . | 0,7 | . | 0,3 | 0,9 | 2,9 | . | . | . |
Mania/ Ciclotimias | . | . | . | 0,3 | 0,3 | 1,1 | 0,8 | 0,4 | 0,7 |
Esquizofrenia | . | . | . | . | . | 0,9 | 1,1 | 1,2 | 0,6 |
Incap.p/trabalho | 9,8 | . | . | . | . | . | . | . | . |
Alcoolismo | 7,0 | 3,5 | . | 8,0 | 7,6 | 9,2 | 4,8 | 5,7 | 4,5 |
Uso psicofarmac. | 17,6 | . | . | . | . | . | . | . | . |
Uso psicf. s/presc. | 14,1 | . | . | . | . | . | . | . | . |
Drogas (ilícitas) | . | . | . | . | . | 2,5 | 1,8 | 2,2 | 2,0 |
Deficiência mental | . | 2.6* | . | . | . | 4,6 | . | . | . |
Tr.Orgân.Cerebrais | . | 0,5** | . | . | . | . | . | . | . |
Outros | .. | 1,5 | .. | . | .00. | .. | .. | . | . |
Cidades | Camaçari | Bairro Salvador | Área Salvador | Brasília | São Paulo | Porto Alegre | New Haven | Baltimore | St. Loouis |
* em menores de 15 anos
** 2,5 em menores de 15 anos
Fonte: Coutinho, Santana, Almeida Filho et al PEES/UFBa; Busnello et al Coordenação de Saúde Mental MS
Epidemiologia
Epidemiologia é a ciência que estuda a freqüência das doenças na população. A doença é uma condição que precisa ser identificada, é compreendida então como um momento de um processo, uma "história natural". Essa forma de entendimento também deu origem à medicina preventiva onde se pretende identificar as formas sub-clínicas da patologia, prevenir suas causas e/ou o risco de adoecer. Esse dimensionamento é fundamental tanto para compreensão do fatores causais e determinantes do processo saúde - doença como para o planejamento e intervenções no plano coletivo em ações e programas de saúde. Para se estabelecer a quantidade ou ocorrência de uma determinada doença é necessário a sua definição, a epidemiologia fundamenta-se então na definição de casos utilizada na clínica, atualmente já codificadas em diversos sistemas de classificação a exemplo de CID - Classificação Internacional das Doenças - OMS / 10º Revisão, o DSM III, IV etc. |
Bibliografia básica para entender a deficiência mental
Definição e classificação Krynski, Stanislau (org.) Deficiência Mental. RJ, Atheneu, 1969
AAMR - American Association on Mental Retardation. Retardo mental: definição. classificação e sistemas de apoio. Porto Alegre, Artmed, 2006
Foucault, Michel. Doença mental e psicologia. RJ, Tempo Brasileiro, 1968
Pessotti, Isaías. Deficiência mental: da superstição à ciência. SP, T.A. Queiroz - EDUSP, 1984
Gardner, Howard. Estruturas da mente, a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre, Artemed, 2002
Hilgard, E. R. Teorias da Aprendizagem, SP, EPU, DF, INL, MEC, 1973
Etiologia e prevenção
Fontes, José Américo. Lesão cerebral, causa e prevenção. DF/Ba, APAE Salvador - Ministério da Ação Social - CORDE, 1990
Gessel, Arnold (org.) Psicologia Evolutiva de 1 a 16 anos. Buenos Aires, Paidos, 1963
Lefévre, Antonio B. Exame neurológico evolutivo do pré escolar normal. SP, Sarvier, 1976
Bobath, Karel. Uma base neurofisiológica para o tratamento da paralisia cerebral. SP, Manole, 1984
Doman, Glenn. O que fazer pela criança de cérebro lesado. RJ, Gráfica Auriverde, 1983
Motta, Paulo Armando. Genética e psicologia. RJ Guanabara Koogan, 1985
Diament, Aron J. Aminoacidopatias de interesse neurológico. SP, EDART / EDUSP, 1976
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Atualizado em: dezembro 01, 2008.