Saúde Mental

E do meu coração eu me dei a saber o saber § e a saber da loucura e da sandice § Soube também isto é vento-que-some. Eclesiastes 1/17

 

 

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Distúrbios Mentais


A categoria de
"Doença"   herdada da patologia orgânica, por sua vez tem se revelado inadequada, dado as dificuldades de definição dos problemas de comportamento e especificidade da mente humana e/ou da diversidade de formas com que esta (juntamente com cérebro) pode ser compreendida e estudada.  

Face à necessidade de de definição de caso opta-se por diferentes sistemas de classificação dos denominados: Distúrbios Mentais, Transtornos Mentais, Desvios ou padrões de comportamento que clinicamente representam o paciente e seu sofrimento, nos sistemas de categorias de diagnóstico ou identificação.

Observe por exemplo que quando considerarmos o que tradicionalmente tem se definido por "Doenças Psicossomáticas" ou a dimensão comportamental no risco ou no  controle das patologias orgânicas,  lidaremos com uma categoria bem mais ampla, que o tradicionalmente denominado por doenças mentais.

Por outro lado observe-se também que os Distúrbios Psicossomáticos - alterações das funções orgânicas, como disfunções sexuais, úlcera, colite,  obesidade, anorexia, asma,  e principalmente distúrbios orgânicos agravados por quadros comportamentais, tipo hipertensão arterial, DPOC e outras doenças associadas ao tabagismo, defeitos posturais, etc., apesar de não explicitados podem estar incluídos nos quadros de neurose.

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Deficiência Mental

As deficiências mentais ou oligofrenias são identificadas por se constituírem como desvantagens (defeitos) de inteligência que por sua vez podem ser definidos como problemas de aprendizagem e adaptação.

Do ponto de vista comportamental a categoria "Distúrbios de Aprendizagem" teoricamente abrange todas as síndromes e quadros tradicionalmente descritos na nosologia psiquiátrica ou psicopatológica, ou seja todo esse conjunto de padrões comportamentais tradicionalmente descritos, podem ser compreendidos como resultado da aprendizagem e formação de hábitos, mesmo os de determinação genética das síndromes cérebro-orgânicas onde os fatores  ambiental e de aprendizagem são menos relevantes, mas, permanecem ainda capazes de determinar variações significativas na qualidade de vida dos afetados. 

Observe-se também que na categoria Transtornos Orgânico Cerebrais pode-se incluir um número relativamente grande de patologias neurológicas raras juntamente com os quadros mais freqüentes tipo Enxaquecas e Epilepsias as vezes não consideradas como problemas mentais. 

As deficiências mentais apesar de transtornos cerebrais e orgânicos são consideradas uma categoria distinta por limitar-se a faixa etária em que é detectada (infância) as demências por sua vez não estão incluídas entre as deficiências mentais por manifestarem-se em outra fase da vida (envelhecimento).

A questão do dimensionamento da doença mental não se limita portanto ao conhecimento de uma quantidade de casos individuais, mas nos faz refletir sobre sua determinação social, a qualidade e o estilo de vida a que as comunidades humanas são submetidas.

Eis algumas freqüências expressas em Prevalência para cada 100 habitantes (adultos > 15 anos) calculadas a partir de inquéritos epidemiológicos, que utilizaram distintos sistemas de classificação dos Distúrbios Psicoemocionais ou Psicossociais como também podem ser denominadas os comportamentos classificáveis como "Doença Mental", aqui expressas a título de exemplo sem coeficientes padronizados para comparação:

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Coeficientes de incidência de Distúrbios mentais por tipo em algumas cidades

Brasil

New Haven Baltimore St. Loouis
Bahia Brasília São Paulo Porto Alegre
Camaçari Bairro   Salvador Área Marginal arruinada (Slum) Salvador

Dist. Mentais

33,8 20,0 49,0 . . . . . .
Neurose . 14,5 . . . . . . .
Ansiedade . . . 17.6 10,6 9,6 . . .
Fobias . . . 16,7 7,6 14,1 4,7 11,8 4,5
Depressão . . . 2,8 1,9 5,7 3,8 2,4 3,3
Transt. Distímico . . . . . 4,6 . . .
Psicoses . 0,7 . 0,3 0,9 2,9 . . .
Mania/ Ciclotimias . . . 0,3 0,3 1,1 0,8 0,4 0,7
Esquizofrenia . . . . . 0,9 1,1 1,2 0,6
Incap.p/trabalho 9,8 . . . . . . . .
Alcoolismo 7,0 3,5 . 8,0 7,6 9,2 4,8 5,7 4,5
Uso psicofarmac. 17,6 . . . . . . . .
Uso psicf. s/presc. 14,1 . . . . . . . .
Drogas (ilícitas) . . . . . 2,5 1,8 2,2 2,0
Deficiência mental . 2.6* . . . 4,6 . . .
Tr.Orgân.Cerebrais . 0,5** . . . . . . .
Outros .. 1,5 .. . .00. .. .. . .
Cidades Camaçari Bairro Salvador Área Salvador Brasília São Paulo Porto Alegre New Haven Baltimore St. Loouis

* em menores de 15 anos
**  2,5 em menores de 15 anos

Fonte: Coutinho, Santana, Almeida Filho et al PEES/UFBa; Busnello et al Coordenação de Saúde Mental MS

Epidemiologia

Epidemiologia é a ciência que estuda a freqüência das doenças na população. A doença é uma condição que precisa ser identificada, é  compreendida então como um momento de um processo, uma "história natural".  Essa forma de entendimento  também deu origem à medicina preventiva onde se pretende identificar as formas sub-clínicas da patologia,  prevenir suas causas e/ou o risco de adoecer. Esse dimensionamento é fundamental tanto para compreensão do  fatores causais e determinantes do processo saúde - doença como para o planejamento e intervenções no plano coletivo em ações e programas de saúde. 

Para se estabelecer a quantidade ou ocorrência de uma determinada doença é necessário a sua definição, a epidemiologia fundamenta-se então na definição de casos utilizada  na clínica, atualmente já codificadas em diversos sistemas de classificação a exemplo de CID - Classificação Internacional das Doenças - OMS / 10º Revisão, o DSM III, IV etc.


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Bibliografia básica para entender a deficiência mental

Definição e classificação

Krynski, Stanislau (org.) Deficiência Mental. RJ, Atheneu, 1969

AAMR - American Association on Mental Retardation. Retardo mental: definição. classificação e sistemas de apoio. Porto Alegre, Artmed, 2006

Foucault, Michel. Doença mental e psicologia. RJ, Tempo Brasileiro, 1968

Pessotti, Isaías. Deficiência mental: da superstição à ciência. SP, T.A. Queiroz - EDUSP, 1984

Gardner, Howard. Estruturas da mente, a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre, Artemed, 2002

Hilgard, E. R. Teorias da Aprendizagem, SP, EPU, DF, INL, MEC, 1973

Etiologia e prevenção

Fontes, José Américo. Lesão cerebral, causa e prevenção. DF/Ba, APAE Salvador - Ministério da Ação Social - CORDE, 1990

Gessel, Arnold (org.) Psicologia Evolutiva de 1 a 16 anos. Buenos Aires, Paidos, 1963

Lefévre, Antonio B. Exame neurológico evolutivo do pré escolar normal. SP, Sarvier, 1976

Bobath, Karel. Uma base neurofisiológica para o tratamento da paralisia cerebral. SP, Manole, 1984

Doman, Glenn. O que fazer pela criança de cérebro lesado. RJ, Gráfica Auriverde, 1983

Motta, Paulo Armando. Genética e psicologia. RJ Guanabara Koogan, 1985

Diament, Aron J. Aminoacidopatias de interesse neurológico. SP, EDART / EDUSP, 1976


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Atualizado em: dezembro 01, 2008.
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