CAMOCIM
Políticas Públicas
ESTATUTO
A Praça da Matriz
IDEALIZADOR DA ONG
Lenna Torquato
LEGISLAÇÃO
FOTOS
PRAÇA DA MATRIZ

Todas as festas que se fizerem, todas as palavras que eu registrar não traduzirão o meu amor por Camocim. Povoam a minha alma as lembranças daquela cidade pacata, onde o maior monumento que enchia meus olhos de criança era o tamanho da Praça da Matriz, com o prédio da Prefeitura ao centro. Eu estudei ali: Curso de magistério, o ex-Curso Normal do Ginásio Padre Anchieta...

Hoje totalmente desfigurada à revelia da própria antropogeografia arquitetônica da cidade.

Fincaram ali um prédio da Caixa Econômica. O Fórum da cidade também... Outras edificações...Nunca vi coisa mais maldita. Prédios afogando uma praça larga, abafando sua visão panorâmica. Cada um mais diferente do outro. Uma grotesca arquitetura... Destituída de harmonia... Parecem  tiranos opressores, catapultando os transeuntes...

Quando eu era criança, de qualquer recanto da imensa Praça se viam todos os seus quadrantes... Hoje jazem ali mortiças edificações. Desfiguraram minha Praça. E eu tenho certeza que seus autores,  jamais foram crianças. Pior ainda não nasceram na minha cidade. Não respeitam tradições. Não entendem de harmonia, de beleza, de estética urbana...Não tiveram pais e nem professores na expressão alargada do termo. Pais que educam, que ensinam, que transmitem reflexões, talentos e estética, sobretudo de respeito aos que precisam transitar por ali...

E onde estariam suas árvores mais encorpadas?

Esses empreendimentos apenas desnudam a noção aberrante de seus autores. Que interesses existem por ali resguardados!...Todos eles passam ao largo da preservação da tradição, da mais limitada noção de arquitetura urbana, do menor fiapo de estética, de limites, de respeito ao ser humano, de transeunte, de passante enquanto  usuário da coisa pública que lhe pertence.

Nada justifica a edificação de prédio fincado goela abaixo na Praça. Os prédios ali edificados apenas e tão-somente entulham a Praça, enfeiam-na e agridem a nossa tradição. E pior na mesma praça existe um prédio que foi incendiado há quase um século e jaz ali do mesmo jeitinho. Por que não foi desapropriado o dito cujo pra edificarem a Caixa Econômica? Ou o Fórum? O Poder Público tem esta prerrogativa. Mas optaram por entulharem a Praça, oprimindo o direito de permanecer, de  ir e vir.

E a Avenida Beira-Mar? Quem terá sido o mentor de tão feiosa arquitetura? Estão entupindo a Avenida com edificações nada estéticas. Onde foi colocado o respeito pelo homem que ali transita, pelos que precisam trafegar por ali?

Ufa... E a Praça Pinto Martins que hoje se chama Alcindo Rocha? Está entulhada.

Enquanto governantes esclarecidos desapropriam terrenos para alargar praças e ruas, o poder público de Camocim entope com verdadeiros entulhos arquitetônicos a largura das nossas ruas, das nossas praças e transformam tudo num aranzel arquitetônico que desrespeita o pedestre, a noção urbana, a noção de estética, o cidadão.

Eu moro na cidade projetada por Niemeyer, onde o verde impera e é ensinado a cada brasiliense que os prédios devem guardar harmonia entre si. Todo arquiteto, todo engenheiro sabe disto...Tem obrigação moral, ética e técnica de concretizar estas idéias, posto que um dia jurou isto ao receber seu diploma universitário...

O pedestre aqui é a pessoa mais importante da via pública. Todos os carros param na faixa de pedestre para que o mais miserável deles atravesse as ruas. Porque nos é ensinado que ali está um homem e este homem é muito, infinitamente mais importante que o carro mais luxuoso e seu motorista enfatiotado. É a noção de cidadania que a própria arquitetura exige.

Desde pequeno é ensinada a cada brasiliense a importância do verde. A comunidade se reúne, briga, esbraveja e consegue... Há uns tempos atrás conseguiram que um fiapo de água de uma nascente fosse preservado num dos locais mais caros do país... Uma Superquadra da Asa Norte em pleno Plano Piloto foi transformada no Parque Olhos d’Água... Hoje por ali está o Parque reivindicado pelas vozes da comunidade. Transitam por ali crianças, adultos em suas caminhadas. PEITARAM os ricos empreendedores, os construtores magnatas, mas o governador não é burro, ficou do lado da comunidade e construiu o Parque...Pois bem. É isso que quero pra minha cidade: o melhor... Pequena ou grande só se atinge o melhor com a comunidade unida, reivindicando suas melhorias, apontando seus caminhos. Ajuntando vozes é que conseguiremos melhorar.

E voltando à Praça, olhem só:  A praça é pública. Ela lhe pertence. Zele por ela. Não permita mais que lhe agridam as entranhas com esses monstrengos...

Lenna Torquato
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