Os mais de dois gigabytes de armazenamento disponíveis em uma
conta do Gmail quase sempre são um enorme espaço desperdiçado
só com correio eletrônico. Você jamais o preencherá e,
mesmo se isso acontecesse, o Google dobraria seu armazenamento. Não
seria bacana utilizar um pouco dessa capacidade para algo além
de mensagens?
Bem, isso é possível. Um pequeno software gratuito
e o know-how para modificar algumas configurações do
Gmail são tudo o que você precisa para transformar o
espaço disponível num disco virtual acessível
em qualquer instante em que estiver conectado à internet.
O serviço continua em beta e novas contas só são
aceitas por meio de convite.
Antes de tudo, baixe a extensão Gmail Drive de www.viksoe.dk/code/gmail.htm
e instale-a. Faça o download do arquivo ZIP, extraia todos
os arquivos em uma pasta e rode o programa setup.exe. Atenção:
o Gmail Drive só funciona com o Internet Explorer versão
5 ou superior.
Após instalar o software, inicie uma instância do Windows
Explorer. Em Meu Computador, você verá um novo drive
chamado Gmail Drive. Quando clicar nele, digite seu usuário
e senha no Gmail.
É possível usar o Gmail Drive como se fosse qualquer
outro drive local na sua máquina, copiando arquivos nele com
o Windows Explorer e também criando subdiretórios.
Apesar de ele aparentar ser um disco rígido local sob o Windows
Explorer, é um drive virtual e você o acessará pela
internet e, por isso, a taxa de transferência de dados é limitada à de
sua conexão. Se seu acesso for discado, a velocidade será muito
baixa.
Quando você copia um arquivo para o Gmail Drive, na verdade
você está criando um e-mail e enviando o mesmo para
sua caixa de correio. Ele aparecerá na bandeja de entrada,
com o arquivo como anexo. Para abrir um dos arquivos pelo webmail
do Gmail, é só clicar na mensagem correspondente para
visualizá-la e depois clicar no botão Download. O arquivo
será baixado para o PC em que você estiver no momento
do acesso. Repare que o Gmail enviará ou receberá mensagens
com um tamanho máximo de 10 MB e usá-lo como drive
não vai alterar essa característica.
Usar o Gmail como drive virtual pode bagunçar bastante sua
caixa de correio, já que todos os arquivos que você transferir
aparecerão como e-mails, com um GMAILFS:/ no campo de assunto,
seguido pelo nome do arquivo. Misturar arquivos com seus e-mails
cotidianos pode tornar difícil sua experiência ao gerenciar
sua caixa de correio. Mas é possível configurar um
filtro que desviará os arquivos diretamente para a pasta de
arquivamento de mensagens, poupando a bandeja de entrada. Clique
em Criar um filtro no topo da tela do Gmail. No campo Assunto, digite
GMAILFS, marque a caixa "Possui anexo" e clique em "Próxima
etapa". Marque a caixa "Ignorar a caixa de entrada (Arquivar)" e
clique em "Criar Filtro". De agora em diante, todos os arquivos do
disco virtual serão enviados para a pasta de arquivamento.
Também é possível criar um marcador (label)
para eles, uma forma ainda mais eficaz de gerenciamento. Tais labels
equivalem a pastas, então, depois de ter categorizado as mensagens
com elas, você pode ver todas de uma mesma categoria com um único
clique. Para fazer isso no mesmo filtro criado, depois de selecionar "Ignorar
a caixa de entrada (Arquivar)", marque também a caixa "Aplicar
o marcador". Da lista drop-down próxima a ele, escolha "Novo
marcador" e, na caixa de diálogo que aparecerá, digite
o nome do marcador e clique em OK.
O Gmail Drive é útil para usuários que viajam
bastante ou para quem tem dois computadores, um desktop e um notebook. É possível
copiar arquivos de seu desktop para o Gmail Drive e depois recuperá-los
conforme sua necessidade, enquanto viaja.
Algumas dicas: não é conveniente usar o Gmail como
disco virtual se você usa POP3 para baixar seu e-mail. Se fizer
isso, a cada vez que baixar e-mails do Google, também baixará os
arquivos lá copiados, o que pode significar centenas de megabytes
de download. Upgrades no Gmail também afetaram algumas vezes
o funcionamento do Gmail Drive. A versão 1.0.6 tenta driblar
essas últimas alterações no Gmail. Não
há qualquer garantia de que o Google não bloqueie o
uso dessa ferramenta em algum ponto no futuro.