Sobre espi�es e fugas.

       Eu n�o sou um oficial de alto cal�o, nem sou pol�tico; sou um soldado, um homem, um aviador . . . n�o sei qual a situa��o da Alemanha hoje, pois todas not�cias que tenho vem de dentro de nosso pr�prio JagdGeschwader. E o que sei, e que a maior parte das investidas de nossos inimigos, duas, tr�s vezes mais numerosos, n�s conseguimos deter . . . n�o sei se a situa��o da Alemanha � desesperadora como afirmam alguns rumores, ou se podemos nos manter ainda tempo suficiente na Guerra para dominar todos nossos advers�rios.
      Narro agora, os eventos de nosso �ltimo combate.
       Eu estava na minha cama, lendo est�rias em quadrinho e ouvindo algumas de minhas m�sicas prediletas, tentando descan�ar meu cora��o que sonhava com meu lar seguro, com minha senhorita, e com minha m�e, tentando me manter longe das lembran�as dos avi�es de alguns camaradas que vi explodindo, morrendo, e das lembran�as de meus alvos, que tive que destruir sem pensar, mas, que tamb�m eram pessoas, guerreiros, e que sonhavam com as mesmas coisas que eu, quando soou o alerta em nosso aer�dromo. Eram 4:30 a.m., hor�rio local, quando me dirigia junto com Adolf Galland, companheiro, instrutor e quase �dolo, para a sala de briefing. : Dois de nossos companheiros, pilotando Do 17, estavam voltando de uma miss�o de espionagem, trazendo fotos e informa��es importantes sobre alvos na Inglaterra, quando foram avistados pelos radares inimigos, e pediram ajuda desesperada, pois sabiam que ia chover avi�es aliados de todos os lados.
       Quando decolamos, as informa��es que t�nhamos era que ir�amos enfrentar algo em torno de 3x1, spitfires e mosquitos . . . nenhuma novidade, sempre, sempre, os aliados eram muito mais numerosos.
       Est�vamos voando h� uma hora, em dire��o � Londres, quando Galland informa no r�dio: temos um ponto � nossa frente. : provavelmente, os mosquitos, que decolaram da ilha. Mais cinco minutos, e Galland informa novamente: mais 3 pontos �s 9 horas. . . . estava para come�ar: o circo estava fechando. Nossa estrat�gia consistia em impedir os mosquitos, j� que eles, mais r�pidos, e com armamento mais pesado, s�o advers�rios mais perigosos para os Do, e, ao mesmo tempo, sendo menos �geis, alvos mais f�ceis para n�s do que os spitfires.
       Depois de alguns minutos, pudemos confirmar: os dois pontos a nossa frente: mas n�o fomos n�s quem confirmamos isso: sem saber, est�vamos nos aproximando de um Do, que dever�amos proteger no regresso para nossa p�tria, e t�nhamos j� a comunica��o de r�dio com ele. Infelizmente, n�o eram boas not�cias: Tenho dois em cima de mim . . . mosquitos ! . N�o sab�amos exatamente a qual distancia estavam mas, sei que estavam ainda fora de nosso radar . . . mergulhamos, mergulhamos, e continuamos mergulhando, mantendo nossos A-5 no limite de velocidade em dire��o ao Do. Quando consegui um visual, gritei no r�dio: r�pido, voe para E, no ch�o, mergulha em nossa dire��o, e n�s te damos cobertura ! . . . mas tudo que obtive como resposta, foi: - Desligando comunica��es para entrar em combate, estamos sendo alvejados. Eu n�o entendi o que o Do estava fazendo �quela altitude . . . n�o sei o que o piloto tinha em mente, mas, estava voando pouco abaixo das nuvens, no lugar mais improv�vel, por ser o lugar mais f�cil de ser avistado.
       Quando o primeiro mosquito aparece em nosso radar, logo atr�s, vimos a fuma�a de nosso camarada, no ch�o . . . tudo o que t�nhamos a fazer agora, era pegar alguns alvos de oportunidade f�ceis, e retornar para casa com seguran�a: nosso objetivo, jazia num t�mulo de metal e chamas.
       � nossa frente, os dois mosquitos que derrubaram nosso camarada: dois mosquitos, contra dois A-5 pilotados por veteranos, e, ao inv�s de fugirem, para nossa surpresa, se dirigiam direto para n�s. "- Bem, vamos conversar com esses mosquitos, n�o � Galland? ! " , perguntei eu para meu l�der, que ia pouco a frente. Mas n�o obtive resposta: O avi�o de Adolf Galland, se chocou de frente, com o primeiro mosquito. . . . . Por um momento, por um breve momento, o mundo sumiu, eu s� via uma grande mancha branca, e, parecia ouvir um canto suave . . . eram os c�us abrindo passagem ao nosso her�i. Se os Vikings estivessem certos, se o para�so pertencesse mesmo aos valentes, Adolf Galland, estaria agora sentado no trono principal. De repente, fui acordado por um extrondo, e o mundo voltou numa explos�o do ca�a alem�o chocando-se contra o aliado. A realidade que sumira por um segundo estava devolta a minha frente: o outro mosquito, atirava na minha dire��o, tentando me alvejar. Eu me encontrava em posi��o de imensa vantagem, mais alto e mais r�pido que o mosquito, e subi . . . n�o foi nem um pouco dif�cil me colocar fora de alcance das metralhadoras e canh�es de meu advers�rio, eu pilotava o A-5, um dos maiores orgulhos de nossa frota.
       Subindo com o metanol engajado, fiz uma descida r�pida, e vi o mosquito cada vez mais distante. Por alguns minutos, com uma dist�ncia bem seguro de meus inimigos, comecei meu retorno para o lar: tinha perdido meu l�der, meu her�i, meu amigo, e estava sozinho, no meio do territ�rio inimigo, e cada vez mais pontos surgiam: pontos negros, como corvos, buscando minha morte. Mas, n�o . . . eu n�o ia ser v�tima. Olhei para o mosquito, bem abaixo de mim, : . eu podia facilmente alvej�lo, e ainda retornar para a casa por uma rota segura.
Fiz a volta: agora, eu teria de ser o her�i.
O mosquito, antes t�o valente, agora estava fugindo . . . eu mergulhei em cima dele, e acertei alguns tiros, subi, e fiquei logo acima; ele estava voando abaixo de mim, e a menor velocidade, sem qualquer condi��o de fuga, ou manobra evasiva. mergulhei novamente, e acertei v�rios tiros . . . fuma�a : no terceiro mergulho sobre meu alvo, cortei totalmente a velocidade, e disparei, disparei, e disparei novamente . . . voltei para o alto, enquanto via meu alvo mergulhando no ch�o, e explodindo.
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