ANOTAÇÕES

As Aventuras da Liga Extraordinária

Por Jess Nevins ([email protected])

Esse texto é divulgado com a permissão do Autor. Thanks, Jess!


Capítulo II: Fantasmas & Milagres

Página 39, quadrinho 1

A esposa de Quatermain foi sua amiga de infância, Stella Carson. Ele a conheceu novamente anos depois em uma de sua primeiras aventuras na África (com respeito a sua cronologia, foi a segundo aventura dele registrada). Eles se apaixonaram, se casaram, e ela morreu, ao dar à luz a seu filho, Harry. O conto completo é contado na história do título da coleção Allan's Wife and Other Tales (A Esposa de Allan e Outros Contos), de 1889. Outra história no mesmo livro, A Tale of Three Lions (Um Conto de Três Leões), é (até onde se sabe) a única história que retrata o filho de Quatermain, Harry (que tinha 14 anos nessa história).

A morte de Harry foi mencionada por Quatermain no início do romance Allan Quatermain (1887). Ele morreu enquanto trabalhava na ala de varíola de um hospital logo após ter se graduado como médico. Isto aconteceu há apenas dois anos antes dos eventos relacionados no romance, que aconteceu aproximadamente três anos antes da publicação do romance, estabelecendo assim a morte de Harry por volta de 1882, ou 16 anos antes dos eventos ocorridos na Liga. presumindo que Harry tinha por volta de 20 anos quando morreu, a morte de Stella teria acontecido por volta de 1860, ou cerca de 40 anos antes da Liga.


Página 39, quadrinho 2

De maneira interessante, este pode ser um desses momentos quando o autor parece falar diretamente com o leitor, como se Moore estivesse nos falando, através de Nemo, sobre seus próprios sentimentos a respeito do gênero de super-heróis; note também a semelhança entre essa imagem de Nemo, e a imagem mais famosa de Moore.


Página 39, quadrinho 6

Polly Whittier é mais conhecida como Pollyanna; ela é a heroína de Eleanor H. O Pollyanna, de Porter (1913). No romance, ela não era conhecida como Polly; como ela teve duas tias chamadas Polly e Anna, seus pais decidiram batizá-la com os dois nomes.


Página 40

Moore, talvez se antecipando a objeções sobre as cenas de estupro ocorrida aqui e a tentativa de estupro de Mina no Cairo ocorrida no primeiro capítulo, falou sobre isso em uma recente entrevista à revista Tripwire:

Eu penso que, quando você olhar a cena de sexo com Pollyanna, que acontece no segundo capítulo, você verá que há um elemento de ingenuidade nela. A cena onde os egípcios tentam estuprar Mina, entretanto, é sórdida mas cômica. Estupro é uma coisa séria, a idéia de estupro é uma coisa horrível e não há nenhuma intenção de banalizá-lo. Porém, um dos pilares não mencionados na ficção vitoriana era a noção de ‘um destino pior que morte’. A sexualidade humana, distorcida como ela é, vem em grande parte da ficção vitoriana, assim como o racismo. Quando você vê os árabes no primeiro capítulo e quando vê o chinês no terceiro capítulo, tenho certeza de que eles serão retratados da mesma maneira. Isto é o que nós queríamos. Nós não estamos falando sobre árabes reais, chineses reais, ou até mesmo mulheres reais.

Suponho que as pessoas poderiam me acusar de projetar esses elementos sob o disfarce do pós-modernismo, e elas provavelmente têm razão. Eu não acho que você ficará em uma atmosfera desagradável após ler as histórias. É mais uma maneira de demonstrar atitudes tipicamente britânicas que estão sendo ridicularizadas do que objetivar essas atitudes. O que faz disso engraçado é o absurdo da visão vitoriana, esta idéia de uma Inglaterra supremacista que governou o mundo inteiro. É um desses exemplos que eu tenho mais desfrutado, explorar todas essas atitudes vitorianas. No colégio para moças no segundo capítulo, há muitas cenas de castigo simplesmente porque os ingleses vitorianos acreditavam que o castigo corporal era bom para construir o caráter.


Página 43, quadrinho 2

Lord e Lady Pokingham vem de Lady Pokingham, Or They All Do It (Lady Pokingham; Ou Todos Eles Fazem Isso), outra peça erótica da era vitoriana públicada em The Pearl.


Página 43, quadrinho 4

Mesmo tendo sido atacada por aquele demônio, estou decidida a me manter otimista
. é uma síntese perfeito de o que é ser uma Poliana.


Página 44, quadrinho 2

Culto de Ayesha (placa) vem dos livros She: A History of Adventure (1887), Ayesha: The Return of She (1905), She and Allan (1921), and Wisdom's Daughter: The Life and Love Story of She-Who-Must-Be-Obeyed (1923), todos de H. Rider Haggard. Ayesha era uma deusa imortal, cultuada na cidade africana de Kor; ela encontra Quatermain em She and Allan, vindo daí a atenção especial dele com relação às relíquias neste quadrinho.


Página 44, quadrinho 4


O crânio dentro do mostruário é um Yahoo, de As Viagens de Gulliver (1726), de Swift. Os Yahoos eram os asquerosos brutamontes que tinham depravadas tendências e formas humanas; eles eram totalmente governados pelos sábios e benevolentes Houyhnhnms.

O crânio gigante que Nemo está olhando provavelmente pertence a um Brobdigngnagianos, um dos gigantes de As Viagens de Gulliver.

O mostruário de minúsculas figuras provavelmente contém Lilliputianos vivos ou empalhados, as pequeninas pessoas de As Viagens de Gulliver.


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