Os pilotos, tal como o avi�o, estavam integrados no Grupo de Esquadrilhas de Avia��o "Rep�blica", pelo que tentaram obter autoriza��o superior para a desejada aventura. Como n�o o tivessem conseguido, optaram por partir sem autoriza��o, mas com a complac�ncia do seu comandante e o conhecimento de todo o pessoal do GEAR. Nas curiosas palavras de Sarmento Beires, "o que tinha de acontecer, aconteceu".
Brito Pais, ent�o com 37 anos, comandava a miss�o, cabendo a Sarmento de Beires, 10 anos mais novo, a fun��o de observador.
O avi�o n�o tinha autonomia para os 900 km que separam Lisboa do Funchal, pelo que foi adaptado um reservat�rio suplementar que permitisse uma perman�ncia em voo de 7 a 8 horas. Estava equipado com dois indicadores de velocidade, um conta-rota��es, um term�metro e tr�s bussolas.
Utilizaram ainda pequenas bombas de fosforeto de c�lcio que, lan�adas ao mar, flutuavam durante 6 a 8 minutos, produzindo uma coluna de fumo banco, o que lhes permitia calcular a direc��o e for�a do vento e desse modo calcular a respectiva deriva e corrigir as leituras de rumo e velocidade efectuadas a bordo.
Devido ao denso nevoeiro n�o chegaram a encontrar o arquip�lago, pelo que lhes restava duas alternativas: dirigir-se para a costa africana ou retomar a rota de Lisboa, embora sem gasolina para chegar ao Algarve, na esperan�a de encontrar navio que os socorresse, ou de conseguirem alcan�ar as feitoria espanholas do norte africano. Optaram por esta �ltima via.
O primeiro barco que avistaram, um transatlantico italiano, n�o respondeu aos pedidos de socorro do seu rudimentar aparelho de r�dio - com o diminuto alcance de apenas 30 km - e restava-lhes gasolina para n�o mais do que 20 minutos de voo.
Finalmente avistaram o cargueiro ingl�s "Gambia River" que ao pedido de socorro respondeu abrandando a marcha e preparando o salva vidas. S� ent�o os pilotos amararam o seu avi�o, que se afundou ao fim de 10 minutos. A sua viagem a�rea tinha durado 8 horas e 22 minutos,
Recolhidos pelo cargueiro, nele viajaram at� pr�ximo de S.Juli�o da Barra, onde transitaram para o navio "Guadiana", �s 10.30 h. do dia 20.
Inicialmente punidos com uma repreens�o pelo Ministro da Guerra, foram no entanto considerados her�is. O Di�rio de Not�cias anunciou que receberiam um pr�mio de 2.000$00, "oferta feita a este jornal pelo sr. Carlos Bleck".
O Ex�rcito acabou por lhes conceder um louvor em ordem, pelo acto de bravura.
Num relat�rio posterior, Brito Pais respondeu metodicamente a algumas cr�ticas feitas aos pilotos, no sentido de que a viagem n�o teria sido adequadamente planeada, relat�rio que termina com as seguintes palavras:
Uma c�lula bem regulada, um motor com uma afina��o conscienciosa, um pouco de estudo, precau��o e confian�a em si � tudo quanto � preciso.