Verdades e ilusões
Quando se é jovem, é mais fácil sonhar.
É como se os sonhos mortos tecessem um manto de desesperança, a envolver o coração do homem; enquanto avança o tempo, mais e mais difícil se torna cultivar novas ilusões.
E é a isso que chamais maturidade.
Amadurecer, para vós, é abandonar os sonhos e ater-se à realidade.
Maduro, em vosso entender, é aquele que apenas acredita no que vêem os seus olhos e tocam as suas mãos.
Como vos enganais!
As coisas mais reais são as que não podeis tocar; assim como não o podeis fazer ao vosso verdadeiro Eu.
Pretendeis, acaso, tocar o amor?
Ou a saudade, a alegria e a tristeza?
Porventura, podeis tocar Deus?
Convencei-vos, pois, de que os vossos sentidos não são mais que as portas do vosso corpo, enquanto o que em vós existe de mais verdadeiro habita o jardim da Eternidade.
Ilusórias são as vossas posses, o vosso orgulho, a vossa concepção do real. São como vendas em vossos olhos, e grilhões em vossos pés.
Por isso, não conseguem os vossos olhos enxergar o verdadeiro caminho; ou percorrê-los os vossos pés.
Deveríeis, como quem despe incômodo manto, de vossos ombros sacudir o que chamais maturidade.
E com as crianças reaprender a sorrir, a confiar. Esquecer o vosso amargor, acreditar em vossos sonhos.
Acreditai, sempre!
Pois, àquele que perde as suas crenças, nada mais resta.
Fazei do amor o objeto de vossas buscas, e da esperança a força para encontrá-lo.
Aprendei a ver as vossas posses apenas como um teto, do qual um dia necessitareis afastar-vos; pois é incessante vossa caminhada
E, à transitória existência que agora chamais vida, considerai apenas como um porto no infinito oceano da Eternidade.
Assim, despertareis para o mundo da verdade.
Onde reside o vosso verdadeiro Eu.