O Tempo

 

 

 

O que fazeis do vosso tempo?

 

Não sabeis, acaso, que é ele o vosso capital mais precioso, o único que não podeis repor?

 

Credes poder recuperar o minuto passado? Podeis voltar ao dia de ontem? E não vedes que, à medida que o tempo escorre, mais se aproxima a nova viagem?

 

Não; decerto, não o sabeis.

 

 

Ou não trataríeis tão levianamente o vosso tempo.

 

Eis que procurais um trabalho, para que possais ganhar o vosso sustento;  para que a vossa família tenha o teto e o alimento. E tanto vos escravizais a ele, e tantas horas nele empregais, que não vos sobra tempo para estar com os vossos familiares.

 

 

Ou vos entregais a jogos, a que chamais “passatempos”. E neles gastais o vosso tempo.

 

Ou, ainda, vos aborreceis por motivos insignificantes. E, no aborrecimento, gastais os momentos em que poderíeis ser felizes.

 

Deixai que eu vos diga: não deveis desperdiçar o vosso tempo. Ou dia virá em que vos arrependereis, e nada podereis fazer porque tereis gasto quase todo o vosso tempo.

 

Em verdade, é do erro que nasce a sabedoria.

 

De que, entretanto, valeria a sabedoria, se não pudesse consertar os erros da ignorância? Acaso vos adianta apagar o incêndio, depois que tenha consumido os vossos bens?

 

Prezai o vosso tempo.

 

E aprendei a dividi-lo, para que vos possa ser útil. Assim, reservai o tempo para o vosso trabalho; e, também, para que possais cultivar os vossos sentimentos e o vosso lazer.

              

 Pois, assim como as flores não existiriam sem as raízes, também o homem não existe sem o seu verdadeiro Eu. E não podereis encontrá-lo, se não cultivardes o que vos fala ao coração.

 

Entretanto, que não vos preocupe o tempo.

 

Porque, assim como todas as dádivas que vos concede o Pai, o que tendes é o que vos é necessário.

 

Preocupai-vos, sim, com o uso que dele fazeis. Pois não é sábio aquele que desperdiça as provisões de que necessita, apenas porque as recebeu.

 

Buscai, portanto, apenas viver.

 

Trabalhai, amai e descansai. Deixai que o tempo corra, e vos traga novos dias e novas noites.

 

É assim que escapareis ao tempo: descobrindo o que, em vós, reside na Eternidade.

 

O vosso verdadeiro Eu.

 

 

          

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