Na desesperança

 

 

 

 

 

 

 

Ocasiões existem, em que a inspiração se vai.

 

Em que toda a vida vos parece sem sentido; em que todo o esforço se vos afigura inútil. Em que derramais, sobre as cores da existência, a tinta negra da desesperança.

 

Como se as nuvens de chuva pudessem apagar as estrelas, e não apenas ocultar temporariamente o seu esplendor. Como se as angústias de uma noite durassem para sempre e não fugissem aos primeiros raios do sol.

 

Como se a Tristeza e a Felicidade não alternassem as visitas que fazem aos vossos corações.

 

E, entretanto, assim tem sido desde o início dos tempos.

 

Porque, assim como o aço é forjado entre o calor e o frio, é entre o sofrimento e a alegria que o vosso verdadeiro Eu atinge a sua plenitude. E o sorriso não vos é mais necessário que as lágrimas.

 

Por que, então, abrigar a desesperança?

 

Não sabeis, acaso, que as vossas atuais agruras, em breve irão juntar-se às muitas que hoje não passam de lembranças? Por que sofrer pelo passado de amanhã?

 

Tendes observado a Natureza e sabeis que à chuva sempre sobrevém o sol, porque é esta a lei do Universo. Observai a vossa vida e descobrireis que ao sofrimento sempre sucede a alegria, porque é esta a lei do aprendizado.

 

E o que somos, senão aprendizes?

 

Sucumbindo ao desespero tornais inútil o vosso próprio sofrimento, desprezando as lições que nele se encerram. Aprendei a valorizar os vossos momentos de tristeza, como desfrutais dos instantes de alegria.

 

Quando a bruma do desânimo buscar tolher-vos a visão, encontrai as forças necessárias e podereis descortinar as montanhas das vossas esperanças. Àquele que olha sempre para o céu, a lama do caminho pode apenas respingar os pés, mas jamais impedirá a sua jornada.

 

Buscai, sempre, o auto-conhecimento; através dele, podereis atingir o conhecimento do que vos cerca e descobrir que muito mais coisas existem do que podeis imaginar.

 

Então, sereis verdadeiramente capazes de ver. E os vossos olhos, livres da névoa dos desejos, vos indicarão o caminho a seguir; aquele que todos devemos percorrer.

 

E, embora nesse caminho não existam apenas flores, tereis aprendido a lidar com os espinhos. Também não esperareis encontrar apenas planícies, mas sabereis como escalar as montanhas; e não encontrareis apenas a brisa do sorriso, mas sabereis lidar com os ventos do pranto.

 

Jamais devereis desanimar. Pois a tristeza é passageira, como a alegria.

 

E, se ambas existem, é para que possais abrir os olhos que, um dia, vos permitirão enxergar a vida como ela é, e não como imaginais que seja.

 

Os olhos do vosso Verdadeiro Eu.

 

 

          

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