Esperanças e decepções
Desesperais, à morte de cada uma das vossas esperanças.
E por que o fazeis? Acaso a morte de uma rosa significa que não possam abrir-se novos botões?
Ou não sabeis que as esperanças são como as rosas e cada uma que tomba sobre o solo servirá de adubo, para que outras possam brotar?
Necessitais renovar sempre as vossas esperanças, e prosseguir com as vossas ilusões. São elas as tintas que usa a Felicidade, para colorir o cinza das vossas vidas.
Por isto, infeliz daquele que abandona as suas esperanças e renega as suas ilusões; que não se imagina feliz, por medo de depois vir a sofrer. Pois será como o homem que apenas busca os frutos da árvore, e não escuta a doce melodia do vento em suas folhas.
Sem o oásis da esperança e a reconfortante brisa da ilusão, seria a vossa vida um árido deserto.
Aprendei a conviver com as vossas esperanças e decepções; com os vossos sonhos e desilusões.
Pois sábio não é o homem que tenta pegar a lua; mas aquele que, tendo os pés no chão, sabe erguer os olhos para admirar a sua beleza. E não desespera a cada nuvem que a encobre, mas apenas a espera ressurgir.
A sabedoria não é o desencanto, mas a arte de desfrutar do encanto sem imaginá-lo eterno. É saber que cada decepção é o prólogo de uma nova esperança.
Pois as decepções e as esperanças são as sementes do coração, que cultivais com a chuva das vossas lágrimas e o sol do vosso sorriso.
E eu vos tenho dito que para esse cultivo viestes. Pois, assim como a planta brota das suas raízes, assim brotará o vosso verdadeiro Eu do vosso constante aprendizado.
E os seus frutos não serão enjoativamente doces, nem excessivamente amargos. Terão o perfeito sabor, que vem do conhecimento.
E esse é o sabor que vos deleitará, por toda a Eternidade.