A tolerância

 

 

 

 

 

 

Não sois iguais entre vós.

 

Como não são iguais as folhas das árvores, as ondas do mar, ou as estrelas que ornamentam o céu, embora assim possam parecer aos vossos olhos.

 

E nem o poderíeis ser.

 

Pois, se fosseis todos artistas, quem faria o pão que sustenta o vosso corpo? Quem haveria de semear o trigo, ou prover aos outros alimentos?

 

E, se fosseis todos padeiros, ou todos trabalhásseis a terra, de onde viria o alimento para os vossos espíritos?

 

 

É preciso que cada um cumpra o seu papel.

 

Por isto existem os artistas e os padeiros, os agricultores e todos os outros. E todos sois partes de um todo, que vos permite a vida como a conheceis.

 

Dentro de cada um de vós existe um Universo, que é o vosso verdadeiro Eu. E não existem dois Universos semelhantes.

 

Deveis ter presente esta verdade. E exercitar a tolerância.

 

Pois não podeis esperar dos vossos irmãos as vossas reações. Cada um reage conforme os seus próprios sentimentos e inclinações.

 

E não vos deveis exasperar, ou buscar impor as vossas opiniões. O silêncio que vos receberá não será o da concordância, mas o da paciência. Ou recebereis de volta a própria violência com que vos buscais impor.

 

Exercitai a vossa compreensão. E a arte do diálogo.

 

Pois, embora seja fácil falar, é difícil escutar. E o diálogo só existe quando ambos não apenas falam, mas se dispõem a escutar. Pois a razão não habita em apenas um homem, mas no consenso.

 

Acreditais, acaso, que alguém possa sempre estar certo? Ou errado?

 

Eis que vos deveis acostumar a ouvir. E a respeitar as opiniões alheias, que apenas poderão enriquecer as vossas próprias opiniões.

 

Se certos estiverdes, triunfarão os vossos argumentos; e, se estiverdes errados, nem toda a irritação do mundo poderá mudar esta verdade. Antes, aprendereis; e não voltareis a errar.

 

Renunciai ao vosso orgulho, e a recompensa será o vosso crescimento. A tolerância e a compreensão atrairão para vós o respeito dos que vos cercam, e a capacidade de escutar vos dará o direito de falar.

 

Pois a razão não necessita gritar, para se fazer ouvir.

 

Mais cedo ou mais tarde, a sua voz ecoará em vosso verdadeiro Eu.

 

 

               

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