Uma mulher extraordinária!
Helena Lima Santos
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Helena Lima Santos
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  "Expoente máximo de beleza e cultura". Assim definiram Helena Lima Santos há muitos anos. Hoje, chegando a noventa anos, seus traços de beleza são ainda marcantes; sua bagagem cultural, enriquecida com o que aprendeu na longa caminhada.
   Foi minha professora na década quarenta. Lecionava Geografia quando me ingressei na antiga Escola Normal de Caetité. Suas aulas eram motivadas pela sua própria figura. Sua altivez a fazia sempre respeitada. Seu sorriso franco irradiava felicidade. A alegria que lhe ia n'alma era contagiante. Sua voz forte ecoava pela sala, quebrando o silêncio que conseguia nos impor sem admoestações. Seu olhar magnético, às vezes, nos hipnotizava.
   Eu a vejo, ainda hoje, frente à classe, esbanjando simpatia e saber. Seus dedos ágeis nos apontavam, em globos e mapas, o mundo que ela conhecia tão bem, sem nunca tê-lo percorrido. As lições que nos passava eram cobradas, com rigor, em cartas mudas, exigindo a localização de continentes e oceanos; de rios e de outros acidentes geográficos.
   Sua jovialidade de hoje é invejável! Sua forma física é mantida através da ginástica a que se submete diariamente e com o manejo da enxada, cultivando, por distração, seu grande quintal. A saúde de ferro lhe permite longos passeios, participação em festas, distrações  outras.
   Seu estilo de vida é o segredo de sua longevidade.
   Incansável, mostra seu poder de resistência a qualquer hora, em todas as circunstâncias. Lembro-me da resposta que me deu em Correntina, quando da excursão que ali fizemos pelo Clube da Amizade. Depois de horas de viagem em estrada de chão, após seu banho naquela cidade, perguntei-lhe: Descansou, D. Helena? Respondeu-me simplesmente: "Eu não estava cansada". Como me sentia exausta, fiquei envergonhada!
   Nunca deixou de ser mestra. Está sempre pronta a dirimir dúvidas, a comentar fatos da atualidade, a fazer palestras, a participar de debates. Fonte de informação sobre nossa história, nela se abeberam estudantes, políticos, professores. Seu livro "Caetité, Pequenina e Ilustre", fala de nosso passado, de nossa gente, das riquezas de nosso solo.
   Sua vida não foi só de risos; experimentou prantos também. Na colheita das rosas, não se livrou dos espinhos. Isto acontece com todas as criaturas. A maneira de enfrentar as adversidades é que foi singular. Como mulher forte e extraordinária, soube superar as dores, sufocar as mágoas, renascer, alegrar-se.
   Associo-me a seus familiares, participando espiritualmente, da merecida festa que celebram nesta data.
   Parabenizando-a, afirmo com segurança: Felizes os que chegam aos noventa anos com a lucidez e fortaleza de ânimo de HELENA LIMA SANTOS.

                                        
Caetité, 23 de agosto de 1994
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Por: TEREZA GUANAIS AGUIAR*
*TEREZA GUANAIS AGUIAR é Patrona da Cadeira N. 28
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