Capa Caetité, pequenina e ilustre 2a Ed.
Capa, Caetité, pequenina e Ilustre 1a. Ed.
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Capa Caetité, pequenina e ilustre 2a Ed.
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A Historiadora de Caetité.
Helena Lima Santos
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BIOBIBLIOGRAFIA
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Biobibliografia
Discurso do Prof. Bartolomeu Mendes em Homenagem à Patrona Helena Lima Santos
Helena Lima Santos
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Capa, Caetité, pequenina e Ilustre 1a. Ed.
Capa Caetité, pequenina e ilustre 2a Ed.
  A Profa. Helena Lima Santos nasceu em Livramento do Brumado, no ano de 1904. Formada em magistério em 1925, vem para Caetité, com a fundação da Escola Normal, no ano seguinte.
   Em 1954 lança seu primeiro livro, "
Município de Caetité", com o objetivo de auxiliar, com a sua venda, na construção do Seminário S. José, parte da campanha arrecadatória do bispo D. José Terceiro de Souza.
A TRAJETÓRIA DE HELENA LIMA SANTOS
  Há uma tradição popular que afirma que o mês de agosto é um mês de desgosto. Sustenta-se essa tradição no fato de, historicamente, grandes tragédias mundiais terem ocorrido nesse mês. Entretanto, não obstante essa evidência histórica, fato como o nascimento da Profª.  Helena Lima Santos, aos 23 de agosto de 1904, ajuda a provar que nem só de tragédias o "augusto" mês se caracteriza, mas também, de benesses, de positividade e de vitória.
  Abençoada Terra de Livramento de Brumado (hoje Livramento de Nossa Senhora) que ouviu, pela primeira vez, a voz chorosa da pequenina Helena, no momento em que chegou a este mundo. Bendito chão que serviu de cenário aos ensaios dos seus primeiros passos. E, bem aventurada a cidade de Caetité que a ganhou como prêmio e a acolheu como filha - parte integrante do processo de construção da sua cultura. Felizes todos aqueles estudantes da Escola Normal que a tiveram como educadora durante seus processos de formação. Sorte, porque não dizer também para mim, que desfrutou da sua recepção quando cheguei a Caetité e lhe fui apresentado pelo "Velho Rosa". Na verdade, sorte e tragédia; gosto e desgosto; vitória e derrota fazem parte da vida, cuja concretização não está predestinada a qualquer mês em particular. Ao contrário, esses acontecimentos não escolhem mês e lugar para as suas ocorrências. O mês de agosto tem sido vítima da superstição popular. Para Caetité, por exemplo, o mês de agosto lhe foi favorável porque trouxe Helena ao mundo, viabilizando a sua chegada naquela cidade 22 anos depois. E é propósito deste artigo acompanhar a sua trajetória de vida da atual cidade de Livramento até a cidade de Caetité, ressaltando suas realizações pessoal e profissional.
  Num espaço helênico da Vila velha de Brumado, no oitavo mês do ano de 1904, nasceu Helena. Posso até imaginar pelo porte físico e pela beleza espiritual que conheci, mesmo após os seus longos anos de vida e o labor intelectual a que se dedicou, que foi um bebê saudável e bem querido pela família. Cresceu o bebê, desenvolveu-se a criança e formou-se a jovem que, após cumprir o ciclo das séries iniciais, foi para Salvador, matriculando-se no Educandário Sagrado Coração de Jesus (nos "Perdões") de onde saiu, diplomada em magistério, em 1925. A recém professora não percebia a trajetória profissional de sucesso e prestimosidade que o destino estava lhe reservando. Trazia, na mente e no peito, um propósito nativista de voltar à sua Terra, já formada, e lá permanecer ensinando e conscientizando as crianças da sua Vila, seus conterrâneos mais novos. Aquele desejo que habitava o coração daquela jovem de 22 anos sucumbiu ante um horizonte mais largo que à sua frente se abria, iluminando seu caminho, dando-lhe condições mais amplas para ajudar aos sertanejos, na promoção humana. Aconteceu que a percepção apurada do grande Mestre Anísio Spínola Teixeira, numa demonstração total de inteligência e perspicácia, descobriu nela o carisma e a vocação de professora, convidando-a, através do seu irmão Hermes Lima, a compor a legião de novos educadores que estava organizando. No ano de 1926, aceitava Helena o convite formulado pelo Diretor da Educação da Bahia, vindo para a Escola Normal de Caetité, para assumir a cadeira de Geografia Geral e do Brasil, deixando de lado o seu antigo sonho de ensinar na Vila em que nascera e morava. Veio "meio decepcionada", conforme ela mesma me confidenciou "... eu não podia preferir ser professora de roça quando me chamavam para uma Escola Normal".
  Veio para Caetité e, em 1936, casou-se com o telegrafista José Sátyro dos Santos. Ensinar foi a sua única profissão e a sua carreira profissional foi, segundo as suas próprias palavras. "... uma estrada larga e ensolarada". Testemunhou as transformações ocorridas na cidade Caetité e na região como um todo. Participou de uma época em que a valorização do humano, em Caetité, teve o seu momento de apogeu que se expressava pelo slogan:  "Caetité exporta professores", a exemplo da professora de Geografia da UCSal, Clotildes Rodrigues Lima Koehne, cujo nome era freqüentemente enfatizado pela sua ex-professora  Helena Lima. Aquela operária da Educação ajudou a preparar professores, contribuindo, desta maneira, para a exportação de um dos melhores produtos que o Brasil e o Mundo se beneficiaram. Sobre isto, a própria professora Helena dizia, orgulhosamente, que um certo dia recebeu, da Europa, um cartão postal enviado por um dos seus vários alunos que assim dizia: "... estou aqui, professora, vendo o Danúbio e me lembrando da Senhora".
  A professora Helena Lima, como passou a ser conhecida na História da Educação em Caetité, teve uma atuação brilhante na Disciplina que se viu forçada a aceitar, conforme ela mesma dizia: "De Geografia mesmo eu não sabia nada, só o que eu tinha aprendido com o Monsenhor Tapiranga". Em decorrência disto, teve que mergulhar nas pesquisas, devorando livros -  principalmente as obras que foram publicadas pelo Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, a partir de 1932, dentre as quais se destaca o trabalho do Prof. Pedro Celestino da Silva, cujo título é: Notícias Histórica e Geográfica de Caetité, que exerceu grande influência na sua carreira e nas dos seus contemporâneos. A sua dedicação beneditina nas pesquisas lhe fez uma professora exemplar e atualizada, rompendo com o método antigo de se ensinar simplesmente os fatos do passado. Referindo-se a este aspecto metodológico, assim ela se expressava: "Eu procurava transmitir aos alunos a idéia do mundo como era. Sempre tinha uma aluna, em aula, que dizia 'Professora não vamos dar a lição hoje não, conte alguma coisa do mundo' ". Chegou até a escrever um trabalho de título; "Apontamentos de Geografia da Bahia" com o intuito de auxiliar aos seus alunos da Escola Normal, mas que não chegou a ser publicado porque a Disciplina fora retirada da grade curricular do curso, naquela época. Em 1976, a professora Helena legou às gerações mais novas o seu livro "Caetité Pequena e Ilustre". Peça maior da historiografia caetiteense, na atualidade, cuja 2ª edição ocorreu no ano de 1996.
  A sua capacidade em conduzir os alunos à compreensão das suas mensagens era fantástica, assim como a sua competência demonstrada durante os anos de 1952 e 1953, principalmente, quando assumiu a Direção Geral da Escola Normal. Aquela mulher, humana e profissional, após 38 anos de exercício pleno na Educação, aposentou-se em 1964, mas, nem por isso se viu livre do contato com alunos e professores, ao contrário, continuou atendendo em sua residência às romarias deles, em busca de valiosas informações que só ela era a depositária. Sempre disponível até a sua partida deste mundo, deixando-nos desconsolados, desorientados e órfãos na educação caetiteense.
  O labor profissional da educadora Helena Lima Santos, é hoje um grande referencial na História da Educação em Caetité. A Academia Caetiteense de Letras, casa que abriga pessoas intelectuais do mais alto gabarito, querendo imortalizar um nome que já eternizado se encontra nos corações dos caetiteenses, dedicou a sua Cadeira de Nº17 à insigne Professora Helena Lima Santos, escolhendo, generosamente, a este humilde professor, que ora escreve esta mensagem, para ocupá-la. Honra e responsabilidade muito acima dos meus méritos. Ainda me pergunto: por que eu? Às vezes, tentando entender o porquê de tamanha deferência chego a formular, a mim mesmo, esta pergunta. E a resposta que tenho encontrado nestes momentos de auto-reflexões é a seguinte: talvez seja por ter chegado de tão longe, como de longe ela chegou - por outro motivo ainda não consigo entender. Mesmo assim, não me acho digno de tanto merecimento, reconheço que entre nós - eu e ela - há uma distância significativa, isto porque, por mais que eu tente me aproximar do seu pedestal, as minhas limitações a colocam mais longe de mim.
           Se ainda me permitem os leitores, para encerrar este artigo gostaria de, na emoção que toma o meu ser ao escrever estas linhas, publicar o pobre poema que escrevi  em homenagem à esta patrona que me protege na sua Cadeira. É um poema pobre na criatividade e no talento - é claro - porém, rico no tema e na abordagem, por estar voltado para uma das personalidades mais importante da cidade de Caetité.
por Bartolomeu de Jesus Mendes
          
Acadêmico da Cadeira 17
Capa do 1o. Livro
  Este pequeno guia serviu de base para a obra historiográfica que seria lançada posteriormente, em 1976 "Caetité, pequenina e ilustre", título que usa de uma frase do educador Anísio Teixeira.
   Depois do extenso histórico feito em 1932 por Pedro Celestino da Silva, este foi o primeiro relato que reúne os dados da cidade, concentrando-se sobretudo nos aspectos familiares e da igreja católica.
  Somente em 1997 a 2a. edição deste livro fica pronta e, em solenidade na Câmara de Vereadores, mesmo local em que ocorreram os eventos importantes na antiga Escola Normal, e onde recebera o título de cidadã honorária de Caetité, aos 93 anos, é lançado para a comunidade que abraçou e declarou, com convicção:
Lançamento - 1996
21/06/1997, a Autora no Lançamento da 2a. Edição de "Caetité, Pequenina e Ilustre", junto à nora Lúcia Oliva, abraça o jovem poeta João Alípio.
"Faço parte desta cidade; sou uma Caetiteense de coração!"
  Extremamente apegada aos filhos, jamais se recupera da morte acidental de Roberto, em 1971. Com a doença do outro filho, Maurício, recusa-se a vê-lo partir antes de si.
   Já frágil pela idade, recolhe-se, em Salvador, onde falece, em 2000, poucos meses antes do filho.

   Sobre o seu legado memorial, a História de Caetité vem sendo conhecida, estudada e melhor compreendida. Patrona da Cadeira 17 do silogeu caetiteense, honra a cidade como terra de eleição, que conheceu e amou de forma única e inimitável.
   Referência obrigatória, "Caetité, Pequenia e Ilustre" é livro basilar para a compreensão de um passado riquíssimo, ora abrilhantado com a memória desta filha, nascida em Livramento.
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Leia o poema, na íntegra,no site do Acadêmico Bartolomeu Mendes. Clique aqui:
A PATRONA PELO ACADÊMICO
E mais:
Uma mulher extraordinária
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