�ngulo de ataque
Centro de gravidade
Centro de press�o
T�nel de vento
Ajustes
Uma garrafa nua pode ser lan�ada como foguete, mas ela certamente vai girar e rolar, o
que causar�, dentre outras coisas, um arrasto (for�a que tende a
empurrar o foguete para tr�s) muito maior do que outra garrafa que consegue manter-se com
o nariz sempre apontado para frente. Note que eu n�o disse "para
cima". Se voc� conseguir entender a diferen�a, seus foguetes ser�o sempre um
sucesso. Vamos l�.
�ngulo de ataque
Os foguetes s�o ve�culos projetados para se deslocar numa dire��o vertical (ou o
mais pr�ximo poss�vel dela), vencendo a for�a da gravidade, diferentemente de
avi�es, que t�em asas e superf�cies m�veis de controle que produzem sustenta��o e
que permitem que eles voem na horizontal.
Nossos foguetes, portanto, ter�o melhor desempenho sempre que se
deslocarem da maneira mais alinhada com o fluxo de ar quanto poss�vel. Chamamos de
�ngulo de ataque �quele formado pela posi��o da fuselagem do foguete em rela��o ao
fluxo de ar produzido pelo seu deslocamento. Quanto menor for esse �ngulo, mais alinhado
o foguete estar�.
Imagine um foguete se deslocando pelo ar (sem vento). O ar passa alinhadamente ao longo
do corpo. Se essa situa��o n�o for perturbada, o foguete permanecer� voando na mesma
dire��o. Essa � a sua atitude neutra.
![alpha1.jpg (1561 bytes)](images/Tecnologia/alpha1.jpg)
Atitude neutra
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![alpha5.jpg (1742 bytes)](images/Tecnologia/alpha5.jpg)
Atitude perturbada
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![alpha4.jpg (1684 bytes)](images/Tecnologia/alpha4.jpg)
Atitude est�vel
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Se o foguete for perturbado, por exemplo, por uma rajada de vento ou uma
aleta desalinhada, ele assumir� uma posi��o de �ngulo de ataque maior que zero. Um
foguete de atitude est�vel (com estabilidade) faz corre��es cont�nuas
durante seu v�o, oscilando e tentando manter o �ngulo de ataque sempre em zero. � muito
parecido com as corre��es que voc� tem que fazer quando anda de bicicleta.
Entretanto, se ele come�a a voar em �ngulos cada vez maiores e eventualmente d�
cambalhotas no ar ele tem uma atitude inst�vel (sem estabilidade). Por
outro lado, um foguete que esteja neutramente est�vel (sem oscilar),
continuar� voando na mesma dire��o, mesmo que tenha um �ngulo de ataque maior que
zero.
![alpha3.jpg (1864 bytes)](images/Tecnologia/alpha3.jpg) ![alpha6.jpg (1775 bytes)](images/Tecnologia/alpha6.jpg)
Atitude inst�vel
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Atitude neutramente est�vel
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H� dois fatores principais que influenciam a estabilidade de v�o de
nossos foguetes: o centro de gravidade (CG) e o centro de press�o (CP). Para que um
foguete tenha uma atitude est�vel (capaz de fazer as devidas corre��es durante o v�o),
o CG deve estar � frente do CP. Nunca esque�a dessa regra!
![Topo da página](images/trigtop.gif)
Centro de gravidade
![SimboloCG.GIF (2480 bytes)](images/Tecnologia/SimboloCG.GIF)
S�mbolo do CG
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![alpha8.jpg (7294 bytes)](images/Tecnologia/alpha8.jpg)
Equilibrando o foguete
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O centro de gravidade de um foguete � muito f�cil de ser encontrado.
Basta simplesmente que voc� equilibre-o (todo carregado exceto pela �gua) em cima de uma
r�gua ou algo parecido colocada na perpendicular da fuselagem. O ponto no qual o foguete
ficar na horizontal indica o centro de gravidade (na verdade ele estar� no interior do
foguete mas n�o faz mal que a gente use a circunfer�ncia externa como refer�ncia).
![Topo da página](images/trigtop.gif)
Centro de press�o
![SimboloCP.GIF (1911 bytes)](images/Tecnologia/SimboloCP.GIF)
S�mbolo do CP
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![alpha9.jpg (6341 bytes)](images/Tecnologia/alpha9.jpg)
Equilibrando a silhueta
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O centro de press�o � mais dif�cil de se achar. O CP funciona do
mesmo jeito que o CG, exceto que as for�as envolvidas s�o aerodin�micas, em vez de
gravitacionais. Elas decorrem da press�o que o ar faz ao passar pelas v�rias partes do
foguete durante o v�o e o CP � o ponto onde a press�o parece estar mais concentrada. O
c�lculo dessas for�as � uma tarefa complicad�ssima. Na minha lista de endere�os h�
uma se��o dedicada a sites que apresentam as f�rmulas
e os modelos matem�ticos necess�rios para quem quiser se aprofundar mais no assunto.
Felizmente temos uma forma alternativa que, embora n�o tenha precis�o suficiente para
lan�ar grandes foguetes, funciona muito bem com nossos ve�culos menores. Desenhe a
silhueta exata do seu foguete num papel�o. N�o � preciso ser em tamanho real, basta que
esteja em escala. Recorte-a e equilibre-a do mesmo jeito que voc� fez para achar o CG.
Marque o local de equil�brio e transfira-o para o foguete.
Para que ele tenha uma estabilidade razo�vel, o CP deve estar
atr�s do CG a uma dist�ncia de, no m�nimo, igual ao di�metro da maior se��o do
foguete (1 calibre).
![Topo da página](images/trigtop.gif)
T�nel de vento
As grandes empresas aeroespaciais possuem t�neis de vento (equipamentos que simulam a
passagem do ve�culo pelo ar) que s�o ao mesmo tempo car�ssimos e muito precisos. Para
nossos foguetes n�o precisamos de tamanha precis�o, nem dispomos de grandes quantias.
Assim, temos que fabricar nosso pr�prio equipamento. Felizmente, com um pouco de
engenhosidade, podemos ter a mesma funcionalidade no aparato que est� descrito a seguir.
Prepare seu foguete para lan�amento, mas n�o ponha a �gua. Amarre um peda�o de
cerca de 2,5m de barbante na fuselagem, na altura do centro de gravidade e fixe a volta do
barbante com uma fita adesiva, para n�o deslizar.
![alphaa.jpg (5027 bytes)](images/Tecnologia/alphaa.jpg)
Prenda um barbante com fita adesiva no ponto do centro de
gravidade.
Segure o foguete pelo barbante a 1m de dist�ncia, aponte o nariz do foguete para a
dire��o para onde voc� vai girar e comece um movimento girat�rio por cima de sua
cabe�a.
![SwingerScene.jpg (9512 bytes)](images/Tecnologia/SwingerScene.jpg)
Gire o foguete em torno de voc�
� medida em que o foguete for aumentando a velocidade, v� liberando mais barbante
at� que ele fique a uma dist�ncia de cerca de 2m de voc�. Se o nariz do foguete
continuar apontando para a dire��o do giro, sem virar ao contr�rio nem ficar de lado,
voc� pode ter certeza que seu foguete est� est�vel e seguro para v�o.
N�o se preocupe se no in�cio ele estiver inst�vel. A velocidade inicial do giro
ainda � muito menor do que a velocidade real de lan�amento e as for�as aerodin�micas
ainda n�o est�o atuando fortemente. Quanto mais r�pido voc� conseguir girar, mais
pr�ximo da situa��o real ser� o teste.
Na verdade, o nosso t�nel de vento pode at� ser sens�vel demais, em decorr�ncia da
baixa velocidade alcan�ada. Um foguete que consiga passar marginalmente no teste de
estabilidade muito provavelmente far� sempre v�os est�veis.
Caso o foguete apresente um comportamento super est�vel durante o teste, voc� poder�
ter exagerado e deixado seu foguete est�vel demais. A principal conseq��ncia disso �
que ele ter� uma forte tend�ncia de virar em dire��o ao vento, ou "or�ar",
na linguagem n�utica.
![orca.jpg (4979 bytes)](images/Tecnologia/orca.jpg)
Um foguete est�vel demais sempre vira em dire��o ao vento
![Topo da página](images/trigtop.gif)
Ajustes
Uma forma de corrigir instabilidade � fazer com que o CP seja levado mais para tr�s.
Consegue-se isso deslocando-se as aletas mais para tr�s ou fazendo-as mais alongadas
nessa mesma dire��o.
![alpha3a.jpg (4250 bytes)](images/Tecnologia/alpha3a.jpg)
![alpha3b.jpg (4215 bytes)](images/Tecnologia/alpha3b.jpg)
![alpha3c.jpg (4353 bytes)](images/Tecnologia/alpha3c.jpg)
Altere a posi��o e a forma das aletas para levar o CP para
tr�s
Tamb�m pode-se fazer com que o CG seja levado mais para frente. Basta adicionar pesos
ao nariz. Esse peso pode ser em forma de chumbadas de pescaria ou simplesmente de �gua
adicionada a um eventual compartimento superior do foguete.
![alpha3d.jpg (4212 bytes)](images/Tecnologia/alpha3d.jpg)
![alpha3e.jpg (4183 bytes)](images/Tecnologia/alpha3e.jpg)
Adicionar peso ao nariz leva o CG para a frente
![Topo da página](images/trigtop.gif)