[LOG] MAP [Página Principal][Biblioteca][Substâncias][Paises]
[Anterior][Seguinte][Indice de secção]
[Email]

Extractos do Jornal Público de Junho de 1997


Público - Domingo, 1 de Junho de 1997

Cerco aos ciganos de Grijó

O acampamento cigano de Morracezes, em Grijó, voltou ontem a ser cercado por patrulhas de populares, que protestam contra o tráfico de droga. As mulheres ciganas optaram por dormir fora do acampamento, mas o único incidente registado não visou a nenhum dos vinte ciganos que reside num "acampamento de lata". O movimento de heroinómanos naquela freguesia de Gaia tem sido constante e os populares decidiram impedir o seu acesso ao acampamento que acusam de ser um local de tráfico.


Público - Segunda-feira, 2 de Junho de 1997

Dedé e o crime moderno

Uma percentagem considerável do dinheiro em circulação por esse mundo foi ganho em negócios ilegais. E a única barreira à tomada do poder dos cartéis do crime baseia-se no terreno mais frágil que pode haver: a concorrência.

(…)

Torcato Sepúlveda


Público - Segunda-feira, 2 de Junho de 1997

Uma viagem a Grijó, palco da última revolta popular contra o tráfico

Caminhos de lixo e de droga

No meio de mais um episódio de "milícias populares" estão cerca de vinte crianças quase abandonadas, que se entregam ao vício destruidor de inalar gasolina. A GNR, que tem vigiado a acção das brigadas populares, já decidiu alertar a Comissão de Protecção de Menores. Uma história interminável em que droga rima com lixo.

(…)

David Pontes


Público - Quarta-feira, 4 de Junho de 1997

Dopagem fora do desporto

Nem só os atletas recorrem a artifícios para ver aumentadas as suas energias. Em algumas profissões, o uso de estimulantes é um procedimento cada vez mais banalizado. Os estudantes, principalmente universitários, estão entre os que mais recorrem aos suplementos energéticos. Mas não estão sós. Surpreendentemente, também as empregadas domésticas tomam com alguma frequência estas substâncias.

(…)

Francisca Gorjão Henriques


Público - Quarta-feira, 4 de Junho de 1997

Candidato do PP em Barcelos insiste na política musculada contra a droga

Pela institucionalização das milícias populares

Há cerca de um mês afirmava que, se vencesse as eleições, daria trinta dias para que os toxicodependentes e traficantes de droga abandonassem as ruas da cidade de Barcelos. Agora, o candidato do Partido Popular a esta câmara, o neurologista Carlos Lopes, defendeu em conferência de imprensa mais uma proposta, polémica e de legalidade mais do que duvidosa: a institucionalização das chamadas milícias populares contra a droga.

(…)

Francisco Fonseca


Público - Quarta-feira, 4 de Junho de 1997

Combate ao ciberbranqueamento e fraudes

Outros métodos, precisam-se

Estamos a falar de quê quando falamos em "ciberbranqueamento"? Não só de dinheiro electrónico mas, sobretudo, "de crime organizado internacional de carácter económico", diz Manuel Ferreira Antunes, director do Instituto Nacional de Polícia e Ciências Criminais. Esta é a questão central do seminário que decorre em Lisboa, ontem e hoje, organizado por aquele Instituto, com o apoio do "International Conference Group" de Londres e do Centro Português de Estudos de Direito Penal e Financeiro Comunitário.

(…)

P.T.C.


Público - Sábado, 7 de Junho de 1997

A primeira visita de um Presidente da República a cadeias

"As prisões são coisas normais"

Jorge Sampaio, Vera Jardim e Jorge Coelho fizeram ontem uma visita inédita a duas prisões do Norte do país. Em nome do combate à droga nas cadeias e da responsabilidade social na reinserção futura dos reclusos, e em tom de elogio para todos quantos trabalham para cumprir esses objectivos. Tudo o resto ficou fora de muros, a começar pelo "chumbo" do Código Penal da véspera.

(…)

Leonete Botelho


Público - Domingo, 8 de Junho de 1997

O que é a Centramina?

A Centramina é uma anfetamina, nome genérico dado a uma família de medicamentos que possuem uma acção estimulante sobre o sistema nervoso central. Para além de acelerar os processos físicos do organismo - ritmo cardíaco, metabolismo -, as anfetaminas, conhecidas em calão pelo nome de "speed", produzem profundos efeitos psíquicos. Estas drogas podem aumentar a duração do estado de vigília, a capacidade de concentração, o espírito de iniciativa e de auto-confiança, provocando um estado de euforia e reduzindo a sensação de cansaço. Quem toma anfetaminas sente-se alerta, cheio de energia e imaginação, incansável. Por isso, as anfetaminas são muitas vezes utilizadas por motoristas e pilotos de avião durante missões de longa duração, por pessoas que precisam de trabalhar durante longas horas para conseguir entregar um trabalho atrasado, por estudantes para estudar para um exame ou para melhorar a performance sexual.

(…)

Ana Gerschenfeld


Público - Domingo, 8 de Junho de 1997

Genes ajudam a combater alcoolismo

Cientistas norte-americanos da Universidade de Ciências da Saúde do Oregon (EUA) identificaram características genéticas em ratinhos que parecem estar na base da dependência do álcool. Segundo os investigadores, os ratinhos que apresentam determinadas mutações em certas regiões dos cromossomas 1, 4 e 11 apresentam sintomas de carência mais violentos que os outros quando, depois de terem sido habituados a consumir álcool, este lhes é retirado. Que o alcoolismo tem algumas causas genéticas, já se sabia.

(…)


Público - Segunda, 9 de Junho de 1997

A revolução do neurologista Lopes

O neurologista Lopes não pára de nos surpreender. Depois de garantir que daria trinta dias aos drogados e traficantes de Barcelos para abandonarem o concelho caso seja eleito presidente da câmara, voltou à carga com mais propostas revolucionárias.

Desta vez, o candidato do PP em Barcelos quer institucionalizar as milícias populares para combater a droga. Quer que "nos locais de maior risco" se formem Comissões de Moradores para "garantir um policiamento eficaz, eliminar no mais curto prazo o tráfico e o consumo de droga em locais públicos e assegurar a tranquilidade e a segurança dos cidadãos a qualquer hora do dia e da noite".

(…)

José Alberto Lemos


Público - Quarta-feira, 11 de Junho de 1997

Abraço faz uma ronda pelas farmácias de Lisboa tentando trocar seringas

Sábado à noite, sem "kit"

Uma ronda pelas 13 farmácias de serviço em Lisboa no sábado à noite serviu para concluir que o programa de troca de seringas está a funcionar mal. Porquê? Porque apenas cinco farmácias dispunham de "kits" para dar a quem apresentasse seringas para trocar. A associação Abraço critica o programa e diz que "ninguém se entende". A Comissão Nacional de Luta Contra a Sida justifica-se.

(…)

Joana Amado


Público - Quarta-feira, 11 de Junho de 1997

Um programa "simples"

A Comissão Nacional de Luta Conta a Sida (CNLCS) vai divulgar em breve o último relatório de avaliação do programa de troca de seringas, mas para já os dados disponíveis são os divulgados no último Dia Mundial da Sida, celebrado a 1 de Dezembro. Desde o seu início, em Outubro de 1993, até 31 de Maio de 1996, o Projecto de Troca de Seringas distribuiu sete milhões de "kits" por cerca de 2500 farmácias.

(…)

J.A.


Público - Quinta-feira, 12 de Junho de 1997

Mendo e Eurico Figueiredo em tertúlia contra o proibicionismo

A cocaína é uma droga dura?

A Juventude Social-Democrata (JSD) agendou para ontem, em Lisboa, uma tertúlia sobre o problema das drogas. Simbolicamente, explicou o presidente Jorge Moreira da Silva, convocou um deputado socialista e outro social-democrata. Para mostrar que esta "não é uma matéria partidária ou de regime". Simbolicamente ou não - o tempo o dirá - escolheu dois homens conhecidos por defenderem o fim do proibicionismo: Eurico Figueiredo e Paulo Mendo. E de tal modo o fizeram, uma vez mais, que a dada altura Eurico se viu na obrigação de esclarecer: "Não olhem para mim como sendo um bocado banana, bom rapaz, socialista...", enfim, um liberalão. Se dependesse dele, fumar em público era proibido e quem conduzisse sob o efeito do álcool ia parar à prisão.

(…)

Bárbara Simões


Público - Domingo, 15 de Junho de 1997

Projecto Vida investe um milhão em desintoxicações

O Padre Feytor Pinto, alto-comissário do Projecto Vida, revelou ontem que está em curso a avaliação das instituições privadas de tratamento de toxicodependentes, tendo em vista a definição do objectivo financeiro que lhes está subjacente. Recorde-se que, nos termos da lei, todas as unidades privadas são consideradas como tendo "fins lucrativos" e, como tal, "as pessoas que recorrem ao tratamento" não podem ser apoiadas financeiramente pelo Projecto Vida, apesar de este reconhecer o valor da terapia fornecida.

(…)

A.T.M.


Público - Terça-feira, 17 de Junho de 1997

Associação de Farmácias responde com números às críticas da Abraço

Trocadas dez milhões de seringas

Alexandra Campos

A Abraço, depois de visitas-surpresa em Lisboa e no Porto, diz que em muitas farmácias não há "kits" para trocar por seringas. A Associação de Farmácias vai responder amanhã com números: em menos de quatro anos, já recolheu 10 milhões de seringas usadas.

(…)

Alexandra Campos


Público - Quinta-feira, 19 de Junho de 1997

Presidência da República patrocina em Lisboa seminário sobre as toxicomanias

Sopram ventos de mudança

Almeida Santos, primeiro, Jorge Sampaio, depois, e agora vários deputados deram a cara pela hipótese de Portugal optar por políticas mais liberalizadoras em relação ao problema da droga. Pode Portugal acelerar a história e assumir um caminho próprio no contexto internacional? Um seminário promovido hoje, em Lisboa, pela Presidência da República pode ajudar a perceber melhor o problema.

(…)

David Pontes


Público - Quinta-feira, 19 de Junho de 1997

Um pecado chamado Holanda

No centro das discussões do seminário que hoje decorre em Lisboa sob os auspícios do Presidente Jorge Sampaio (ver outro texto nestas páginas) vai estar, sem dúvida, a política holandesa em relação às drogas. Um exemplo que tem servido, por razões diferentes, tanto a adeptos da liberalização como aos que continuam a apostar na proibição. Mas a posição destes últimos parece tornar-se cada vez mais problemática quando se começam a comparar os números que, desde há algum tempo, vêm a ser coligidos pelo Observatório Europeu para as Drogas e Toxicodependências. Repare-se neste exemplo: admitindo que em Portugal existem cerca de 50 mil toxicodependentes, temos uma taxa de 5 heroinómanos por cada mil habitantes, uma das taxas mais altas da Europa; ora, na Holanda, esta taxa ronda apenas os 1,6 dependentes por mil habitantes.

(…)

D.P.


Público - Quinta-feira, 19 de Junho de 1997

Abraço criticada

Farmácias querem alargar troca de seringas

A Associação Nacional de Farmácias (ANF) está disponível para alargar o Programa de Troca de Seringas Usadas, por exemplo a consultórios médicos, hospitais do Estado, clínicas privadas e sedes de organizações não governamentais de combate à sida. O anúncio foi feito ontem pelo presidente da ANF, João Cordeiro, numa conferência de imprensa de resposta à acusação da associação Abraço, que considera que a troca de seringas funciona mal.

(…)

A.G.F.


Público - Quinta-feira, 19 de Junho de 1997

Propostas de despenalização

A liberalização do consumo de drogas voltou à ordem do dia. De repente, através do empenhamento das duas primeiras figuras do Estado - Presidente da República e presidente da Assembleia da República (AR) -, o país ouviu crescer a discussão sobre fumar haxixe em público e comprar heroína na farmácia.

(…)


Público - Quinta-feira, 19 de Junho de 1997

Centro de Estudos Judiciários analisa situação das crianças do acampamento cigano de Murraceses

Um caso entre muitos

O caso do acampamento cigano de Murraceses, em Grijó, Vila Nova de Gaia, espantou pela miséria e pelo abandono a que estavam votadas 20 crianças, com idades entre os seis meses e os 13 anos, muitas delas viciadas na inalação de vapores de gasolina (ver PÚBLICO de 2/6/97). Mas o caso não é único. A mesma situação existe noutros acampamentos da Área Metropolitana do Porto, segundo disse Luísa Perestrelo, do Centro de Regional de Segurança Social (CRSS) de Gaia, ontem, em Lisboa, numa sessão de formação para magistrados realizada pelo Centro de Estudos Judiciários.

(…)

Clara Barata


Público - Sexta-feira, 20 de Junho de 1997

Seminário sobre droga promovido pelo Presidente da República

Entre a cidade de Deus e Satã

Um modelo que torne o consumo de drogas menos nocivo para os indivíduos e para a sociedade é o que o Presidente Sampaio gostaria de encontrar. Motivo de reflexão para um dia a debater novas estratégias para enfrentar a droga, uma área onde sobram preocupações e faltam medidas.

(…)

David Pontes


Público - Sabado, 21 de Junho de 1997

GNR deteve um dos líderes das "milícias populares" de Francelos

Moradores sob suspeita de organização terrorista

"Terrosimo", "homicídio qualificado na forma tentada", "atentado à segurança dos caminhos de ferro", "sequestro agravado" e "coacção". Por suspeita da prática destes cinco crimes, J.S., um dos principais activistas das "milícias populares" de Francelos, está detido em prisão preventiva desde a passada quarta-feira. Além de J.S., encontram-se sob investigação do Ministério Público (MP) de Vila Nova de Gaia vários outros moradores da zona que, alegadamente, perseguiram e agrediram toxicodependentes junto ao apeadeiro local da CP.

(…)

António Arnaldo Mesquita


Público - Sabado, 21 de Junho de 1997

Droga

Feytor Pinto deixa Observatório

O Alto Comissário do Projecto Vida, o padre Feytor Pinto, vai deixar a presidência do Conselho de Administração do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT). Feytor Pinto, que tinha sido eleito para o cargo em 22 de Julho de 1994, não se candidatou a mais um mandato. O luxemburguês Marcel Reimen, até agora vice-presidente, foi entretanto eleito para o seu lugar.

(…)

D.P.


Público - Domingo, 22 de Junho de 1997

União de facto entre homossexuais e referendo sobre droga

Guterres trava Eurico e JS

O sinal está dado. António Guterres não quer ouvir falar tão cedo de referendo à despenalização do consumo de droga. O que interessa é, para já, debater, debater, debater. E depois logo se vê. Disse-o ontem, numa visita a cidades do Ribatejo. Uma falta de entusiasmo que também se parece estender à proposta da JS relativa a uniões de facto entre homossexuais.

(…)

João Pedro Henriques


Público - Terça-feira, 24 de Junho de 1997

Industria dos EUA reage à obrigação de pagar milhões

Acordo assinado, aumente-se o tabaco

As tabaqueiras norte-americanas vão ser forçadas a aumentar os preços de venda para pagar os cerca de 370 mil milhões de dólares (64,5 mil milhões de contos) previstos no acordo assinado sexta-feira com 37 estados. Estas são as consequências previstas pelos analistas americanos da indústria do tabaco.

(…)


Público - Quarta-feira, 25 de Junho de 1997

Almeida Santos em debate sobre droga

Experimentem-se novas respostas

"O sistema repressivo não resulta." Esta foi a única certeza expressa, anteontem, por Almeida Santos, no debate "Droga - Assumir, Reprimir ou "Fazer de Conta"", promovido pela associação cívica Clube Utopia, no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, em Lisboa.

(…)

Cecília Martins


Público - Quinta-feira, 26 de Junho de 1997

Comemora-se hoje o Dia Internacional Contra o Abuso e o Tráfico de Droga

Um problema planetário

"É triste reconhecê-lo, mas não existe lugar algum no mundo que não seja atingido pelo flagelo do abuso de drogas", diz Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidas, numa mensagem a propósito o Dia Internacional Contra o Abuso e o Tráfico de Droga, que hoje se comemora. Uma visão pouco tranquilizadora, confirmada por um relatório da ONU que o PÚBLICO hoje divulga. Kofi Annan não tem dúvidas: "Este problema está a agravar-se".

(…)

David Pontes


Público - Quinta-feira, 26 de Junho de 1997

Despenalização do consumo de droga

Eurico de Figueiredo apoia JSD

O deputado do PS, Eurico de Figueiredo, classificou em declaração ao PÚBLICO, de "muito boa" a proposta da JSD sobre uso terapêutico de drogas e distribuição das mesmas a toxicodependentes assegurada pelo Estado.

(…)

São José Almeida


Público - Quinta-feira, 26 de Junho de 1997

À caça de drogas sintéticas

O Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT) decidiu assinalar mais um Dia Internacional Contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas de uma maneira invulgar - anunciando um sistema de detecção rápida que permitará ir identificando novas drogas sintéticas que venham a surgir. A ideia é coligir informações e avaliar os riscos relativos das drogas sintéticas não identificadas oficialmente. Se alguma droga for considerada nociva, o Conselho da União Europeia tratará, então, de a identificar e colocar debaixo das necessárias medidas de controlo e de sanção penal.

(…)

A.C.


Público - Sexta-feira, 27 de Junho de 1997

O que parece nem sempre é

(…)

Despenalizar o consumo de drogas, como propõe a JS, é uma medida tão "moderna" que já era velha no final dos anos 60. Mas isso não é o pior: o pior é que substitui a discussão pela demagogia e ocupa-se do acessório sem tratar do essencial. Só há duas atitudes perante a droga: ou se deixa tudo na mesma, continuando a apostar numa política que até aqui só falhou em toda a parte - repressão sobre os traficantes, recuperação dos consumidores -, ou se ataca não o consumo, mas o tráfico, expropriando-o a favor do Estado. Porém, a despenalização do consumo não é coisa alguma e acaba por ser pior do que tudo, porque facilita o negócio aos traficantes e deixa o consumo sem qualquer controlo - penal, clínico ou social.

(…)

Miguel Sousa Tavares


Público - Sexta-feira, 27 de Junho de 1997

"Diário de Notícias", 26-6-97

"O Presidente da República já parou, um minuto que seja, para pensar no mal que está a fazer ao país? E o presidente da Assembleia da República? E o Governo? (...) Quanto mais as altas instâncias do país se atropelam numa fúria de declarações liberalizadoras e despenalizadoras da droga mais os grandes grupos de traficantes se rebolam de contentamento."

Luís Delgado, Diário de Noticias de 26/6/97


Público - Sabado, 28 de Junho de 1997

Os fumadores de marijuana são mais vulneráveis às drogas duras?

Erva é daninha

A marijuana foi sempre considerada como uma droga relativamente inócua, cujo consumo não tinha consequências de maior. Mas, segundo estudos recentes, o consumo de "erva" poderá, pelo contrário, ter efeitos prejudiciais sobre o cérebro, abrindo a porta ao abuso de drogas duras como a cocaína e a heroína. Os efeitos da marijuana sobre o cérebro são muito mais parecidos com os de substâncias altamente adictivas, como a cocaína, a heroína, o álcool e a nicotina, do que se pensava até aqui, sugerem dois estudos publicados na edição de ontem da revista norte-americana "Science".

(…)

Ana Gerschenfeld


Público - Domingo, 29 de Junho de 1997

Tabaco cria dependência como a heroína e a cocaína

Nicotina: a mãe de todas as drogas

Se lhe dissessem que um dos maiores prazeres que há na vida consiste em lançar dopamina no "nucleus accumbens", acreditava? Pois acredite. É precisamente isso que faz com que o consumo de drogas seja tão viciante. E que também faz com que os fumadores não consigam abandonar o cigarro - um vício que mata prematuramente metade dos seus adeptos. A nicotina, o ingrediente responsável pelos efeitos adictivos do tabaco, é a pior de todas as drogas.

(…)

Ana Gerschenfeld


Público - Domingo, 29 de Junho de 1997

Tabaco: uma cruzada americana

Por todos os Estados Unidos há paredes inteiras de arranha-céus pintados com o Joe Camel, "outdoors" com o Marlboro Man e cartazes de famílias e jovens com um ar feliz, de cigarro na mão. Esta imagem de que "é "cool" fumar" também cobre os estádios desportivos, está na Internet e, nos cinemas, aparece sempre antes de o filme começar. Há, além disso, máquinas de tabaco espalhadas por todo o lado, desde as casas de banho dos bares de Nova Iorque aos cafés isolados no meio do deserto do Novo México. Dentro de alguns meses, porém, tudo isto poderá passar a ser ilegal e, com o tempo, desaparecerá do espaço público americano.

(…)

Bárbara Reis, em Nova Iorque


Público - Domingo, 29 de Junho de 1997

Um diabo sedutor

Os malefícios do tabaco estão documentados pelo menos desde o século 19, altura em que, pela primeira vez, se pôde relacionar o consumo desta substância com a ocorrência do cancro da boca. A proximidade das lesões com a sua causa não deixavam grande lugar para dúvidas e a relação foi aceite empiricamente sem grande controvérsia. A mais complexa relação entre o tabaco e o cancro do pulmão, porém, só começou a ser estabelecida de forma científica nos anos 50 e seriam precisos muitos anos para que as provas directas biológicas fossem universalmente aceites - com a excepção das companhias tabaqueiras - o que só aconteceu em Outubro do ano passado.

(…)

José Vítor Malheiros


Público - Domingo, 29 de Junho de 1997

Charuto e cachimbo menos perigosos que os cigarros

Trocar os cigarros por charutos ou cachimbo reduz para metade o risco de morte dos fumadores por cancro de pulmão, doenças cardíacas ou doenças pulmonares crónicas, diz um estudo publicado na última edição do "British Medical Journal". Segundo o resultado das experiências de Nicholas Wald e da sua equipa na Royal London School of Medicine and Dentistry, em Londres, os fumadores de cigarros que mudaram para cachimbo ou charuto ingerem menos fumo do que os que continuaram a fumar cigarros - ainda que continuem a correr um risco maior do que os fumadores de charuto ou cachimbo que nunca fumaram cigarros.

(…)

J.V.M.


Público - Domingo, 29 de Junho de 1997

Os "benefícios do vício

Tabaco emprega um por cento dos trabalhadores da UE

Fumar "prejudica gravemente a saúde" é a frase dissuasora que vem impressa nos maços de cigarros. No entanto, mais de um por cento dos trabalhadores da União Europeia estão empregados na indústria do tabaco. São os ossos do ofício, que garantem salários em época de redução de postos de trabalho no velho continente.

(…)

Christiana Martins


Público - Domingo, 29 de Junho de 1997

Fumo para as estrelas

Quando fumar era "cool" porque era moda, Humphrey Bogart não fumava - o fumo saía-lhe dos poros, à mesa do Rick"s Café, em "Casablanca"; Lauren Bacall usava o cigarro como instrumento de insolência titilante - "Have you got a match?" -; e era assim que os dois se conheciam em "Ter ou não Ter", de Howard Hawks. E Bette Davis tinha um tumor em "A Estranha Passageira", mas isso não a impedia, no final, de agarrar no pequeno rolo de nicotina como extensão do seu físico ingrato e neurótico, cortando a sua silhueta formas ásperas contra o céu: "Não se peça a lua quando já temos as estrelas."

(…)

Vasco Câmara


Público - Segunda-feira, 30 de Junho de 1997

Consumo generalizado molda o quotidiano do Iémen

A droga do povo

Muitos têm sido os estudos islâmicos sobre as vantagens e as desvantagens do "qat" ao longo dos séculos, mas as conclusões não são consensuais. O que nem por isso tem perturbado a prática do seu consumo colectivo pelos iemenitas. E, nas pequenas como nas grandes decisões, nada se lhe compara para os pôr de bem com a vida. A tristeza que pesava sobre o jovem é afugentada. A melancolia e todas as razões de inquietação escapam-se do seu coração. Oferece-lhe um presente com prazer, humor e clemência - como se flutuasse no próprio céu.

(…)

Karim el-Gawhary, em Sana (Iémen)



Público

Devido ás limitações do direito de cópia apenas são apresentados extractos das noticias

[LOG] MAP [Página Principal][Biblioteca][Substâncias][Paises]
[Anterior][Seguinte][Indice de secção]
[Email]

[MAP] [Principal] [Biblioteca] [Substâncias] [Países] [Email]
[Anterior] [Seguinte] [Indice de Secção]

Hosted by www.Geocities.ws

1