DOUTRINA CATÓLICA

As Ordens Religiosas e seus fundadores

Congregação Nossa Senhora de Sion, fundada na França em 1854.

A Congregação dos Religiosos de Nossa Senhora de Sion, também conhecida como Congregação dos Padres de Sion, é um Instituto Religioso Católico fundado pelos irmãos Ratisbonne: Theodoro(1802 -1884) e Afonso (1814-1884) , que visa o apostolado junto aos judeus; hoje pode ser melhor definida como buscando o diálogo judeu-católico. Surgiu em 1893 e está presente na França (Paris), em Israel ( Jerusalém) e no Brasil ( S. Paulo, Mogi das Cruzes, S. Sebastião do Paraíso, Arujá, Castro) com religiosos padres e irmãos. Nosso lema é tirado do Evangelho: "Um só rebanho e um só pastor."

IMAGEM DE MARIA DE NAZARÉ, MÃE DE JESUS, QUE APARECEU A AFONSO MARIA RATISBONNE EM ROMA, NO DIA 20 DE JANEIRO DE 1842.

A Congregação é composta de religiosos, padres e irmãos, que estão seguindo sua vocação e procurando se realizar, estudando, trabalhando pastoralmente, lecionando, e sobretudo vivendo a vida em comunidade, de modo organizado. Por isto temos uma casa geral ou generalícia Há religiosos de diversas nacionalidades, vivendo em diferentes países o seu carisma pessoal e procurando realizar o carisma comum.

Biografia dos Fundadores

Theodoro Ratisbonne

" O mais ardente voto de meu coração foi atendido. O dia de meu batismo chegou, e fui regenerado no mistério. Recordo que saindo da casa paterna, para a qual eu só deveria voltar já cristão, encontrei meu irmão que, apertando minha mão, perguntou-me: - Onde vais? E eu lhe respondi :

- Bem perto. – com efeito eu só dava um passo: passava do judaísmo ao cristianismo, da Sinagoga para a Igreja, de Moisés para Jesus Cristo..."

Quem diz isto em suas memórias? Sob o pseudônimo de Adeodato, quem escreve é Simon Theodoro, segundo filho de Augusto Ratisbonne e de Adelaide Cerbeer, neste momento com vinte e cinco anos de idade.

Filho de uma das primeiras famílias judias que receberam permissão para morar dentro das muralhas da cidade de Estrasburgo, filho de banqueiros, estudioso e inquieto, introvertido e sério, fez diversos estudos: direito, medicina, administração bancária, filosofia. Sendo de família rica, estuda em escolas particulares, com colegas das mais conhecidas famílias, cristãs ou não, da região que fica entre a França e a Alemanha.

Curioso " o amor pela ciência somente me cativava. Rompendo com os jovens de minha idade, eu só tinha uma aspiração: encontrar o objetivo de minha existência; eu só tinha como guia minha razão delirante e livros insensatos... mais de uma vez o nascer do dia me encontrou de pé, esperando os raios da aurora... de tanto refletir sobre o bem e o mal, sobre o poder ou a impotência de Deus, e sobre o problema do universo, tornara-me senão ateu, ao menos cético: eu não podia crer num Deus surdo e mudo...

Recorri a homens que passavam por instruídos que me aplaudiram e estimularam minha incredulidade, desde que fosse contra o cristianismo. Num destes momentos de dor e de angustia exclamei: Meu deus! Se realmente existes, faz-me conhecer a verdade, e juro consagrar-lhe toda a minha vida"

Com seus estudos encontra um grande mestre de filosofia, Louis Bautain, que por ser cristão não pode lecionar no colégio real, mas abre um curso para ouvintes interessados, em casa de Louise Humann, também filósofa e mística.

Outros estudantes israelitas, como Júlio Level, vão se convertendo e sendo batizados. Theodoro criara escolas profissionais para israelitas pobres e era diretor, sendo seu pai o presidente do Consistório da comunidade israelita de Estrasburgo.

Por isto, mesmo tendo chegado ao ato de fé em Jesus Cristo, não decidira batizar-se, por fidelidade a seu grupo religioso e familiar, mesmo se em sua família a única prática religiosa era a figura e a lembrança de sua mãe.

Batizado, começa a preocupar-se com seus irmãos judeus, pois não queria que se privassem dos grandes dons que recebeu pela fé e pelo batismo, e queria mostrar-lhes que ser cristão não era renegar o judaísmo, mas dar um passo a mais...

Em 1830 recebe as ordens sacerdotais, e tendo sido obrigado a abandonar a direção das escolas, sente muito estar rompido com a família.

Em 1842, no dia 20 de janeiro, recebe a grande noticia da conversão miraculosa de seu irmão, e com esta lê um sinal de que a Providência queria esta obra com a qual sonhava: a família de Sion.

Já no ano seguinte, com algumas fiéis educadoras ele inicia a família religiosa de Nossa senhora de Sion, nome bíblico de uma das colinas de Jerusalém. Sua idéia de uma congregação que se ocupasse do apostolado cristão com os judeus foi aprovada pela Igreja, assim como a idéia da fundação de uma congregação masculina.

Instalado em Paris, separando-se com tristeza do grupo dos padres de S. Luís, dirigido pelo pe. Bautain, Theodoro recebe seu irmão Afonso, e com ele inicia a Congregação dos clérigos de S. Pedro, que posteriormente será a Congregação dos Religiosos de Nossa senhora de Sion. Para cada passo quer a aprovação do papa, com quem se encontra algumas vezes, para analisar o sentido do milagre de 20 de janeiro

Diversas decepções, tentativas e reinicios fazem com que no momento em que Theodoro, em 1884, vem a falecer, sua congregação ainda não está organizada; mas alguns de seus fiéis colaboradores, mantém o ideal do mestre, e o apego ao sinal de 20 de janeiro, apoiados também pelo rápido desenvolvimento das irmãs de Sion;

Escritor, pregador sobretudo para a Arquiconfraria das mães cristãs em N. Sra. Das Vitorias, diretor de almas, dedicando muitas horas de sua vida ao ministério do confessionário, experiente mestre de vida espiritual, escritor, historiador, Theodoro vai divulgando sua idéia: a Igreja veio do Judaísmo, e não pode abandonar agora o povo judeu. Ele deve ocupar um lugar especial no coração da igreja : judeus foram Jesus, Maria, os apóstolos, os primeiros cristãos, etc. Esta idéia foi se enraizando na consciência da Igreja, e suscitando pessoas que se consagraram a ela, seguindo Theodoro e Afonso Ratisbonne.

Afonso Ratisbonne

No dia 20 de janeiro de 1842, um acontecimento memorável se deu em Roma, na modesta igreja de S. André Delle Fratte, situada perto da praça de Espanha. Um jovem judeu, de 27 anos, de Estrasburgo, entrou nesta igreja pelo meio dia. Para esperar alguns instantes um amigo católico, ele ficou de pé, perto da porta, lançando um olhar de curiosidade irônica em sua volta. Ele estava só. De repente sua vista se embaça, uma força irresistível o arrasta e o lança de joelhos aos pés do altar do arcanjo s. Miguel, situado à esquerda, a pouca distancia da entrada. Lá, em cima do altar, a Virgem Maria se mostrou a ele, numa luz brilhante, cheia de majestade e doçura. Ela o olhava com uma ternura maternal. De suas mãos estendidas, como a representa a Medalha Milagrosa, raios desciam em direção ao que estava em êxtase. O jovem contemplou um instante a maravilhosa visão, mas não pode suportar o brilho. Logo tudo desapareceu, rapidamente; mas Afonso Ratisbonne estava transformado. Quando seu amigo saiu da sacristia para se juntar a ele, atravessou a Igreja e encontrou Afonso prostrado aos pés do altar, com o rosto em lágrimas, sacudido por uma emoção profunda, incapaz de se exprimir.

O amigo era o sr. Theodoro de Bussières, católico animado por uma fé ardente. Dias antes, ele tinha começado a conversão de Afonso, rodeando-o com uma cerca de orações. E compreendeu que suas orações acabava, de ser atendidas. Ele ajudou Afonso a levantar-se, escutou, maravilhado, seus primeiros balbucios: " Eu a vi... eu a vi....Agora que a vi... conduza-me a um padre." O sr. de Bussières conduziu Afonso à igreja do Gesú, residência dos padres jesuítas e o confiou ao pe. De Villefort.

Interrogado, Afonso contou a visão e terminou seu curto relato por estas palavras:" Ela não me disse nada, mas eu entendi tudo". Ele tinha compreendido tão bem que a sua catequese foi rápida. Depois de um breve retiro, meditação e oração, Afonso Ratisbonne foi solenemente batizado em Roma, no dia 31 de janeiro de 1842, e quis receber o nome de Maria:

Afonso Maria Ratisbonne.

Ora, o batismo revirou a vida deste jovem judeu. Por que estava ele em Roma neste dia 20 de janeiro? Nem ele sabia explicar. Noivo há dois meses, por causa da jovem idade da sobrinha sua noiva, Flora, para conhecer o Oriente e ao mesmo tempo recuperar-se, decidiu viajar por alguns meses antes do casamento, que ocorreria em seu retorno. Objetivo: ilha de Malta ( clima sadio ) e Oriente ( Turquia e Jerusalém: negócios e devoção vagamente religiosa). Tendo o navio feito escala em Nápoles, e não podendo partir logo para Palermo, deveria aguardar diversos dias. Para fugir do incomodo de uma estadia prolongada, estando só numa cidade desconhecida, apesar de ter prometido o contrário à sua família, decide tomar um coche e ir a Roma. Aqui um encadeamento de surpreendentes circunstâncias, o reteve além de seus desejos.

Judeu indiferente, cético mesmo, zombava constantemente da religião católica, sobretudo depois do batismo e ordenação sacerdotal de seu irmão mais velho, Theodoro. E eis que em alguns instantes, a Virgem Maria, respondendo às orações de cristãos fervorosos, mudava este zombador em crente, o judeu em cristão, e deste mundano logo faria um sacerdote dedicado a causas religiosas e sociais.

Afonso, com efeito, renunciou ao seu futuro fácil, risonho e promissor, ao seu noivado, à sua família, à sua fortuna, e decidiu levar uma vida, alegre e esperançosa, de acordo com seu caráter espontâneo e extrovertido, brincalhão e confiante, consagrada a um trabalho de Igreja com o povo de Israel. Se no inicio pensou em conversão dos outros, foi percebendo que primeiro era necessária a conversão dos cristãos.

Pode-se adivinhar a impressão profunda que causou no mundo católico a repentina conversão deste jovem judeu. Nada se tinha visto de semelhante desde a conversão de Saulo-Paulo no caminho de Damasco. Tanto que a Igreja não tardou a declarar, após uma pesquisa canônica exigente, que a conversão de Afonso foi um milagre obtido pela intercessão da bem aventurada Virgem Maria. Não podemos deixar de notar que este acontecimento notável aconteceu n o momento em que os judeus, mantidos durante séculos à margem da sociedade, começavam a se assimilar; no momento também em que as igrejas protestantes criavam obras de propaganda evangélica dirigidas aos judeus. Na verdade, o gesto misericordioso da Santa Virgem, realizado em favor de um jovem judeu na capital do mundo católico, não seria um indicio, um chamado?

Foi o que entendeu o pe. Theodoro Ratisbonne, irmão de Afonso, já então com onze anos de sacerdócio. Ele não cessava de rezar pela sua família que o tinha rejeitado e pelo seu povo que o havia renegado. Ele sentiu que Deus o chamava para estabelecer uma obra destinada a ajudar os judeus a encontrar o outro lado, o lado espiritual, da Igreja, fundada por Jesus, o Messias. Afonso, depois de se tornar jesuíta, decidiu com a permissão do santo padre Pio IX, unir-se a seu irmão e investir nesta obra, que foi chamada de Sion, que queria consagrar-se a um trabalho com o povo de Jesus, Israel.

Instalou-se em Jerusalém, onde dedicou-se a uma série de obras: santuário do Ecce Homo, Instituto S. Pedro de Sion, obras de promoção e evangelização: escolas profissionais, masculina e feminina, e catequizadoras.

Foi considerado o primeiro dos padres de Sion, junto com o irmão fundador. Lá ficou até sua morte, em S. João in Montana, atual Ein Kerem, periferia de Jerusalém, poucos meses após seu irmão, em 1884.

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Irmãs de Santa Catarina

Regina Protmann nasceu em 1552, na cidade de Braunsberg - hoje Braniewo, Polônia - no seio de uma família rica e piedosa, onde recebeu boa educação intelectual, moral e religiosa. Regina foi batizada na Igreja de Santa Catarina, padroeira de sua cidade. Cedo aprendeu a admirar esta santa e encontrou afinidade com ela: jovem, bela, delicada, corajosa e inteligente como Santa Catarina, ela o era. E decidiu imitar o exemplo da Santa em sua adesão radical a Jesus Cristo. Nesta época a Europa vivia intensas conturbações sócio-culturais. No campo político-religioso avançava o movimento da Reforma Protestante, através da luta armada, dividindo a cristandade entre católicos e protestantes. A Igreja católica convoca o Concílio de Trento e reage com o movimento da Contra Reforma. No início de sua juventude, Regina demonstrou-se inclinada às vaidades e às ambições materiais. Espirituosa, inteligente e esperta, gostava de sobressair-se e ser a preferida entre suas companheiras. Quando “o brilho da graça divina luziu no seu coração”, sentiu a presença do Senhor como um fogo abrasador. Esta experiência provocou nela uma grande mudança. Com apenas 19 anos de idade, deixou o conforto da casa paterna, renunciou ao casamento, e, com duas companheiras, foi morar numa casa pobre, para aí viver uma vida de oração, de ascese, de amor ao próximo e de pobreza. Por sua coerência de vida no ideal de seguir a Jesus Cristo, irradia uma força espiritual que foi atraindo mais jovens para a sua companhia. Regina viu também em Cristo, o HOMEM-DEUS apaixonado pela felicidade terrena e eterna de todas as criaturas humanas. Voltou-se também ela para as pessoas sofredoras e marginalizadas de sua Cidade. Fez uma opção consciente e decidida pelos doentes, pelos pobres e pelas meninas abandonadas e carentes de instrução. Regina fundou escolas e, com suas companheiras, começou a tratar dos doentes em seus domicílios e em hospitais. Assim, fortalecida pela graça, Regina fundou uma Congregação contemplativa e ativa, o que foi inaudito para aquele tempo. Madre Regina colocou a nova congregação sob a proteção de Santa Catarina, V.M. a qual passou a chamar-se Irmãs de Santa Catarina. Faleceu aos 18 de janeiro de 1613. O Papa João Paulo II beatificou-a, em Varsóvia, aos 13 de junho de 1999. No Rio de Janeiro destacam-se na atividade médico-hospitalar através da Casa de Saúde São José

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