A HISTÓRIA DA IGREJA NO SÉCULO IV
O cristianismo é proclamado a religião oficial e nacional na Armênia. --- No ano 301, o cristianismo é proclamado religião oficial e nacional da Armênia: é o primeiro caso no mundo cristão. Graças à obra de Gregório Lussavoric, o rei Tiridates III é batizado juntamente com seu povo. De acordo com a tradição, o cristianismo é introduzido na Armênia pelos apóstolos Tadeu e Bartolomeu, que ali sofreram o martírio. A Igreja armênia logo se transforma no único baluarte do povo armênio, submetido a várias dominações e perseguições. O monge Mesrop Mashtots é o idealizador do alfabeto armênio, com base no qual realiza-se a tradução da Bíblia no ano 435.
Perseguição de Diocleciano: mártires da Nicomédia, Sta. Cristina e Sto. Emídio. --- A política centralizadora e autocrática de Diocleciano teve importantes desdobramentos também no plano religioso. O título Dominus et Deus, atribuído ao imperador, implicava a sua divinização e parecia uma importante garantia simbólica contra os movimentos separatistas de cunho religioso. A partir do ano 297, Diocleciano levou essas premissas aos extremos, perseguindo os maniqueus; em 303, foi a vez dos cristãos, que se recusavam a venerar o imperador, contra os quais Diocleciano promulgou um edito, na Nicomédia, que proibia suas reuniões e confiscava seus bens, logo acompanhado de outros decretos que atingiam de forma ainda mais dura as comunidades cristãs, impondo o sacrifício aos deuses. Os decretos foram aplicados com rigor no Oriente, onde milhares de cristãos perderam a vida (esta é a chamada "era dos mártires"), ao passo que no Ocidente continuou a haver alguma tolerância. STA. CRISTINA Cristina é, na verdade, o nome de diversas santas. A mais conhecida viveu no séc. IV e foi martirizada, talvez em Bolsena, na Itália, durante as perseguições de Diocleciano. Nessa cidade, todos os anos (24 de julho) realizam-se os chamados mistérios, típica manifestação do folclore religioso-popular. STO. EMÍDIO Emídio (santo; Trier ? - Ascoli Piceno, 303), ordenado bispo pelo papa Marcelo I, foi enviado por ele a Ascoli Piceno para evangelizar seus habitantes. Foi martirizado durante a perseguição do imperador Diocleciano. Antigamente (séc. XIV), era festejado em Ascoli Piceno com a corrida do anel e uma espécie de competição cavaleiresca denominada quintana.
Martírio de S. Jorge.
Jorge (santo; séc. III-IV). Sendo, de acordo com a lenda, natural da Capadócia, era tribuno militar na Palestina, onde foi martirizado na época da perseguição de Diocleciano (303). A figura de são Jorge é o resultado de uma complexa evolução de tradições e lendas muito antigas, em grande parte devidas à imaginação e à devoção do povo. A Paixão de Jorge, principal fonte para a vida do santo, é classificada entre as obras apócrifas pelo Decretum felasianum (496). O culto de são Jorge encontrou grande apoio na tradição popular, a ponto de serem dedicadas a ele inúmeras igrejas e de ter sido escolhido como patrono de países e cidades (Grã-Bretanha, Portugal, Lituânia, Geórgia).