Doutrina Católica

DOUTRINA CATÓLICA

Século XIX

A Concordata entre a Igreja e Napoleão I

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No âmbito da política interna, Napoleão Bonaparte perseguiu tanto jacobinos como realistas. O próprio papa Pio VII sofreu imposições do primeiro-cônsul: a concordata de 16 de julho de 1801, se de um lado reconhecia o catolicismo como religião de Estado, por outro, com a introdução dos chamados "artigos orgânicos do culto católico", submetia cada ato do clero ao controle e à autorização governamental. Dentre as questões mais ofensivas da concordata, destacam-se: o anticlericalismo na França; a explícita oposição de Luís XVIII, representado em Roma pelo prelado J. S. Maury; o galicanismo no clero francês.

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O Papa Pio VII coroa Napoleão.

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Ingressando em Roma depois de ser nomeado em Veneza em 1800, Pio VII logo tratou de estabelecer relações amigáveis com Napoleão Bonaparte, com quem assinou uma concordata em julho de 1801. Embora a concordata aparentemente tivesse restaurado a Igreja católica na França, e não obstante Napoleão tenha sido coroado imperador em Notre-Dame em 2 de dezembro de 1804, a política napoleônica do jurisdicionalismo laico moderno sobrepôs-se, com a questão dos famosos 77 artigos orgânicos, acrescentados por Bonaparte à concordata, e que, na prática, anulavam a tentativa da restauração católica. A esse fato devem-se acrescentar a ocupação francesa de Ancona (1805), a cessão de Benevento a C. H. Talleyrand, a renúncia imposta do secretário de Estado E. Consalvi e, por fim, após a rejeição do papa ao bloco continental, a ocupação de Roma em 1808.

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O Papa Pio VII restabelece os Estados Pontifícios e a Companhia de Jesus.

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Após a derrota napoleônica de Leipzig, Pio VII pôde voltar a Roma em 24 de maio de 1814. Dedicou-se então à restauração dos Estados Pontifícios, reconstituiu a Companhia de Jesus e assinou concordatas com as outras potências européias. Após o Congresso de Viena, a Igreja aproxima-se da restauração com os papas Pio VII, Leão XIII, Pio VIII, Gregório XVI. Convocado com a finalidade de promover uma ação comum entre as grandes potências e de chegar a uma nova ordenação político-territorial da Europa, o congresso de Viena foi uma assembléia internacional muito importante. Inaugurado em outubro de 1814, com a presença dos maiores representantes das potências que haviam derrotado a França napoleônica (o czar Alexandre I da Rússia, o chanceler austríaco K. von Metternich, o plenipotenciário prussiano K. A. Hardenberg, e, pela Grã-Bretanha, o ministro do Exterior, R. S. Castlereagh, aos quais se juntou, como representante da França legitimista, C. M. Talleyrand) e, em segundo plano, dos representantes da maioria dos outros Estados da Europa, o Congresso encerrou-se em 9 de junho de 1815, com a assinatura de vários tratados e de um "ato final", resultante de uma série de compromissos entre os representantes das cinco maiores potências, referente à ordenação de todo o continente. Dentre os "cinco grandes", Metternich representava o conservadorismo cujo programa era mais hostil a qualquer reforma em sentido liberal e o mais interessado na estabilidade da Europa continental. Apesar das muitas permutas e compromissos, a nova ordenação territorial pretende ser uma afirmação das monarquias legitimistas e foi estudada de forma a oferecer, em primeiro lugar, garantias contra um eventual novo expansionismo francês. O Estado Pontifício é restabelecido em seus limites anteriores, com exceção do território de Ferrara atribuído à Áustria.

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Eleição do papa Leão XII

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Leão XII ( no século Annibale Sermattei della Genga, papa; Genga, Ancona, 1760 - Roma, 1829 ), ordenado sacerdote em 1783, tornou-se bispo de Tiro e núncio em Lucerna e em Colônia. Em 1805, foi enviado à Dieta alemã e posteriormente exerceu o cargo de núncio em Munique e em Paris (1808 e 1814). Nesta segunda ocasião, foi encarregado pelo papa Pio VII de uma missão pessoal junto ao rei Luís XVIII, que recuperara o trono da França naquele ano, e justamente por isso entrou em conflito com o secretário de Estado, cardeal E. Consalvi. Em seguida, foi cardeal (1816) e vigário de Roma (1820). Sucedeu Pio VII (1823) com o apoio dos cardeais "zelosos", hostis à política reformadora de Consalvi. Em 1825, convocou um grande Jubileu. Seu pontificado foi marcado por um rígido conservadorismo: promoveu a repressão do movimento sectário da Romagna, liderado pelo cardeal A. Rivarola e por monsenhor Invernizzi, e permitiu a condenação à morte de A. Targhini e L. Montanari, membros do carbonarismo. De visão mais ampla na política externa, reconheceu a independência das colônias espanholas na América. Além disso, fez com que as obras de G. Galilei fossem retiradas do Index.

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