Doutrina Católica

___________________________________________________

NOTA SOBRE A PARTICIPAÇÃO DE DOM FERNANDO RIFAN

EM MISSA CELEBRADA NO RITO DE PAULO VI

___________________________________________________

Doutrina Católica

Algumas pessoas têm questionado a participação ocasional de Dom Fernando e de alguns de seus padres em Missas celebradas no Rito de Paulo VI.

Dom Fernando é um bispo católico, membro do Episcopado Católico, em comunhão com o Santo Padre o Papa. Assim, como todo bispo católico, mesmo aqueles de rito diferente, deve demonstrar praticamente essa plena comunhão.

Ninguém pode ser católico se mantendo numa atitude de recusa de comunhão com o Papa e com o Episcopado católico. De fato, a Igreja define como cismático aquele que recusa se submeter ao Romano Pontífice ou se manter em comunhão com os outros membros da Igreja a ele sujeitos (cânon 751).

Ora , se recusar , continua e explicitamente , a participar de toda e qualquer Missa no rito celebrado pelo Papa e por todos os Bispos da Igreja, por julgar esse rito, em si mesmo, incompatível com a Fé ou pecaminoso, representa uma recusa formal de comunhão com o Papa e com o Episcopado católico.

Não se pode negar o fato objetivo de que hoje o rito de Paulo VI é o rito oficial da Igreja latina, celebrado pelo Papa e por todo o Episcopado Católico.

Se considerarmos, na teoria ou na prática, a Nova Missa, em si mesma, como inválida ou herética ou sacrílega ou heterodoxa ou pecaminosa ou ilegítima ou não católica, deveríamos tirar as conseqüências teológicas dessa posição e aplica-la ao Papa e a todo o Episcopado residente no mundo, isto é, a toda a Igreja docente: ou seja, aceitar que a Igreja oficialmente tenha promulgado, conserve há décadas e ofereça todos os dias a Deus um culto ilegítimo e pecaminoso – proposição condenada pelo Magistério - e que, portanto, as portas do Inferno tenham prevalecido contra ela, o que seria uma heresia. Ou então estaríamos adotando o princípio sectário de que só nós somos a Igreja e que fora de nós não há salvação, o que seria outra heresia. Essas posições não podem ser aceitas por um católico, nem na teoria nem na prática.

Nossa participação, portanto, se deve a princípios doutrinários. E ela não significa que não tenhamos reservas ao novo rito, como já levamos respeitosamente ao conhecimento da Santa Sé. Nem a nossa participação significa aprovação de tudo o que ali venha a ocorrer. Estar unido à hierarquia da Igreja e em perfeita comunhão com ela não significa aprovação de muitos erros que hoje acontecem no seio da Santa Igreja, provocados pela sua parte humana. É claro que lamentamos profundamente, com o Santo Padre o Papa, que a Reforma Litúrgica tenha dado espaço a “ambigüidades, liberdades, criatividades, adaptações, reduções e instrumentalizações” (Ecclesia de Eucharistia, n. 10,52,61) e também tenha dado “origem a muitos abusos e conduzido em certa medida ao desaparecimento do respeito devido ao sagrado” (Cardeal Eduardo Gagnon, Offerten Situng – Römisches, nov.dez.1993,p. 35). Sobretudo, rejeitamos toda profanação da Liturgia, por exemplo as missas nas quais a "Liturgia se degenera em 'show', onde se tenta tornar a religião interessante com a ajuda de besteiras em moda... com sucessos momentâneos no grupo dos fabricantes litúrgicos", como critica o Cardeal Ratzinger (Introdução ao livro La Réforme Liturgique, de Mgr. Klaus Gamber, pag. 6).

Por isso mesmo, conservamos o venerável rito de São Pio V, mas “cum Petro et sub Petro”, em plena comunhão.

Pe. Gaspar Samuel Coimbra Pelegrini

Porta-voz da Administração Apostólica

Hosted by www.Geocities.ws

1