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Doutrina Católica

DOMINGO DE RAMOS

Esta festa remonta ao século VII. A liturgia prevê três fases: - a bênção das palmas ou ramos de oliveira, fora da igreja, com a procissão da comunidade. - a leitura da paixão de Jesus, comumente conhecida como "Passio": Paixão segundo Mateus (26,1-27,60) no ciclo A, que ressalta a realização das Escrituras; Paixão segundo Marcos (14,1-15,46) no ciclo B, que é a narrativa mais antiga e ressalta a historicidade da paixão de Cristo; Paixão segundo Lucas (22,1-23,53) no ciclo C, que mostra Jesus como resignado salvador de todos. - a celebração eucarística. Nesse dia, os fiéis recordam a última entrada de Jesus em Jerusalém, entrada cheia de glória e de humildade. O povo recebe Jesus como um rei, com exclamações de alegria e agitando ramos de palmeira como sinal de "viva!". É esse o significado do "hosana" que se proclama nessa ocasião (o termo "hosana" é, literalmente, invocação de socorro: "salva-nos!"). Diz o Evangelho que "toda a cidade se alvoroçou" (Mt 21,10), mas esse rei não tem poder algum senão o do amor, nada doa senão a liberdade, outra coisa não pede senão esse mesmo amor e essa mesma liberdade. "Eis que o teu rei vem a ti... humilde" (Zc 9,9). Esse texto do profeta Zacarias é citado pelo evangelho de Mateus (21,5) e essa mesma profecia é lida durante a liturgia da festa. Nesse encontro entre humildade e soberania, entre o poder e o amor, entre a glória e a liberdade reside o significado eterno desse evento evangélico e dessa festa. A multidão proclama a realeza messiânica de Cristo. A seguir a essa festa do Reino de Deus que começou a se manifestar, seguir-se-ão dias de tristeza e de trevas. O poder terreno não esquecerá e não perdoará o triunfo de Cristo, condena-lo-á à morte e fará de tudo para extirpar até a última migalha de Seu terrível ensinamento, pois é insuportável seu apelo à liberdade, ao amor, à verdade. É útil lembrar a simbologia da "palmeira" na Bíblia: ela é sinal de prosperidade: "Eis que como a palmeira brota o justo" (Sl 92,13), de sabedoria: "Cresci alto como a palmeira de Engadi" (Eclo 24,14), de beleza: "Teu porte se parece com o da palmeira" (Ct 7,8). Seus ramos são levados como sinal de vitória, como também nos cortejos dos cônsules romanos vencedores. Somente depois da época das perseguições aos cristãos é que a palmeira é sinal de martírio e da vitória da fé. Nessa rica simbologia atesta-se todo o significado da Realeza de Cristo celebrada nessa festa. Durante a liturgia da festa, os paramentos e as vestes dos ministros são vermelhos. Nesse domingo, a partir do papa João Paulo II, começou-se a celebrar o Dia mundial da Juventude.

SOLENIDADE DA PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO

A Páscoa cristã não é uma festa com data fixa: no concílio de Nicéia, em 325, ficou decidido que seria celebrada no primeiro domingo depois do plenilúnio da primavera, que inicia dia 21 de março. Praticamente, entre o dia 22 de março e 25 de abril, segundo o cômputo de Dionísio, o Pequeno, baseado, por sua vez, no alexandrino, mais antigo. Como todas as solenidades, é precedida por uma "vigília" e seguida por uma semana litúrgica chamada "oitava de Páscoa" que continua a celebração do mistério da Ressurreição. Do grego dos LXX, "páscha", tradução do hebraico "pésah", que significa passagem, é a solenidade religiosa mais importante, tanto para os judeus como para os cristãos, para os quais constitui o significado único e essencial do ano litúrgico. Para os primeiros, era celebrada como festa agrícola da primeira colheita ou ázimos (Ex 12,14; 34,25) e pastoral com o sacrifício dos primeiros animais nascidos no plenilúnio da primavera. Foi fixada no dia 14 de Nisan, quando foi posta no contexto da libertação da escravidão do Egito. Para os judeus, a Páscoa reevoca a morte dos primogênitos do Egito e o início do êxodo para a Terra prometida sob a guia de Moisés, constantemente defendido por Deus. Para os cristãos, celebra e renova o mistério da aliança de Deus com toda a humanidade, redimida na morte do corpo do Filho, readmitida à filiação na Sua ressurreição por obra do Espírito Santo. A solenidade litúrgica tem início com a vigília pascal, tarde da noite, certamente depois do pôr do sol, durante a qual se desenvolvem vários ritos: - a bênção do fogo e do círio sobre o qual se põem em forma de cruz os algarismos do ano em que se celebra; a partir do círio vão se acendendo aos poucos todas as velas da assembléia que, reunida dentro da igreja, espera a entrada do círio, aceso do lado de fora da igreja pelo celebrante e que entra em procissão ao canto do "Exsultet", no Ocidente, segundo o rito romano; e ao canto do "Eis To Aghion", no rito oriental; - seguem-se as leituras veterotestamentárias da criação, do sacrifício de Isaac, da libertação de Israel, da reconstrução de Jerusalém depois do exílio na Babilônia e da profecia de Ezequiel, que prefigura a ressurreição de Cristo, todas elas entremeadas por orações de alegria e de louvor e pelo canto coral do aleluia; - procede-se também à bênção da água da pia batismal com a renovação das promessas do batismo; - o canto do Glória dá início à festa: acendem-se todas as luzes, caem os véus que cobrem as imagens da igreja, espalha-se por toda parte o som festivo dos sinos: "Cristo, nossa páscoa, ressuscitou!"; - à leitura de um evangelho da ressurreição segue-se a liturgia eucarística. Ressoa a harmonia do órgão, mudo desde a quarta-feira de cinzas. A cor litúrgica é, naturalmente, o branco.

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