DOUTRINA CATOLICA

O Pontificado de Pio XII

Entre os grandes papas que ilustraram a História da Igreja está a figura inolvidável de Pio XII. Foi sua doutrina segura que fundamentou o Concílio Vaticano II. Seus discursos, suas encíclicas, tornaram-se textos básicos da doutrina católica. Suas frases candentes que condensavam idéias profundas, aliadas a uma lógica irrefutável, fazem de seus escritos um manancial exuberante. O pontificado de Pio XII, cintilante pela sua sabedoria, teve em 1950 momento de especial esplendor. Aquele foi o Ano de Grande Perdão, inesquecível Ano Santo, durante o qual compareceu a Roma, até então, o maior número de peregrinos de toda a história dos Jubileus, desde o primeiro Ano Santo proclamado em 1300 pelo Papa Bonifácio VIII.

A definição, como dogma de fé, da Assunção de Maria ao céu em corpo e alma marcou também este Ano Santo. Dia 1º de novembro na presença de 400 bispos e arcebispos vindos de todos os recantos da terra fazia o extraordinário Pontífice com que a humanidade voltasse suas vistas para os páramos celestiais e se enchesse da esperança cristã na ressurreição final, realidade já experimentada pela Mãe de Cristo. Em 1954 pela Encíclica Fulgens Corona, Pio XII de novo glorificaria a Soberana, com o Ano Mariano comemorativo do centenário da proclamação do Dogma da Imaculada Conceição. É que grande era a devoção de Pio XII para com a Virgem Maria. Ele inaugurou as manifestações de louvor à Rainha naquele ano com uma visita à Basílica de Santa Maria Maior, onde celebrara sua Primeira Missa em 1899. Foi uma apoteose sua travessia pelas ruas de Roma em automóvel, no dia 8 de dezembro. Aclamações populares que demonstravam o quanto era considerada aquela figura tão austera. Fez questão de parar na Praça da Espanha para aí venerar a imagem da Imaculada erigida por Pio IX em memória do Dogma que oficializara.

Não obstante tantos aspectos gloriosos, Pio XII teve no decurso de sua brilhante carreira muitos instantes de pujante dor. Após seus estudos feitos com tanto êxito, tenho se doutorado em Teologia e depois in utroque jure, ei-lo na carreira diplomática do Vaticano. Rápidas ascensões marcaram esta etapa de sua vida. Bento XV e consagrou Arcebispo de Sardes em 1917, antes de enviá-lo, alguns anos mais tarde, para Munique como Núncio Apostólico. Tudo fez junto ao Kaiser Guilherme II pela paz. Condenava os planos de guerra que se elaboravam na Alemanha. Aos prisioneiros prodigalizava toda a atenção e aos que sofriam com a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial levava o lenitivo da caridade cristã.

Eleito papa, no primeiro ano de seu pontificado em 1939, nova guerra eclode, martirizando seu coração de pai da cristandade. Reivindicava sempre o respeito à dignidade da pessoa humana. Pregava a resistência a todas as pressões, quer nazistas, quer fascistas, que violavam os direitos inalienáveis do ser racional.

De maneira discreta, mas eficiente amparava os judeus perseguidos pelo regime de Hitler. Qualquer pronunciamento que então fizesse poderia resultar não só em maior pressão contra os judeus, como também desencadear um processo de perseguição aos católicos alemães. Hoje, longe da convulsão daqueles dias terríveis, querer julgar a ação de Pio XII, acusando-o de omissão perante a causa judaica é uma das maiores injustiças que a própria História há de continuar a desmascarar, relatando outros depoimentos insuspeitos de líderes do nobre povo judeu. Em 1944, quando faleceu o Cardeal Maglione, Pio XII tomou a si o exercício de Secretário de Estado. Agora, também como chefe da diplomacia do Vaticano, multiplicavam-se suas atividades. As perseguições comunistas foram outros espinhos para o Papa. O Arcebispo de Zagreb, Mons. Stepinac, foi condenado a 16 anos de prisão. Na China, na Rumânia, na Tcheco-Eslováquia, na Polônia, o clero era duramente tratado. Em 1949 o Cardeal-Primaz Mindiszenty era preso e condenado num instante de profundo sofrimento para a Igreja polonesa e todo orbe católico. Pio XII tomou uma atitude firme, declarando excomungados os militantes do comunismo ateu.

Denunciou as perseguições infringidas à Igreja do Silêncio através de documentos que ecoaram mundo todo. Depois veio a doença. A primeira crise foi em 1952. Para gáudio do mundo católico recuperou-se inteiramente. Deu-se a recaída em 1953. Desde então sua saúde reclamava atenções especiais. O ritmo de trabalho, porém, não diminuiu. O ano de 1955 terminou com um apelo de Pio XII a favor da interdição das terríveis armas nucleares. Em 1956 houve a primeira tomada de contato oficial da URSS com o Vaticano, a 28 de agosto.

Em 1957 lança o papa uma encíclica na qual revelava sua preocupação com as técnicas modernas. Em 1958 promulgou encíclicas sobre a paz do mundo e a situação da Igreja na China. Neste ano de sua morte, ocorrida a 9 de outubro, ainda proclamou o Ano Jubilar de Lourdes, para celebrar o centenário das Aparições de Nossa Senhora a Bernadete. Pio XII, gênio que surge de cem em cem anos, além de sua rara cultura teológica, de seu conhecimento acurado da diplomacia, de seus dotes de chefe que sabia comandar, foi um poliglota que encantou a milhares de peregrinos e embeveceu os mais diversos auditórios estrangeiros. Em 1934, quando foi Legado Pontifício ao Congresso Eucarístico de Buenos Aires, passando pelo Rio de Janeiro, foi homenageado na Câmara dos Deputados perante a qual discursou em português corretíssimo. Consta que em 1955 este pontífice tivera em vida uma visão do Cristo.

Não causa surpresa, pois era um homem imerso no sobrenatural.

Na galeria dos sábios que mais honraram o gênero humano, Pio XII tem lugar de destaque. Entre os papas foi um dos que mais dignificou o trono de Pedro.

Con. José Geraldo Vidigal

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O Papa Pio XII ajudou a salvar mais de 700 mil judeus em toda a Europa. Cerca de cinco mil padres foram assassinados pelos nazistas em diversos países europeus .

Atuando de forma discreta , mas sitemática , e em grande escala , a Igreja Católica foi a via , talvez a única , por onde milhares de pessoas encontraram uma oportunidade de escapar da morte certa , nos campos de concentração de Hitler.A Santa Sé não atuou de forma mais aberta , precisamente , para não inviabilizar essa via de fuga para os perseguidos do nazismo.

O Papa Pio XII participou , também , de duas tentativas de deposição do líder alemão.

Essas afirmações são corroboradas pelos estudos do erudito israelense Pinchas E. Lapide e pela própria CIA .

Prof. Everton Jobim

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