Citando o evangelho de S�o Mateus capitulo 23, ele argumentava que a B�blia pro�be o emprego do termo pai, "papa", e tamb�m condena qualquer hierarquia entre os ap�stolos.
Abaixo, segue, portanto, o debate na forma de cr�tica e resposta, bem como o desdobramento da minha resposta em termos mais anal�ticos.
"Ent�o Jesus falou �s multid�es e a seus disc�pulos: 2 "Os escribas e os fariseus est�o sentados na c�tedra de Mois�s. 3 Portanto, fazei e observai tudo o que eles vos disserem, mas n�o os imiteis nas a��es, porque eles dizem e n�o fazem. 4 Amarram pesadas cargas e as p�em nas costas dos outros, e eles mesmos nem com o dedo querem toc�-las. 5 Praticam todas as suas a��es para serem vistos pelos outros. Por isso alargam as faixas de pergaminho e alongam as franjas de seus mantos. 6 Gostam dos primeiros lugares nos banquetes e das primeiras cadeiras nas sinagogas. 7 Gostam de ser chamados de mestre pelo povo. 8 Mas v�s, n�o vos deixeis chamar de mestre, porque um s� � vosso mestre, e todos v�s sois irm�os. 9 A ningu�m chameis de pai na terra, porque um s� � vosso Pai , aquele que est� nos c�us. 10 Nem vos fa�ais chamar doutores, porque um s� � vosso doutor, o Cristo. 11 O maior entre v�s seja vosso servo. 12 Aquele que se exaltar ser� humilhado; e quem se humilhar ser� exaltado. " (Mt 23,1-11)
Destaque para a cita��o abaixo :
"V�s, por�m, n�o queirais ser chamados Rabi; porque um s� � o vosso Mestre, e todos v�s sois irm�os. E a ningu�m sobre a terra chameis vosso pai; porque um s� � o vosso Pai, aquele que est� nos c�us. Nem queirais ser chamados guias; porque um s� � o vosso Guia, que � o Cristo."(Mt 23, 8-11)
Jesus nunca fez de nenhum de seus ap�stolos superior aos outros. Por isso disse: "um s� � o vosso Mestre" e "um s� � o vosso Guia, que � o Cristo".
Quanto ao t�tulo de papa, esse � evidencialmente negado quando Jesus disse: "E a ningu�m sobre a terra chameis vosso pai; porque um s� � o vosso Pai, aquele que est� nos c�us". Vimos tamb�m que as chaves do reino dos c�us foram dadas a todos os disc�pulos, conforme Mateus.
____________________________________________________________RESPOSTA CAT�LICA SOBRE O CONTEXTO DA MENSAGEM
______________________________________________________________Na passagem supracitada do evangelho de S�o Mateus, Nosso Senhor Jesus Cristo faz um claro apelo aos seus disc�pulos para que n�o incorram jamais nos mesmos erros dos fariseus, que se aprisionavam na letra morta da Lei e , por conseguinte, assumiam uma atitude ritual�stica puramente mec�nica e superficial que, por essa mesma raz�o, � esvaziada de sentido transcendental, n�o possuindo nenhum valor doutrin�rio ou �tico aos olhos de Deus, posto que n�o realizada na plenitude das suas mentes e cora��es. Mas que responde , apenas , aos desejos vaidosos da carne, e aos seus interesses ego�sticos.
Interesses vazados em valores do homem natural igualmente ef�meros, que, por essa mesma raz�o, quase chegam, indevidamente, a substituir o lugar central do pr�prio Deus na vida religiosa da coletividade de fieis, enquanto comunidade de indiv�duos que deve guardar para todo o sempre, a palavra de Deus vivo; de tal modo, que permane�a atenta, e jamais permita que seus interesses pessoais se sobreponham � palavra de Deus, e tampouco que a sua posi��o pol�tica, social ou religiosa na comunidade, seja erguida � condi��o divina.
Trata-se de um conclama��o � consci�ncia dos crist�os para que sempre exer�am a humildade que respeita a hierarquia ontol�gica constitutiva do nosso ser, como estabelecida por Deus, desde a cria��o do mundo.
Portanto cabe aos crist�os ouvirem a palavra de Deus e agirem sempre em conformidade com ela. Jamais separando a prega��o evang�lica da atitude em sociedade, igualmente evang�lica e caridosa para com o nosso semelhante; pois ambas as dimens�es s�o insepar�veis na perspectiva �tica de todo o verdadeiro crist�o. Por isso a conduta dos fariseus era absolutamente reprov�vel aos olhos de Deus como afirma Jesus.
________________________________________________O PAPA
________________________________________________Se eu chamar algu�m de pai, atribuindo ao termo o mesmo significado que designa o nosso Pai celeste, estarei, obviamente, em erro grave, em transgress�o inaceit�vel da palavra de Deus. Isto porque, a palavra Pai, nesse sentido, s� se aplica a um �nico ser - Deus.
S� Deus � nosso Pai, fonte eterna da vida, nossa origem transcendente. Criador do mundo, e de tudo o que na terra e no c�u h�.
S� Deus � nosso guia , atrav�s do Esp�rito Santo, das Palavras do Cristo, dos seus sacramentos , na unidade indissol�vel da Sant�ssima Trindade.
Ningu�m sobre a Terra � nosso pai celeste como pensavam os pag�os, divinizando homens e praticando a idolatria.
Por�m, se ao empregar o termo pai , eu me reportar � autoridade que o "sumo-pontifice" det�m sobre o seu rebanho - de modo an�logo ao que um pai possui para com seu filho - eu estarei , apenas , usando uma express�o que indica o grau de respeito, de rever�ncia e de afeto de que me � merecedora uma determinada pessoa.
Bem como o amor que esse mesmo pastor possui para com seu rebanho - o amor que um pai dedica a seus filhos. Sem implicar - no simples emprego dessa express�o - que o santo papa seja considerado Deus.
Jo�o, por exemplo, chama os fi�is, para os quais endere�a sua enc�clica (IJo 2), de filhinhos. Ora, se ele chama algu�m de filho, � porque se p�e , logicamente , numa posi��o de pai.
Os judeus chamavam Abra�o de o pai do povo Hebreu ( o patriarca ) assim como todos os demais chefes do povo hebreu foram chamados patriarcas - Isaac, Jacob, Jos�, Mois�s. Eram considerados " pai dos pais ".
Os patriarcas n�o eram, obviamente, os pais
de todos os hebreus, nem tampouco substitu�am o Pai celeste,
mas simbolizavam um Pai coletivo. Diz a B�blia que assim Deus
firmou Sua Alian�a com Abra�o: "Anda em minha presen�a e s�
perfeito. E eu farei minha alian�a entre Mim e ti, e
multiplicar-te-ei extraordinariamente. .... Tu ser�s pai de
muitas gentes. E n�o mais ser�s chamado com o nome de Abr�o,
mas chamar-te-�s Abra�o, porque te destinei para pai de muitas
gentes. Eu te farei crescer (na tua posteridade)
extraordinariamente, e far-te-ei chefe das na��es, e de ti
sair�o reis. ... Darei a ti e � tua posteridade a terra da tua
peregrina��o, toda a terra de Cana�, em possess�o eterna, e
serei o teu Deus" (Gen. 17, 1-8).
Portanto ,
procedendo de Abra�o , por Deus chamado de "Chefe de muitas
na��es, pai de reis, aliado do Senhor" ; encontramos o sentido
maior da express�o pai, na linhagem dos patriarcas. O termo
patriarca (Gr. patriarches; Lat. patriarcha), portanto,s
ignifica pai ou chefe da ra�a (patria, cl� ou fam�lia). A
palavra � empregada na Septuaginta para os chefes da Tribo
(e.g. I Par., xxiv, 31; xxvii, 22, patriarchai ton phylon; cf.
II Par., xxiii, 20 etc.); e, no Novo Testamento (Heb., vii,
4), � aplicada a Abra�o como uma vers�o do seu t�tulo de "pai
de muitas na��es" (Gen., xvii, 4), a David (Atos, ii, 29), e
aos doze filhos de Jacob (Atos, vii, 8-9).
No cristianismo o termo patriarca tem um uma longa hist�ria. Patriarcas eram os bispos de Alexandria, Antioquia e Roma. T�tulo depois tamb�m concedido a Constantinopla e a Jerusal�m. Na hist�ria da Igreja , anterior ao grande cisma do Oriente , essa pentarquia formava um colegiado na dire��o da Igreja.
A express�o latina papa provem do Gr. papas, uma varia��o de pappas, pai. O t�tulo papa � empregado somente para o Bispo de Roma que, em virtude da sua posi��o como sucessor de S�o Pedro, � o pastor-chefe de toda a Igreja, o Vig�rio de Cristo sobre a terra. Al�m do bispado da diocese de Roma, outras dignidades s�o atribu�das ao Papa como o supremo e universal apostolado. Ele � o Arcebispo da Prov�ncia Romana, Primaz da It�lia , e Patriarca da Igreja Ocidental.
Nos primeiros s�culos da era crist� , o t�tulo de Papa era aplicado aos Bispos como express�o de afeto. No Egito, o Patriarca de Alexandria e o Patriarca Copta s�o chamados de "papas".
O t�tulo de papa j� era conferido ao Bispo de Roma por Tertuliano (+220 aproximadamente) no seu livro De pudicitia XIII 7. No fim do s�culo IV a palavra Papa, aplicada ao Bispo de Roma, come�a a designar mais do que venera��o; tende a tornar-se um t�tulo como na passagem colocada por S. Ambr�sio (+397) em uma de suas cartas: "Domino dilectissimo fratri Syriaci papae" (="Ao senhor dilet�ssimo irm�o Sir�aco Papa") (ep�stola 42). O S�nodo de Toledo (Espanha) em 400 chama Papa, o Bispo de Roma.
No s�culo VI o t�tulo tornou-se exclusivo do Bispo de Roma.
A doutrina cat�lica do papado foi claramente definida no Concilio Vaticano I , na Constitui��o "Pastor Aeternus" (1869-70).
Os quatro cap�tulos da Constitui��o tratam respectivamente do oficio da Cabe�a vis�vel conferida a S�o Pedro, a perpetuidade do seu oficio na pessoa do Sumo Pont�fice.
O Papa tampouco � conduzido � soberba por sua posi��o de destaque na hierarquia da Igreja , muito ao contr�rio , mais intensa se torna a sua consci�ncia de que ele � o Servo dos Servos de Deus ( um de seus t�tulos ) - maior se torna a sua responsabilidade na condu��o suprema da Igreja , e maior a necessidade da humildade e do afastamento dos sentimentos carnais de poder e riqueza .
S�o Pedro recebeu a primazia de jurisdi��o sobre toda a Igreja do pr�prio Cristo . E fez de Roma a sede eterna de sua c�tedra ; seus sucessores desfrutam dos mesmos privil�gios como bispos de Roma. O Papa possui tamb�m o carisma da infalibilidade quando se manifesta sobre f� e moral em pronunciamentos "ex cathedra " ; ele � protegido contra o erro pela assist�ncia especial do Esp�rito Santo , o Esp�rito de Verdade .
A Igreja de Cristo � uma realidade espiritual formada na comunh�o da Gra�a no pr�prio Corpo M�stico do Cristo.
Os ap�stolos assim como os anjos e santos, e todos os fieis t�m igual import�ncia aos olhos de Deus. Por�m, nessa mesma comunh�o da gra�a, cada um de n�s cumpre uma voca��o espec�fica.
Desse modo, a gra�a que toca a um irm�o n�o se afasta de outros ,muito ao contr�rio, aproxima-se e engrandece a todos. Por isso cada um cumpre a sua voca��o no �mago da Igreja, conformando uma hierarquia e uma Igreja, rica e plena de dons maravilhosos nas suas muitas voca��es.
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