DOUTRINA CATÓLICA

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Caminho ecumênico não pretende a fusão das Igrejas Cristãs

Vaticano, 12/11/2004 - 14:22

O caminho ecumênico não pretende fundir todas as confissões cristãs na Igreja Católica ou numa outra mega-Igreja. A advertência foi feita pelo Cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a promoção da Unidade dos Cristãos.

“O ecumenismo não é uma viagem para o desconhecido nem comporta a absorção recíproca ou a fusão, mas quer a unidade na diversidade e diversidade na unidade”, referiu o Cardeal alemão.

A Santa Sé está organizando o congresso “O Decreto sobre o Ecumenismo do Concílio Vaticano II, 40 anos depois”, para avaliar “perspectivas e significado permanente, desenvolvimentos e situação atual, perspectivas futuras”. A iniciativa comemorativa do decreto Unitatis Redintegratio, promulgado a 21 de Novembro de 1964, tem lugar em Rocca di Papa até 13 de Novembro, concluindo-se com uma cerimônia litúrgica presidida por João Paulo II.

Falando aos cerca de 260 participantes, provenientes de todo o mundo, o homem do Papa para o ecumenismo referiu que “a unidade ecumênica para a qual tendemos significa mais do que uma rede de Igrejas Confessionais”.

“O ecumenismo não quer criar associações, mas gera comunhão”, esclareceu.

O Cardeal Kasper abordou na sua intervenção a discutida passagem da Constituição Dogmática sobre a Igreja do Concílio Vaticano II (Lumen Gentium), na qual se refere que a Igreja de Cristo “subsiste (subsistit in) na Igreja Católica” (LG, 8).

“O Concílio não afirma nenhuma nova doutrina, mas renuncia ao triunfo e formula a tradicional compreensão da sua própria identidade de modo real, historicamente concreto e, se assim podemos dizer, muito humilde”, indicou.

Manual ecumênico em preparação

O Conselho Pontifício para a promoção da unidade dos Cristão preparou um manual do ecumenismo ( Vademecum oecumenicum), para promover a nível local o “ecumenismo espiritual”, considerado como a alma da relação entre as Igrejas cristãs.

A obra inclui propostas e sugestões de oração, destacando que “se o compromisso ecumênico não for alimentado e sustentado por uma profunda espiritualidade, arrisca-se a sofre os efeitos da fadiga e da desilusão”.

O texto está ainda em fase de elaboração e foi apresentado em Rocca di Papa na forma de “documento de trabalho”.

A Santa Sé pede às dioceses que promovam “a colaboração no campo bíblico” e a “celebração da fé comum”.

“Em qualquer época da história, os mais importantes atores da reconciliação e da unidade foram homens e mulheres de oração e de contemplação”, refere o documento.

Fonte: Agência Ecclesia

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