Provas da existência histórica de Cristo

Jesus Histórico

Pergunta :

O pensador Fílon de Alexandria , o Governador Pôncio Pilatos , o Sinédrio e o Senado Romano não fazem nenhuma menção à existência do Cristo histórico. Como é possível um personagem histórico dessa importância não ser citado por pessoas e instituições importantes e afetas à questão na Antiguidade ?

Resposta :

A judéia era uma província perdida em um vasto império com múltiplos problemas e nacionalidades. Não obstante , uma fé religiosa nascida entre pescadores da Galiléia , logrou tornar-se uma religião professada em vastas regiões do império romano , abraçada por famílias plebéias e patrícias , antes mesmo da conversão do imperador Constantino.

A quantidade de escritos sobre uma determinada personalidade histórica , a concentração desses escritos em um curto período de tempo - textos coerentes , entre si - indicam que existiu , efetivamente , o Jesus histórico.

Não é correta a afirmação de que não existem evidências externas ao Texto Sagrado sobre a existência do Cristo histórico. Existem sim , e existem várias , senão vejamos :

Flávio Josefo fala sobre a pessoa de Jesus ( historiador romano - judeu - séc. I )

A Condenação dos Cristãos por Plínio , o Moço ( governador da Bitínia - séc. II )

Suetônio ( historiador romano - séc. II ) trata da expulsão dos cristãos.

Luciano, escritor romano , século II , refere-se à morte de Cristo na cruz.

A Perseguição contra os Cristãos é tratada por Tácito ( historiador romano - séc. II )

A Crucificação de Jesus é narrada no Talmude Babilônico ( séc. III ou IV )

A existência de Cristo segundo o testemunho dos antigos historiadores romanos , Plinio , o Jovem (61-113), Tácito (aprox. 55-118) e Suetônio Tranquilo (70-140) .

Jesus é situado com clareza por historiadores e escritores de fora da Igreja nos primeiros séculos , sejam estes de origem romana , judia ou de outras nacionalidades:

Ano de 112, Plínio , o Jovem , escreveu uma carta ao Imperador romano Trajano; quando fala dos cristãos diz :

"Eles têm confessado que toda a sua falta ou erro , se limita a reunir-se periodicamente em dias fixos , antes da saida do sol e a cantar , todos eles , um hino a Cristo , como a um Deus”

O historiador romano Tácito , no ano 116 , conta , em seus Anais , que o imperador romano Nero ( 37-68 ) - que ordenou o incêndio da cidade de Roma no ano 64 - , acusa aos cristãos : “Nero os supõe culpados e os impõe como castigo , tormentos rebuscados àqueles que eram detestados por suas abominações e que o povo chamava cristãos”

Suetônio , também historiador romano e secretário particular do imperador Adriano, em sua obra "Vidas dos doze Cesares", do ano 120, faz de um tal Crestus , o instigador dos distúrbios entre os Judeus de Roma no ano de 49 , sob Claudio que os expulsa.

Nos Atos dos Apostolos , livro do Novo Testamento escrito por São Lucas , e que , de certa forma , completa o Evangelho , faz uma alusão direta a esta expulsão, durante a chegada de São Paulo à cidade de Corinto, quando encontra-se com Aquila e Priscila que sairam de Roma devido a um decreto do imperador Claudio (Atos cap.18, vers.2)

Finalmente , o ilustre historiador , Flavio Josefo. Este é o mais surpreendente ; chegou-se a pensar que o texto original havia sido manipulado por copistas cristãos. Flavio Josefo havia participado da “ guerra dos Judeus”, entre os anos 66 e 70 de nossa era -- a grande revolta dos Judeus que fora reprimida por Vespasiano (7-79)-- Vespasiano que logo foi proclamado imperador romano pelas legiões vencedoras. Flavio Josefo lutou nas fileiras dos revoltosos , se rendeu aos romanos e se pois do seu lado. Escreveu no ano 93 una história muito precisa destes acontecimentos , onde conta , entre outros fatos, a morte do apóstolo São Tiago como também de Jesus Cristo. Um certo número de criticas estimam que algumas passagens desta história eram demasiado favoráveis a Jesus. Um judeu romanizado consideraria Jesus o Messias ? Acusaram copistas cristãos de terem feito interpolações no original .

Contudo , o surgimento de diferentes manuscritos de locais e épocas diferentes contando as mesmas afirmações , debilitaram a tese da interpolação.

Shlomo Péres , um erudito israelita , estudou estes diferentes manuscritos e chegou a uma “versão mínima” do texto de Flavio Josefo.

É a que segue :

" Naquele tempo, vivia um homem prudente chamado Jesus. Tinha um bom comportamento e era estimado por sua virtude. Foram numerosos os judeus como gente de outras nações que chegaram a ser discípulos seus. Pilatos o condenou a ser crucificado e a morrer. Mas aqueles que foram seus discípulos não cessaram de seguir seus ensinamentos . Eles contaram que ele apareceu tres días depois da sua crucificação e que estava vivo. Sem dúvida era o Messias do qual os profetas contaram tantas maravilhas.”

Diz também a Enciclopédia Católica :

" Há também alusões a Cristo em Numenius (Origenes, "Contra Cels", IV, 51), a suas parábolas em Galerius, ao terremoto na hora da Crucificação em Phlegon ( Origen, "Contra Cels.", II, 14). Antes do fim do segundo século o 'logos alethes' de Celsus, como citado por Origenes (Contra Cels., passim), testemunha que ao tempo dos fatos relados nos Evangelhos estes eram geralmente aceitos como historicamente verdadeiros. Ainda que sejam escassas as fontes pagãs da vida de Cristo , elas sustentam ao menos o testemunho da sua existência , de seus milagres , de suas parábolas , de sua obra divina , de sua morte na cruz e as mais admiráveis características de sua religião " (v.Early Historical Documents on Jesus Christ)