Estudos bíblicos
Doutrina Católica
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ALGUNS FATOS DO SÉCULO XVI

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V Concílio Lateranense.

Em 1512, o papa Júlio II convocou o V Concílio Lateranense (o XVIII ecumênico), levado a termo pelo papa Leão X. Convocado inicialmente para desautorizar o concílio antipapal de Pisa (o chamado conciliabulum), reunido pelo rei da França Luís XII em 1511, o V Lateranense, com um decreto em forma de bula papal, "Apostolici regiminis", afirmou, contra as teses do filósofo P. Pomponazzi, que a alma humana individual é imortal. Com outros decretos, o concílio interveio na reforma da Igreja, sem ter todavia pulso para concretizar e tornar eficazes as instâncias positivas provenientes de grande parte dos padres conciliares.

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MARTINHO LUTERO CONTRA A IGREJA

Na porta da catedral de Wittenberg são afixadas as 95 teses de Lutero (31-10-1517).

Nomeado vigário distrital da Ordem em 1515, aparentemente Lutero não tinha consciência do perigo de separação de Roma implícito em sua teologia. Da mesma forma, parece não haver nenhuma intenção de cisma nas 95 teses afixadas, segundo o costume então vigente nas universidades, na porta da igreja de Todos os Santos em Wittenberg, em 31 de outubro de 1517, para propor que se discutisse publicamente a campanha de indulgências pregada pelo dominicano J. Tetzel para a construção da basílica de São Pedro em Roma. As teses luteranas rejeitavam o valor das indulgências obtidas por dinheiro e aplicáveis também às almas do Purgatório, retomando o conceito de penitência como "metanoia". Apesar de procurarem separar a responsabilidade dos pregadores da dos papas, levavam a subentender críticas à Igreja que encontraram ressonância nos círculos erasmianos e humanistas alemães, já hostis à ingerência econômica e política de Roma nos assuntos internos da Alemanha.

Em Wittenberg, Lutero queima a bula papal de excomunhão "Exsurge, Domine" (dezembro de 1520).

A publicação das teses de Lutero origina uma controvérsia com os dominicanos, que provoca a abertura do processo contra Lutero em Roma. Mas o que ainda estava implícito nas 95 teses fica patente na chamada disputa de Leipzig (1519), que se seguiu à tentativa fracassada do cardeal legado T. Caetano de induzir Lutero à retratação. Nessa disputa, Lutero replicou ao seu adversário, o dominicano J. Eck, que havia destacado certas afinidades entre Lutero e J. Hus, afirmando a exatidão de algumas posições hussitas, a natureza exclusivamente humana da instituição do papado e a possibilidade de errar de um concílio. Ameaçado de excomunhão pelo papa Leão X com a bula "Exsurge Domine" (15-6-1520). Em dezembro de 1520 o Lutero queima a bula papal em protesto. Em 1518 , Roma abre um processo por heresia contra Lutero. No dia 3 de janeiro de 1521, o papa Leão X excomunga o teólogo alemão Martinho Lutero.

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IGREJA ANGLICANA

Ato de supremacia : o Parlamento confirma a Igreja de Estado anglicana.

A questão do divórcio de Henrique VIII , desejoso de assegurar-se um herdeiro homem, de Catarina de Aragão , que , depois de ter dado à luz Maria em 1516, não parecia mais ter condições de procriar, determinou a ruptura com Roma. Henrique VIII considerava intolerável que os interesses da Inglaterra tivessem de depender, por meio do papa, do imperador Carlos V. Após o fracasso da tentativa de obter do papa o consentimento para dissolver o próprio matrimônio, Henrique VIII induziu o episcopado inglês a reconhecê-lo chefe supremo da Igreja da Inglaterra (1531) e a declarar a nulidade de seu casamento com Catarina.

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REFORMA DO CALENDÁRIO JULIANO

Gregório XIII realiza a reforma do calendário juliano.

Gregório XIII (no século, Ugo Boncompagni, papa; Bolonha, 1502 - Roma, 1585), de família nobre, estudou direito em Bolonha, onde também lecionou (1531-39). Bispo de Vieste (1558) e cardeal (1565), subiu ao trono pontifício em 1572, após a morte de Pio V. Durante o seu pontificado, preocupou-se principalmente em tornar efetivos os decretos do Concílio Tridentino, apoiando também a luta contra os huguenotes que então acontecia na França. Buscou o apoio do rei Filipe II, da Espanha, para combater os soberanos protestantes, sobretudo a rainha Elisabeth, da Inglaterra. Seu nome permaneceu ligado à reforma do calendário (que passou a denominar-se gregoriano), realizada em 1582. Publicou também uma nova edição do "Corpus iuris canonici" (1582, Corpo de direito canônico) e a primeira edição do "Martyrologium romanum" (Martirológio romano).

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EDITO DE NANTES

Edito de Nantes, para a regulamentação da Igreja reformada da França.

O Edito de Nantes foi promulgado pelo rei da França, Henrique IV, em 13 de abril de 1598, para regulamentar a Igreja reformada francesa. O soberano, após a abjuração de 1593, em que renegava a fé protestante, e a sua coroação, teve de enfrentar uma situação interna conturbada por causa dos conflitos religiosos entre protestantes e católicos. Por isso, decidiu conceder a liberdade de consciência a todos os súditos do reino (assim, permitiu-se o culto protestante em todos os lugares em que era praticado a partir de 1596, com exceção das residências reais na capital) e eliminar toda discriminação religiosa entre os súditos em relação a cargos e funções públicas. Além disso, foram concedidas aos protestantes algumas Câmaras especiais (a do Parlamento de Paris, denominada Câmara do Edito, era composta de 6 reformados e 10 católicos), uma centena de cidades fortificadas financiadas pelo Estado e a possibilidade de realizar os próprios sínodos.

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