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Doutrina Católica

Fundadores de Ordens

AS ORDENS RELIGIOSAS E SEUS FUNDADORES

ORDEM PACOMIANA

Pacômio (santo; Esneh, Alto Egito, ca. 292 - Pebu, 346), soldado no exército do imperador Maximino Daia, converteu-se ao cristianismo e recolheu-se à vida eremita orientado pelo anacoreta Palêmon. Conheceu assim alguns inconvenientes do anacoretismo, que procurou superar mediante uma vida comunitária. Por volta do ano 320, fundou um mosteiro em Tabennesis (sul do Egito), à margem esquerda do Nilo, e depois oito mosteiros para homens e dois para mulheres, organizando a primeira comunidade com uma regra baseada na união de oração e trabalho. A regra pacomiana exerceu notável influência sobre as regras monásticas posteriores, dentre as quais até a regra fundamental de Bento de Núrsia, graças à tradução latina feita por S. Jerônimo a partir de uma versão grega, que se perdeu. A tradução latina é ainda a única que traz integralmente a regra, pois os fragmentos na língua original copta, descobertos em 1919, representam apenas cerca de um quarto do texto e, em grego, existe apenas um compêndio.

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CONGREGAÇÃO POVERELLE

Margarida de Cortona

Margarida de Cortona (santa; Laviano, Perúgia, 1247 - Cortona, Arezzo, 1297), de origem humilde, viveu por muitos anos com um nobre de Montepulciano e dele chegou a ter um filho, mas, após o assassinato do amante (1274), entregou-se à penitência e tornou-se terciária franciscana (1277), fundando também a congregação das Poverelle e o hospital Casa de Santa Maria da Misericórdia (1278). Foi canonizada em 1728. Suas experiências místicas foram narradas por seu confessor, frei Giunta Bevegnati, na "Legenda beatae Margaritae" (Lenda da bem-aventurada Margarida).

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CISTERCIENSES

Roberto de Molesmes

A Ordem dos monges cistercienses foi fundada em 1098 em Cistercium (atual Citeaux), na Borgonha, por Roberto de Molesmes. Este, juntamente com alguns companheiros monges, deixara a congregação monástica de Cluny para retomar a observância da antiga regra beneditina, como reação ao relaxamento da Ordem cluniacense. Incentivados por Alberico, que sucedeu Roberto no governo de Citeaux, por S. Harding, abade de 1109 a 1134, e sobretudo por S. Bernardo de Claraval, os cistercienses rapidamente se difundiram por toda a Europa, por meio da fundação de numerosos centros monásticos surgidos, segundo o sistema da filiação, de alguma das primeiras abadias-filhas de Citeaux: La Ferté (1113), Pontigny (1114), Clairvaux (1115) e Morimond (1115). Na época da morte do abade Harding, os cistercienses tinham 80 monastérios, que passaram a ser 530 no final do século XII e 700 no final do século XIII. Remonta a 1114 a formulação do primeiro estatuto da Ordem, denominado Charta Charitatis (Carta de caridade), sucessivamente atualizado e completado com as decisões dos vários capítulos gerais anuais. Mesmo reconhecendo a autonomia de cada monastério, esse estatuto os vincula ao modelo disciplinar de Citeaux e impõe a eles o controle das próprias abadias fundadoras que, por sua vez, são controladas por um Conselho composto pelo abade de Citeaux e pelos abades de quatro abadias-mãe. Foi justamente essa organização especial que favoreceu a propagação dos cistercienses, cuja atividade teve grandes conseqüências no campo social, econômico e artístico. Da mesma forma que os beneditinos, os cistercienses realizaram grandes obras de beneficiamento de terras, a ponto de merecer um lugar de destaque na história da economia agrária medieval. Depois de um crescente desenvolvimento, com apogeu no século XIV, a Ordem dos cistercienses começou a se afastar cada vez mais da regra primitiva, que insistia muito na caridade como base da legislação monástica, na obrigação do trabalho manual, no equilíbrio na vida do monge entre a solidão e a mais completa vida comunitária. Do século XVI ao XIX, verificou-se a separação de várias pequenas congregações com tendência reformadora, divididas em nome de uma observância mais ou menos austera da regra primitiva; deve-se destacar sobretudo a reforma de 1664 realizada pelo abade De Rancé em sua abadia da "Trapa", na Normandia. Ainda presentes em muitas partes do mundo, os cistercienses dividem-se em dois grandes ramos: os cistercienses da "observância estrita" ou "trapistas" e os cistercienses da "observância comum" (cistercienses propriamente ditos). Ao lado do ramo masculino da ordem cisterciense, também surgiram centros monásticos femininos, com organizações semelhantes.

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COMBONIANOS

Daniel Comboni nasceu em Limone del Garda, pequeno povoado do norte da Itália, em 1831. Com apenas 26 anos, foi para o Egito como missionário e, entre 1857 e 1859, percorreu a Núbia, isto é, o Alto Nilo, realizando uma obra antiescravagista. Em 1872, foi nomeado provigário e, em 1877, vigário apostólico da África Central, com o título de bispo de Claudiópolis. Pesquisou e elaborou um mapa do Dar-Nuba, deixando também vários estudos sobre a língua das populações Denka e um vocabulário nubiano. Morreu em Cartum em 1881, onde seus missionários fundaram uma universidade católica. Com o lema: "África ou morte" fundou duas congregações religiosa paralelas, uma masculina e outra feminina: os Filhos do Sagrado Coração de Jesus e as Pias Madres da Nigrícia, comumente conhecidas como "combonianas". Foi beatificado pelo papa João Paulo II em 1996.

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FILHAS DA CARIDADE

Vicente de Paulo Vicente de Paulo (santo; Pouy, Dax, Gasconha, 1581 - Paris, 1660), ordenado sacerdote em 1600, dirigiu a abadia de Saint Leonard-de-Chaumes (1610), desenvolvendo depois a sua atividade de pároco em Chichy-la-Garenne (1612) e em Châtillon-les-Dombles. Espírito caridoso, dotado de profundo zelo religioso, realizou uma obra de assistência que se fazia muito necessária num período de grandes restrições provocadas pelas guerras dos trinta anos e da Fronda. Em 1617, fundou a primeira irmandade da Caridade para a assistência aos doentes pobres; em seguida, instituiu outras irmandades e, graças a uma grande doação, realizou a Congregação dos Padres da Missão ou das Filhas da Caridade. Por sua iniciativa e sob sua direção, multiplicaram-se organizações de diversos gêneros: abrigos, asilos, hospitais, para o exercício ativo da caridade pública, as quais posteriormente se difundiram por todo o mundo. Beatificado em 1729, foi canonizado em 1737 pelo papa Clemente XII. Em 1885, o papa Leão XIII proclamou-o patrono das obras de caridade.

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OBLATAS BENEDITINAS

Francisca Romana

Francisca Romana (santa; Roma, 1384-1440), fundadora da congregação das oblatas beneditinas, da nobre família Bussa dei Buxis dei Leoni, dedicou-se a obras de caridade, sobretudo durante a peste de 1413-1414, e procurou reformar os costumes da sociedade romana. Em 1433, instituiu em Roma uma companhia de oblatas beneditinas de Monte Oliveto, e com elas passou a viver em comunidade quando ficou viúva (1436). Sua festa acontece em 9 de março.

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BENEDITINOS

São Bento de Núrsia, Patriarca do Monaquismo Ocidental

Por Dom Jerome Theisen, OSB, Abade Primaz da Confederação Beneditina (+1995). Por ocasião da dedicação do Mosteiro de Monte Cassino em 1964, após sua reconstrução, o Papa Paulo VI proclamou São Bento (ca. 480 - ca. 547) patrono principal de toda a Europa. O título, apesar de um pouco exagerado, é verdadeiro sob vários aspectos. São Bento não construiu o Mosteiro de Monte Cassino com a intenção de salvar a cultura, mas, de fato, os mosteiros que depois seguiram a sua Regra foram lugares onde o conhecimento e os manuscritos foram preservados. Por mais de seis séculos, a cultura cristã da Europa medieval praticamente coincidiu com os centros monásticos de piedade e estudo. São Bento não foi o fundador do monaquismo cristão, tendo vivido quase três séculos depois do seu surgimento no Egito, na Palestina e na Ásia Menor. Tornou-se monge ainda jovem e desde então aprendeu a tradição pelo contato com outros monges e lendo a literatura monástica. Foi atraído pelo movimento monástico, mas acabou dando-lhe novos e frutuosos rumos. Isto fica evidente na Regra que escreveu para os mosteiros, e que ainda hoje é usada em inúmeros mosteiros e conventos no mundo inteiro (Regra em Português ). A tradição diz que São Bento viveu entre 480 e 547, embora não se possa afirmar com certeza que essas datas sejam historicamente acuradas. Seu biógrafo, São Gregório Magno, papa de 590 a 604, não registra as datas de seu nascimento e morte, mas se refere a uma Regra escrita por Bento. Há discussões com relação à datação da Regra, mas parece existir um consenso de que tenha sido escrita na primeira metade do século VI. São Gregório escreveu sobre São Bento no seu Segundo Livro dos Diálogos (versão inglesa disponível em Dialogues), mas seu relato da vida e dos milagres de Bento não pode ser encarado como uma biografia no sentido moderno do termo. A intenção de Gregório ao escrever a vida de Bento foi a de edificar e inspirar, não a de compilar os detalhes de sua vida quotidiana. Buscava mostrar que os santos de Deus, em particular São Bento, ainda operavam na Igreja Cristã, apesar de todo o caos político e religioso da época. Por outro lado, seria falso afirmar que Gregório nada apresenta em seu texto sobre a vida e a obra de Bento. De acordo com os Diálogos de São Gregório, Bento (e sua irmã gêmea, Escolástica) nasceu em Núrsia, um vilarejo no alto das montanhas, a nordeste de Roma. Seus pais o mandaram para Roma a fim de estudar, mas ele achou a vida da cidade eterna degenerada demais para o seu gosto. Por conseguinte, fugiu para um lugar a sudeste de Roma, chamado Subiaco, onde morou como eremita por três anos, com o apoio do monge Romano. Foi então descoberto por um grupo de monges que o incitaram a se tornar o seu líder espiritual. Mas o seu regime logo se tornou excessivo para os monges indolentes, que planejaram então envenená-lo. Gregório narra como Bento escapou ao abençoar o cálice contendo o vinho envenenado, que se quebrou em inúmeros pedaços. Depois disso, preferiu se afastar dos monges indisciplinados. São Bento estabeleceu doze mosteiros com doze monges cada, na região ao sul de Roma. Mais tarde, talvez em 529, mudou-se para Monte Cassino, 130 km a sudeste de Roma; ali destruiu o templo pagão dedicado a Apolo e construiu seu primeiro mosteiro. Também ali escreveu sua Regra para o Mosteiro do Monte Cassino, já prevendo que ela poderia ser usada em outros lugares. Os 38 pequenos capítulos do Segundo Livro dos Diálogos contêm vários episódios da vida e dos milagres de São Bento (versão em inglês disponível em Dialogues). Alguns capítulos falam da sua habilidade em ler o pensamento das pessoas, outros, dos seus feitos miraculosos, como, por exemplo, fazer brotar água da rocha, um discípulo andar sobre a água, e um jarro de óleo nunca se esgotar. As estórias de milagres fazem eco aos acontecimentos da vida de certos profetas de Israel, e também da vida de Jesus. A mensagem é clara: a santidade de Bento é como a dos santos e profetas de antigamente, e Deus não abandonou o seu povo, mas continua a abençoá-lo com homens santos. Bento deve ser encarado como um líder monástico, não como um erudito. Provavelmente conhecia bem o latim, o que lhe dava acesso aos escritos de Cassiano e outros, incluindo regras e sentenças. Sua Regra é o único texto conhecido de Bento, mas é suficiente para manifestar a sua habilidade genial para cristalizar o melhor da tradição monástica e passá-la para o Ocidente. Gregório apresenta Bento como modelo de santo que foge da tentação para levar uma vida de atenção à presença de Deus. Através de um esquema equilibrado de vida e oração, Bento chegou ao ponto de se aproximar da glória de Deus. Gregório narra a visão que Bento teve quando sua vida chegava ao fim: "De súbito, na calada da noite, olhou para cima e viu uma luz que se difundia do alto e dissipava as trevas da noite, brilhando com tal esplendor que, apesar de raiar nas trevas, superava o dia em claridade. Nesta visão, seguiu-se uma coisa admirável, pois, como depois ele mesmo contou, também o mundo inteiro lhe apareceu ante os olhos, como que concentrado num só raio de sol" (cap. 34). São Bento, o monge por excelência, levou um tipo de vida monástica que o conduziu à visão de Deus.

Traduzido de The Modern Catholic Encyclopedia, The Liturgical Press (1995), 77-78.

Veja também: A Regra de São Bento - Latim/Português, tradução e notas de Dom João Evangelista Enout, Lumen Christi, 1992 (ver informações em Lumen Christi ). São Gregório Magno, Diálogos (Dialogues), Livro II (1608, 1911, St. Pachomius Library, 1995). Tradução em português: Vida e Milagres de São Bento, Lumen Christi, 1986 (ver informações em Lumen Christi). Pio XII, papa, Fulgens Radiator: sobre São Bento (Encíclica de 21 de março de 1947). Texto em inglês disponível em Fulgens Radiator. (Site OSB)

A abadia territorial é equiparada a uma Igreja particular. Chamava-se antigamente abadia nullius dioeceseos, ou simplesmente, abadia nullius, abadia não pertencente ao território de nenhuma diocese. No Brasil, existem duas abadias territoriais : a de Nossa Senhora do Monte Serrat, no Rio de Janeiro - chamada Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro - e a Abadia Territorial de Claraval, situada em Claraval, MG. O Abade exerce jurisdição equivalente a de um Bispo diocesano.

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ORDEM DE SANTA CATARINA

Regina Protmann nasceu em 1552, na cidade de Braunsberg - hoje Braniewo, Polônia - no seio de uma família rica e piedosa, onde recebeu boa educação intelectual, moral e religiosa. Regina foi batizada na Igreja de Santa Catarina, padroeira de sua cidade. Cedo aprendeu a admirar esta santa e encontrou afinidade com ela: jovem, bela, delicada, corajosa e inteligente como Santa Catarina, ela o era. E decidiu imitar o exemplo da Santa em sua adesão radical a Jesus Cristo Nesta época a Europa vivia intensas conturbações sócio-culturais. No campo político-religioso avançava o movimento da Reforma Protestante, através da luta armada, dividindo a cristandade entre católicos e protestantes. A Igreja católica convoca o Concílio de Trento e reage com o movimento da Contra Reforma. No início de sua juventude, Regina demonstrou-se inclinada às vaidades e às ambições materiais. Espirituosa, inteligente e esperta, gostava de sobressair-se e ser a preferida entre suas companheiras. Quando “o brilho da graça divina luziu no seu coração”, sentiu a presença do Senhor como um fogo abrasador. Esta experiência provocou nela uma grande mudança. Com apenas 19 anos de idade, deixou o conforto da casa paterna, renunciou ao casamento, e, com duas companheiras, foi morar numa casa pobre, para aí viver uma vida de oração, de ascese, de amor ao próximo e de pobreza. Por sua coerência de vida no ideal de seguir a Jesus Cristo, irradia uma força espiritual que foi atraindo mais jovens para a sua companhia. Regina viu também em Cristo, o HOMEM-DEUS apaixonado pela felicidade terrena e eterna de todas as criaturas humanas. Vol­tou-se também ela para as pessoas sofredoras e marginalizadas de sua Cidade. Fez uma opção consciente e decidida pelos doentes, pe­los pobres e pelas meninas abandonadas e carentes de instrução. Regina fundou escolas e, com suas companheiras, começou a tratar dos doentes em seus domicílios e em hospitais. Assim, fortalecida pela graça, Regina fundou uma Congregação contemplativa e ativa, o que foi inaudito para aquele tempo. Madre Regina colocou a nova congregação sob a proteção de Santa Catarina, V.M. a qual passou a chamar-se Irmãs de Santa Catarina. Faleceu aos 18 de janeiro de 1613. O Papa João Paulo II beatificou-a, em Varsóvia, aos 13 de junho de 1999. (Casa de Saúde São José)

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DEHONIANOS

O século XIX foi um período de grandes transformações: na economia vai-se realizando a revolução industrial; na política, os povos querem a liberdade e a independência de cada nação; nos costumes, a mudança é radical; dão-se as emigrações maciças para o Novo Mundo; nas fábricas, sobretudo, há uma enorme ânsia de dignidade e de liberdade para os operários que já não querem ser simples instrumentos de ganho para os patrões. Nesta transformação geral da sociedade, o Padre Dehon foi realmente um profeta de Deus. Nasceu numa família rica e até de antiga nobreza. Apesar disso sentiu sempre a máxima alegria em viver no meio do povo simples e pobre. Quando nasceu, a 14 de Março de 1843, em La Capelle, a França atravessava momentos duros: praticamente andava em assaltos, revoltas, barricadas e repressões quase há 60 anos, desde a grande Revolução de 1789. Leão Dehon não nasceu santo. A sua mãe era um exemplo de fé e de oração; mas o seu pai era indiferente e mesmo anticlerical. Em criança, confessa o próprio Padre Dehon, era orgulhoso e egoísta. Gostava de dominar. Preferia ficar em casa, ao pé de mãe, em vez de se sacrificar com o pai nos campos. Mas era bom estudante. E foi bom aluno no Colégio de Hazebrouck. Estava longe dos pais. A disciplina era severa, as férias breves e o estudo muito sério. Mas permaneceu aí 4 anos, de 1855 a 1859. E foi aí que, pela primeira vez, sentiu o chamamento para o sacerdócio. Começou então a prolongada luta com o pai que de modo algum queria admitir a hipótese do filho se tornar padre. Em 1859, o Sr. Júlio Dehon, mandou o filho para Paris a fim de que estudasse engenharia. Mas Leão queria estudar Direito. Para não desobedecer ao pai, matriculou-se em ambas as faculdades. Aos 21 anos era advogado (l 865). A engenharia ficara abandonada, porque as Ciências não íam com o seu gosto. Leão Dehon era maior e completara um curso. Tinha que decidir-se a questão entre o pai e o filho que continuava com a ideia de ser padre. O Sr. Júlio Dehon tenta afastá-lo dessa ideia, proporcionando-lhe uma grande viagem por terras e mares até à Terra Santa. Quantas aventuras: Suíça, Itália, Grécia, Egipto e Palestina. No regresso passa pela Síria, por Constantinopla, por Budapeste e Viena. A casa paterna está próxima. Leão passa por lá, mas não se detém. Segue para Roma e... começa os estudos teológicos. Será sacerdote, mesmo contra a vontade do pai, uma vez que Deus o quer. Corria o ano de 1865. Durante seis anos estudará filosofia e teologia no Seminário de Santa Clara, em Roma. Entretanto, a 19 de Dezembro de 1868, vive o dia mais desejado sua vida, o dia da sua Ordenação Sacerdotal, na Basílica de S. João de Latrão, em Roma. Nessa ocasião sente a alegria mais profunda da sua vida: a conversão sincera do seu pai, que recebe a comunhão das suas mãos, no dia da sua primeira Missa. Em Roma, a 8 de Dezembro de 1869 abriu o Concílio Ecuménico Vaticano I. Leão Dehon foi escolhido, entre milhares de estudantes para ser um dos 23 estenógrafos do Concílio. Em Agosto de 1871, Leão Dehon acaba os seus estudos, obtendo os graus académicos de Doutor em Teologia e Direito Canónico. Volta então à França, colocando-se à disposição do seu bispo que o manda como coadjutor para a paróquia da cidade de S. Quintino. Começou então a expandir as riquezas da sua alma, fundando o Patronato de S. José para as crianças abandonadas e, em 1877, o Colégio de S. João para a educação cristã da juventude. Mas há um problema que o preocupa: a sua própria santificação. Sente fortemente o desejo de entrar em algum instituto religioso. Qual? Reza, estuda, pede conselhos e abre-se com o seu bispo. As respostas são tão claras e unânimes que todas as dúvidas desaparecem: O Padre Dehon não entrará em nenhuma congregação das que já existem, mas fundará, ele próprio, um novo instituto consagrado ao Coração de Jesus. A nova congregação nasce e cresce no colégio de S. João. Em breve surgem as dificuldades: friezas, calúnias, apreciações mesquinhas, ataques motivados pela inveja. Com fé e coragem, tudo vence. A 28 de Junho de 1878, Leão Dehon faz a sua profissão religiosa. Outro sacerdote diocesano se lhe junta. Entretanto surge outra grande provação, a destruição de grande parte do colégio de S. João por um incêndio. O Padre Dehon não desanima e pouco depois funda o primeiro seminário da nova congregação, a Escola Apostólica de S. Clemente. Novos padres e irmãos se lhe juntam. Mas o governo maçónico de França decreta a expulsão das congregações religiosas. O Padre Dehon adquire então uma casa na Holanda. Se forem expulsos terão onde se refugiar. Mas a Providência, que de tudo se serve, fez com que a casa da Holanda fosse semente de magníficos frutos. A Província Holandesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus depressa passou a ser a mais numerosa do instituto. Mas novas provações, e bem graves, esperam o Padre Dehon. As coisas atingiram tal gravidade que o Padre Dehon viu a sua congregação suprimida pela Santa Sé. Tudo estava desfeito. O Padre Dehon sofria terrivelmente. Quem socorreu corajosamente o padre martirizado foi o seu bispo, que o conhecia bem de perto. E, três meses depois, a 28 de Março de 1884, vinha de Roma o decreto de «ressurreição» do instituto. A partir dessa data a Congregação consolida-se e cresce. Abrem-se novas casas em várias nações da Europa. Passam-se os mares e a Congregação estabelece-se nas Américas e inicia as suas actividades na África e na Ásia. O Padre Dehon escreve dezenas de livros, faz inúmeras conferências em Roma, diante de cardeais e bispos, é amigo fiel dos Papas que passaram pela sua vida, dedica-se a actividades sociais entre os operários, faz pregações e missões populares, organiza congressos sobre temática social e religiosa e governa a congregação. Faz muitas viagens às várias obras espalhadas pelo mundo para visitar os seus religiosos. A guerra de 1914-18 trouxe-lhe grandes sofrimentos, obrigando-o a fechar casas na Alemanha, na Holanda, na Bélgica e na França. O Padre Dehon termina a sua peregrinação na terra a 12 de Agosto de 1925. A sua obra e o seu espírito continuam na congregação por ele fundada, enriquecendo cada vez mais o mundo inteiro de fé e de amor. Se a grandeza de um homem se mede por aquilo que ele deu de bem e de luz à Humanidade, podemos realmente dizer que o Padre Dehon foi um Grande Homem.( Site Missionário do Sagrado Coração )

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IRMANDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE

S. Filipe Neri institui em Roma a irmandade da Santíssima Trindade (1548) e funda a Congregação do Oratório (1551). Filipe Neri (Florença, 1515 - Roma, 1595), nascido em uma família de condições sociais modestas, passou a infância e a adolescência em Florença, nos bairros populares de Santo Spirito e da Costa San Giorgio. Naquele período, teve contatos regulares com os dominicanos do convento de São Marcos, que mantinham ainda viva a lembrança de Jerônimo Savonarola, a quem Filipe Neri sempre dedicou uma profunda admiração. Com dezessete anos, foi com um primo comerciante para San Germano (atual Cassino), não distante da célebre abadia beneditina. Pouco atraído pela atividade comercial e desejoso de realizar a vocação de sacerdote, decidiu fixar-se em Roma, onde chegou em 1534. Acolhido por um concidadão para exercer a função de preceptor dos filhos, dedicou-se a uma intensa obra de apostolado e assistência entre os pobres e os enfermos dos hospitais romanos, instituindo (1548) a irmandade da Santíssima Trindade. Ordenado sacerdote (1551), mudou-se para o colégio eclesiástico de São Jerônimo da Caridade, no qual conseguiu reunir o grande grupo de amigos e discípulos que constituiu o primeiro núcleo da futura Congregação dos oratorianos. Em 1565, aceitou a direção da igreja de San Giovanni dei Fiorentini, onde encaminhou os primeiros discípulos sacerdotes, dentre os quais C. Baronio. O papa Gregório XIII concedeu a Filipe Neri e a seus companheiros o templo de Santa Maria in Vallicella, que foi primeiramente demolido e reconstruído em formas barrocas e abrigou importantes manifestações musicais ligadas à origem do oratório. Muito popular em Roma, onde entrou em contato com pessoas provenientes de várias camadas sociais (leigos como L. Salviati, A. Tassoni, G. P. de Palestrina, e eclesiásticos como C. e F. Borromeu, N. Cusano), amigo e conselheiro de papas, de Pio IV a Clemente VIII (a quem convenceu a acolher a abjuração de Henrique IV de Bourbon), Filipe Neri encarna uma espiritualidade serena e humana, alheia a intemperanças rigoristas e intensamente apostólica, dominada pela preocupação de salvar almas. Temperamento cordial, bem humorado, marcado por uma visão realista e equilibrada da natureza humana, sua obra contribuiu muito para a renovação da vida religiosa e da piedade cristã, prognosticada pelo movimento reformador pós-tridentino.

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Sagrado Coração de Maria

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OS SERVITAS

Os Servos de Maria , Servitas

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CARMELITAS REFORMADAS

Teresa de Ávila

Teresa de Ávila ou Teresa de Jesus (no século Teresa de Cepeda y Ahumada; Ávila, 1515 - Alba di Tormes, Salamanca, 1582) ingressou ainda jovem no convento carmelita da Encarnação de Ávila e por muitos anos sofreu por causa de doenças e crises espirituais. Readquirindo a paz interior e o fervor religioso, teve uma intensa vida espiritual e contemplativa, marcada por visões místicas e estados de êxtase. Deixou um testemunho profundo e comovido de tais experiências em suas obras: "Libro de su vida" (1562-65, Vida), "Camino de perfección" (1564-67, Caminho para a perfeição), "Castillo interior" (1577, Castelo interior). Teresa também pensou em realizar uma reforma na Ordem das carmelitas, cujas regras haviam perdido sua força por volta da metade do século XV, reconduzindo-as à antiga austeridade, e em 1562 fundou em Ávila o seu primeiro mosteiro feminino reformado. Canonizada em 1622, em 1627 foi proclamada co-padroeira da Espanha, juntamente com são Tiago. O papa Paulo VI declarou-a doutora da Igreja em 1970.

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Irmandade da Santíssima Trindade

Filipe Neri

Filipe Neri (Florença, 1515 - Roma, 1595), nascido em uma família de condições sociais modestas, passou a infância e a adolescência em Florença, nos bairros populares de Santo Spirito e da Costa San Giorgio. Naquele período, teve contatos regulares com os dominicanos do convento de São Marcos, que mantinham ainda viva a lembrança de Jerônimo Savonarola, a quem Filipe Neri sempre dedicou uma profunda admiração. Com dezessete anos, foi com um primo comerciante para San Germano (atual Cassino), não distante da célebre abadia beneditina. Pouco atraído pela atividade comercial e desejoso de realizar a vocação de sacerdote, decidiu fixar-se em Roma, onde chegou em 1534. Acolhido por um concidadão para exercer a função de preceptor dos filhos, dedicou-se a uma intensa obra de apostolado e assistência entre os pobres e os enfermos dos hospitais romanos, instituindo (1548) a irmandade da Santíssima Trindade. Ordenado sacerdote (1551), mudou-se para o colégio eclesiástico de São Jerônimo da Caridade, no qual conseguiu reunir o grande grupo de amigos e discípulos que constituiu o primeiro núcleo da futura Congregação dos oratorianos. Em 1565, aceitou a direção da igreja de San Giovanni dei Fiorentini, onde encaminhou os primeiros discípulos sacerdotes, dentre os quais C. Baronio. O papa Gregório XIII concedeu a Filipe Neri e a seus companheiros o templo de Santa Maria in Vallicella , que foi primeiramente demolido e reconstruído em formas barrocas e abrigou importantes manifestações musicais ligadas à origem do oratório. Muito popular em Roma, onde entrou em contato com pessoas provenientes de várias camadas sociais (leigos como L. Salviati, A. Tassoni, G. P. de Palestrina, e eclesiásticos como C. e F. Borromeu, N. Cusano), amigo e conselheiro de papas, de Pio IV a Clemente VIII (a quem convenceu a acolher a abjuração de Henrique IV de Bourbon), Filipe Neri encarna uma espiritualidade serena e humana, alheia a intemperanças rigoristas e intensamente apostólica, dominada pela preocupação de salvar almas. Temperamento cordial, bem humorado, marcado por uma visão realista e equilibrada da natureza humana, sua obra contribuiu muito para a renovação da vida religiosa e da piedade cristã, prognosticada pelo movimento reformador pós-tridentino .

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