Doutrina Catolica

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FREDERICO II

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Frederico II, ameaçado de excomunhão por Gregório IX, realiza a expedição a Jerusalém.

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Frederico II, imperador do Sacro Império Romano (Iesi, Ancona, 1194 - castelo de Fiorentino, Puglia, 1250), filho do imperador Henrique VI e de Constança de Altavilla, foi coroado rei da Sicília em maio de 1198, devido à morte prematura do pai (1197). Com a morte de Constança em 1198, por disposição testamentária da mãe foi confiado à tutela do papa Inocêncio III, enquanto irrompiam as lutas entre os maiores feudatários que queriam apoderar-se do poder. Inocêncio III interveio com firmeza para fazer com que a própria autoridade fosse reconhecida e conseguiu se impor, apesar das dificuldades que se estenderam até 1206. Em 1216, com a morte de Inocêncio III, Frederico finalmente pôde enfrentar os próprios compromissos de soberano, livre da tutela do papa. Abandonando a promessa feita a Inocêncio III de ceder o Reino da Sicília ao filho Henrique, passou a se dedicar inteiramente à reorganização do reino e à sua consolidação, depois de ter feito amplas concessões aos príncipes alemães para que não o impedissem de realizar aquela obra que considerava a mais importante. Nesse aspecto foi favorecido pela brandura do sucessor de Inocêncio III, Honório III, de quem obteve, entre outras coisas, o adiamento da cruzada que Inocêncio solenemente lhe confiara no Concílio Lateranense de 1215. Honório também o coroou imperador em Roma, em novembro de 1220. Naquele mesmo ano, contrariando os compromissos assumidos com Inocêncio III, em uma Dieta realizada em Frankfurt fizera com que o filho Henrique fosse proclamado rei dos romanos e, portanto, seu sucessor. O papa observava com apreensão o rápido fortalecimento do poder de Frederico II; percebia que, fatalmente, a atividade político-militar do imperador logo ultrapassaria os limites do Reino da Sicília, enquanto, por outro lado, a prometida cruzada sofria contínuos adiamentos. De fato, Frederico II agora visava (da mesma forma que fizera com as cidades do reino) restaurar a plenitude da autoridade imperial também nas cidades da Itália centro-setentrional. Com a morte de Honório III, o trono pontifício passou a ser ocupado pelo cardeal Ugolino Conti, que adotou o nome de Gregório IX, um homem de caráter bastante combativo e decidido a fazer valer os compromissos que Frederico II assumira com a Igreja. Gregório ameaçou excomungar o imperador se ele não iniciasse imediatamente a cruzada e Frederico II finalmente decidiu partir (1227). Contudo, depois de alguns dias, uma epidemia atingiu seus homens e obrigou-o a retornar para Brindisi, de onde havia saído. Então, o papa o excomungou. Frederico II resolveu partir novamente no ano seguinte, mas, contrariando a expectativa de Gregório IX, conquistou Jerusalém sem combater, mediante um acordo com o sultão al-Kamil que lhe permitiu cingir a coroa de rei de Jerusalém (sua mulher era herdeira direta do título). Ao retornar, Frederico II encontrou as terras da Puglia e da Sicília nas mãos de um exército pontifício; rapidamente conseguiu reconquistar os seus territórios, impondo ao papa a paz de San Germano (julho de 1230), que, entre outras coisas, sancionava a retirada da excomunhão. Tratava-se apenas de uma trégua, mas suficiente para que o imperador levasse a termo a obra de reorganização das estruturas administrativas do reino.

Em Lyon, Inocêncio IV excomunga Frederico II.

Frederico promovera o casamento do filho Enzo com Adelásia, viúva de Ubaldo Visconti, juiz de Torres e de Gallura, e o proclamara rei da Sardenha. Gregório IX, a quem Adelásia havia prometido seus domínios como herança, considerou a ação de Frederico uma afronta aos interesses da Igreja e o excomungou em 1239, acusando-o de heresia. A violenta reação do imperador (que enfrentava dificuldades no plano militar também por causa de rebeliões desencadeadas pela excomunhão) foi um dos motivos que levou o papa a convocar um concílio em Roma para decretar a deposição de Frederico. Como muitos bispos, sobretudo os estrangeiros, viajavam para Roma com navios fornecidos por Gênova, o imperador enviou o filho Enzo contra aquela frota, conseguindo detê-la entre a Melória e a ilha de Giglio (1241) e aprisionando os bispos. Naquele mesmo ano, Gregório IX morria e Inocêncio IV o sucedeu. Frederico procurou iniciar sérias negociações de paz com o novo papa, mas Inocêncio, depois de declarar ilegítimo o casamento de Enzo com Adelásia e de fomentar a rebelião contra o imperador por todo o país, inesperadamente abandonou Roma e foi para Lyon onde, em 1245, convocou um outro concílio, que excomungou e depôs Frederico. De nada adiantou a defesa de Frederico feita por seu enviado, Tadeu de Suessa: para substituir o imperador da Suábia foi eleito o margrave da Turíngia, Henrique Raspe. Frederico teve de enfrentar numerosas deserções e revoltas. Adoecendo enquanto se encontrava na Puglia, o imperador morreu em dezembro de 1250.

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