Doutrina Católica

DOUTRINA CATÓLICA

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A Igreja Católica e as religiões não católicas

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O documento Sílabo anexo à Encíclica Quanta Cura do Papa Pio IX afirma que constitui erro não combater as seitas ou que é erro achar que a sociedade vive melhor sem um combate às seitas . A Igreja pós-Vaticano II aceitou uma liberdade civil para que os homens escolhem a sua fé . Em contrapartida a Igreja não mais concita o Estado e os cidadãos a não seguirem as seitas e até admite a possibilidade da salvação através do batismo de protestantes , que não possuem o msmo entendimento sobre o batismo que os católicos possuem , como dizer , então , que a Igreja pós- Vaticano II não criou uma mentalidade relativista e tolerante em relação à possibilidade da salvação fora da Igreja ? É possível acreditar que no mundo de hoje as pessoas ignorem a doutrina da Igreja e por essa razão nela não ingressem ?

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A doutrina da Igreja concernente à salvação para quem nasceu antes de Cristo , mas conheceu a promessa de Deus ; para quem nunca ouviu falar de Cristo ; ou para quem acolheu a mensagem da salvação de forma imperfeita , nos mais variados graus , é a de que é possível a salvação , quando não houver culpa pessoal do indivíduo pelo tipo de fé em Deus , ou em Cristo , que possui , e quando houver reta intenção de conhecer e amar a Deus , agindo sob os ditames da lei moral natural , amando o próximo e fazendo a caridade.

Neses termos , se a misericórdia divina pode justificar essas pessoas em condições especiais , ou seja , quando elas não romperam por conta própria com a fé católica , não cabe a Igreja fechar as portas em definitivo para esses casos .

A Igreja ensina que o Espírito Santo age para além dos limites visíveis da Igreja . Essa doutrina não nasceu com o Concílio Vaticano II , ela vem de antes do próprio Concílio Tridentino . Assim sendo , nada mais lógico que o magistério eclesiástico procurar avaliar as fórmulas batismais e o significado doutrinário das confissões apartadas da comunhão com a Igreja de Roma. Visando evitar um segundo batismo , quando o fiel em questão desejar integrar-se ao seio da Igreja , ou quando desejar casar com uma católica ou vice-versa . Mas , principalmente , para definir a posição doutrinária da Igreja em face das confissões cristãs que se reclamam cristãs .

Sempre lembrando que nenhum católico batizado pode romper com a Igreja para fundar uma seita ou aderir a uma seita sob pena de excomunhão automática e de perda da graça .

Em tese , é possível a salvação ; mas não se pode afirmar que o indivíduo nessa condição irá se salvar , como também não se pode ter a certeza da salvação dos próprios católicos . A perseverança é necessária até o fim das nossas vidas , porque podemos perder a graça cometendo pecado mortal , como podemos conquistar a graça pela contrição perfeita ou pelo batismo de desejo , em situações extraordinárias , caso tenhamos pecado em nível de pecado mortal ou caso nunca tenhamos sido batizados , respectivamente . A salvação é oferecida a todos os homens até o último segundo das suas vidas.

A salvação fora da Igreja visível é uma situação especial de grande penúria para quem nela se enconta . E essa graça recebida fora da Igreja Católica depende da graça original depositada por Cristo na Igreja Católica , que é a única Igreja de Cristo na terra. Os fiéis protestantes e ortodoxos devem , movidos pelo Espírito Santo , aproximar-se progressivamente da Igreja Católica , fonte última de todas as graças e santidade .

A Igreja não renunciou ao seu dever de pregar a boa nova a todos os povos , muito pelo contrário , apenas admite uma espécie de imunidade em termos civis , para que o individuo acolha a mensagem cristã . Consequentemente seria contraditório exigir do Estado a proibição de religiões outras que não a católica .

Em termos canônicos , contudo , esses individuos não possuem nenhum direito em face das leis da Igreja . E as religiões que atentem contra a lei moral e as leis civis , devem , sim , receber as devidas punições legais por parte das autoridades competentes.

Prof Everton N Jobim

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