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DOUTRINA CATÓLICA

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INFO

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Teólogo recorda que homem é imagem de Deus

05/10/2004

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CIDADE DO VATICANO, 5 de outubro de 2004 (ZENIT.org).- Um novo documento sobre antropologia redigido pela Comissão Teológica Internacional --que o cardeal Joseph Ratzinger preside-- aporta a base para debater temas tão atuais como a evolução, a ética do meio ambiente e a bioética.

O fato de que os desenvolvimentos tecnológicos tenham dado uma maior capacidade de dominar e usar as forças da natureza, mas por sua vez tiveram conseqüências imprevisíveis e às vezes irrefreáveis para a pessoa e o meio ambiente, suscitou esta reflexão.

Sob o título «Comunhão e Serviço: a pessoa humana criada à imagem de Deus», o documento enfrenta temas ligados ao desenvolvimento das ciências e das tecnologias, como a clonagem humana, a pesquisa em embriões ou a eutanásia e o aborto.

«O tema tradicional da “imago Dei” [imagem de Deus] tem estes dois elementos», «comunhão e serviço», explica o padre Augustine Di Noia --subsecretário da Congregação vaticana para a Doutrina da Fé-- aludindo aos conteúdos do novo documento ante os microfones de «Rádio Vaticano».

Com respeito ao primeiro elemento, «estar criado à imagem de Deus significa sobretudo estar criado como pessoa, como criatura com a capacidade de conhecer e de amar a Deus e os outros», explica o sacerdote dominicano.

«Esta similaridade radical da pessoa humana com Deus é o fundamento da possibilidade de comunhão com o Deus Uno e Trino e com as demais pessoas», afirma.

Quanto ao segundo elemento, «estar criado à imagem de Deus significa ter um posto singular no universo: participar do governo divino da criação visível»; na tradição católica --aponta-- significa «exercer o serviço em nome de Deus ou compartilhar em certo sentido o domínio do Criador».

De acordo com o teólogo, «ao enfrentar estes dois temas, o documento examina os principais elementos da teologia do “imago Dei” (a unidade entre o corpo e a alma, diferença e igualdade entre os sexos, comunidade humana, pecado e salvação, transformação em imagem de Cristo)».

«Isso constitui a base teológica para uma discussão de uma gama de temas atuais: criação, a evolução, a ética ambientalista e a bioética», ressalta o sacerdote americano.

Neste último campo, «as atuais técnicas oferecem ao homem de hoje não só novas e mais eficazes terapias para distintas enfermidades, mas também a possibilidade de manipular si mesmo», declara.

Daí que o novo documento da Comissão Teológica Internacional afirme --seguindo o religioso-- «que o exercício de um serviço responsável no campo da bioética exige uma profunda reflexão moral sobre a gama de técnicas que podem ter efeitos sobre a integridade biológica do homem».

«Nossa identidade ontológica de criaturas feitas à imagem de Deus impõe certos limites sobre nossa capacidade de dispor de nós mesmos»; como a soberania, «que é nossa, não existe sem limites», sublinha o teólogo dominicano.

«Exercitamos uma soberania participada no mundo criado e teremos de render contas de nossos serviços ante o Senhor do Universo --reconhece--. O homem está criado à imagem de Deus, mas não é Deus».

Este «serviço entendido como participação por parte dos homens no senhorio divino e sempre sujeito a este» também permite aproximar-se do meio ambiente adequadamente.

Quanto à tese do evolucionismo, o documento a considera partindo do fato de que «do nada Deus chama as criaturas à existência e depois as chama ao amor, a amar»: «eis aqui a verdade fundamental da criação do universo e da criação dos seres humanos», prossegue o padre Di Noia.

«Os estudos científicos nos dão uma explicação cada vez mais complexa e articulada das origens do universo», e «a teologia católica acolhe com apreço tais estudos e, como disse o Santo Padre, aceita certamente os resultados», mas «é importante que as ciências naturais não vão além de sua competência», alerta.

Porque «ocorre às vezes que as diferentes teorias do evolucionismo suscitam hipóteses totalmente materialistas e naturalistas acerca do universo e da origem dos seres humanos, excluindo o papel da Providência Divina».

Trata-se de «tipos de pensamento» que «revelam uma profunda ignorância da finura da filosofia e da teologia católica --lamenta o padre Di Noia--, as quais desde sempre têm o conhecimento de que Deus é a causa não só da existência mesma, mas também de todas as causas».

«Segundo a teologia católica --mas sem se pronunciar os méritos científicos das distintas teorias--, o poder criador de Deus pode compreender vários processos de evolução para construir o universo como Ele o entende», conclui.

A Comissão Teológica internacional foi criada por Paulo VI em 1969 após um pedido neste sentido da I Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos. Seu objetivo é ajudar a Santa Sé e particularmente a Congregação para a Doutrina da Fé, em cujo organograma está o exame das questões doutrinais de maior importância.

João Paulo II promulgou os estatutos definitivos desta instituição em 1982, nos quais se prevê que o presidente da Comissão Teológica Internacional seja o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

O organismo está celebrando sua assembléia plenária em Roma de 4 a 8 de outubro

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JOÃO PAULO II

ANGELUS

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Domingo, 18 de Julho de 2004

1. Voltei ontem da breve permanência no Vale de Aosta, e hoje o encontro do Angelus oferece-me imediatamente a oportunidade de saudar todos vós aqui presentes. Neste Domingo, a Liturgia volta a propor à nossa meditação o episódio evangélico da visita de Jesus à casa de Marta e Maria (cf. Lc 10, 38-42). Enquanto Marta está totalmente imersa nas ocupações domésticas, Maria está sentada aos pés do Mestre e ouve a sua palavra. Cristo afirma que Maria "escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada" (Lc 10, 42). Ouvir a Palavra de Deus é a coisa mais importante da nossa vida.

2. Cristo está sempre no meio de nós e deseja falar ao nosso coração. Podemos ouvi-lo meditando com fé a Sagrada Escritura, recolhendo-nos na oração pessoal e comunitária, detendo-nos em silêncio diante do Tabernáculo, de onde Ele nos fala do seu amor.

Especialmente no Domingo, os cristãos são chamados a encontrar-se com o Senhor e a ouvi-lo. Isto acontece do modo mais completo, mediante a participação na Santa Missa, em que Cristo prepara para os fiéis a mesa da Palavra e do Pão da vida. Todavia, outros momentos de oração e de reflexão, de descanso e de fraternidade podem concorrer utilmente para santificar o dia do Senhor.

3. Quando, pela acção do Espírito Santo, Deus encontra a sua morada no coração do fiel, torna-se mais fácil servir aos irmãos. Assim aconteceu de modo singular e perfeito em Maria Santíssima. A Ela confiamos este período de férias, a fim de que seja valorizado como um tempo propício para descobrir de novo o primado da vida interior.

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Depois do Angelus

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Sinto-me feliz por me encontrar de novo no meio de vós, caríssimos cidadãos de Castel Gandolfo, e agradeço-vos a vossa hospitalidade, sempre tão calorosa. Saúdo cordialmente o Secretário de Estado, Cardeal Angelo Sodano, Titular da Diocese de Albano, os Bispo D. Agostino Vallini e D. Paolo Gillet, o Pároco e os seus colaboradores. Saúdo o Presidente da Câmara Municipal e as demais Autoridades municipais, o Director e os Funcionários das Vilas, assim como todos vós, queridos habitantes da região dos Castelos.

Saúdo os fiéis francófonos que se encontram no meio de nós para a recitação da Angelus, e nomeadamente os jovens. Que vós possais tomar Maria como modelo para a vossa vida cristã! Saúdo os visitantes de expressão inglesa, que recitaram a oração do Angelus connosco hoje: possam estes meses de Verão propiciar-vos as Bênçãos divinas da graça e da paz.

É de todo o coração que saúdo os peregrinos de língua espanhola, vindos a Castel Gandolfo para a recitação do Angelus. Que a Virgem Maria vos acompanhe neste período de férias. Bom Domingo!

Saúdo os peregrinos provenientes da Polónia: de Bujaków, da Diocese de Zielona Góra-Gorzów, o grupo de "Oásis Vida Nova" do terceiro nível e aqueles que se unem a nós mediante o rádio e a televisão. Deus vos abençoe a todos, felicidades e boas férias! Por fim, saúdo com afecto os peregrinos de língua italiana, desejando a todos um bom Domingo!

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TIPOLOGIA DA SANTIDADE

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As tipologias da santidade segundo o lecionário dos santos. Para suprirmos a exposição insuficiente ao se apresentar a mensagem dos santos, sem uma referência precisa às leituras bíblicas, as quais podem ser proclamadas nas festas ou nas memórias celebradas particularmente, resumimos alguns pontos de reflexão que permitem enquadrar cada personagem hagiográfico, analisado através das fontes eucológicas. 1. Mártires Do grego testemunha, a palavra mártir designava o cristão que sofria até a morte pela sua fé. Mas o martírio nunca é apresentado como fato de crônica heróica ou épica, nem só como exemplo de coragem ou de fé, mas como sinal do plano de Deus que passa através do sofrimento: antes, os justos perseguidos do Antigo Testamento; depois, o Messias, o Servo de Deus, atingido pelo sofrimento. Em 177, no anfiteatro de Lião, 48 cristãos foram martirizados. Entre eles estavam Potino, o primeiro Bispo de Lião, e Blandina. Eles são considerados os primeiros mártires da Gália. Jó revela que o amor de Deus é diferente do nosso, porque permite a perseguição dos inocentes; Estêvão revela que a fecundidade do martírio não consiste na morte violenta em si mesma, mas na participação total na caridade de Cristo (efeito do seguimento de Cristo, Jo 12,24-26).

A perseguição faz parte da missão do povo de Deus, como sinal de sua verdade e como condição de sua eficácia. Também as tribulações e provas da vida são uma extensão do martírio, como sinal da participação no mistério pascal de Cristo, com tríplice certeza, a saber, que depois da cruz vem a vitória da ressurreição, que os homens não são capazes de tirar de nós a verdadeira vida e que Cristo deve ser amado acima de todas as coisas, mesmo ao custo da própria vida. 2. Pastores O serviço pastoral é escolha gratuita de Deus, porque só Deus é o guia de seu povo à salvação (é ele o único Pastor). Os pastores humanos não o são por delegação, mas por um mistério de participação na atividade pastoral de Deus e de Cristo para o bem dos seres humanos (cf. Ez 34,11-16; Jo 10,11-16).

A diaconia do serviço pastoral realiza visivelmente o senhorio de Cristo (Mt 28,16-20), enquanto Deus determina o âmbito, o fim e a eficácia da missão confiada aos homens enviados por ele. O apóstolo é totalmente subordinado ao evangelho (2Cor 4,1-7) e à palavra de Deus (At 20,17-36). Por isso as modalidades do exercício pastoral são resumidas nestas três: a natureza comunitária desse ministério, que se articula em diversidade de ministérios e carismas, com a participação de toda a comunidade; a plantatio ecclesiae ("plantação da Igreja", cf. discurso missionário de Lc 10,1-24), que exige pobreza, liberdade, desinteresse e humildade; e a conexão entre o serviço terreno e a participação no senhorio escatológico (Lc 22,24-30; Ex 32,7-14). 3. Doutores A exaltação da sabedoria dos doutores nasceu, antes de tudo, da inculturação da revelação hebraica pela Sabedoria divina, introduzindo a experiência do ser humano na revelação.

A reflexão sapiencial chegou à pobreza de espírito, segundo a qual essa sabedoria humana vem de Deus e não do homem; por isso ela é um dom a ser acolhido. Na revelação evangélica, a sabedoria não é uma ciência teórica ou filosófica, mas a capacidade de transformar a vida por meio das obras (Mt 5,13-19; Lc 6,43-45).

À luz do mistério pascal, a sabedoria é a compreensão do valor salvífico da cruz (1cor 1,17-19). 4. Virgens A exaltação da virgindade cristã não é depreciação da sexualidade humana nem expressão de perfeição pessoal, mas manifestação simbólica do valor decisivo ou resolutivo da dedicação da Igreja como esposa ao Senhor seu esposo.

A pessoa virgem está livre de qualquer outro amor porque é esposa de Cristo (cf. Os 2,14-20; 2Cor 10,17-11,2; Ap 21,1-5). Enfim, a virgindade em chave escatológica (1cor 7,29) é necessária para descobrir a relatividade de todas as coisas diante do amor de Cristo (Mt 19,3-12). 5. Santos e Santas Antes de tudo, a santidade é apresentada pelos textos bíblicos na dimensão trinitária, como fruto do amor do Pai e do Filho pela ação do Espírito Santo, que habita em nós. Em seguida, ela é comunhão vital com a santidade de Cristo (cf. alegoria dos ramos enxertados na videira, Jo 15,1-8): ser santo significa ser cheio da plenitude de Deus (Ef 3,14-19). Enfim, a santidade é a perfeição da caridade divina (Jo 15,9-17) e se traduz em obras de misericórdia para com os humildes, prediletos de Cristo (Mt 25,31-46), exigindo uma radicalidade de empenho que leva ao espírito de infância (Mc 9,33-36). Fonte: Os Santos do Calendário Romano de Enzo Lodi - Paulus.

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Cardeal Poupard: Desafio das seitas convida a Igreja a propor, não a impor

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João Pessoa (PB), 6/10/2004 - 09:03

O crescimento das seitas, especialmente no Brasil, constitui um chamado à Igreja a não adotar tons de imposição, mas sim de proposta, considera o cardeal Paul Poupard.

O presidente do Conselho Pontifício para a Cultura analisou essa segunda-feira em João Pessoa (Estado da Paraíba) alguns dos desafios propostos pela expansão de grupos fundamentalistas de inspiração evangélica no país no qual se encontra o maior número de católicos do mundo.

Em sua análise, enfrentou duas das causas fundamentais que explicam este fenômeno: os «interesses econômicos e políticos transnacionais»; assim como a falta de identidade religiosa das sociedades moderna e pós-moderna.

Poupard interveio na inauguração do encontro dos Centros Culturais Católicos do Brasil, que aconteceu essa segunda-feira em João Pessoa. O evento segue de 7 a 8 de outubro para São Paulo, discutindo sobre «identidade católica, globalização, descrença e pluralismo étnico».

Interesses econômicos e políticos

«Não é estranho a ninguém que a religião seja o primeiro vínculo de coesão social. Uma debilitação desta ligação da identidade permite enfrentar um vizinho culturalmente desgastado, politicamente fraco, economicamente inofensivo», constatou.

«As seitas constituem neste sentido o avanço terrestre do modelo cultural norte-americano», explicou aos participantes no encontro de Centros Culturais Católicos organizado pelo Conselho Pontifício para a Cultura e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Agora, acrescentou, «a fé católica não só é uma religião majoritariamente na América Latina, é a profissão de fé no Mistério da Encarnação, onde não se podem justificar nem o racismo, nem a predestinação, nem o nacionalismo de Monroe, nem a eugenia, nem nenhuma classe de liberalismo econômico como salvação».

«Poder-se-á pensar que para ser uma nação forte é preciso regressar à cristandade ou ao menos ao “integralismo religioso”», sublinhou o «ministro» da Cultura da Santa Sé, explicando os motivos políticos que se escondem detrás de seitas.

O êxito das seitas, reconheceu, está em um anúncio sociológico do Evangelho particularmente atrativo na América Latina, sociedade caracterizada pelas injustiças econômicas.

Fonte: Zenit.org

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Dom Aloísio: opção pelos pobres

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Fortaleza (CE), 6/10/2004 - 08:30

Recorrendo a pessoas que conviveram de perto com Dom Aloísio Lorscheider, O POVO dá início a uma série de matérias em comemoração ao 80º aniversário do arcebispo, cuja principal marca foi voltar sua ação religiosa para os menos favorecidos Na primeira das entrevistas que Dom Aloísio Lorscheider deu ao chegar a Fortaleza, em 1973, dizia que ''a Arquidiocese não é o feudo do bispo'', para depois completar que ''o laicato é a grande esperança da Igreja''. Não eram só palavras de efeito, mesmo que a boa retórica fosse uma característica dele. Nos 22 anos em que esteve como arcebispo de Fortaleza, Dom Aloísio demonstrou pela prática que era mais do que um religioso altamente conceituado pelos dotes intelectuais e idéias progressistas no campo social.

Ao completar 80 anos na próxima sexta-feira, 8 de outubro, ele estará sendo lembrado pelos diversos setores da Igreja, mas também pela gente humilde a quem deu toda a atenção ao longo da trajetória clerical. ''Dom Aloísio fez a opção preferencial pelos pobres, mesmo que a Igreja não tenha feito'', resume Maria Edite Silva, 70 anos, que começou a fazer parte das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) em 1986 e logo se aproximou do bispo. ''Não tinha barreiras para chegar a ele'', justifica. Ao enaltecer o laicato, Dom Aloísio defendia a participação atuante e a sólida formação teológica dos leigos, seguindo as diretrizes do Concílio Vaticano II. Foi ele quem abriu na década de 70 o Instituto Teológico Pastoral do Ceará (Itep), que funciona no complexo do Seminário da Prainha, para que leigos tivessem a mesma formação que até então era exclusiva aos presbíteros. A leiga Tânia Couto foi uma das beneficiadas. Hoje é amiga pessoal de Dom Aloísio, com direito a visita dele sempre que está de passagem por Fortaleza.

''O que marcou a ação dele foi que mudou radicalmente a fisionomia teológica e pastoral da Arquidiocese de Fortaleza. Valorizou a participação do laico como protagonista da sua caminhada na Igreja, abrindo espaços para que eles, participando das reuniões importantes da Arquidiocese, pudessem marcar essa nova visão da Igreja do Ceará'', avalia Haroldo Coelho, 69, um dos padres mais progressistas da diocese.

O arcebispo que virou cardeal em 1976 difundiu um novo modo de ser Igreja. ''Com Dom Aloísio, as visitas pastorais, que antes se limitavam à presença do arcebispo, mais um padre e o padre do lugar, transformaram-se em mutirões missionários'', compara padre Moacir Cordeiro Leite, 66, para quem o arcebispo conseguiu a unidade do episcopado cearense. ''Não pelo poder, mas pelas visitas anualmente às dioceses''. Aratuba, onde Moacir foi vigário 32 anos, se constituiu, com o apoio de Dom Aloísio, modelo de CEBs.

As Comunidades Eclesiais de Base, que começaram a ser criadas no início dos anos 60, ganharam força no Ceará nas décadas de 70 e 80, com a presença do arcebispo. ''Ele impulsionou o crescimento das CEBs para além do Brasil. Eram consideradas por ele o eixo da pastoral, o novo modo de ser Igreja'', pontua padre Moacir. Uma Igreja voltada para as questões sociais. Durante o arcebispado de Dom Aloísio foram criadas várias pastorais sociais. Era por meio das CEBs que Dom Aloísio via a concretude do laicato.

''Temos a convicção de que é através das CEBs que a Igreja conseguirá a vitalidade que necessita nos dias de hoje, para participar eficazmente da construção de uma nova sociedade e ser o sinal do reino definitivo de Deus'', declarou em 1988. ''Era o pastor das CEBs'', define padre Moacir. Em outras palavras, como cita Dom Antônio Fragoso, 84, ex-bispo de Crateús, era ''o pastor dos pobres'' ou ''um dos cardeais mais lúcidos da Igreja de Cristo'', como disse uma vez Dom Helder Câmara, que morreu em 1999.

Bispo do povo, Dom Aloísio esteve presente em vários momentos da luta de camponeses, trabalhadores, favelados, indígenas, defendendo o direito dos menos favorecidos. Em 1987, quando as CEBs e movimentos comunitários da periferia acamparam no Cambeba exigindo moradia, ele articulou uma negociação entre manifestantes e o governador. Levava apoio a professores em greve de fome por melhores salários. Juntava a própria voz a dos índios tapebas ameaçados de perder as terras às margens do rio Ceará. Encorajava operários grevistas.

''Um militar de alta patente o admirava muito e queria encontrá-lo no meio de seu povo. Informado de que estava em visita pastoral numa área da Arquidiocese, foi procurá-lo e o encontrou sentado em uma casa pobre, conversando com naturalidade com as pessoas da família. O militar ficou estarrecido porque o seu arcebispo e cardeal lhe apareceu como o pastor dos pobres, simples, como deve ter sido Jesus de Nazaré. Este fato é símbolo de uma vida toda'', diz Dom Fragoso.

Fonte: Font, O Povo

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Côn. Vidigal - A profecia no antigo testamento em nossos dias

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Mariana (MG), 6/10/2004 - 09:08

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Importante ter uma noção exata do que é ser profeta, tanto mais que o Vaticano II lembrou que o batizado participa do múnus profético de Cristo. O profetismo é um dos mais belos, mas também dos mais complexos capítulos bíblicos. Com efeito, o contacto de Deus com seus eleitos apresenta uma intervenção divina que marca a história de um povo e a de toda a humanidade. Além disto, a fala profética apresenta uma série de questões que exigem criteriosa análise sob pena de uma total desfiguração do papel destas figuras singulares. O papel do profeta nem sempre é focalizado com propriedade, restringindo-se sua atuação aos vaticínios. Estes são importantes, mas a ação do profeta foi bem mais ampla. A palavra grega prophetes ou a hebraica nabi, de si, já ostenta a vasta função exercida por estes homens extraordinários: eles eram aqueles que falaram em nome de Deus. Nabi significa aquele que fala por outro. Arautos de Javé, seus porta-vozes, os profetas manifestavam ao povo o pensamento divino a eles sobrenaturalmente revelado.

Em nome do Senhor Onipotente eles passavam mensagens de ordem dogmática e ética. Exaltaram a grandeza de Javé, sua aliança com Israel e prepararam a vinda do Messias. Censuraram os vícios e exaltaram as virtudes. Zelaram pelo culto divino, interpretaram com sabedoria a lei. O carisma profético concedido a Moisés seria depois comunicado através da história israelita a conspícuos varões cujo múnus seria preservar o monoteísmo, defender a lei mosaica, explicar e completar a revelação sinaítica, firmar a esperança messiânica, predizer eventos pertinentes ao Esperado das nações. Por tudo isto lhes coube custodiar e preservar a existência da comunidade eleita de onde sairia o Messias. Daí o papel político que exerceram decisivamente no governo do povo hebreu. O profetismo em Israel é um fenômeno peculiar, inteiramente distinto de manifestações similares de outras regiões. Era uma iluminação celestial da mente do profeta que passava a falar exatamente o que Deus queria. Isaías mostra a luz profética como uma visão (Is 2,11). Esta visão podia ser puramente intelectual sem o recurso de símbolo algum. Por vezes havia uma visão sensível: quer afetando os sentidos internos aos quais Deus apresentava símbolos (Is 6,1; Jr 1,1; Ez 1, etc), quer os sentidos exteriores (Dn 5,25; 2 Rs 6,17). Deve ficar claro que nenhum outro povo da antigüidade possuiu profetas como Israel. Para se interpretar corretamente as profecias cumpre se lembre que o gênero profético supõe uma certa liberdade do escritor quanto aos detalhes.

A comunicação é feita através de uma profusão de imagens e de metáforas. Deste modo é poeticamente que se exprimiam os profetas. Os recursos literários que empregaram devem ser levados em conta para bem se entender o que queriam dizer. Se artifícios imaginosos são tomados ao pé da letra, as inconseqüências se multiplicam. Não se pode então também exigir do profeta a precisão do historiador ou de qualquer outro cientista social.

O estudo específico de cada texto profético oferece soluções práticas convenientes ao objetivo de quem escrevia em circunstâncias tão singulares. A Bíblia patenteia que havia também falsos profetas em Israel. A diferença entre as duas categorias está antes na idéia que tinham a respeito de Deus e da aliança: os "falsos" profetas pensavam, como o povo, que Javé pela sua aliança, estava para sempre e incondicionalmente ligado a seu povo; esqueciam que Javé era um Deus ético, que havia concluído a aliança por mera graça, visando mais o bem moral e religioso do que a prosperidade material e nacional de seu povo; esqueciam que Javé, por isso, mandaria não prosperidade mas calamidades, enquanto Israel não convertesse a Ele. É essa precisamente a doutrina de todos os "verdadeiros" profetas.

Eles falavam em nome de Deus para seu povo e para todas as gentes. Fulgem na obra destes entusiastas propugnadores da Verdade três aspectos: o monoteísmo, o moralismo, o messianismo. Deste modo eles prefiguraram o maior dos profetas: Cristo, cuja vinda ajudaram admiravelmente a preparar. O batizado, participante da missão profética de Jesus denuncia tudo que agride a doutrina evangélica e os Mandamentos da Lei divina.

Um profeta de nossos dias não fica calado diante dos programas imorais da televisão e condena corajosamente tudo que contradiz os ensinamentos bíblicos. Nada mais necessário do que cristãos-profetas cônscios de sua missão de anunciar o Evangelho sem se acovardar diante dos erros reinantes.

Fonte: Font, Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

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Papa reza para que cristãos abram-se ao diálogo inter-religioso

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Cidade do Vaticano, 5/10/2004 - 14:22

João Paulo II reza durante este mês de outubro para «que os cristãos, firmes em sua fé, abram-se ao diálogo com os que pertencem a outras tradições religiosas».

É o que anuncia a intenção geral do Apostolado da Oração, que o Santo Padre assume como própria para oferecer suas orações e sacrifícios junto a milhares de leigos, religiosos, religiosas, sacerdotes e bispos do mundo inteiro.

A «pluralidade religiosa», junto à «rapidez das comunicações, da mobilidade das pessoas, da interdependência» são características do mundo atual, aponta o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso comentando a intenção geral do Papa.

Estes aspectos propõem a necessidade de ser testemunhos conscientes e autênticos intérpretes tanto dos valores de nossa fé como dos outros credos, «sempre dispostos a dar o testemunho apropriado e convencido do imenso dom de nossa fé», diz uma nota difundida pelo dicastério.

Contudo, apesar do espírito de abertura para as outras religiões empreendido pelo Concílio Vaticano II e em seguida fortalecido pelo Magistério da Igreja e, em particular, pela obra de João Paulo II, por parte de muitos cristãos se propõem ainda dúvidas derivadas do «temor a que a prática do diálogo inter-religioso possa minar sua fé e comprometer sua identidade cristã».

«Reconhecer a presença do Espírito Santo na vida das demais tradições religiosas não implica que tudo nelas seja fruto do Espírito Santo», declara a nota.

«Com efeito --prossegue--, o pecado opera no mundo de tal forma que as tradições religiosas, apesar de seus valores positivos, refletem os limites do espírito humano, levado às vezes a eleger o mal».

De acordo com o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, «uma aproximação aberta e positiva das outras tradições religiosas não pode ignorar as contradições que podem existir entre elas e nossa revelação cristã».

De fato «devemos reconhecer que existe incompatibilidade entre alguns elementos fundamentais do cristianismo e alguns aspectos de outras tradições religiosas».

Assim como ao dialogar com outras tradições religiosas os «cristãos se podem ver obrigados a responder serenamente as objeções sobre o conteúdo de seu credo», também devem estar dispostos a «aceitar críticas», sublinha.

É que «apesar da plenitude da revelação divina em Jesus Cristo, a forma em que os cristãos compreendem sua religião e a praticam pode necessitar purificação», adverte o dicastério.

A nota explica em seguida que a abertura ao diálogo não implica também o dever de «pôr à margem as respectivas convicções religiosas»; ao contrário: «a sinceridade do diálogo requer que cada um dos participantes se empenhe neste caminho com toda sua fé».

Ainda permanecendo enraizados em nossa fé, segundo a qual «a totalidade da revelação divina se realizou em Jesus Cristo», nós, cristãos, devemos recordar-nos que, «de certa maneira, Deus se mostrou também aos que sustentam outras tradições religiosas».

O dicastério recorda igualmente que «o caráter integral da verdade revelada em Cristo não dá a cada um dos cristãos separadamente a segurança de que ele esteja em total posse desta verdade».

«A verdade não é um bem que devemos possuir, mas uma pessoa, Jesus Cristo, da qual nos devemos deixar possuir», declara.

O convite é o de descobrir, através de uma abertura ao diálogo, que «a ação de Deus realizada por Jesus Cristo em seu Espírito é a mesma que segue realizando no mundo para todo o gênero humano», finaliza.

Todos os meses, o Papa também oferece suas orações por uma intenção missionária, que em outubro será: «Que no continente latino-americano aumente a presença qualificada dos católicos na vida pública e nos meios de comunicação social».

Fonte: Zenit.org

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Papa reza para que cristãos abram-se ao diálogo inter-religioso

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Cidade do Vaticano, 5/10/2004 - 14:22

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João Paulo II reza durante este mês de outubro para «que os cristãos, firmes em sua fé, abram-se ao diálogo com os que pertencem a outras tradições religiosas».

É o que anuncia a intenção geral do Apostolado da Oração, que o Santo Padre assume como própria para oferecer suas orações e sacrifícios junto a milhares de leigos, religiosos, religiosas, sacerdotes e bispos do mundo inteiro.

< P> A «pluralidade religiosa», junto à «rapidez das comunicações, da mobilidade das pessoas, da interdependência» são características do mundo atual, aponta o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso comentando a intenção geral do Papa.

Estes aspectos propõem a necessidade de ser testemunhos conscientes e autênticos intérpretes tanto dos valores de nossa fé como dos outros credos, «sempre dispostos a dar o testemunho apropriado e convencido do imenso dom de nossa fé», diz uma nota difundida pelo dicastério.

Contudo, apesar do espírito de abertura para as outras religiões empreendido pelo Concílio Vaticano II e em seguida fortalecido pelo Magistério da Igreja e, em particular, pela obra de João Paulo II, por parte de muitos cristãos se propõem ainda dúvidas derivadas do «temor a que a prática do diálogo inter-religioso possa minar sua fé e comprometer sua identidade cristã».

«Reconhecer a presença do Espírito Santo na vida das demais tradições religiosas não implica que tudo nelas seja fruto do Espírito Santo», declara a nota.

«Com efeito --prossegue--, o pecado opera no mundo de tal forma que as tradições religiosas, apesar de seus valores positivos, refletem os limites do espírito humano, levado às vezes a eleger o mal».

De acordo com o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, «uma aproximação aberta e positiva das outras tradições religiosas não pode ignorar as contradições que podem existir entre elas e nossa revelação cristã».

De fato «devemos reconhecer que existe incompatibilidade entre alguns elementos fundamentais do cristianismo e alguns aspectos de outras tradições religiosas».

Assim como ao dialogar com outras tradições religiosas os «cristãos se podem ver obrigados a responder serenamente as objeções sobre o conteúdo de seu credo», também devem estar dispostos a «aceitar críticas», sublinha.

É que «apesar da plenitude da revelação divina em Jesus Cristo, a forma em que os cristãos compreendem sua religião e a praticam pode necessitar purificação», adverte o dicastério.

A nota explica em seguida que a abertura ao diálogo não implica também o dever de «pôr à margem as respectivas convicções religiosas»; ao contrário: «a sinceridade do diálogo requer que cada um dos participantes se empenhe neste caminho com toda sua fé».

Ainda permanecendo enraizados em nossa fé, segundo a qual «a totalidade da revelação divina se realizou em Jesus Cristo», nós, cristãos, devemos recordar-nos que, «de certa maneira, Deus se mostrou também aos que sustentam outras tradições religiosas».

O dicastério recorda igualmente que «o caráter integral da verdade revelada em Cristo não dá a cada um dos cristãos separadamente a segurança de que ele esteja em total posse desta verdade».

«A verdade não é um bem que devemos possuir, mas uma pessoa, Jesus Cristo, da qual nos devemos deixar possuir», declara.

O convite é o de descobrir, através de uma abertura ao diálogo, que «a ação de Deus realizada por Jesus Cristo em seu Espírito é a mesma que segue realizando no mundo para todo o gênero humano», finaliza.

Todos os meses, o Papa também oferece suas orações por uma intenção missionária, que em outubro será: «Que no continente latino-americano aumente a presença qualificada dos católicos na vida pública e nos meios de comunicação social».

Fonte: Zenit.org

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Comissão Teológica Internacional discute tema central da Moral Católica

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Cidade do Vaticano, 6/10/2004 - 11:46

A Comissão Teológica Internacional, organismo que reúne alguns dos teólogos mais prestigiados de todo o mundo, encontra-se reunida esta semana no Vaticano para discutir, entre outros temas, o da lei moral natural. Este conceito é amplamente desenvolvido na Teologia Moral da Igreja Católica e serve de ponto de partida para alargar o âmbito da reflexão a todos os homens e mulheres, crentes ou não.

De acordo com o Jesuíta Luis Ladaria, novo secretário-geral desta instituição, este é um tema decisivo. “Há muitas questões que não dependem só de uma fé religiosa, mas também das verdades às quais o homem pode chegar com a razão”, assegura à Rádio Vaticano.

Num comunicado de imprensa hoje divulgado pela Santa Sé é referido que o tema da lei moral natural será analisado, até 8 de Outubro, à luz das posições apresentadas por João Paulo II nas encíclicas Veritatis splendor e Fides et ratio.

Segundo o Pe. Luis Ladaria, “estamos na presença de questões fundamentais, as legislações dos diferentes países dependem das ideias que temos sobre estes temas”.

Na encíclica Veritatis splendor o Papa escreveu que “Deus chama o homem a participar da Sua providência, querendo dirigir o mundo, por meio do próprio homem, ou seja, através do seu cuidado consciencioso e responsável: não só o mundo das coisas, mas também o das pessoas humanas. Neste contexto se situa a lei natural como a expressão humana da lei eterna de Deus”.

Outro dos temas sobre os que discutem nestes dias os teólogos é o da vontade salvífica e universal de Deus, particularmente em relação ao baptismo das crianças.

Os membros da Comissão são nomeados pelo Papa por cinco anos, após proposta do presidente da Comissão, o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé – actualmente o Cardeal Joseph Ratzinger - e após consulta às Conferências Episcopais.

O início do novo ciclo foi marcado por uma renovação quase total da Comissão, onde apenas permanecem cinco cos antigos trinta membros. A Santa Sé, no comunicado de hoje, destaca mesmo que “os membros nomeados pela primeira vez são vinte e cinco, provenientes dos diversos continentes”.

Fonte: Font, Agência Ecclesia

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Memória e identidade», o novo livro do Papa

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Vaticano , 6/10/2004 - 13:41

O porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls anunciou hoje a publicação de um novo livro do Papa, que terá como título “Memória e identidade”. A revelação foi feita no Salão do Livro de Frankfurt.

Na obra serão abordados “os temas mais importantes da história do século XX, respondendo às grandes questões da vida moderna e aprofundando as relações entre as civilizações e as religiões”, disse a editora italiana Rizzoli, responsável por esta publicação.

“Memória e identidade” será o terceiro livro de memórias e reflexões do Papa, após "Ultrapassar o Limiar da Esperança", de 1994 - entrevista com Vittorio Messori que foi publicada em 32 línguas –, e “Levantai-vos! Vamos!”, deste ano, no qual João Paulo II recorda e medita sobre os seus anos como bispo auxiliar e arcebispo de Cracóvia(1958-1978). João Paulo II publicou ainda uma recolha de poemas, o “Tríptico Romano”, em 2003. Todas estas obras venderam milhões de exemplares.

Fonte: Font, Agência Ecclesia

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