DOUTRINA CATÓLICA

DOUTRINA CATÓLICA

A IGREJA ORTODOXA

"Os católicos regularmente não podem participar da liturgia ortodoxa , ou melhor , cismática . Apenas em situações excepcionais , quando não houver padres , nem templos católicos , a Igreja aceita que os fiéis recebam a eucaristia de sacerdotes ortodoxos , para evitar o terrível mal da indiferença religiosa ; é possível receber a comunhão dos cismáticos , porque estes preservaram fórmulas válidas de consagração e também preservaram válida a sucessão apostólica , ainda que ilícita , pelo fato de serem cismáticos. O Papa Paulo VI e o Patriarca Ecumênico de Constantinopla anularam a excomunhão mútua que havia entre as duas Igrejas , que têm a mesma origem . Em situações normais , contudo , não se pode participar da liturgia cismática . E também é proibido a celebração conjunta da santa missa entre católicos e ortodoxos .

Site Doutrina Católica ---- Prof Everton N Jobim

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Balanço das relações da Igreja Católica com as Igrejas Ortodoxas

Cidade do Vativano, 12/11/2004 - 08:33

Um dos elementos mais importantes do decreto «Unitatis Redintegratio» (UR) --válido ainda aos 40 anos de sua promulgação--, é o das relações com as Igrejas Ortodoxas. O Concílio exortou a todos, «mas especialmente a quem se propõe trabalhar no restabelecimento da desejada plena comunhão entre as Igrejas orientais e a Igreja Católica», a prestar «adequada consideração à especial condição do nascimento e crescimento das Igrejas do Oriente e à natureza das relações vigentes entre estas e a sede de Roma antes da separação» (UR, 14). Seguindo esta indicação, estabeleceram-se relações, em tempos e modalidades diversas, e o próprio diálogo teológico com todas as Igrejas do Oriente, com as Igrejas Ortodoxas e as antigas Igrejas do Oriente. O Santo Padre fez uma avaliação geral na encíclica «Ut Unum Sint» (UUS). Sobre o diálogo com as Igrejas ortodoxas, escreveu: «Com espírito positivo, baseando-nos em tudo o que temos em comum, a Comissão mista (de diálogo teológico) pôde progredir substancialmente» (UUS, 59). Quanto ao diálogo que se leva a cabo com as Antigas Igrejas do Oriente, afirmou: «Com respeito às tradicionais controvérsias sobre cristologia, os contatos ecumênicos fizeram possíveis declarações essenciais tais que nos permitem confessar juntos a fé que nos é comum» (UUS, 63).

Estas relações encontram ainda inspiração e orientação aos quarenta anos do decreto UR, inclusive nas situações de novas possibilidades e de dificuldades imprevistas.

1. O diálogo teológico com as Igrejas Ortodoxas, após um início positivo e recolhidos seus resultados na encíclica UUS, nos últimos 15 anos, encontrou sérias dificuldades e, desde a última sessão plenária (Baltimore, EUA, 2000), não se puderam celebrar outros encontros. Naquela sessão, se discutiu o tema «Implicações eclesiológicas e canônicas do “uniatismo”». Não se pôde traçar um documento comum sobre o argumento. A sessão, contudo, sublinhou a necessidade da continuação do diálogo e pôs de relevo um dado importante para este diálogo teológico. Por ambas partes constatou-se que o nascimento das Igrejas orientais católicas está intimamente ligado à questão do primado do bispo de Roma na Igreja. A questão, portanto, deve ser enfrentada em relação com o maior problema nas relações entre católicos e ortodoxos.

2. Sobre o «Primado Petrino», o Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos (PCPUC) organizou um simpósio acadêmico, em meio de 2003, com relações paralelas de católicos e ortodoxos, sobre quatro temas: a) O fundamento bíblico do primado, b) O primado no pensamento dos Padres da Igreja, c) O papel do bispo de Roma nos Concílios ecumênicos, d) As discussões recentes sobre o primado em relação com o Concílio Vaticano I e sobre o primado entre os teólogos ortodoxos. Não se tratava de um diálogo oficial, mas de um simpósio acadêmico com características próprias. A busca da plena comunhão, contudo, enriquece-se com todas as contribuições (relações fraternas, pesquisas nos institutos de teologia, diálogo estruturado por meio de comissões mistas, oração, etc). As Atas foram publicadas.

3. Nos últimos anos, intensificaram-se as relações com algumas Igrejas que, no passado, haviam-se mostrado menos interessadas nas relações com a Igreja Católica. Após a visita do Santo Padre a Atenas (2001), a Igreja da Grécia enviou a Roma, pela primeira vez, uma delegação sinodal (8-13 de março de 2002). Em resposta, a Igreja Católica enviou a Atenas (10-14 de fevereiro de 2003) uma delegação, presidida pelo cardeal Kasper, e se instaurou uma ativa cooperação em vários campos. As relações com a Igreja da Grécia seguem também outras vias. Recordo uma: em 2003, celebrou-se em Joannina (Grécia) o VIII simpósio sobre a «Espiritualidade no Oriente e Ocidente e as influências recíprocas», organizado pela Faculdade teológica da Universidade de Tessalônica e pelo Ateneu «Antonianum» de Roma.

4. O Santo Padre visitou a Bulgária em 2002 (23-26 de maio). O cardeal presidente do PCPUC viajou ao país em outubro do mesmo ano (7-9 de outubro). A um ano de distância da visita do Papa, uma delegação do Santo Sínodo de Sofia visitou Roma (22-27 de maio de 2003). Naquela ocasião inaugurou-se o uso litúrgico, por parte da Comunidade ortodoxa de Roma, da Igreja dos santos Vicente e Anastásio, junto à Fonte de Trevi. A busca da comunhão implica solidariedade e intercâmbio de dons.

5. O presidente do PCPUC visitou a Igreja da Sérvia (10-15 de maio de 2002). Uma delegação do Santo Sínodo do Patriarcado da Sérvia devolveu a visita a Roma (3-8 de fevereiro de 2003). O Santo Sínodo daquela Igreja e a Conferência Episcopal Católica do país celebram agora encontros com regularidade.

6. Após a visita do Santo Padre à Romênia (7-8 de maio de 1999) e a do Patriarca Teoctist a Roma (7-13 de outubro de 2002) --eventos significativos das relações fraternas, apesar dos problemas ainda abertos no país entre greco-católicos e ortodoxos pela questão dos lugares de culto--, foi conferido ao presidente do PCPUC um doutorado «Honoris causa» conjuntamente por quatro faculdades teológicas de Cluj, a faculdade ortodoxa, a greco-católica, a católica latina e a protestante.

7. Nos últimos anos, houve uma tensão entre o Patriarcado de Moscou e a Igreja Católica. A Igreja russa rejeitava a Igreja Católica, a seu modo de ver, por atos de proselitismo e novo impulso à prática do «uniatismo» na Ucrânia. Houve várias iniciativas de esclarecimento. Foi importante a visita do cardeal Kasper a Moscou em 2004 (17-23 de fevereiro). Foi instituído, portanto, um grupo conjunto de trabalho entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, na Federação russa, para a solução dos problemas práticos existentes entre as duas Igrejas neste país. Posteriormente, o grupo manteve dois encontros, em maio e setembro (2004).

8. O cardeal presidente do PCPUC visitou a Igreja Ortodoxa na Bielorússia (15-18 de dezembro de 2002) e iniciou com a mesma relação positiva.

9. Com as Antigas Igrejas do Oriente (copta, etíope, síria, armênia) em seu conjunto, a partir dos acordos cristológicos e dos resultados dos diversos diálogos bilaterais, iniciou-se um diálogo teológico oficial em 2002. A primeira reunião da Comissão mista aconteceu no Cairo, em janeiro de 2004; a segunda acontecerá em Roma, em janeiro de 2005.

10. Com a Igreja Assíria do Oriente constituiu-se uma Comissão mista de diálogo. A próxima reunião acontecerá em Londres, de 18 a 24 de novembro. Serão estudados, principalmente, dois temas: a tradição teológica da antiga Igreja da Mesopotâmia e a eclesiologia de comunhão, segundo as tradições assíria e a católica.

11. Com o Patriarcado de Constantinopla mantêm-se relações regulares e freqüentes. Quando surgem dificuldades ou incompreensões resolvem-se diretamente. O intercâmbio regular de delegações para a festa de Santo André ao Fanar e dos Santos Pedro e Paulo em Roma oferece um instrumento útil de conversações diretas. O Patriarca Ecumênico S. S. Bartolomeu I esteve em Roma para a festa dos Santos Pedro e Paulo deste ano. Naquela ocasião, pediu ao Santo Padre as relíquias de São João Crisóstomo e de São Gregório Nazianzeno, patriarcas de Constantinopla, que se encontram na Basílica de São Pedro. Ao final deste mês Sua Santidade Bartolomeu I virá a Roma para receber do Santo Padre a doação das relíquias. Será a ocasião para um novo encontro.

Esta intensificação de contatos ajudará um novo início do diálogo teológico. O decreto UR segue dando inspiração e orientações válidas

Fonte: Font, Zenit Org

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