Principal DOUTRINA CATOLICA

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Doutrina Católica

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No ano 747 da fundação de Roma (6 a.C.), quando Jesus nasceu em Belém , César Otaviano Augusto era o imperador romano. Naquele mesmo ano, a Palestina era governada por Herodes o Grande, que obtivera do senado romano o título de Rei dos Judeus. Herodes era um homem cruel e ambicioso, que soube cativar a confiança dos imperadores romanos e o respeito dos judeus. Foi ele quem mandou restaurar e ampliar o Templo de Jerusalém; foi ele também que ordenou a matança das crianças com menos de dois anos de idade esperando, assim, eliminar o menino Jesus. Com a morte de Herodes o Grande, ocorrida no ano 750 de Roma, quando Jesus tinha aproximadamente três anos, o reino foi dividido entre os seus três filhos: A Judéia, a Samaria e a Iduméia couberam a Arquelau que, por sua excessiva crueldade, logo foi denunciado ao imperador Augusto e foi deposto por este, sendo exilado na Gália (ano 759 de Roma). Seus territórios passaram a ser governados diretamente por procuradores romanos. O quinto procurador foi Pôncio Pilatos, que exerceu o cargo por cerca de dez anos (de 26 a 36 d.C.); foi ele que condenou Jesus à morte. A Galiléia e a Peréia couberam ao segundo filho de Herodes o Grande, Herodes Antipas. Foi ele que mandou prender e decapitar João Batista; também foi diante dele que Jesus compareceu durante sua Paixão. As regiões situadas ao norte do lago de Genesaré (Ituréia, Traconítides, etc...) couberam ao terceiro filho de Herodes o Grande, chamado Filipe. Este soube administrá-las com sabedoria e somente o evangelho de São Lucas o menciona. Em 767, quando Jesus contava aproximadamente 20 anos, morria Otaviano, sucedendo-o no poder, como Imperador, Tibério César. Foi durante seu governo, que se estendeu até 789, que Jesus exerceu seu ministério e foi condenado à morte por Pôncio Pilatos. O monge Dionísio cometeu um erro de pelo menos meia dúzia de anos, se valerem alguns detalhes das narrativas dos Evangelhos sobre o nascimento de Jesus. Não obstante o monge Dionísio foi bastante feliz no seu esforço, porquanto, em virtude da falta de recursos documentais em sua época, o erro ainda poderia ter sido maior. Começa-se por perceber o equívoco examinando a data da efetiva morte de Herodes Magno .

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DATA DO NASCIMENTO DE JESUS

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E aqui se vai saber que a nova cronologia errou pelo menos 4 anos ao calcular o nascimento de Jesus em 753 da fundação de Roma. Ora, Jesus nasceu no tempo do rei Herodes o Grande (Mt. 2, 1). Cálculos posteriores, fundados em Josefo Flávio e num eclipse da Lua (Antiguidades Judaicas XVIII, 6, 4), fazem estabelecer a morte do referido rei da Judéia no ano 4 antes da nova era cristã.

Vindo-se a saber que Herodes morreu no ano 4 a.C. e atendendo à referência de Mateus, que Herodes era vivo ao tempo do nascimento de Jesus, deve-se concluir que a data deste nascimento recua pelo menos 4 anos sobre a indicada pela nova cronologia criada pelo monge Dionísio o Exíguo. Outros indícios vão obrigar,- se forem válidos os detalhes das narrativas bíblicas, - a retroceder mais um ano, ou dois. Diz o Evangelista que os Magos procuraram a Herodes em Jerusalém. Ora, em setembro ou outubro do ano 5 a.C. adoecera o monarca, retirando-se para o outro lado do Mar Morto, onde morreria em Jericó após um eclipse da lua.

Assim já se vai chegando ao ano 5 antes da era atual, sendo Jesus já nascido e procurado para ser adorado. Deve-se recuar talvez ainda mais no tempo. Herodes certificou-se dos Magos há quanto tempo lhes tinha aparecido a estrela do Messias, para, de acordo com as informações obtidas, calcular a idade do menino e poder exterminá-lo. E, se a ordem foi a de matar todos os meninos de menos de dois anos, certamente o nascimento de Jesus se teria dado há já alguns meses, isto é, no decorrer do ano 6 ou 7 antes do ano 1 da era de Dionísio o Exíguo.

A equivocada cronologia, que estabelecer o ano 1, como tendo sido o do nascimento de Jesus, produz também o equívoco, de que, se começou a pregar pelos 30 anos, teria iniciado esta função no ano 30 e morrido no ano 33. Na verdade porém Jesus pregou de 28 a 30. Por duas razões a vida pública de Jesus se fixa como a tendo iniciado em começos do ano 28 e terminado na primeira parte do ano 30, ou seja na semana da Páscoa.

Um tipo de narrativa como o da matança dos inocentes só era possível de ser veiculado posteriormente em forma de fantasia. Então servia como ilustração de outras barbaridades que o mesmo Herodes houvera cometido. A narrativa ocorre apenas em Mateus, não sendo retomada pelos outros Evangelhos Sinóticos (Marcos e Lucas), e nem por João. "Vendo então Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos" (Mt 3, 16). 244. Mais razões ainda revelam a insegurança a respeito da verdadeira data do nascimento de Jesus. Tem-se teorizado muito a respeito da informação de que o nascimento de Jesus ocorrera por ocasião do recenseamento de Cirino, em que a informação diz com detalhe: "Este primeiro recenseamento foi feito sendo Cirino o Governador da Síria" (Lc. 2,2).

Ora, enquanto vivo Herodes, não estava seu reino subordinado às leis das Províncias Romanas. Nem Cirino fora governador da Síria ao tempo de Herodes.

Tem-se procurado provar a existência de outros recenseamentos anteriores. Mas, o que parece ocorrer é a desinformação, em virtude da qual o historiador viu o quadro histórico apenas como que de longe, dizendo: lá pelos tempos quando Herodes era o rei, ou então lá pelos tempos em que Cirino era o governador da Síria.

Com este dizer o evangelista Lucas não dava um tempo preciso, porque efetivamente o ignorava, e por isso mesmo caiu em erros de detalhe. Contudo deu uma indicação geral suficiente para situar mais ou menos a época do nascimento de Jesus

*Nota -

O monge Dionísio decidiu fazer os cálculos e definir um novo calendário com base nas palavras de São Paulo segundo as quais o Cristo é a plenitude do tempo.O Apóstolo Paulo ensina que na plenitude dos tempos Deus enviou o Seu Filho, nascido de mulher, para nos remir do pecado e fazer de nós Seus filhos ( Gl 4, 1-7 )

Fonte : Fundação do Cristianismo - UFSC

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Nascimento de Jesus Cristo (ca. 7-5 a.C.)

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Aos 2000 anos do nascimento de Jesus Cristo, a Igreja prepara-se para entrar no terceiro milênio. Na carta apostólica " Tertio millennio adveniente ", o papa João Paulo II relembra o relato da natividade: Em seu Evangelho , Lucas transmitiu-nos "uma descrição concisa das circunstâncias em que se deu o nascimento de Jesus " : "Naqueles dias, um edital de César Augusto ordenou que se fizesse o recenseamento de toda a terra. (...) E todos iam se registrar, cada um na sua cidade. Também José, que era da família e da linhagem de Davi, subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, para a cidade de Davi, que é chamada Belém, na Judéia, para se registrar com Maria, sua esposa, que estava grávida. Ora, quando estavam lá, chegou o tempo em que ela devia dar à luz. Ela teve seu filho primogênito, enrolou-o em faixas e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem" (2,1.3-7). Cumpria-se assim o que o anjo Gabriel havia predito na Anunciação. Ele se dirigira à Virgem de Nazaré com as seguintes palavras: "Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo!" (1,28). Percebendo que Maria ficara perturbada com essas palavras, o Mensageiro apressara-se em acrescentar: "Não tenhas medo, Maria! Achaste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo (...). O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te envolverá em sua sombra. Por isso aquele que vai nascer será santo e será chamado Filho de Deus" (1,30-32.35). A resposta de Maria à mensagem do anjo foi inequívoca: "Eis aqui a serva do Senhor. Seja-me feito segundo a tua palavra" (1,38). Nunca na história do homem tanta coisa dependeu, como então, do consentimento da criatura humana (...). No Prólogo de seu Evangelho, João resume em uma só frase toda a profundidade do mistério da Encarnação. Ele escreve: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Nós vimos sua glória, glória que recebe de seu Pai como Filho Único, cheio de graça e verdade" (1,14). Para João, na concepção e no nascimento de Jesus realiza-se a Encarnação do Verbo eterno, consubstancial ao Pai. O Evangelista refere-se ao Verbo que no princípio estava junto de Deus, por meio do qual foi feito tudo o que existe; o Verbo no qual estava a vida, vida que era a luz dos homens (cf. 1,1-5). Do Filho unigênito, Deus de Deus, o apóstolo Paulo escreve que foi "gerado antes de todas as criaturas" (Cl 1,15). Deus cria o mundo por meio do Verbo. O Verbo é a eterna Sabedoria, o Pensamento e a Imagem substancial de Deus, "irradiação de sua glória e expressão exata de seu ser" (Hb 1,3). Gerado eternamente e eternamente amado pelo Pai, como Deus de Deus e Luz da Luz, Ele é o princípio e o arquétipo de todas as coisas criadas por Deus no tempo. (Tertio millennio adveniente 2).

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