A CONTRA-REFORMA
Nasce S. Luís Gonzaga.
Luís Gonzaga (santo; Castiglione delle Stiviere, Mântua, 1568 - Roma, 1591), filho primogênito de Ferrante, marquês de Castiglione, era ainda muito jovem quando o pai o encaminhou à vida militar. Em 1577 tornou-se pajem na corte de Francisco de Medici, grão-duque da Toscana, e em 1581 fez parte, juntamente com sua família, do séquito da imperatriz Maria da Áustria. Fixando-se na corte do rei Filipe II da Espanha, começou a estudar filosofia. Inclinado desde muito cedo a uma intensa vida ascética, amadureceu o propósito de seguir a vocação religiosa e, depois de vencer as resistências paternas, ingressou na Companhia de Jesus (1585). Tendo cedido ao irmão Rodolfo seus direitos ao marquesado, passou a residir em Roma, onde se dedicou a ensinar o catecismo aos pobres e a assistir os doentes abandonados nos hospitais. Morreu justamente durante uma epidemia de peste, enquanto sacrificava a própria vida para socorrer os enfermos. Beatificado pelo papa Paulo V (1605), foi canonizado em 1726 por Bento XIII, que o proclamou patrono da juventude.
Nasce S. Francisco de Sales, grande personalidade da Contra-Reforma.
Francisco de Sales (santo; Castelo de Sales, Savóia, 1567 - Lyon, 1622), descendente de uma família da nobreza francesa, realizou os estudos de direito em Paris (1582), onde o contato com o ambiente protestante da Sorbonne permitiu-lhe consolidar a própria fé pela superação de graves conflitos interiores. A seguir, aperfeiçoou a própria preparação em Pádua (1589). Ordenado sacerdote em 1593, foi eleito bispo de Genebra em 1602, com sede em Annecy, onde, em 1610, fundou, com Francisca Joana Chantal, a Ordem feminina da Visitação, ou das Visitandinas. Uma das maiores personalidades da Contra-Reforma, Francisco de Sales foi adepto de um humanismo devoto, baseado no amor e na espiritualidade. Dentre suas obras, destacam-se a "Introduction à la vie dévote" (1609, Introdução à vida devota), um verdadeiro manual de vida espiritual, o "Traité de l'amour de Dieu" (1616, Tratado do amor de Deus), em que se destaca a importância fundamental de agir de acordo com a vontade de Deus, e inúmeras cartas (mais de duas mil). Canonizado em 1665, foi proclamado doutor da Igreja pelo papa Pio IX em 1877. Começa o período da Contra-Reforma.
Pio V leva a termo os decretos do Concílio de Trento.
Pio V, sucessor de Pio IV, levou a termo a obra da reforma tridentina publicando o chamado Catecismo romano (1566), o Breviário romano (1568) e o Missal romano (1570). Reconhecido pela maior parte dos soberanos e dos Estados católicos, com exceção da França, que aceitou as definições dogmáticas mas se opôs a alguns decretos de reforma por ver neles uma limitação às liberdades galicanas, e da Alemanha, cujos bispos, porém, pouco a pouco promulgaram os decretos tridentinos nos concílios provinciais, o Concílio de Trento alcançou a maioria dos objetivos preestabelecidos para a formulação da doutrina católica, em oposição à tese dos protestantes. A reforma católica obteve resultados significativos, graças a um clero exemplar, que difundiu uma prática religiosa quase unânime.
Gregório XIII
Gregório XIII (no século, Ugo Boncompagni, papa; Bolonha, 1502 - Roma, 1585), de família nobre, estudou direito em Bolonha, onde também lecionou (1531-39). Bispo de Vieste (1558) e cardeal (1565), subiu ao trono pontifício em 1572, após a morte de Pio V. Durante o seu pontificado, preocupou-se principalmente em tornar efetivos os decretos do Concílio Tridentino, apoiando também a luta contra os huguenotes que então acontecia na França. Buscou o apoio do rei Filipe II, da Espanha, para combater os soberanos protestantes, sobretudo a rainha Elisabeth, da Inglaterra. Seu nome permaneceu ligado à reforma do calendário (que passou a denominar-se gregoriano), realizada em 1582. Publicou também uma nova edição do "Corpus iuris canonici" (1582, Corpo de direito canônico) e a primeira edição do "Martyrologium romanum" (Martirológio romano)( Ver A História do Concílio de Trento )