DOUTRINA CATÓLICA

DOUTRINA CATÓLICA

A CONVERSÃO AO CATOLICISMO DE MURILO MENDES , GABRIEL MARCEL E DA SUECA ELISABETH

TRÊS DIFERENTES EXPERIÊNCIAS DE VIDA

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MURILO MENDES

"Sou a luta entre um homem acabado e outro que está andando no ar." (Murilo Mendes).

Murilo Monteiro Mendes nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, a 13 de maio de 1901. Ainda menino, transfere-se para Niterói, onde conclui seus estudos secundários. Muda-se para a Europa em 1953, percorrendo vários países; morre em Lisboa, Portugal, a 13 de agosto de 1975. Freqüentou o curso de Direito mas não o concluiu. Exerceu várias atividades profissionais: guarda-livros, prático de dentista, aprendiz de telegrafista, inspetor federal de ensino e professor de Literatura Brasileira em Roma. Converteu-se ao catolicismo, o que trouxe reflexos em sua obra. É um poeta de trajetória curiosa: das sátiras e poemas-piadas ao estilo oswaldiano, caminha para uma poesia religiosa, sem perder contato com a realidade social.

Murilo é o poeta modernista brasileiro mais identificado com o Surrealismo europeu. Seu livro de estréia, "Poemas" (1930), representa sua fase humorística, em que funde gíria com linguagem literária. Nele apresenta formas novas de expressão, versos vivíssimos e livre associação de imagens e conceitos (características presentes em toda sua trajetória poética).

Em seu livro "Tempo e eternidade" (1935), escrito em parceria com Jorge de Lima, parte para a poesia religiosa, mística, de "resteuração da poesia em Cristo" (o livro é escrito após sua conversão ao catolicismo). Sua obra ganha em densidade, uma vez que, ao encarar o dilema entre a poesia e a Igreja, o finito e o infinito, o poeta não abandona a temática social. Disto surge a consciência do caos, de um mundo esfacelado, de uma civilização decadente - uma constante na obra de Murilo Mendes. Para ele, o trabalho do poeta é tentar ordenar esse caos, utilizando-se para isso do trabalho poético, sua lógica, sua criatividade, sua libertação. São sugestivos os títulos de seus livros: "A poesia em pânico", "O visionário" (no qual o poeta assume uma visão fantástica da realidade, onde formas, planos, corpos e sonhos se confundem), "As metamorfoses", "Mundo enigma" e "Poesia liberdade" (revela sua angústia diante de um mundo quase aniquilado pela guerra, no entanto, demonstra certa esperança no homem e no lirismo).

Nos seus últimos livros incorpora alguns princípios da poesia contemporânea. Quinze de novembro "Deodoro todo nos trinques bate na porta de Dão Pedro Segundo. - Seu imperadô, dê o fora que nós queremos tomar conta dessa bugiganga. Mande vir os músicos. O imperador bocejando responde - Pois não meus filhos não se vexem me deixem calçar as chinelas podem entrar à vontade: só peço que não me bulam nas obras completas de Vítor Hugo." (Murilo Mendes).

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GABRIEL MARCEL

Gabriel-Honoré Marcel (1889-1973) , filósofo e dramaturgo francês de renome internacional, nasceu em 7 de dezembro de 1889 e faleceu em 8 de outubro de 1973, em Paris. Foi o autor de muitas obras filosóficas e um conferencista requisitado por muitos auditórios em todo o mundo. A datação dos trabalhos de Gabriel Marcel indica que desenvolveu por si mesmo os aspectos intuitivos da fenomenologia depois apresentados por Edmund Husserl e seu desenvolvimento de temas existenciais ocorreu antes que pudesse ler Kierkegaard e bem antes do florescimento da filosofia existencial na Europa, ocorrido em meados do século XX. Por isso tem sido considerado o primeiro fenomenologista e o primeiro filósofo existencial da França, em que pese a popularidade de que gozou Sartre .

Marcel foi o filho único do diplomata francês Henry Marcel. Perdeu sua mãe aos quatro anos. Foi educado pela avó materna e por uma tia de quem recebeu educação rigorosa e que veio a ser a segunda esposa de seu pai. Marcel foi sempre o centro do carinho e das atenções da família, mas sofria com as exigências de perfeccionismo acadêmico, sempre maiores apesar de seu excepcional rendimento escolar.

Quando jovem gostava de viajar, o que lhe foi facilitado pela natureza do trabalho de seu pai. Quando este recebeu uma missão diplomática na Suécia, Marcel o acompanhou. Aprendeu com suas viagens várias línguas e conheceu a literatura de vários países, transmitindo a seus leitores franceses conhecimentos sobre os escritores estrangeiros contemporâneos. A filosofia foi um interesse precoce em Gabriel Marcel. Aos dezoito anos ele já trabalhava sua tese para diplomação em estudos superiores "As idéias metafísicas de Coleridge em suas relações com a filosofia de Schelling ," e estudou filosofia na Sorbonne. Apesar de ter passado os exames para ser professor de filosofia nas escolas secundárias em 1910, ele nunca completou sua tese para o doutorado, cujo tema seria "sobre as condições necessárias para a inteligibilidade do pensamento religioso".

A religião não fez parte da formação de Marcel. Tanto o pai quanto a madrasta eram agnósticos Seu pai, um esteta, era católico não-praticante e não se preocupou em batizá-lo, e sua tia e madrasta era judia, também não-praticante, porém depois converteu-se a uma forma liberal de protestantismo. Era uma moralista rigorosa segundo padrões de tradicionalíssimo moral. A família tinha como guias suficientes das atitudes corretas a razão, a ciência e a consciência moral natural.

Durante a primeira guerra Marcel serviu como oficial da Cruz Vermelha, com a difícil missão de comunicar a morte e o desaparecimento de soldados aos parentes mais próximos, um contacto permanente com o sofrimento que haveria de influenciá-lo, a exemplo do que ocorreu também, nos campos de concentração nazistas, a Viktor Frankl , outro existencialista da sua mesma corrente filosófica. Igual a Frankl, também converteu-se ao catolicismo, e o fez por influência de Francois Mauriac ; tinha então quarenta anos.

Em 1919 Marcel casou com Jacqueline Boegner, uma musicista, e ambos adotaram um filho, Jean-Marie, que inspirou o filósofo a escrever mais tarde sobre paternidade criativa e o espírito da adoção. Marcel, que toda a vida sentiu a ausência de sua mãe, que perdera muito cedo, enfrentou novo choque com o falecimento de sua mulher em 1947, ela com idade de apenas trinta anos.

O fato decisivo na vida espiritual de Marcel foi sua conversão ao catolicismo romano em 23 de março de 1929. Ele escolheu o catolicismo, o qual ele entendia como uma fé universal, e continuou como um filósofo independente, nunca um teólogo apologista ou porta voz de uma filosofia oficial católica. Compositores como Juan Sebastian Bach e Mozart tiveram papel importante em sua formação. Dado a improvisar ao piano, tornou-se, a partir de 1945, compositor no sentido pleno do termo. Dramaturgia foi outro instrumento significativo de expressão do seu pensamento. Em suas primeiras peças como La Grâce, Le Palais de sable, Le Coeur des autres, e L'Iconoclaste tratavam da espiritualidade autêntica e inautêntica, fidelidade e infidelidade, satisfação e frustração nas relações pessoais.

A princípio, "filosofia" significou para Gabriel Marcel apenas um tipo de pensamento sofisticado e abstrato, que buscava transcender o mundo empírico ordinário. Só gradualmente, e durante um longo período de pesquisa e comprovação, ele começou a dar forma a uma filosofia concreta que procurava aprofundar e resgatar a experiência humana íntima. Essa conversão filosófica ocorreu quando estava trabalhando para a Cruz Vermelha Francesa, durante a Primeira Guerra Mundial, tentando encontrar soldados listados como desaparecidos.

Em lugar da informação nas fichas do arquivo ele passou a ver pessoas reais, apesar de invisíveis - presenças - e a participar da agonia de seus parentes enlutados. O que Marcel chamou seus experimentos "metafísicos" - a investigação de possível comunicação por meio de telepatia, cartomancia, profecia e espiritismo - também tiveram um papel em sua conversão filosófica. Para ele essas experiências desafiavam de modo convincente as tendências naturalista convencional e materialista da filosofia contemporânea, indicando um domínio além daquele da experiência sensível ordinária, e prometendo libertação das tendências conformistas e das proibições, em seu questionamento filosófico.

Ele apresentou seu pensamento desde 1925, primeiro no Journal metaphysique ("Diário Metafísico"), antes portanto da publicação dos trabalhos de Heidegger e depois nos diários filosóficos mais curtos o Etre et avoir ("Ser e Ter"), e Du refus a l'invocation ("Da recusa à invocação"). Os livros foram compilados por um de seus amigos, pois nunca escreveu um tratado. Escreveu também ensaios, geralmente tratando de modo mais acabado os temas que explorou primeiro em seus diários, como o exílio, cativeiro, separação, fidelidade e esperança, em parte como resposta à situação particular do povo francês durante a ocupação alemã de 1940 a 1944.

Marcel era antes um escritor profissional, e não um acadêmico. No entanto, foi professor visitante na Universidade de Aberdeen, na Escócia, em 1951 e 1952, e na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em 1961 e 1962. Em 1952 foi eleito membro da Academia de Ciências Políticas e Sociais do Instituto da França.

FILOSOFIA.

O real. A contribuição de Marcel para o pensamento moderno consistiu da exploração e esclarecimento de um amplo escopo da experiência humana - confiança, fidelidade, promessa, testemunho, esperança, e desespero - que tinham sido deixadas de lado pelas escolas predominantes da filosofia moderna como não susceptíveis de consideração filosófica.

De acordo com Marcel, o objeto da filosofia não é nada separado de nós mesmos, não é alguma coisa sobre a qual fazemos perguntas com o propósito de encontrar uma solução. O objeto da investigação filosófica é o próprio investigador, não apenas porque é um Ser, mas porque ele é o primeiro Ser que ele próprio encontra em sua própria e imediata experiência no mundo. Então a primeira preocupação da filosofia é este fato imediato, a existência no mundo, e a filosofia deve necessariamente ser existencialista.

Começando ele mesmo sua filosofia pelo "Existente", ele observa que a percepção não é uma simples representação de um objeto para o sujeito que percebe. Perceber um objeto não está fora de quem o percebe, mas é um ato do próprio Ser que misteriosamente se torna nesse objeto percebido.

A comunhão com o real. Uma intuição fenomenológica é seu conceito de "participação" significando uma comunhão direta com a realidade. A relação com o outro deve ser dialógica, uma relação entre o Eu total e o outro como um Ser, uma "presença", um "mistério", e não apenas um "objeto" ou "coisa" dotada de percepção, pensamento e expressão. Seu primeiro conceito central de "participação", a comunhão direta com a realidade, foi elaborado gradualmente para esclarecer tudo, desde a consciência elementar de alguém em relação ao próprio corpo e percepção sensível, até a relação entre os seres humanos e o Ser último. Pela percepção o homem aprofunda de maneira nova e misteriosa sua participação no universo. A percepção é como a criação do universo no homem.

A primeira e mais íntima participação é com o corpo. Em virtude da distinção entre problema e mistério a união da alma com o corpo não está aberta a investigação. Para Marcel essa união é um mistério. Eu sou meu corpo, o que significa que estou "encarnado" em meu corpo e eu não poderia existir sem este misterioso "outro" que é meu corpo.

Através do corpo ele percebe os objetos que o cercam. Eles representam uma coisa transcendente para o homem. Através da percepção o homem transcende a si mesmo; fica em participação misteriosa com os objetos. Pelo ato da percepção os objetos ficam imanentes nele, de modo que os objetos não são uma terceira coisa, eles se tornam o "tu" com quem ele fala. Pelo ato da percepção o homem está aberto ao objeto do conhecimento e esse objeto está aberto ao homem. Isto faz da percepção um ato de amor. Do "tu" das coisas finitas o homem ascende a Deus, o "Tu" absoluto. É todo um caminho que não é o da razão, mas da fé, e esta fé somente é possível quando a caridade supera todos os empecilhos e todos os obstáculos. O homem assim se torna disponível a tudo e tudo se põe à disposição do homem. Essa relação requer uma abertura para aquilo que é outra coisa que não ele mesmo, requer disponibilité - disposições demonstráveis na existência diária.

A inteira e aberta relação entre seres, assim concebida, é essencialmente dialógica, a relação entre um Eu e um Tu, entre a totalidade de uma pessoa e a inteiridade daquilo que ela confronta - um outro Ser, uma "presença", e um "mistério", e não um "objeto" separadamente de sua percepção, pensamento e expressão.

Essa relação exige uma abertura franca, uma disponibilidade, envolvimento ou engajamento no dia a dia da existência. A posição oposta é a recusa de se abrir e de se engajar, dar crédito, ter confiança, uma disposição para negar tudo, para o desespero e mesmo para o suicídio. Tais possibilidades, para Marcel, são características da condição humana: o homem pode tanto negar quanto afirmar sua existência e tanto cumprir quanto frustrar sua necessidade de participar.

O oposto é também onipresente - a recusa de se abrir e de se engajar, dar crédito, ter confiança ou esperança, uma disposição para negar tudo, para o desespero e mesmo para o suicídio. Tal possibilidade, para Marcel, é uma característica essencial da condição humana: o homem pode tanto negar quanto afirmar sua existência e tanto cumprir quanto frustrar sua necessidade de participar no que existe.

A abstração do real. No mundo atual , o homem não sabe quem ele é, como um estranho para si mesmo. A dignidade e sacralidade do ser foi substituída pela idéia abstrata de função de sistemas. Nessa abstração, o homem vê a si mesmo como uma corporação de sistemas: biológico, mental e social (a objetivação de si mesmo). Sua capacidade de amar, de se admirar e de ter esperança se perdeu, na medida em que também perde o seu desejo de superar essa situação de alienação e escravidão.

Pela abstração o homem esquece a realidade da experiência, ou aqueles aspectos que não caem claramente em uma categoria dada, em um dos sistemas. Como resultado o homem adota um ressentimento em relação à experiência, um

a atitude inteiramente oposta à admiração, humildade e caridade. Causas da abstração: a ciência. A preocupação de Gabriel Marcel era haver o pensamento científico causado a falência da experiência humana. O pensamento científico, com seu reducionismo e tecnologia, evita o mistério da vida e fala de "problemas" e "soluções". Ele coloca ênfase na distinção entre "problema" e "mistério". Considera problemas todas as questões relativas a objetos fora de nós mesmos. Com respeito a esses nós podemos formular questões e deduzir soluções. Ele chama "mistérios" todas as questões relativas a nossa própria existência. As respostas a tais questões somente podem ser obtidas através de uma introspecção ou evocação mística. Por trás da mentalidade tecnológica existe o perigo do homem ser tentado a ver a si mesmo como único agente criador de significados e valores.

Dentro dessa visão, o mundo não é mais que uma fonte de matéria prima à disposição do homem, manipuláveis para satisfação de seus desejos. As pessoas então olham e admiram sua criação tecnológica, conferindo a si mesmas a glória, em lugar de a Deus Criador. Essa confiança nos avanços tecnológicos diminui nossa experiência de uma vida autêntica. Causas da abstração: a posse. Outra distinção que faz Marcel é entre "ter" e "ser". Ter implica um dualismo composto de um indivíduo que possui e uma coisa que é possuída, exterior ao possuidor. "Ser", ao contrário, não admite qualquer dualismo. Então o homem não tem o seu corpo, ele é o seu corpo. Pela posse, o homem ganha o poder de reter, conservar, proteger e usar de um objeto (objetivação). Marcel viu que a aproximação dupla de abstração e posse está na raiz dos problemas sociais. Enquanto ambos abstração e posse são parte da vida, elas podem crescer excessivamente e dominar e ao fim destruir o ser do homem. A insistência em possuir coisas através do processo de objetivação (sem participação) limita a realidade concreta e sua "misteriosa plenitude".

04/06/2001

Direitos reservados. Cobra, Rubem Q. - Gabriel Marcel. Site cobra.pages.nom.br, Internet, Brasília, 2001. ("Geocities.com/cobra_pages" é "Mirror Site" de COBRA.PAGES)

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ELISABETH

"Precisamos de ti, Elisabeth"

Elisabeth converteu-se ao catolicismo. É sueca e durante um ano estudou no Instituto Zalima , obra corporativa do Opus Dei em Córdoba (Espanha). Agora, voltou ao seu país para estudar Enfermagem.

Antonio Varo // Diario Córdoba

25 Setembro 2003

Chama-se Elisabeth Malmgren, tem "quase 19 anos", e, como é sueca, não tem outro remédio que ser ruiva e ter os olhos azuis e a pele branca, embora avermelhada pelo sol cordobês de Junho.

Chegou a Córdoba em Setembro, para estudar no Instituto Zalima, obra corporativa do Opus Dei. Rapidamente se expressou no genuíno dialecto cordobés, e uma medalha com a imagem de São Rafael, no seu pescoço jovem, indica que algo lhe aconteceu durante a sua estadia entre nós.

E o que lhe aconteceu foi a sua conversão ao catolicismo. Logo após ter chegado teve a oportunidade de assistir em Roma, a 6 de Outubro, à canonização de São Josemaría Escrivá:

"Não sei porque fui, mas aquilo impressionou-me, porque estava a ser testemunha de algo muito grande". Logo, na cadeira de Filosofia, assuntos como a origem do homem, o sentido transcendente da vida… despertaram na sua alma a luz das perguntas. E aí começou o caminho. "Nunca tinha visto na prática o que é uma vida cristã, vinha quase sem formação religiosa", reconhece.

Em busca

Por meio da formação, da convivência e da participação, Elisabeth empreendeu o caminho da busca: no princípio, como mera espectadora, em actos como a Missa ou a oração do rosário: "como podem haver católicos – interroga-se – que digam que o rosário é um aborrecimento?"

Pouco a pouco, uma série de casualidades foram abrindo o caminho: "Eu notava no meu interior que tinha de fazer algo porque Deus mo pedia". A princípio teve medo, e reconhece-o: "Quando comecei a pensar em tornar-me católica recordava que no meu país os católicos são somente nove por cento, e a igreja católica mais próxima é a 55 quilómetros da minha casa; mas também notava que Deus mo pedia, e eu não podia nem queria dizer que não".

No coração de Elisabeth estava a germinar a semente… Na Semana Santa a jovem, com a decisão tomada mas ainda sem a formalizar, regressa a Roma: lá participa num encontro internacional de estudantes universitários e assiste a audiências com o Papa e com D. Javier Echevarría, prelado do Opus Dei. A este último conta-lhe a sua experiência pessoal e a sua decisão de abraçar a fé católica. D. Echevarría responde-lhe com uma grande afirmação, e termina dizendo: "Nós precisamos de ti, Elisabeth, nós precisamos de ti, que Deus te abençoe". A pergunta e a resposta estão guardadas, desde então, num pequeno livrinho que Elisabeth leva no seu bolso.

A 29 de Abril, em duas simples cerimónias, faz em Zalima a profissão pública da fé católica - os protestantes não necessitam de se baptizar -, a sua primeira confissão e a sua primeira comunhão: "A confissão é maravilhosa; eu desde sempre soube que Deus perdoa, mas descobri que Cristo administra o seu perdão e a sua misericórdia a cada pessoa, através do sacramento da Penitência".

O que mais atraiu Elisabeth no catolicismo? Talvez, a confissão, a figura da Virgem Maria e também a referência moral: "O catolicismo é concreto e prático, deixa muito claras as coisas tanto na fé como na moral, porque delimita o que está bem e o que não está".

Elisabeth já está na sua cidade, que se chama Höor e fica a 650 quilómetros de Estocolmo. Nas alturas nórdicas da Suécia, uma medalha de prata com a imagem de São Rafael lhe recordará o ano que passou em Córdoba e o novo rumo que a sua vida tomou na nossa cidade. © 2004, Opus Dei

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