DOUTRINA CATOLICA

Côn. Vidigal - Duas grandes solenidades

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Mariana (MG), 20/10/2004 - 11:29

A comemoração a todos os Fiéis já falecidos dia dois de novembro e a festa de todos os Santos dia sete marcam o início do penúltimo mês do ano. O sufrágio pelos Mortos é uma das mais antigas celebrações cristãs. Homenagens aos entes queridos que se foram e para orar especialmente por aqueles que estavam no purgatório. No céu os parentes e amigos são intercessores, na antecâmara do paraíso são os beneficiados com os sacrifícios e preces dos que ainda são viandantes neste mundo. Os Cristãos, primitivamente recordavam, em suas casas, seus mortos. Esse culto doméstico passou para os templos com o oferecimento sobretudo do Santo Sacrifício da Missa inclusive nos cemitérios que com o decorrer do tempo passaram a ser ainda mais visitados. As flores nas tumbas depositadas são uma significativa homenagem de saudade e de veneração. A comemoração a todos os fiéis defuntos é altamente formativa sobre todos os aspectos. Além de participações nos atos religiosos, proporciona louvável e proveitosa meditação sobre a morte e a observância dos Mandamentos. Todos os pensamentos se voltam para a Vida Eterna. Data por excelência da gratidão e do amor. Agradecimento pelos benefícios e exemplos dos que se foram. Dileção, dado que o amor atravessa as barreiras do tempo e penetra na eternidade. Diz a Bíblia: "Bem-aventurados os mortos que morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os seguem" (Ap 14, 13).

O Dia de todos os Santos é dedicado especificamente àqueles que já gozam da visão beatífica do céu. Nos primeiros séculos cristãos, o culto dos Santos tinha por objetivo homenagear mormente os Mártires. Estes primeiros heróis atraíam o fervor e a piedade dos cristãos nas catacumbas e sobre seus túmulos se celebrava a Missa. Tempos terríveis das perseguições dos ímpios imperadores romanos. No século oitavo o papa Gregório III edificou uma Capela ao Divino Salvador, à sua Mãe Santíssima, aos Apóstolos e a todos os Mártires e Confessores. Foi o início da solenidade dos Santos. Por volta do ano 737 inseriu-se na Missa uma comemoração a Todos os Santos e no século IX, o Papa Gregório IV fixou a data comemorativa em primeiro de novembro. Posteriormente, no século vinte, a solenidade passou para o primeiro domingo de novembro. O Padre Antônio Vieira, num momento de pulcra inspiração, asseverou: " Vindo a Sabedoria Divina em Pessoa e descendo do céu à terra a ser mestre dos homens, a nova cadeira que instituiu nesta grande universidade do mundo e a ciência que professou foi só ensinar a ser santos e nenhuma outra". O mesmo Vieira lembra que se devemos invocar os santos de nossa devoção, especialistas em atender em determinadas circunstâncias ou doenças, não podemos nos esquecer de invocar os bem-aventurados de nossas famílias que junto do trono de Deus intercedem pelos que os invocam com confiança e lhes prestam daqui da terra seus sinceros louvores. Estas duas comemorações são um convite à limpeza do coração que é a essência mesma da santidade. O "sim" a Deus que parte lá do interior de cada um é salvífico, pois traz consigo o arrependimento de faltas passadas e o propósito de emenda. É a reparação de todas as ingratidões para com o Ser Supremo e de qualquer rebeldia contra sua santa Lei. Trata-se do desejo profundo de corresponder às graças futuras e de se estar vigilantes contra as insinuações diabólicas que impedem uma boa e santa morte.

A maior de todas as riquezas é ser santo. Para tanto basta aborrecer pecados passados e praticar no presente e no porvir as virtudes, imitando a tenacidade dos Patriarcas, a fé e a resignação dos Profetas, o zelo e admoestações dos Apóstolos, os sacrifícios e austeridade dos Confessores, a castidade e candura das Virgens.

Fonte: Font, Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

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