OS CRISTÃOS
Os primeiros cristãos são enviados a Antioquia. De acordo com a tradição, Pedro foi Bispo de Antioquia entre os anos 37 e 44 , antes de transferir-se para Roma. Em Antioquia o termo "cristãos" teria sido utilizado pela primeira vez, e dessa cidade parte o primeiro impulso missionário.
LAPIDAÇÃO DE ESTEVÃO
Estêvão (lat. Stephanus; ? - Jerusalém ca. 35), judeu convertido, foi um dos sete diáconos eleitos pela comunidade cristã de Jerusalém para presidir ao serviço das mesas (At 6,5-11; 7,54-60). Despertando a antipatia dos judeus helenistas, enciumados do sucesso com que exercia o seu ministério, foi acusado de ter blasfemado contra Deus, a religião e o Templo. Conduzido ao Sinédrio, é condenado à lapidação. Saulo, o futuro apóstolo Paulo, presenciou o martírio. As relíquias de Estêvão, descobertas em Constantinopla no ano 415, foram transportadas para Veneza em 1110.
TIAGO APOSTÓLO
Tiago (lat. Iacobus, denominado o Maior; Betsaida da Galiléia ? - Jerusalém, 44), apóstolo, filho de Zebedeu e talvez de Salomé, era irmão de João Evangelista e pescador como ele (Mc 1,19). Testemunhou a ressurreição da filha de Jairo (Mc 5,37), a transfiguração (Mc 9,2-13) e a agonia de Jesus no horto do Getsêmani (Mc 14,32). De acordo com Isidoro de Sevilha, em De vita et obitu Sanctorum (71, Vida e morte dos Santos), após a ascensão de Jesus, teria evangelizado a Espanha, da qual é patrono. Primeiro apóstolo a morrer como mártir, foi morto durante a perseguição de Herodes Agripa (At 12,2) e, de acordo com uma tradição, seu corpo foi levado para Santiago de Compostela, que transforma-se em importante meta de peregrinações durante a Idade Média.
BARNABÉ
Barnabé (santo; séc. I a.C. - séc. I d.C.), personagem do Novo Testamento chamado José, colaborador dos apóstolos e especialmente de são Paulo, recebeu o apelido de Barnabé por causa de seus méritos na difusão do cristianismo. Levita, natural de Chipre, primo do evangelista Marcos (Cl 4,10), possuía um campo em Jerusalém e vendeu-o, entregando o dinheiro aos apóstolos (At 4,36-37). Apresentou o recém-convertido Saulo aos apóstolos quando "todos tinham medo dele, não acreditando ainda que fosse discípulo" (At 9,26-27). Enviado a Antioquia, enquanto estava com Paulo, foi escolhido pelo Espírito Santo: "Reservai-me Barnabé e Saulo para fazerem o trabalho que lhes destinei" (At 13,2). Com Paulo, realizou a primeira viagem missionária a Chipre, Antioquia da Pisídia, até Listra. Retornando a Jerusalém, enquanto se preparavam para uma nova viagem, Paulo recusou-se a levar consigo Marcos, que os havia abandonado na viagem anterior, e Barnabé preferiu acompanhar o primo até Chipre (At 15,34-41). A harmonia entre os três, contudo, não foi quebrada, como atesta Paulo em suas cartas.
BARTOLOMEU
Bartolomeu (santo; séc. I a.C. - séc. I d.C.) é o nome com que os Evangelhos sinóticos (Mt 10,3; Mc 3,18; Lc 6,14) indicam um dos apóstolos, que o Evangelho (Jo 1,45-51) chama de Natanael (hebr., dedicado a Deus). Galileu de Caná (Jo 21,2), é elogiado pelo próprio Jesus: "Eis um verdadeiro israelita, em quem não há falsidade" (Jo 1,47). Bartolomeu foi um dos que presenciaram a aparição de Cristo ressuscitado às margens do lago de Tiberíades por ocasião da segunda pesca milagrosa (Jo 21,2) e, no dia de Pentecostes, também estava presente na assembléia apostólica no cenáculo quando o Espírito Santo desceu sobre eles (At 1,13; 2,1-4). Depois disso, as informações sobre Bartolomeu são incertas: a tradição lhe atribui longas viagens missionárias. Ao que parece, Panteno teria encontrado na Índia (séc. XIII) o texto aramaico do Evangelho de Mateus que Bartolomeu levara para lá. Também são escassas e contraditórias as informações sobre sua morte: martirizado na Armênia, foi crucificado de acordo com a tradição difundida no Oriente; de acordo com os martirológios de Rabano Mauro e de Usuardo, foi decapitado; foi esfolado de acordo com a afirmação de santo Isidoro de Sevilha, adotada mais tarde pelo Martirológio de Beda. As primeiras imagens representam Bartolomeu com um livro ou um pergaminho, símbolo do apostolado; a partir do séc. XIII é representado com uma faca, instrumento de seu suplício, ou com a própria pele separada do corpo.