DOUTRINA CATÓLICA

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Concílio Vaticano II - Povo de Deus e Corpo Místico - Conceitos Harmônicos

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Os conceitos de Povo de Deus e Corpo Místico , segundo o magistério da Igreja e o Concílio Vaticano II

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O conceito que apresenta a Igreja como " Povo de Deus " não é um conceito de extração jurídico-política . O Povo de Deus assim definido é a comunidade de almas justificadas pelo batismo , de indivíduos que possuem livre arbitrio , individualidade nas suas decisões , consciência soberana para decidir , e que , por isso , passam a viver numa comunidade organizada e hierarquizada. Esse conceito não é absolutamente novo , ele não surgiu com o Concílio Vaticano II ; este conceito está presente no Antigo Testamento , no Êxodo 19:6 , por exemplo , está escrito: "E sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação Santa" - Palavra de Deus - ; e também no Novo Testamento , com as seguintes expressões : “Casa espiritual” (I Ped. 2:5) “Sacerdócio real” (I Ped. 2:9) “Raça eleita” (I Ped. 2:9) ; "antes não éreis povo... antes não tínheis alcançado misericórdia... " (I Pedro 2:10).

Todo batizado em estado de graça , possui um sacerdócio , e o exerce naquelas atribuições possíveis , descritas canônicamente . Foi por livre deliberação de suas consciências , que integraram-se plenamente à comunidade cristã , acolhendo a mensagem ofertada por Deus aos homens , através do Cristo e da Igreja. Outras atribuições do sacerdócio cristão só podem ser realizadas por aqueles indivíduos que recebem as santas ordens e o sacerdócio hierárquico , no sacramento da ordem . Permanecendo intacta a estruturação divina da hierarquia eclesiástica.

Não se trata , cumpre observar , de um povo no sentido restrito do Antigo Testamento , um grupo nacional específico , mas de todos os homens que acolhem a mensagem divina e a graça justificadora do batismo. Com a graça de Cristo , tudo é renovado e transformado ( Cfr Gal. 6, 15 e II Cor 5,17 ) , o sacrifício propiciatório de Cristo fez nascer uma nação santa em comunhão com a pátria celeste , aberta a todos os homens ( Apoc 1:5; 20:6 ). Um povo verdadeiro , vivendo em uma comunhão anteriormente impossível , devido à Queda original .

Portanto , no conceito de Povo de Deus , a hierarquia da Igreja , a autoridade do Colégio e do Episcopado são rigorosamente preservadas . Não implicando em nenhuma desestruturação da hierarquia eclesiástica ou num desfazimento das leis da Igreja, o que seria contrariar diversos dogmas e cometer heresias terríveis.

O Povo de Deus é a comunidade hierarquizada de almas santas , e é , também , e ,necessariamente , o Corpo Místico do Ressuscitado , o Corpo do Cristo ; no qual cada um cumpre uma vocação específica para o bem de todos , e no qual adquirimos méritos com as nossa boas ações. No conceito da Igreja como Povo de Deus há uma comunicação entre todos os membros da Igreja , a graça que toca a um irmão eleva a todos ; e o pecado que mancha alguns é uma afronta à Igreja como um todo.Essa comunicação é propiciada pela comunhão do Espírito Santo ,entre todos que vivem sob a graça .Podemos orar por todos os membros da Igreja e devemos pedir perdão a Deus por nossas culpas .

As almas santas resplandecem a glória de Deus , são ministras de Deus ; diz a Bíblia que os santos , os justos , reinarão com o Cristo e governarão o mundo (1Cor. 6,2).A harmonia de vontades entre as almas santas e o Cristo, permite que essas atuem como fiéis cumpridoras da vontade de Deus. O que pode ou não ser feito, por cada 'sujeito de direitos' do Povo de Deus , da família de Cristo, está perfeitamente definido no Código de Direito Canônico ; portanto é falso afirmar que o magistério da Igreja no Concílio Vaticano II apagou limites entre leigos e sacerdotes , desmontando a hierarquia sacerdotal . O que os leigos , diáconos , padres e bispos podem e devem fazer está claramente definido no Código de Direito Canônico ; como , por exemplo , sobre a ministração dos sacramentos e sobre quem tem autoridade para exercê-los , além de toda a legislação interna à Igreja.

O Concílio Vaticano II , na Constituição Dogmática "Lumen Gentium" , afirma que todos, bispos e leigos, são parte constitutiva do Povo de Deus. Trata-se de uma "sociedade hierarquicamente organizada"("Lumen Gentium", 20) A participação do leigo se faz sob a autoridade do bispo, jamais em oposição ou prescindindo do bispo diocesano (*) O bispo é o princípio da unidade da Igreja ;diz o multissecular ditado cristão : onde está o bispo está a Igreja.

O Catecismo da Igreja apresenta o seguinte ensinamento do Vaticano II: "885 - Este colégio, enquanto composto de muitos, expressa a diversidade e a unidade do Povo de Deus ; e quando reunido sob a única Cabeça, expressa a unidade do rebanho de Deus " (Lumen Gentium 22). Dessa forma haverá verdadeiramente um Povo de Deus , pois a existência da hierarquia e da autoridade no interior da Igreja e da Sociedade, expressam desígnios divinos para a humanidade. O Concílio Vaticano II reafirmou a infalibilidade papal e do Colégio Episcopal ; e a imprescindibilidade da Cabeça visivel . Nenhum magistério autêntico para a Igreja universal pode ser feito sem o Santo Padre e os Bispos , guiados pelo Espírito Santo , e protegidos do erro pelo carisma da infalibilidade. O conceito de Corpo Místico ,portanto, não entra em conflito com o conceito de Povo de Deus , mas sim , em profunda harmonia.Os dois conceitos se conectam com perfeição. O conceito de Povo de Deus , ao contrário do conceito jurídico-político de Povo , conceito natural , afirma que a Igreja possui leis e verdades, que não podem ser contrariadas pelas vontades individuais .

Quem governa o Povo de Deus é o Papa e o Colégio episcopal na assistência permanente do Espírito Santo. Na ordem civil os homens possuem autonomia e liberdade para organizar diferentemente as suas instituições políticas em conformidade com as exigências do contexto histórico e com o desejo da maioria. A Igreja ,contudo, não é uma democracia , ela não é regida por maiorias eventuais , mas pelo respeito à doutrina e ao depósito da fé. Na Igreja há ,também, um grau de liberdade em termos de opiniões e na elaboração de leis e disciplinas ; contudo a fonte do direito é sempre Deus e não os interesses seculares dos leigos. Nenhum povo é uma massa destiuída de forma , quando falamos em povo , pensamos em diferenciações , mas também e principalmente nos vínculos de amor e caridade que unem as criaturas de Deus , feitas por Deus à sua imagem e semelhança e regeneradas para a glória do Pai.Portanto na Igreja , no Povo de Deus , também vigoram diferenciações e hierarquias , necessárias para o bem do conjunto.

A Igreja estava prefigurada no Antigo Testamento , no Povo de Deus , nas leis cerimoniais , nas leis de civis , nas leis rituais.Com a vinda de Jesus o Povo de Deus deixou de ser um conceito identificado a um grupo nacional ou étnico. O povo judeu foi o Povo da Promessa , o povo que guardou a mensagem revelada , a Palavra de Deus e suas leis.O novo Povo de Deus também cumpre a sua missão de guardião da fé.

O Cristo ordenou que sua mensagem fosse levada a todos os povos , para que fossem feitos discípulos em todas as nações. "Ide por todo o mundo e fazei discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo aquilo que vos ordenei" (Mt 28,19-20).

A criatura humana goza de liberdade de arbítrio e de consciência para decidir em todos os aspectos da vida , na Igreja essas vontades e essas consciências ingressam na Aliança proposta por Deus , livre e conscientemente , aceitando esse convite , passando a ter direitos e deveres no interior da Igreja. Absurdo , consequentemente , seria não considerar a Igreja , também como Povo de Deus , como sociedade angélica , como pátria divina , que é militante na terra, padecente no purgatório e triunfante no céu.Unida em louvor ao mesmo Deus e aos filhos da Igreja.

O homem nasceu de Deus , foi criado para amá-lo e adorá-lo (Cfr. CIC) ; o Povo de Deus nasceu dos pactos de Deus com os homens ,pactos renovados até a Nova e Eterna Aliança de Cristo . Aliança que abriu o céu aos homens , purificou suas almas , tornando-os agradáveis e agradecidos a Deus , aptos a fazer as obras de valor sobrenatural. Deus , ao longo da história , fez ministros entre homens concretos , revelou - Se aos profetas e aos patriarcas; portanto a Igreja é uma sociedade , não uma sociedade natural , não apenas composta por homens ; feita por Deus , com homens , por decisão livre e soberana de Deus , que assim desejou construir a sua Igreja , Igreja preservada até a consumação dos tempos. O Cristo possui uma realeza social , ele foi feito Senhor do mundo segundo a ordem de Melquisedeque , o Cristo é o Sumo Sacerdote , Rei e Senhor dos homens , que formam a sua família , o seu Povo santo (Hebreus) Tendo a Virgem Maria no topo da hierarquia celeste e da Igreja (Apoc)

Abaixo seguem trechos de Documentos do Concílio Vaticano II sobre o conceito de Povo de Deus e Corpo Místico que demonstram como a hierarquia , a lei divina , os direitos e deveres de leigos e sacerdotes são respeitados , não havendo nenhum tipo de supressão de fronteiras religiosas e legais , no âmbito da doutrina .

Sucessão Apostólica Tradição oral e escrita , comum origem e objetivo -- DEI VERBUM

Relação de uma e outra com toda a Igreja e com o Magistério

10. A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só depósito sagrado da palavra de Deus, confiado à Igreja; fiel a este depósito todo o povo santo, unido com seus pastores na doutrina dos Apóstolos e na comunhão, persevera constantemente na fração do pão e na oração (cf. At., 8,42), de sorte que prelados e fiéis colaboram estreitamente na conservação, no exercício e na profissão da fé recebida.

Mas o oficio de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado únicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce no nome de Jesus Cristo. Este Magistério, evidentemente, não está sobre a palavra de Deus, mas que a serve, ensinando somente o que lhe foi confiado, por mandato divino e com a asistência do Espírito Santo a ouve com piedade, a guarda com exatidão e la expõe com fidelidade, e deste único depósito da fé tira tudo o que propõe como verdade revelada por Deus que se há de crer. É evidente, portanto, que a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja, segundo o desígnio sapientíssimo de Deus, estão entrelaçados e unidos de tal forma que não tem consistência um sem o outro, e que, juntos, cada um a seu modo, sob a ação do Espírito Santo, contribuem eficazmente à salvação das almas.

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GAUDIUM ET SPES

Os bispos, que receberam a missão de governar a Igreja de Deus, preguem, juntamente com seus sacerdotes, a mensagem de Cristo, de tal maneira que toda a atividade temporal dos fiéis fique como inundada pela luz do Evangelho. Recordem todos os pastores, ademais, que são eles os que com seu trato e seu trabalho pastoral diário expõem ao mundo o rosto da Igreja, que é o que serve aos homens para julgar a verdadeira eficácia da mensagem cristã. Com sua vida e com suas palavras, ajudados pelos religiosos e por seus fiéis, demostrem que a Igreja, ainda por sua mera presença, portadora de todos seus dons, é fonte inesgotável das virtudes de que tão necessitado anda o mundo de hoje.

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DECRETO CHRISTUS DOMINUS SOBRE O MINISTÉRIO PASTORAL DOS BISPOS PROEMIO

1. Cristo Senhor, Filho de Deus vivo, que veio a salvar do pecado a seu povo e a santificar a todos os homens, como Ele foi enviado pelo Pai, assim também enviou a seus Apóstolos, a quem santificou, comunicando-lhes o Espírito Santo, para que também eles glorificaram ao Pai sobre a terra e salvaram aos homens "para a edificação do Corpo de Cristo" (Ef., 4,12), que é a Igreja.
2. Nesta Igreja de Cristo, o Romano Pontífice, como sucessor de Pedro, a quem confiou Cristo apascentar suas ovelhas e seus cordeiros, goza por instituição divina de poder supremo, pleno, imediato e universal para o cuidado das almas. Ele, portanto, havendo sido enviado como pastor de todos os fiéis a procurar o bem comum da Igreja universal e de todas as igrejas particulares, tem a supremacía de poder ordinário sobre todas as Igrejas. Mas também os bispos, por sua parte, postos pelo Espírito Santo, ocupam o lugar dos Apóstolos como pastores das almas, e juntamente com o Sumo Pontífice sob a sua autoridade, são enviados a atualizar perenemente a obra de Cristo, Pastor eterno. Cristo deu aos Apóstolos e a seus sucessores o mandato e o poder de ensinar a todas as gentes e de santificar os homens na verdade e de apascentá-los. Por conseguinte, os bispos foram constituidos pelo Espírito Santo, que se lhes foi dado, verdadeiros e autênticos mestres da fé, pontífices e pastores.

CAPÍTULO I OS BISPOS COM RELAÇÃO A TODA A IGREJA

I. Papel que desempenham os bispos com relação à Igreja universal. Exercício do poder do Colégio dos Bispos 4. Os bispos, pelo fato de sua consagração sacramental e pela comunhão hierárquica com a Cabeça e os membros do Colegio, ficam constituídos membros do Corpo Episcopal. "Mas a ordem dos bispos, que sucede ao Colégio dos Apóstolos no magistério e regime pastoral, e no qual se continua o corpo apostólico, juntamente com sua Cabeça, o Romano Pontífice, e nunca sem Ele, é também sujeito de suprema e plena potestade em toda a Igreja, poder que certamente não podem exercer sem o consentimento do Romano Pontífice". Este poder se exerce "de modo solene no Concilio Ecumênico. Portanto, determina o sagrado Concilio que todos os bispos que sejam membros do Colégio Episcopal tem direito a assistir ao Concilio Ecumênico.

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DECRETO OPTATAM TOTIUS SOBRE A FORMAÇÃO SACERDOTAL ---

IV. O cultivo intenso da formação espiritual. 8. A formação espiritual há de ir intimamente unida com a doutrinal e a pastoral, e com a cooperação, sobretudo, do diretor espiritual; há de dar-se de forma que os alunos aprendam a viver em contínua comunicação com o Pai , por seu Filho e pelo Espírito Santo. Posto que há de configurar-se pela sagrada ordenação a Cristo Sacerdote, acostume-se a unir-se a Ele, como amigos, no íntimo consórcio de vida. Vivam o mistério pascual de Cristo de tal maneira que unifiquem nele o povo que há de encomendar-se-lhes. Ensina-lhes a buscar a Cristo na meditação fiel da palavra de Deus, na íntima comunicação com os sacrossantos mistérios da Igreja, sobretudo na Eucaristia e no Oficio; no bispo que os envia e nos homens aos que são enviados, especialmente nos pobres, nos pequeninos e nos enfermos, e nos pecadores e nos incrédulos. Amem e venerem com amor filial à Santíssima Virgen Maria, que ao morrer Cristo Jesus na cruz foi entregue como mãe ao discípulo.

Decreto -- Inter Mirifica --- CAPÍTULO I

3. A Igreja católica, fundada por Cristo o Senhor para levar a salvação a todos os homens e, em consequência, urgida pela necesidade de evangelizar, considera que forma parte de sua missão pregar a mensagem de salvação , com a ajuda, também, dos meios de comunicação social, e ensinar aos homens seu reto uso.

DECRETO APOSTOLICAM ACTUOSITATEM SOBRE O APOSTOLADO DOS LEIGOS - PROEMIO 1. Querendo intensificar mais a atividade apostólica do Povo de Deus, o Santo Concilio se dirige solicitamente aos cristãos seculares, cujo papel própio é inteiramente necessário na missão da Igreja já mencionados em outros lugares. Porque o apostolado dos leigos, que surge de sua mesma vocação cristã nunca pode faltar na Igreja. Quão espontânea e quão frutuosa fora esta atividade nos origens da Igreja o demostram abundantemente as mesmas Sagradas Escrituras (Cf. At., 11,19-21; 18,26; Rom., 16,1-16; Fil., 4,3).

CAPÍTULO I

VOCAÇÃO DOS LEIGOS AO APOSTOLADO

Participação dos leigos na missão da Igreja

2. A Igreja nasceu com o fim de que, pela propagação do Reino de Cristo em toda a terra, para glória de Deus Pai, todos os homens sejam partícipes da redenção salvadora, e por seu meio se ordene realmente todo o mundo a Cristo. Toda a atividade do Corpo Místico, dirigida a este fim, se chama apostolado, que exerce a Igreja por todos seus membros e de diversas maneiras; porque a vocação cristã , por sua mesma natureza, é também vocação ao apostolado. Como na constituição de um corpo vivo nenhum membro se comporta de uma forma meramente passiva, mas que participa também na atividade e na vida do corpo, assim no Corpo de Cristo, que é a Igreja, "todo o corpo cresce segundo a operação própia, de cada um de seus membros" (Ef., 4,16).E por certo, é tanta a conexão e união dos membros neste Corpo (Cf. Ef., 4,16), que o membro que não contribui segundo sua própria capacidade ao aumento do corpo deve reputar-se como inútil para a Igreja e para si mesmo. Na Igreja há variedade de ministérios, mas unidade de missão. Aos Apóstolos e a seus sucessores lhes conferiu Cristo o encargo de ensinar, de santificar e de reger em seu nome e autoridade. mas também os leigos feitos partícipes do ministério sacerdotal, profético e real de Cristo, cumprem seu encargo na missão de todo o povo de Deus na Igreja e no mundo."

(*) (**) Lumen Gentium Capítulo II Povo de Deus Nova Aliança Novo Povo

(...)" Todos, desde o pequeno ao maior, me conhecerão", afirma o Senhor (Jr., 31,31-34). Nova aliança que estabeleceu Cristo, o Novo Testamento em seu sangue (cf. 1Cor., 11,25), convocando um povo dentre os judeus e os gentios que se condensara em unidade não segundo a carne, mas no Espírito, e constituira um novo Povo de Deus. Pois os que crêem em Cristo, renascidos de semente não corruptivel, senão incorruptivel, pela palavra do Deus vivo (cf. 1Pe., 1,23), não da carne, mas da água e do Espírito Santo (cf. João., 3,5-6), são feitos por fim "linhagem escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo de adoção... que em um tempo não era povo, é agora povo de Deus" (Pe., 2,9-10). Esse povo messiânico tem por Cabeça o Cristo, "que foi entregue por nossos pecados e ressuscitou para nossa salvação" (Rom., 4,25), e havendo conseguido um nome que está sobre todo nome, reina agora gloriosamente nos céus. Tem por condição a dignidade e a libertade dos filhos de Deus, em cujos corações habita o Espírito Santo como um templo. Tem por lei o novo mandato de amar, como ele mesmo Cristo nos amou (cf. João, 13,34). Tem últimamente como fim a dilatação do Reino de Deus, iniciado por ele mesmo Deus na terra, até que seja consumado por Ele mesmo ao fim dos tempos quanto se manifieste Cristo, nossa vida (cf. Col., 3,4) , e "a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção para participar na libertade dos filhos de Deus" (Rom., 8,21). Aquele povo messiânico, portanto, ainda de momento não contenha a todos os homens, e muitas vezes apareça como uma pequena grei é, sem embargo, a semente firmíssima de unidade, de esperança e de salvação para todo o gênero humano. Constituido por Cristo na ordem à comunhão de vida, de caridade e de verdade, é empregado também por Ele como instrumento da redenção universal e é enviado a todo o mundo como luz do mundo e sal da terra (cf. Mt., 5,13-16). Assim como o povo de Israel segundo a carne, o peregrino do deserto, é chamado alguma vez Igreja (cf. 2Esdr., 13,1; Núm., 20,4; Deut., 23, 1ss), assim o novo Israel que vai avançando neste mundo até a cidade futura e permanente (cf. Hebr., 13,14) se chama também Igreja de Cristo (cf. Mt., 16,18), porque Ele a comprou com seu sangue (cf. At., 20,28), a encheu de seu Espírito e a proveu de meios aptos para uma união visivel e social. A congregação de todos os crentes que veem em Jesus como autor da salvação, e principio da unidade e da paz, é a Igreja convocada e constituida por Deus para que seja sacramento visivel desta unidade salutífera, para todos e cada um. Transbordando todos os limites de tempos e de lugares, entra na historia humana com a obrigação de estender-se a todas as nações. Caminhando, pois, a Igreja através de perigos e das tribulações, de tal forma se ve confortada peal força da graça de Deus que o Senhor lhe prometeu, que na debilidade da carne não perde su fidelidade absoluta, mas que persevera sendo digna esposa de seu Senhor, e não deixa de renovar-se a si mesma sob a ação do Espírito Santo até que pela cruz chegue a luz sem ocaso. O sacerdócio comum 10. Cristo Senhor, Pontífice tomado dentre os homens (cf. Hebr., 5,1-5), a seu novo povo "o fez Reino de sacerdotes para Deus, seu Pai" (cf. Ap., 1,6; 5,9-10). Os batizados são consagrados como casa espiritual e sacerdócio santo pela regeneração e pela unção do Espírituo Santo, para que por meio de todas as obras do homem cristião ofereçam sacrificios espirituais e anunciem as maravilhas de quem os chamou das trevas à luz admiravel (cf. 1Pe., 2,4-10).

Os bispos, sucessores dos Apóstolos

20. Esta divina missão confiada por Cristo aos Apóstolos há de durar até o fim dos tempos (cf. Mt., 28,20), posto que o Evangelho que eles devem transmitir em todo tempo é o princípio da vida para a Igreja. Pelo qual os Apóstolos nesta sociedade hierárquicamente organizada tivieram cuidado de estabelecer sucessores. Com efeito, não só tiveram diversos colaboradores no ministério, senão que, a fim de que ,a missão a eles confiada se continua-se depois de sua morte, os Apóstoles, no modo de testamento, confiaram a seus cooperadores imediatos o encargo de acabar e consolidar a obra por eles començada, encomendando-lhes que atendessem a toda a grei em meio da qual o Espírito Santo, os havia posto para apascentar a Igreja de Deus (cf. Act., 20,28). Estabeleceram, pois, tais colaboradores e lhes deram a ordem de que, outros homens provados, ao morrer eles, se fizessem cargo do ministério. Entre os varios ministérios que já desde os primeiros tempos se exerceram na Igreja, segundo testemunho da tradição, ocupa o primeiro lugar o oficio daqueles que, constituídos no episcopado, por uma sucessão que surge desde o princípio, conservam a sucessão da semente apostólica primeira.

Autor: Prof Everton Jobim

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